Astryd Anghel.Não tive um segundo sozinha desde que Leonard fez aquele anúncio. Me casar com o duque não era exatamente o que tinha em mente quando pedi a sua ajuda para me livrar de Seth, mas não é como se eu tivesse escolha.Quando o castelo esvazia e o silêncio volta a reinar, desço para caminhar pelo jardim.Não há muito o que eu possa fazer por lá.O jardim parece um labirinto de rosas e espinhos, mas uma rosa preta em meio às vermelhas e brancas, chama a minha atenção.Estendo a mão para pegá-la, me espetando com o espinho que faz um pequeno corte no meu dedo.— Ai. — Gemo, levando o dedo para a boca.Antes que pudesse lambê-lo, a mão do duque me impede, levando o meu dedo para aboca dele ao invés da minha.Tento me livrar do seu toque, mas ele não alivia a pressão e vira minha palma para baixo. Com a mão esquerda, tira uma caixinha aveludada do bolso da calça e abre, mostrando-me o anel de brilhantes com muitos diamantes.Minha boca se abre num “o” perfeito, deslumbrada com a j
Scorpius.Invado silenciosamente o quarto de Astryd e coloco a caixinha de veludo com a aliança em cima da cômoda, mas a respiração alta chama a minha atenção. Seu sono parece conturbado, não resisto à tentação de invadir sua mente e descobrir o que a deixa tão agitada.Ela acorda alguns segundos depois, correndo o olhar perdido pelo quarto como se tentasse reconhecer o ambiente. Quando me vê encostando em sua cômoda com os braços cruzados, seu rosto ruboriza.— Tendo sonhos eróticos comigo, Anghel? — Sondo perverso, notando a respiração acelerada da garota e os seios suados no decote.Me aproximo da cama dela sutilmente, mas Anghel se senta depressa e ajeita os cabelos, puxando o lençol para cobrir o corpo. Sua expressão está confusa e assustada, mas ignoro o estado da garota com facilidade e me sento em sua frente, revelado a aliança dentro da caixinha de veludo.Os olhos de Anghel se arregalam.— Pertenceu a sua mãe? — Pergunta. Agora eu que não consigo esconder a surpresa. Como ela
Anhgel.Encaro o meu reflexo em frente ao espelho do quarto. Quase não me reconheço naqueles vestidos extravagantes, decotados e muito sensuais. Meu novo closet está repleto deles. Os cabelos brancos se destacam no vestido vermelho até os pés, e o decote nos peitos parece mais exagerado do que o habitual, os meus peitos também parecem maiores. Tento me livrar daquela lembrança, mas não consigo tirar Mihai da cabeça. Por que não me lembro daquilo? O que o pai de Seth fazia comigo? O meu pai sabia disso? E permitiu? São tantas perguntas sem respostas, sinto que vou enlouquecer. Na verdade, acho que já enlouqueci.Pelo reflexo do espelho noto a porta do quarto ser aberta lentamente, mas ninguém está do outro lado. Aquilo devia me apavorar, mas já não sinto medo. Não sinto nada. Quando me dou conta estou caminhando sem rumo pelos corredores que ainda não explorei. As paredes são decoradas com muitos quadros, mas um em especial chama a minha atenção. O de uma rainha. Uma bela rainha de olh
O jardim gigante do castelo já não parece mais tão bonito, passei a detestar àquela vista fria e morta, como a minha alma a cada segundo presa nessas muralhas.Estou me conformando com esse inferno e com medo disso. Não quero me conformar, não quero que essa seja a minha realidade para sempre. E se eu tiver enlouquecido? E se meus pais me prenderam num manicômio e tudo não passar de um delírio? Sou tirada dos meus devaneios com a porta rangendo. Erubus surge nela com três mulheres horrendas ao seu lado. Elas não parecem humanas, igual a todos os outros. Duas delas estão com suas bocas costuradas, exceto a única que se comunica comigo. E nenhuma possui olhos, apenas os buracos onde eles supostamente deviam ficar.— Você está linda. — Ela diz depois de me obrigar a me vestir como se eu fosse uma boneca. Leonard certamente está por trás disso. A maquiagem pesada nos meus olhos esconde perfeitamente o inchaço e as olheiras, resultado do choro que se estendeu por dias. O duque não veio me
