Renascimento da Luna - Meu ex marido Alpha é meu rival
Renascimento da Luna - Meu ex marido Alpha é meu rival
Por: Bell J. Rodrigues
01 - A Traição

LUX HOLLIS

O castelo de pedra do Alpha Cassius Fairfax estava repleto de flores decorando as paredes, o que deixava o ambiente mais agradável. Os corredores eram todos iluminados por tochas.

O salão principal, embelezado com tapeçarias bordadas à mão e lustres de prata reluzentes, exibia a riqueza e o poder da família Fairfax.

Nasci na riqueza, mas minha fortuna mudou quando fui destinada a me casar com o Alpha Cassius Fairfax. Minha própria família, indiferente aos meus sentimentos, me entregou ao cruel e poderoso líder da alcateia.

Eu nunca sonhei com um casamento perfeito e feliz, mas isso não me impediu de me esforçar para que meu marido me tratasse com carinho. Apesar da indiferença e crueldade de Cassius, eu tentei construir pontes e amenizar as tensões.

No entanto, meus esforços frequentemente resultaram em decepção. O casamento, destinado a ser uma poderosa aliança, transformou-se em um campo de batalha emocional. Eu enfrentava humilhação e sofrimento, mas tentava moldar o coração frio e cruel do meu marido.

Após alguns meses casada com o Alpha e grávida dele, caminhei pelos corredores do castelo, rumo ao nosso quarto.

Girei a maçaneta e entrei no cômodo, olhei para o meu marido, o dominador Alpha que controlava não apenas a alcateia, mas minha vida. Ele estava em sua mesa no canto do quarto, atento a alguns papéis. Meu rosto se entristeceu quando notei que meu marido fingiu não ter notado minha presença.

Eu só queria uma noite normal e tranquila com ele, mas Cassius, como sempre, despejou sua raiva em mim ao notar meus passos se aproximando dele. Ele se virou para me olhar, com os olhos irados.

— O que você quer agora, Lux? Não vê que estou ocupado?

Juntei minhas mãos uma na outra e comecei a falar vagarosamente.

— Meu Alpha, eu só... pensei que poderíamos conversar um pouco, antes de nos deitarmos.

Cassius se levantou irritado, me assustando. Sua mão firme e grande bateu com tanta força sobre a mesa que dei um pulo de susto. Meus olhos se arregalaram de medo e dei alguns passos para trás.

— EU ESTOU OCUPADO, NÃO VÊ? NÃO ME PERTURBE, ME OUVIU? NÃO VENHA ATÉ MIM SE NÃO SOLICITAR SUA PRESENÇA. COMO VOCÊ É IRRITANTE!

O modo grosseiro com que ele proferiu essas palavras fazia meu coração se partir mais uma vez, e ao ver a expressão de ira do meu marido, abaixei a cabeça, apenas obedecendo.

Cassius passou por mim rapidamente, batendo a porta, e naquela noite, eu não sabia quando ele iria retornar ao quarto.

Enquanto continuava a lutar para chamar a atenção de meu marido, meu coração ansiava por um gesto genuíno de afeto.

No entanto, a frieza de Cassius permanecia como um muro impenetrável. Nesse momento sombrio de minha vida, vi minhas esperanças e sonhos escorrerem por entre meus dedos. Sentei-me na cama, sentindo meu coração se partir mais, meus olhos lacrimejando e as lágrimas começando a escorrer pelo meu pequeno rosto.

— Por que ele é tão frio e grosso comigo? — me questionei, sussurrando.

Não entendia por que ele continuava tão amargo e cruel comigo. Deitei-me na cama, fechando os olhos, tentando dormir. Eu queria tentar esquecer o que havia acontecido.

************

Meses depois...

Estava caminhando silenciosamente pelos corredores escuros do castelo. Já havia jantado sozinha na sala de jantar, como sempre, e estava passeando um pouco por aquele enorme corredor. Meu vestido longo rosado arrastava pelo chão, e minha pele pálida revelava marcas invisíveis de uma vida de submissão e tristeza.

