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Capítulo 2

Dominic Rogers, esse nome soa na minha boca e tem impacto no meu coração. Sou perdidamente apaixonada por ele e lógico que ele não sabe, aliás ninguém, humpf! Acho que ninguém sabe sequer como eu sou.

Acho que Nolan Prince me odeia ao ponto de não me deixar ser vista, eu diria que vivo em uma ditadura. Ele me mandou estudar fora, no mesmo ano que Dominic estava saindo de Jackson, isso foi de longe a melhor coisa que o meu pai fez.

Eu não suportaria ficar nessa cidade sem ver Dominic, ele é uma das melhores coisas que há em Jackson. Ficar em colégios internos não foi tão difícil, melhor do que ficar nessa cidade presenciando meu pai e suas falcatruas, ou traindo a minha mãe com sua secretária.

—Senhorita Prince. —O segurança fala, eu o olho revoltada, não tem necessidade de um segurança em uma cidade pequena como Jackson.

—Obrigada, está dispensado! —Ele primeiro me olha como se eu fosse louca, depois sua expressão é de pena, até eu sinto pena de mim, odeio o jeito que o prefeito manda chuva de Jackson me trata.

—Só devo obedecer ao senhor Prince senhorita. —Avisa, bufo de raiva!

Entro no lugar, fico pensando se agora Nolan não irá me deixar conhecer as pessoas de Jackson, suprir as necessidades de que ele como prefeito não cumpre. Entro tão concentrada que só percebo o impacto depois de já estar no chão. A fisgada na minha mão é suportável, mas ela existe e incomoda. Ouço a voz do meu algoz, continuo no chão perdendo a minha dignidade, se Nolan me ver assim ele me deixará trancada para sempre.

Reprimo a minha vontade de rir e volto a mim com a voz, merda é a voz de Dominic. Eu o respondo completamente no automático, até escuto a voz enjoada de Aubrey, nem me importo com sua falsa simpatia, até para Dominic não passa despercebido. A voz nojenta dela.

Isso o desperta sob o nosso torpor, eu sonhei tanto com esse dia e não pensei que seria com uma queda minha. Seus olhos me avaliam, eu deveria temer esse olhar em qualquer outro homem, mas com ele não, o meu corpo o reconhece e sabe o que eu já fiz por causa dele, das noites em que ele esteve em meus pensamentos mais impuros.

Uma vontade de saber o sabor dos seus lábios se apossa de mim, como uma droga os olhos desse homem me deixam desnorteada. Quando ele se afasta igualmente desnorteado, eu me forço para não cair.

—Está precisando de gelo queridinha? —A voz de Aubrey me tira do torpor, vejo ainda Dominic saindo.

—Não! —Falo cortante, entro na sala do meu pai sem mais paciência para essa mulher.

—Que demora Emma. —É assim que o meu pai me recebe quando eu entro em seu gabinete.

—Eu não sabia que estava com tanta saudade. —Soou venenosa, se ele percebeu, deixou passar. —Então qual o motivo de receber a plebe hoje? —Ele me lança um olhar cortante, já foi o tempo que eu tinha medo disso.

—Não banque a engraçadinha Emma, eu sou o seu pai, queira você ou não! —Nem preciso dizer que a minha resposta seria não. —Encontrou alguém no caminho daqui? —Ele está brincando comigo.

—Ora, achei que eu tivesse proibida de encontrar alguém.

—Emma eu não estou com paciência. —Grita batendo na mesa. Seu ataque de nervos não me põe medo, não mais.

—Então me diga que eu deveria encontrar, além da sua... Aubrey. —Ele nem liga para o que eu quase ia dizendo sobre Aubrey.

—Encontrou um homem? Emma, vamos lá, você não é tão inútil assim! —Fala ele, esse homem nem parece o meu pai, as vezes eu rezo para que não seja.

—Encontrei prefeito, se não percebeu eu até machuquei a minha mão. —Ele faz pouco caso.

—Sabe, eu vou relaxar um pouco a sua segurança. —Divaga sem olhar para mim. Desconfio, não tem como não ter medo quando ele fica bonzinho.

—A troco de quê?

—Eu não posso querer que a minha filha se divirta um pouco? — Fala, mas na verdade, eu sei que tem coisa por trás disso. Resolvo não correr atrás e contestar, eu preciso sair, temo que eu nem saiba me portar no meio de gente. Na verdade, eu preciso ver Dominic, o meu coração pede isso.

—Por anos você nunca quis. —Falo um pouco baixo, mesmo assim ele escuta.

—Você é a coisa mais importante que eu já fiz nessa vida Emma. Eu sou burro, grosso, bruto e sem coração com você. Jackson viveu um tempo louco, a minha guerra com os Muller poderia afetar você de um jeito irreparável. —Engulo em seco, meu Deus a que ponto a pessoa chega, temendo e colocando a culpa em um lugar como Jackson. Eu não acredito nas declarações dele, passei a não acreditar em nada vindo de Nolan Prince.

—Eu já estou livre dos seus guardas costas então? —Pergunto, quero ter certeza ou ele manda me trancar na torre.

—Sim e querida faça um favor ao seu velho pai. —Pede e até já tenho medo. —Entregue esses papéis a Dominic, o capitão do corpo de bombeiros.

—O que o capitão do corpo de bombeiros tem com o senhor?

—Não faça perguntas sua insolente, faça o que eu mando. —Esse sim é o meu pai, não aquele que estava todo amores a segundos atrás.

—Como queira alteza! —Pego os papéis aos protestos dele e eu saio do lugar. Eu não sou tão tapada a ponto de não conhecer um pouco as ruas de Jackson, muito menos de não saber onde Dominic trabalha, eu ficava aqui o observando. Parada escondida atrás dos vidros escuros.

Avisto alguns bombeiros em treinamento, começaram os preparativos para os jogos do verão, alguns vão para a zona leste, eu sei disso, é o que eles fazem todos os anos e nada muda em Jackson.

—Ei perdeu alguma coisa mocinha? —Uma morena bonita com roupa de bombeira vem ao meu encontro e me analisa de cima a baixo.

—Estou procurando Dominic. —Ela me olha de esgueira, seus olhos se tornam estreitos em minha direção.

—O capitão foi para casa e não volta hoje! —Avisa, engulo em seco, merda será que eu devo ir até lá? —Volte depois, estamos em treinamento, isso é perigoso demais para crianças. —Fala com escárnio. Mas o que é isso? Um ataque espontâneo?

—Abby, isso é jeito de falar com a mocinha? —Um cara loiro chega do lado dela. —Sou Charles Walters e você é?

—Emma Prince. —Ele arregala os olhos, todos que escutam viram seus rostos em minha direção, me sinto em análise constrangedora.

—A filha do prefeito. —Reviro os olhos odiando isso, odiando o meu pai por me fazer uma estranha no lugar em que nasci.

—Eu estou procurando Dominic.

—O capitão foi para casa dele, se quiser posso te acompanhar até lá. —Fala com um sorriso nos lábios.

—Obrigada, Charles, mas eu sei onde é! -Ele concorda decepcionado, temo estar sendo rude, mas não quero solidariedade por ser filha do prefeito.


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