O relógio alemão da parede marcava três horas e trinta da manhã. Não consegui pregar o olho nem por um segundo. Vesti o roupão de seda por cima da camisola quase transparente e abri a varanda, acendendo o cigarro preso entre os lábios.Conferi o horário no relógio da cômoda pelo menos cinco vezes em pouquíssimo tempo, a angústia me dominava.A suíte presidencial parecia maior com aquele vazio. Não achei que seria possível sentir tanto a falta de Leonard mesmo sem nunca ter dormido com ele.Meu cenho franziu automaticamente em confusão quando ele entrou pela porta e começou a desabotoar o paletó, o jogando em cima da cama. Leonard me olhou rapidamente e sumiu para o banheiro, sem dizer uma única palavra.Ele demorou um tempão, tinha desistido de esperá-lo, quando, a porta se abriu novamente e o loiro saiu com os cabelos molhados e somente uma toalha enrolada na cintura.— Achei que ficaria em outro quarto. — Quebrei o silêncio, tentando manter meus olhos focados em seu rosto. Não tive s
— Ai, meu Deus! — Deixei escapar entre um gemido e outro. Ele subiu o olhar perverso na minha direção e sorriu, depois, sacana como era, me lambeu com mais lentidão, esfregando sua língua na minha boceta. Eu não devia chamar por Deus naquele momento, mas céus, isso era tão bom! Quando parou de me chupar, Leonard subiu beijando todo o meu corpo. Apertou meus peitos com as duas mãos e abocanhou um deles com fúria; chupou e enfiou o máximo que podia para dentro da boca, me marcando com seus dentes. Nem mesmo meus mamilos duros e arrepiados foram poupados das suas mordidas. Ele agarrou minha nuca e puxou meus cabelos, me erguendo na cama. Me sentei na beirada e Leonard saiu dela, parando de pé na minha frente. Ele não precisou dizer uma só palavra. Seu olhar intercalando entre meu rosto e o seu pau, deixou subentendido. Não sabia como fazer aquilo, então deixei meus instintos me guiarem. Segurei seu pau com uma das mãos e aproximei a boca, fechando os olhos. — Olha pra mim! —
Capítulo cinco. Astryd Anghel. Os raios solares estavam fortes naquela manhã, frustrando os meus planos de terminar de ler o meu livro no banco de madeira em frente ao lago. Okay... Devo admitir que não foi somente pelo sol. A presença de Izevel era incômoda, ainda que não estivesse na sua forma humana. Seus olhos amarelos e raivosos estavam fixos em mim, ela não fez questão de disfarçar a sua presença no galho daquela árvore. Suspirei e me levantei, voltando para o castelo, mas o carro da polícia parado em frente à porta de entrada do hall fez meu coração acelerar. Por que a polícia está aqui? Diminuí meus passos quando o detetive Paul saiu de dentro do escritório com Leonard ao seu lado. — Bom dia, senhorita Anghel. — Cumprimentou Paul. — Bom dia, detetive. Posso ajudar? — Indaguei, tentando disfarçar a insegurança na minha voz. — Na verdade, acho que sim, senhorita. Estou investigando o desaparecimento de Seth Dimitri. Ele foi visto pela última vez no Clube Devil
Astryd Anghel. Flashback. Clube Deville, dias atrás. O sangue começou a jorrar do rosto de Seth e ele berrou alto. Tive medo de que alguém nos ouvisse e pedi para que ele se calasse, mas o idiota não me obedeceu. Senti-me extremamente furiosa por ele não me obedecer e desejei com todo o meu ser que sua voz sumisse para sempre. E então, ele se calou. Não por vontade própria, suponho. Seth abriu a boca para berrar, mas não saiu um único som da sua garganta. Em contrapartida, saía uma fumaça negra dos meus dedos. Como fiz isso? Engoli em seco e dei passos para trás, esbarrando nos meus próprios pés. Encostei na parede, olhando o sangue escorrer abundante dos cortes que fiz em Seth. Minhas mãos também estavam ensanguentadas. Apesar de não ouvir um único som sair dele, era capaz de ler seus lábios soltando os mais diversos xingamentos machistas que ele conhecia. Encarei os meus dedos sujos e soltei a faca no chão. Eu podia fazer magia, mas como? Eu queria acabar com aquilo, ma