Davian — Sombra de Zane. Eu nunca imaginei que fosse me sentir assim, mas uma coisa era você seguir alguém por lealdade, outra bem diferente era se encontrar admirando cada movimento dessa pessoa, percebendo a força que ela tinha sem nem ao menos precisar gritar ou impor. E era exatamente isso que eu estava sentindo por Elena. O que era curioso, pra dizer o mínimo, porque eu me acostumei a ver Zane como meu alfa, meu líder natural, mas Elena... ela era diferente. Eu achava que ela ia precisar de tempo, que talvez ficasse perdida por um tempo assumindo tudo o que Zane tinha deixado pra trás, só não, ela apenas... pegou tudo muito rápido. E isso, realmente me pegou de surpresa.Quando me sentei em meu lugar, olhei para Elena, que sentava na cadeira em que meu alfa se sentava. Ela olhava para todos atentamente, e começou a falar. Estava falando com a matilha, tomando as decisões, resolvendo os problemas, fazendo isso de uma forma que eu nunca tinha visto antes. Não era pela
Zane Quimby. Eu estava tão cansado. Cansado de sentir dor, de ouvir o som dos meus ossos quebrando de novo e de novo, de respirar o ar abafado e metálico da masmorra, misturado com o cheiro de sangue e suor, enquanto cada fôlego queimava como se o próprio ar estivesse contra mim. Cada batida do meu coração era uma nova tortura, e os meus olhos ardiam, pesados, enquanto a minha mente estava escorregando para um lugar escuro, e eu me segurava em um fiapo de consciência, como se dependesse disso para não perder quem eu era.Cassius ainda estava lá, em algum lugar acima, maquinando seus planos, rindo da minha dor, e eu sabia que ele gostava disso. Ele gostava de me ver quebrado, pendurado, sem poder me mover ou lutar. Mas o que ele não sabia era que eu não ia desistir, e muito menos, eu iria dar a ele o que ele queria. Ou pelo menos, eu estava tentando acreditar nisso.A exaustão estava me consumindo, fazendo os meus olhos começarem a fechar, pesados como pedras. Eu tentei lutar cont
Elena Winslow Eu estava cercada por lobos, o que me deixava satisfeita, havia conseguido um número ótimo de lobos, e isso fazia um brilho surgir em meus lábios, até um leve sorriso eu soltei. Enquanto eu olhava para frente, via as matilhas de todos os cantos que estavam aqui, respondendo ao meu chamado, ao chamado da Deusa, e alguns rostos eram conhecidos, outros nem tanto, mas todos estavam unidos pelo mesmo propósito. E isso? Isso me dava esperança. O meu coração até se acalmava um pouco, em saber que... nós iríamos conseguir. Porque Cassius podia ter o poder dele, podia ter a arrogância e a crueldade, mas ele nunca entenderia o que era lutar com o coração, com a alma, com algo maior que o próprio ego. Enquanto eles se organizavam, eu me movia pelo acampamento, vendo os lobos corrompidos que eu tinha abençoado se misturando aos outros. Eu via a incerteza nos olhos de alguns, o receio de confiar nesses lobos que, até pouco tempo atrás, eram nossos inimigos, mas eu sabia que h
Cassius Fairfax Após acordar e tomar meu café da manhã, como todos os dias. Caminhava pelo corredor, com meus soldados atrás de mim.Estava indo em direção a o idiota de Zane, queria esmurrar ele, com as minhas próprias mãos, o idiota iria sentir, toda a minha fúria. Meus soldados estavam com ele na masmorra, e eu... estava ansiosa para poder quebrar aquele verme. Ao chegar na masmorra, me aproximei dele, com um sorriso largo em meus lábios. Mandei os soldados que estavam com ele sair e os que vieram comigo, esperavam do lado de fora, como havia ordenado. Eles se retiraram e eu me aproximei de Zane, que já estava com o semblante péssimo. O filho da puta já estava horrível, ele não iria aguentar muito. Fui pra cima dele com tudo, esmurrando seu rosto, e o seu corpo, mostrando toda a minha fúria para ele. Queria acabar com ele, matar ele. Eu estava com o punho fechado, e ele estava coberto de sangue, que não era meu, claro, pelo menos… não dessa vez. Zane estava de joelhos na
