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4-DE CONTOS DE FADA A FILME DE TERROR

NOAH

Já se passavam vinte dias que estava no hospital, falo com a minha família todos os dias.

Foi para eles que primeiro recorri quando o pesadelo começou.

Hoje o médico disse que se continuarmos assim, logo poderemos voltar para casa.

Como vai ser isso, não sei.

A minha mulher era quinze anos mais velha que eu, ou seja, era uma mulher perfeita, experiente em tudo, mas que amava ser cuidada com carinho.

E desde o início do nosso relacionamento fiz questão de mostrar que a nossa diferença de idade para mim, era o demais importante, pois sempre gostei de mulheres experientes, nunca me vi com meninas da minha idade, mais novas, pior.

Como todos os homens da minha família, sou romântico, mandando flores, mensagens de carinho e s****, fazendo boas surpresas.

Porém, naquele dia de inverno, outro homem fez uma surpresa para minha esposa, uma surpresa muito desagradável.

Estávamos numa reunião com alguns fornecedores, quando a secretária de Júlia chegou na sala, era visível que a mulher estava assustada, ela olhou para mim, como pedindo permissão para falar com Júlia, não entendi nada. O meu sogro percebeu também.

— Fale logo mulher, o que aconteceu? — Júlio perguntou impaciente.

— Chegou uma encomenda para dona Julia! — Ela falou num fio de voz.

Eu sabia que não eram minhas, pois a minha surpresa do dia, estava no meu bolso, um desenho feito por Murilo.

-Julia, amor, termine a reunião irei ver do que se trata. Com licença senhores.

Saí da sala, seguindo a secretária, que não parava de tremer.

Quando cheguei onde a encomenda estava, travei, se fosse eu a receber aquilo, também estaria tremendo.

Mesmo percebendo que algo de má aguardava, nada me preparou para aquilo.

Encostada na porta da sala da minha mulher, tinha uma coroa de flores, como as que mandam em velórios, flores vermelhas e pretas, uma faixa, que fez o meu sangue gelar no corpo: "NÃO MORRI! MAS VOCÊ VAI LIA!"

Demorei alguns segundos para agir, mas lembrei que logo Júlia estaria ali, precisava tirar aquilo o mais rápido o possível.

-Chame os seguranças! Um plástico para cobrir, não vamos deixar ninguém colocar a mão, precisaremos das digitais para descobrir, que é esse mostro, que acha que pode assustar a minha mulher.

A secretária ligava para os seguranças, eu procurava algo para cobrir aquilo, encontrei um saco de lixo vazio.

Os seguranças, foram rápidos, mas quando estava orientando para levarem aquilo para longe, Julia e Julio chegaram ao local.

— Amor, foi uma brincadeira de alguém sem humor, vou cuidar de tudo.

-Noah, o que é isso? É porque está coberto?

— Não é nada que você gostaria de saber, fique calma, acompanhe o papai até a sala dele, já chego lá.

Lancei um olhar de socorro para Júlio, que entendeu e foi levando a minha esposa para longe dali.

Nesse momento a polícia chegou, com minha distração e de Júlio ao cumprimentarem os policiais, Júlia, foi rápida e levantou o plástico que escondia o presente macabro.

Corri até ela, que parecia ter congelado, Júlio também foi.

-Meu Deus! Não pode ser?

Assim, vi lágrimas descerrem pelo rosto da minha mulher, e ela desmaiar em meus braços.

Deixei Julio com a polícia e corri para o hospital com a minha mulher.

O médico disse que a pressão dela havia subido.

Contei-lhe tudo que havia acontecido, ele então decidiu deixa-la sedada por um tempo.

A aproveitei para ligar para minha mãe, que não atendeu, meu pai também não.

Então corri para o colo da minha irmã Serena, ela saberia como me ajudar, se tinha alguém que poderia me ensinar como proteger os que amam, era ela.

— Serena, preciso de mamãe, você sabe onde ela está, não consigo falar com ela.

— Calma, Noah, aconteceu algo com Júlia? Onde você está?

-Estou no hospital, a pressão de Julia subiu.

— Como isso, a gravidez dela estava tranquila.

— Disse bem, estava, preciso da mamãe, só ela para me ajudar a descobrir quem está ameaçando a minha mulher.

— Como assim ameaçando?

— Sim, mandaram uma coroa de flores negras para Júlia, com uma faixa de ameaça, ela passou mal por isso.

— Fique calmo, vou achar a mamãe e já chego aí!

Após falar com a minha irmã, sentei ao lado de Júlia, teria que ser calmo, agora, para não deixá-la nervosa.

Achei estranho a reação dela e de Júlio, mas apenas ele poder-me-iam dizer o porquê.

Depois de duas horas o meu sogro chegou.

— Oi meu filho!

— OI, papai, ela está sedada, para não ficar nervosa.

— A sua mãe já está com a polícia, ela vai saber lidar melhor com isso. Rita está com Murilo, os seus avôs já mandaram seguranças para casa.

— Quem mandou aquilo para ela pai? E sim, eu sei que o senhor sabe.

— E desconfio, certeza, não posso dar, mas já passei o nome para a polícia.

— Então, que é o suspeito?

— Isso, quem deve falar para você é Júlia. Espero que você saiba escuta-la.

Ele apenas afagou minha cabeça, deu um beijo na testa de Julia e saiu.

Fiquei ainda um bom tempo, alisando a sua barriga, onde Aurora não parava quieta.

Agora estou aqui, vendo a minha Aurora, brincar com as mãozinhas fofas, e fico me perguntando, como irei dizer a ela, que sua mamãe não vai poder cuidar dela.

-Eu te amo filha, vou fazer de tudo para proteger você. A sua mãe foi uma guerreira, lutou para lhe dar a vida.

Os meus filhos cresceram aprendendo que tiveram uma mãe maravilhosa, exemplo de superação, mulher batalhadora, que sempre acreditou no melhor de todos.

O médico chega para fazer mais uma avaliação em Aurora.

Logo poderemos sair do hospital.

Agradeço, mas uma vez por deixarem que ficássemos juntos numa ala isolada.

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