Ceyas— Obrigado por nos receber — falo para o homem, no entanto, estranho que não tenha muitos bruxos aqui. Depois da nossa solicitação, acreditei que ele iria pedir que todos os membros do seu coven se reunissem, dado que é uma conversa geral, mas pelo visto, não foi o caso.Como são poucos membros, quis dar uma olhada em todos, mas pelo visto, não é o que eu conseguirei. É uma pena, seria bem mais fácil. Mesmo que o líder do coven não queira causar problemas, um dos seus pode ser o perigo que tema que esteja influenciando o meu irmão e meu pai.— Se o alfa da alcateia chama, nós temos que responder — diz o sujeito e sabe o quanto as suas palavras são erradas, uma vez que não sou o alfa. Muito possivelmente serei no futuro? Sim.Estou atacando essa posição com as minhas escolhas? É claro!No entanto, se eu estiver errado, meu pai continuará sendo o alfa sem que eu tenha o direito de interferir, afinal agi pelas suas costas e estou avaliando o que fez. Um óbvio sinal de que não estou
Ceyas— Do que está falando? — pergunta Lugi primeiro que eu.Demonstra a sua vontade de me proteger colocando o seu corpo na frente do meu sem qualquer medo. É mais do que uma questão do que é ou não o seu trabalho. É parte dos sentidos que extrapolam quando sabe que uma pessoa importante para você pode estar em risco.— Precisam mesmo saber? Não sairão daqui, ou seja, não poderão contar nada a ninguém — Pontua Rari. — Mas te digo uma coisa, não irá sozinho, o seu irmão vai te acompanhar em breve.— Se tocar no meu irmão… — a risada dele me impede de continuar falando, já que uma raiva borbulhante queima em minha garganta, fazendo com que meus punhos se fechem.Eu poderia socar qualquer um que ficar no meu caminho agora.— Não tem ideia de quantas vezes toquei no seu irmão — profere, me deixando com tanta raiva que meu coração b**e fora do compasso. Não interessa o quanto eu tente me concentrar, as coisas simplesmente não funcionam.Quer dizer que eles têm mesmo a ver com o estado de
Ceyas— O que você está dizendo? — pergunto, sentindo que o meu coração pode acabar desfalecendo enquanto as palavras saem da boca de Fann, porque é como se um roteiro macabro de um filme de terror ocorresse na frente dos meus olhos.— Você não sabia que o seu pai é tão louco? — me questiona, com uma gargalhada que faz com que sangue escape pela sua boca, já que levou muitas porradas de Lewyn.Por algum motivo, hoje ele parece extremamente irritado.Não é alguém que demonstre emoções dessa maneira, então, é estranho, contudo, não nego que foi a sua interrupção acabou nos salvando antes que os bruxos nos ferrassem com a sua magia.Não só isso, ele trouxe uma algema que impede que os bruxos consigam utilizar magia. Sequer tenho ideia de onde ele pode ter conseguido um objeto com tais propriedades. No entanto, Lewyn sempre teve segredos dos quais nunca ouvi falar.Meu pai dá muita liberdade para que ele aja como for melhor para sua vida. Fora que, não acho que tomaria decisões diferentes
Ceyas— Você vai falar direitinho o que tem feito com o Rira — declara Lugi. — Tenho certeza de que tem uma maneira de ajudar ele — murmura meu amigo.O choque de saber que meu irmão tem cometido atos de canibalismo ainda não se assentou em sua cabeça, mas não temos tempo para deixar ele brincando com nossas mentes. Ainda me preocupo com o que disse antes, sobre não haver tempo.— Ajudar? Não tem mais volta — garante, mas não é possível, todas as coisas têm mais de uma via.Esse problema tem uma solução. Até mesmo a morte pode ser enganada, nós sabemos disso, afinal, temos uma vida extensa que não é dada para as pessoas comuns. Aprendemos a lidar com a passagem de tempo mais longa de nossas existências.— Seu pai percebeu que Rira não é mais aquele garotinho que o obedecerá em todos os momentos, e sabe o que se faz com um cachorro que morde a sua mão? — A sua questão eleva os meus batimentos cardíacos, porque as imagens que se forma em minha cabeça são perigosas demais. — Você sacrifi