Zane Quimby Fui jogado de volta na masmorra como se eu fosse um saco de ossos quebrados, e eu nem tive tempo de me firmar nas pernas, só senti o impacto das pedras frias contra minha pele machucada. As correntes nos meus pulsos se arrastaram pelo chão, o som metálico se misturando ao grunhido de dor que eu soltei, mas ninguém ligava.Olhei para minhas vestes, todas rasgadas, sujas de sangue. Eu estava machucado, meu corpo doia e estava ferido. Sentia o sangue do meu rosto escorrer. Eu gemia baixo de dor, sentindo uma imensa raiva de Cassuis... ele iria pagar por isso. Os guardas já estavam de saída, as botas pesadas ecoando pelo corredor estreito e úmido, e a luz fraca que vinha da tocha no canto tremeluziu, projetando sombras distorcidas nas paredes de pedra.O cheiro de sangue e podridão era mais forte ali dentro, como se tudo o que restava naquela masmorra fosse o reflexo de cada alma que já apodreceu ali. E agora era a minha vez. Não que eu fosse o primeiro a ser deixado para
Thalassa Hollis. Eu odiava esse lugar. Cada canto imundo, cada gota de sangue seca no chão, cada grito abafado que reverberou pelas paredes de pedra… céus… isso era uma ultraje! O que uma deusa como eu estava fazendo aqui? Onde foi que as coisas começaram a dar errado? Ah, claro, quando eu decidi me aliar a Cassius… a promessa de poder parecia tão tentadora na época, tão… alcançável, mas agora? Tudo que eu tinha eram as correntes dele, as ordens dele, e o som insuportável dos lamentos dessa masmorra. Lux teria rido da minha cara, se estivesse viva para ver isso… e só de pensar nisso, eu sentia algo arder na minha garganta. Lux foi uma tola, e no fim, foi isso que a matou. Quem sabe, se ela tivesse sido um pouco mais forte, teria sobrevivido. Não que isso importasse agora, afinal… ela estava morta e, em algum canto do meu coração, eu sabia que, de alguma forma, isso era minha culpa. Mas o que eu poderia ter feito? Eu queria poder, e se o preço para isso fosse a vida dela…
Cassius Fairfax Dia seguinte...Saia da minha suíte, após ter comido meu desjejum. Andava pelo corredor apressado, tirava alguns fios do meu rosto e seguia caminhando, seguindo em frente.Estava indo em direção a masmorra. Ao avistar logo à frente, eu via de longe o filho da mãe, que estava tão mal como pensava. Ver Zane jogado naquele chão frio como um pedaço de carne sem valor me trazia um tipo estranho de satisfação, porque ele estava ali, quebrado e ensanguentado, o corpo uma massa de hematomas e cortes. Ele estava sentando no chão, respirando lentamente. Totalmente acabado, me perguntava se ele iria aguentar mais. Para qualquer um, ele poderia parecer uma causa perdida, um homem derrotado, mas… eu sabia que, por dentro, ele ainda tinha alguma faísca que precisava ser esmagada." Preciso acabar com ele." pensei, olhando atentamente para ele. Me aproximei devagar, saboreando o momento, enquanto os meus passos ecoavam pela masmorra enquanto eu observava cada contorno da sua de
Zane Quimby O som da risada de Cassius ainda ecoava pela masmorra, uma risada fria e vazia que parecia arranhar meus ossos quebrados. Ele estava ali, diante de mim, seus olhos brilhando de prazer sádico enquanto me observava com aquele sorriso nojento, enquanto cada palavra que saía da boca dele era uma faca enfiada na minha carne, e, pior, ele sabia disso, ele queria isso. Eu estava pendurado no limite, e ele sabia como me empurrar para o abismo, porque o meu corpo estava fraco, despedaçado, mas minha mente… minha mente ainda estava ali, lutando, resistindo. Elena. O nome dela era um mantra na minha cabeça, a única coisa que me mantinha respirando.Cassius falava sobre ela agora, sobre como ele faria de tudo para tê-la, do mesmo jeito que ele falava sobre Elena, com aquele tom doentio, quase babando ao imaginar a cena. Eu podia sentir o ódio queimando dentro de mim, um fogo que nunca apagava, que só aumentava, ao ponto da minha visão começar a ficar turva, não pela dor física,