NOAH
Adormeci sentado, ao lado da minha pequena, segurando a sua mão, não tive pesadelos, mas sim sonhei, ou lembrei.
Lembrei quando fui com Julia na primeira vez que ouvimos o coração do nosso filho Murilo, chorei muito.
Cresci num lar cheio de amor, os meus pais sempre foram especiais, meus irmãos, são meus melhores amigos, em casa não existia segredo, alguém sabia de algo, todos conversavam de tudo.
O meu pai militar, tinha um coração gigante, sempre romântico com a minha mãe, era normal ver os dois aos beijos, fazerem coisas juntas, românticas, presentes surpresas, viagens para lembrar que antes de tudo eram ainda namorados.
Os meus irmãos mais velhos, tiveram muita sorte nos casamentos, Ava e Abgail além de mulheres lindas, eram batalhadoras, e super apaixonadas, sempre agradando aqueles bobos, sempre fugiam e deixavam os filhos para Oliver e eu cuidarmos, claro, fazíamos com maior prazer.
Serena foi a que demorou se descobrir, e quando isso aconteceu, ficaram muito tempo separados, quando se reencontraram, amor para mais de metro.
Então quando me propus ser adulto, sendo pai de família, e marido, resolvi fazer direito.
Fui o mais dedicado possível no trabalho, crescendo na empresa por meus meritos.
Como pai, fiz questão de acompanhar cada momento, as visitas ao médico, decoração do quarto, compra de cada detalhe, conversar com aquela barriga, vendo o bebé mexendo, aprendi sobre tudo, como acompanhar um parto, trocar fraldas, lidar com os nervos da gravida.
Como marido foi a parte fácil, pois era louco por essa mulher, todos os dias, fazia uma surpresa para ela, desde mandar um brigadeiro para seu escritório, como tirar ela do trabalho sem aviso e levar para um passeio.
Na cama, éramos complementos um do outro, aquela mulher me acendia de uma forma, ela era insaciável, durante a gravidez, precisei ser o adulto da relação, para acalmar os hormonios.
Mesmo assim ela ainda me surpreendia, como na vez que estávamos numa reunião muito importante, ela já estava de seis meses de gestação, uma barriga redondinha, e o restante do corpo perfeito, os s***, redondos, estavam cada dia mais convidativos, no meio da reunião ela mandou uma mensagem para mim. "QUERIDO MARIDO, HOJE ESTÁ TÃO QUENTE, QUE RESOLVI FICAR SEM CALCINHA.".
Aquilo deixou-me maluco, ela era a única mulher na sala, mesmo casada e gravida, ainda tinha uns b@b@c@s que ficavam olhando para ela como lobos famintos, ela ficou de pé na frente da sala, explicando o assunto da reunião, andava para lá e para cá, estava para tirar ela dali e levar a sua sala e f*** ela até cansar.
Mal terminamos a reunião, pedi licença para os outros, pedi para meu sogro acompanhar os acionistas no almoço, pois precisava levar Julia ao médico, Julio era superparceiro, percebeu que tinha algo estranho, e colaborou, ela ainda fez charme, para me acompanhar.
Seguimos para garagem, não conseguia dizer nada, quando chegamos no carro, que ficava estacionado num local escuro e sem cameras, ela entrou e eu já ataquei a boca dela, levando uma das minhas mãos para baixo da sua saia.
Ela gemia entre o nosso beijo, rebolando com o toque dos meus dedos.
— Era isso que você queria s@f@d@, calma, que logo vou dar-te mais.
Não deixei ela gozar, tirei os meus dedos dela e chupei, o mel mais delicioso.
Liguei o carro, contra os protestos dela.
— Aqui não, você me deixou de p@u duro durante duas horas de reunião rebolando essa bund@, agora vai esperar.
— A vou, vou não, sou muito mimada, o que eu quero eu pego.