Ceyas— Você precisa respirar — me avisa Lugi, nem me deixou chegar perto do volante do carro, sequer me permitiu uma transformação, porque tem medo do que pode acontecer que meu lobo perceber que tem a sua liberdade.Entendo porque tem esse receio, porque eu também o possuo no momento, mas as palavras de Fann não param de reverberar em minha cabeça. A maneira como falou do meu irmão, o modo como se aproveitaram dele… estavam o usando como ancora para suas magias, somente para dar em troca conhecimento absurdo ao meu pai.Ele esteve trocando o seu filho com os bruxos por que não queria aceitar que a evolução da nossa raça não seria obtida pela sua geração, pelo menos não para si. O modo como Fann falou do meu pai me deixou embasbacado, porque nunca imaginaria que a mente dele se encheria com tantos absurdos e que seus filhos seriam pegos nisso.Como minha mãe não notou as mudanças nele?Como eu não pude observá-las? Sou alguém que é bem próximo dele, ainda assim, fui incapaz de perceb
CeyasDepois do ataque de Lewyn pude manter mais dos meus pensamentos concentrados na minha tarefa, mas assim que chegamos na mansão da nossa família, meu coração voltou a disparar e meu lobo passou a reclamar sem parar, querendo que eu deixe que aja.No entanto, não tenho certeza de nada que pode acontecer no momento se eu simplesmente permitir que saia. Uma corrida livre não será suficiente para ele, tenho certeza.Entrar na minha casa é muito diferente agora, como se meus olhos pudessem ver detalhes que antes ficavam mascarados, contudo, isso não é o bastante para descobrir o que ficou escondido embaixo do meu nariz.Deixamos Fann vivo para continuar o interrogando depois de resolver o assunto com meu pai, mas ele fez questão de guardar a informação sobre qual seria a parte da mansão que eu desconheço.Tem que ser uma parte da mansão, porque não tem outro lugar em que eu não procuraria só porque confiaria de nada passaria despercebido por mim. Essa é a casa em que cresci, na minha
CeyasAlgumas vezes o seu corpo apenas sabe os locais em que deve ir ou não, nesse momento, eu não quero passar pelo corredor que levará até a fonte do odor me incomodando. Sei que quanto mais próximo eu chegar, pior será, não tem como evitar.Entretanto, também não posso apenas evitar, estive procurando um meio de resolver o que está acontecendo e acabei de encontrar a toca do louco. Tenho que entrar nela e procurar os rastros da sua loucura, destruindo-a terei a chance de salvar uma das pessoas que aprecio.— Vou na frente — profere Lugi, mas seguro em seu braço antes que ele se mova, porque sei que faria, verificaria todo o lugar, apesar de saber que pode esconder perigos que tirariam a sua vida.— Não, atrás de mim — mando, percebendo que o incomodo em seu rosto é devido à pressão que coloquei em minhas palavras. Em nome pode ser leal ao meu pai, mas não é para ele que o seu lobo se curvar nos momentos em que o nó aperta.Puxando uma boa lufada de ar, começo a minha caminhada pelo
Ceyas— Porque você não morre? — pergunto a pessoa que continua respirando sem importar quantas vezes rasguei a sua carne.É muito contrário ao corpo gélido que fica no centro do lugar, apenas esperando que alguém o tire de onde está, porque nunca mais usará as próprias pernas. Diferente do meu irmão tem uma grande resistência a morte.— Você deveria ter me dito o que estava acontecendo se não queria que as coisas fossem assim — profiro, sem ter certeza de porque essas palavras saem da minha boca, mas empoleirado em cima do eu corpo, com uma perna de cada lado dele para evitar que fuja, não tenho certeza do que deveria fazer para enfim acabar com a sua vida.Quanto sangue mais tem que derramar?Quantas vezes mais tenho que ver o corpo morto do meu irmão pelo canto dos olhos? Tem tanto assim que deseje para desesperar tanto pela sua vida depois que fez algo tão macabro com o seu filho?Independente dos seus desejos, estou aqui, para acabar com eles.Se depender de mim não conseguirá na