A grande diferença entre uma pulada de cerca qualquer, que pode acontecer alguma vez, e uma traição é exatamente o fato de você premeditar seus atos e a continuidade daquilo.
Desde que existe a humanidade o homem tem a necessidade empírica de transar, seja homem ou mulher, a foda sempre foi uma válvula de escape para enfrentar os problemas, um lugar onde podemos deixar a pessoa forte, responsável, rico ou pobre, religioso ou pagão etc. tudo de lado e nos entregarmos aos nossos instintos mais primitivos.
Uma coisa que toda mulher sabia até metade do século passado é que a grande esmagadoramente maioria dos homens traíam, era algo cultural, como em muitos países ainda são, porém, com o advento da sociedade moderna, as relaç&ot
Eu estava ainda sonolento, as luzes do quarto foram ficando cada vez mais fortes, eu não lembrava de muita coisa, havia acontecido uma batida violenta no carro de seu melhor amigo, me lembro de uma dor dilaceradora na perna direita, barulho de sirenes e depois mais nada. Acordar de um pesadelo é uma das piores experiências que um ser humano pode viver, se esse pesadelo for real, piorou, e o meu era mais real do que eu poderia imaginar, pior ainda, estava apenas no começo, pois ao abrir os meus olhos lá estavam as duas, C. e J., encarando-se frente-a-frente, nem mesmo eu, com toda a minha criatividade imaginaria uma situação daquelas acontecer. Só me veio uma coisa na mente para ganhar tempo: — Onde estou? Quem são vocês?
havia descoberto que tinha perdido a perna e eu não podia fazer absolutamente nada, o doutor viu a minha aflição, mas ele segurou o meu braço me impedindo. — Tem algo que eu deveria saber? — Nada que tenha que se preocupar. — J. eu te conheço muito bem, você sempre foi fria com as pessoas, o que faz de você uma excelente enfermeira, pois posso contar com a sua imparcialidade no momento em que mais precisamos, mas estou percebendo que este marinheiro te afeta de uma forma ou de outra. — É uma longa história. — Temos o plantão inteiro... vou ser honesto, se eu não
estava me olhando enquanto estava dormindo, era impossível não sentir seus olhos fixos em mim, K. havia sido sedada e estava dormindo no leito ao lado do meu e minha esposa sentada na poltrona, ela havia comido a refeição servida aos acompanhantes. — Nosso filho está bem, o deixei com a minha mãe. — Desculpa, eu... — Você não tem do que se desculpar, e nem fingir amnésia, te conheço melhor do que qualquer pessoa no mundo... eu sei de tudo... você e a enfermeirinha. Me ajeitei na cama para ter alguns segundos para pensar em algo, mas o desespero em saber que daqui para frente seria um aleijado e que teria que mudar minha vida p
Você está brincando, não é mesmo? Senhor... — Stevens... Karl Stevens... e... respondendo à sua pergunta, não estou brincando, me desculpe a indelicadeza, mas acha que a polícia brincaria com algo desse feitio? — Não foi isso que eu quis dizer, eu... — Nunca é o que querem dizer, senhora S.C. colocou a mão sobre a boca completamente estupefata, mesmo tendo levado um sermão do Carl. O detetive se virou para mim e disse: — Sabemos que estiveram juntos à tarde. Eu assenti.&
Poucas vezes em toda a nossa história vi meu marido falar daquela forma, ele sempre havia me falado que em sua profissão tinha que tratar algumas pessoas e situações de formas não tão convencionais, percebi que aquela era uma delas, o detetive ficou completamente sem ação. — Ainda está aqui, detetive? Ele ia protestar, quando o comandante de T., Almirante W. entrou no quarto e o detetive percebeu que seu tempo ali tinha se encerrado. Ele assentiu. — Nos vemos por aí, mariner. — C., que satisfação vê-la novamente, querida. 
Pela primeira vez na vida tive medo de sangue, estava vendo o doutor se debater, enquanto jorrava sangue de seu pescoço, em poucos minutos a vida dele se foi. Fiquei ali paralisada olhando para ele sem saber o que iria fazer, eu nunca tinha imaginado na vida que algum dia na vida passaria por algo como aquilo, foi então que outra enfermeira entrou da forma mais natural e viu o corpo estendido do doutor todo ensanguentado. — Meu Deus... o que você fez? — O que eu fiz? – minha raiva estava voltando a subir – esse porco desgraçado me estuprou... De repente, meu mundo desabou... todos os erros que cometi em minha vida seriam julgados, eu não tinha ideia do que iria enfrentar... em pouco
C. Adormeceu e eu a fiquei observando, tinha sido um erro terrível com ela, indiscutivelmente era a mulher da minha vida, demoraria mil anos até encontrar alguém como ela, era incrivelmente linda, inteligente, parceira, uma mãe incrível e uma moralista de primeiro escalão. Resumindo, era tudo o que eu precisava em minha vida. Apesar de estar dormindo, ela se sentia muito inquieta. Ele sorriu consigo mesmo ao vê-la dar um sermão em seu comandante, ele já a conhecia de outros carnavais, sempre se deram bem, e aquilo pareceu não tê-lo abalado em nada, muito pelo contrário, parecia que estava cem por cento convicto de que eu estaria bem. Quando voltei a olhar par
Eu não imaginava que poderia ter uma vida quase normal sem uma perna, com o tempo acabei participando de alguns projetos relacionados com próteses e meu lado empreendedor acabou se sobressaindo. C., por incrível que pareça me perdoou e nunca mais tocou no assunto, meu relacionamento com nosso filho também melhorou consideravelmente, inclusive, a brincadeirinha no hospital nos fez ter um ritmo frenético de sexo durante os meses seguintes, no mesmo ritmo que tínhamos no início de nosso casamento. Acho que, indiretamente, minha esposa sabia que eu não poderia ficar pensando em tudo o que havia acontecido. Ficar me martirizando por algo que não nos daria um futuro, nós tínhamos um filho e ela sempre havia abdicado de tudo por ele, e agora estava na hora de olharmos para onde quer&ia