Ela falou, enquanto eu dirigia, ela se ageitou no banco, e colocou a cabeça no meu colo, com a mão tirou meu p@u, para fora, e foi chupando, até chegarmos no primeiro hotel que eu encontrei.
Tivemos o restante da tarde de folga, pedimos serviço de quarto, bebidas sem álcool, e era sempre assim com Julia.
O nascimento do nosso filho, acreditei que tudo ficaria mais tranquilo, e foi por dois meses, depois voltamos as loucuras da paixão.
Morando com os meus sogros, alguns poderiam achar que não tínhamos liberdade, de forma alguma, tínhamos o dia da semana que saímos com toda a família, o dia que Julio e Ana davam a sua fugidinha, e o dia que eles eram os superavôs, cuidando de Murilo para irmos passear.
Era tanto fogo, tanta paixão que no aniversário de dois anos de Murilo, ao perceber Julia com enjoos, já imaginei que teríamos mais alegria naquela casa.
Olhando agora a minha pequena, já animadinha, pegando o meu dedo, sugando todo o leite da mamadeira, não parando quieta, sei que ela veio para isso trazer mais alegria, o nascimento dela, e a única coisa que me deixa de pé.
Lembro de pedir para o motorista ir comprar três tipos diferentes de teste de gravidez, enquanto isso fiquei com ela recebendo os convidados.
Quando ele chegou, pedi para Serena, Ava e Abgail tomarem conta de tudo, porque precisava conversar com a minha mulher.
— Tem como ser uma conversa rápida cunhado. -Ava provocou.
— Rápida vai ser, aquele vestido e só levantar, serviço limpo. -Abgail colocou mais ideias.
-Vai aproveita a sua conversa, as compradoras de 'verduras', me ajudam a cuidar da festa. — Serena provocou as duas.
Deixei elas, e puxei Julia que não entendi nada.
— Faz os testa, está aqui três marcas diferentes, e três copinhos descartáveis.
-Noah, amor foi a coxinha.
Não quis conversa ela entrou no banheiro e colocou os testa, eram cinco minutos esperando, ela queria proveitar o tempo de outra forma, mas estava uma pilha de nervos.
Quando o primeiro testa começou a aparecer o segundo risquinho, o meu sorriso foi se formando.
— Vamos ter mais uma, vamos ter mais um, e vai ser uma bonequinha dessa vez.
Bejei ela com muito carinho.
-Noah, mais um, mas eu estava tomando remédio.
— Que falham, e se falhou e, porque vem uma bênção na nossa vida, ontem o pai Julio ainda falou, que já poderiamos pensar no segundo filho.
Peguei um teste na mão, já que todos deram positivo, peguei a Julia no colo, como uma noiva e voltei para a festa.
Chegando com ela no colo gritei bem alto:
— VAMOS TER MAIS UM BEBÊ!
— Você é confiante, ficou lá nem dez minutos e acha que já fez outro filho. — Oliver falou rindo.
Então mostrei o teste.
Pronto, Murilo veio correndo, comemorando ele queria muito um irmão.
Se a festa estava animada, ficou ainda mais.
A minha felicidade estava completa, até o dia que chegou na empresa aquela coroa de flores negras, que mandaram entregar para Julia, ela já estava de sete meses.
Foi quando o meu conto de fadas perfeito virou um filme de terror.
NOAH Já se passavam vinte dias que estava no hospital, falo com a minha família todos os dias. Foi para eles que primeiro recorri quando o pesadelo começou. Hoje o médico disse que se continuarmos assim, logo poderemos voltar para casa. Como vai ser isso, não sei. A minha mulher era quinze anos mais velha que eu, ou seja, era uma mulher perfeita, experiente em tudo, mas que amava ser cuidada com carinho. E desde o início do nosso relacionamento fiz questão de mostrar que a nossa diferença de idade para mim, era o demais importante, pois sempre gostei de mulheres experientes, nunca me vi com meninas da minha idade, mais novas, pior. Como todos os homens da minha família, sou romântico, mandando flores, mensagens de carinho e s****, fazendo boas surpresas. Porém, naquele dia de inverno, outro homem fez uma surpresa para minha esposa, uma surpresa muito desagradável. Estávamos numa reunião com alguns fornecedores, quando a secretária de Júlia chegou na sala, era visível que a mu
NOAH A minha pequena ganhou peso, eu já retirei a maioria dos pontos, toda a família está pronta para recebermos lá fora. Não sei como vai ser sair daqui, sabendo que não irei encontra-la lá fora, nem consegui responder aos meus sogros se voltaria para casa, não vou conseguir entrar e sentir a presença dela em tudo. Julia era a mulher mais forte que já conheci, mas tinha o seu lado sensível, que tentou esconder até de mim, com medo do meu julgamento. Naquele dia no hospital quando ela acordou, percebi que não olhava no meu rosto, estava com vergonha de algo, que eu nem fazia ideia. — Não precisa falar nada, não preciso saber de nada, mas precisamos colocar esse marginal na cadeia, não vou admitir que ele faça algum m@l a você ou a nossa filha. -O nome dele é Pietro! Eu tinha quinze anos. — Você não precisa contar-me nada, mas se quiser desabafar, saiba que antes do seu marido, sou seu amigo, nunca irei julgar-te. — Fiz muitas coisas erradas Noah, se você quiser se afastar de m
NOAH Continuo no hospital, faz quatro dias que Serena avisou-me que os meus sogros querem mudar, achei uma ideia acertada, vai ser melhor, a saudade de Julia vai estar em todos os lugares, mas lá seria quase possível voltar, a minha irmã já está com quase tudo pronto, conseguiu uma casa num residencial próximo a sua casa, já tinha algumas casas, prontas para modelo, mandou as fotos de uma que gostei, e sei que Julio e Ana também gostaram. Nessa noite, tive outro pesadelo, já decidi irei fazer terapia, até para motivar todos a fazerem, vou cumprir a promessa que fiz a Julia, olho para minha filha que já está muito esperta, mais de um mês aqui, mas logo iremos sair. Comecei a recordar-me de tudo que aconteceu, pergunto-me, onde errei, falhei em defender a minha mulher, achei estar fazendo o certo. A culpa vai ser minha companheira, ao lado da saudade. Por conta das ameaças, que começaram com a coroa de flores, muita coisa foi mudando. Passamos um mês atrás do c@n@lh@ que queria at
NOAHNunca imaginei vier um pesadelo como aquele, contei para meus sogros tudo que estava acontecendo.-Noah, onde foi mesmo que encontraram o corpo da enfermeira? — O meu sogro questionou.— Próximo do lado leste da cidade, antes da estrada da mata.— Alguém foi para lá?— Não naquela região não tem nem um abrigo.-O meu Deus! Ele levou ela para a casa de caça.— O que é uma cabana, que fica no meio da mata, para chegar até lá você vai seguir a estrada do 'nada', no carvalho caído você vira a esquerda, vai ver uma figueira centenária, vire a direita e vai seguindo o barulho do rio.— Como o senhor sabia disso?— Era nosso esconderijo quando ela era criança, e uma das vezes que ela fugiu com ele, foi para lá.— Eles estão no caminho errado, preciso ir resgatar a minha esposa, pai ligue para minha mãe, e o restante da família.— Mas você disse que não ficou nem um carro na casa.— A moto da Serena, papai não sabe, mas está aqui.Os meus sogros começaram a ligar para toda a família, nin
NOAH Hoje Aurora e eu receberemos alta. Falei ontem com Serena, ela fez um vídeo com a casa nova, tudo lindo, minha irmã e perfeita, sei que Ana e Julio irão gostar. Estou no quarto e Julio e Ana chegam, Murilo ficou com a minha mãe. — Bom dia pai e mãe! A bênção de você! — Bom dia filho, seja abençoado por Deus. -Preparado para me ajudar? -Noah, filho precisamos conversar. -Julio falou sério, estava acabado, parecia ter envelhecido anos. — Não queremos prender você o meu querido. — Ana falou com lágrimas nos olhos. -Julio e Ana, no dia que vocês me encontraram na sua casa tomando café da manhã, achei que iriam julgar-me, colocar para correr, achando que era um aproveitador, um moleque irresponsável. Mas, vocês me acolheram, com um amor, que posso apenas comparar com o amor dos meus próprios pais. — Você sempre será meu filho, o meu menino de ouro, um rapaz novo, que foi mais homem que muito homem adulto que eu conheço, eu apresento-te como o meu filho com muito orgulho, mas
NOAH 10 ANOS SEM VOCÊ! — Pai o Murilo não quer devolver a minha boneca! — Aurora aparece na sala gritando. — Não é que eu não queira devolver, ela prometeu brincar comigo hoje, então resolvi brincar de polícia e ladrão, eu sou o ladrão, melhor sequestrador, basta ela pagar o resgate. Mas um sábado a tarde aqui em casa, nesses últimos dez anos, sábado a tarde são dedicados a minha família, hoje está chovendo então nada de sítio, praia, piquenique, parque de diversões, zoológico. Nesses momentos Murilo apronta todas com a irmã, o meu sogro fica sempre do lado dela, enquanto a minha sogra defende Murilo, eu fico como juiz da situação. Essa semana estive no túmulo da minha amada Julia, vou lá sempre, mas essa semana tinha um motivo a mais, faríamos treze anos de casados, faz dez anos que estou sem ela ao meu lado, fisicamente, mas não estou sozinho os meus pais, irmãos, cunhado, cunhadas, sogros e filhos, preenchem a minha vida, parece até que eles evitam deixar-me sozinho, eu també
MURILO Acordo agitado, sonhei com a minha mãe outra vez, como nós outros sonhos, ela dá-me conselhos, diz para cuidar de Aurora, e ajudar papai a seguir. Dessa vez ela mostrou uma loira baixinha, ela disse que ela seria minha melhor amiga, a protetora de Aurora e o amor do meu pai, não vi o rosto da mulher. As minhas melhores lembranças da minha mãe, são dela me colocando para dormir, e eu alisando os seus cabelos vermelhos, as vezes, faço Aurora ficar falando sobre assuntos chatos, apenas para ficar pegando no cabelo dela, que nem desconfia o quanto me faz lembrar mamãe. As férias acabaram e agora, voltar as aulas, não gosto, e ver a Aurora toda alegre, deixa-me pensando que algo tem errado com aquela garota. Tio Oliver concorda comigo, escola, apenas para namorar, mas papai disse que sempre amou as aulas, coisa que o meu tio confirmou, disse que papai sempre foi muito aplicado na escola, com uma carinha de anjo, mas fora da escola aprontava todas. Vovó Ana disse que nós levarí
AGNES Fiquei olhando o homem no carro. Ele parecia tão alegre, daquelas pessoas, que não tem problemas na vida, que nunca sofreram, nunca passou por necessidade. Fiquei com inveja dele, ao mesmo tempo, queria também saber como poderia ser feliz assim também. O transito naquele dia estava horrível próximo da escola, mas ele parecia não se importar. Com certeza deve ter a vida perfeita, queria ter uma vida assim. Queria que ele me ensinasse a ser feliz dessa forma. Aquela barba bem-feita, moldando o seu rosto, queria poder fazer um carinho ali. A nossa, o que estou pensando, querendo tocar num desconhecido, que nunca iria olhar-me. Fui acompanhando o estranho, então ele parou o carro perto da escola. Fiquei em pé, será que vai sair do carro. Ele desceu do carro, alto, forte, ombros largos, ajeitou o terno sobre medida. Todas as mulheres passavam por ele, que apenas acenava com a cabeça educado. -Pai! Escutei um garçotinha gritando, de onde estava, não via criança direito,