— Ainda posso mudar meu marido, sei que ele em breve vai sentir algum carinho por mim. — sussurrei, confiante em minhas palavras.

Segurei o tecido de meu vestido e suspirei profundamente, tentando acalmar meu coração. Eu queria ir para o meu quarto e dormir com meu marido. Ao pensar enquanto caminhava, elevava a minha voz.

— Talvez se o surpreender posso melhorar um pouco nosso relacionamento, é isso! — Indaguei, sorrindo um pouco e colocando suavemente a mão em minha barriga.

Estava grávida de sete meses, e a única coisa que me trazia felicidade nestes meses sombrios era o bebê em meu ventre.

Conforme me aproximava do quarto, comecei a ouvir gemidos e vozes. Fiquei séria e coloquei a mão na maçaneta da porta, me perguntando se deveria abri-la ou não.

— O que é isso? — me questionei, com medo do que iria ver ao abrir a porta. Os gemidos não pararam, e sabia bem o que esses gemidos significavam.

Cerrei meus olhos e elevei minha voz, firme.

— Eu vou entrar — falei determinada, girando rapidamente a maçaneta.

Meu mundo desmoronou quando, no auge da crueldade, descobri a traição de Cassius. Eu não podia acreditar, meus olhos se arregalaram, e eu gritei naquele momento, sentindo dor no peito.

— Não... Isso está mesmo acontecendo? O que é isso, Cassius? — repetia muitas vezes, gritando com ele. Não acreditava no que estava vendo.

As paredes ouviram meus gritos abafados enquanto confrontava Cassius e minha irmã, que estavam nus em minha cama. Era mesmo ela, então não podia acreditar no que estava vendo.

O Alpha rapidamente saiu da cama, vestindo as calças às pressas. Ele me silenciou cobrindo minha boca com sua mão firme e grande, ameaçando-me.

— Pare de gritar, me entendeu? — Me afastei dele, incrédula.

Ele me traiu e ainda me pediu para me calar? O que ele pensava estar fazendo?

Sentia meus olhos molharem, ao ponto de chorar. Tirei suas mãos da minha boca.

— POR QUE FEZ ISSO COMIGO, CASSIUS?

Gritei com ele mais uma vez, sentindo a dor em meu peito aumentar. Meu marido se aproximava mais, com seus olhos vermelhos de raiva e cobria a minha boca novamente, me impossibilitando de falar.

— Eu disse… CALADA! — ele apertou o meu rosto e me empurrou para trás, mordendo seu lábio de raiva. Tentei me libertar e vi rapidamente a outra mão de meu marido em meu rosto.

O tapa que ecoou fez o meu rosto se virar. Coloquei a mão no rosto e me virei para olhar para ele, sentindo as lágrimas rolarem. Nossos olhos se encontraram e ele falou, me ameaçando.

— Não ouse dizer mais uma palavra, você me ouviu? — Não desviei meu olhar do dele. Nesse momento, sentia meu coração partido, sem falar no meu rosto que estava doendo, podia sentir a queimação.

Olhei para minha irmã, que estava sentada na cama com um lençol a cobrindo. Ela estava sorrindo, como se nada tivesse acontecido.

"Como ela ousava fazer isso comigo? Agindo assim?"

Virei o rosto, fitando o chão, tentando controlar as lágrimas que não paravam de surgir. Eu ainda não podia acreditar que minha irmã era tão sem vergonha. Elevei minha voz, mesmo com medo da reação de Cassius.

— Cassius, por que está fazendo isso comigo? Eu sempre fiz tudo por você; carrego seu filho, o futuro Alpha. — Levantei a cabeça para olhar para ele, mas foi um erro.

Cassius segurou meu rosto violentamente com as duas mãos, e nossos olhos se encontraram.

— Você não sabe obedecer, Lux? Quero que saia daqui... AGORA. — Ele gritou e me empurrou para trás. Me equilibrei na parede para evitar cair no chão. Suspirei profundamente, enxuguei as lágrimas que molhavam meu rosto e apenas balancei a cabeça, como sempre fazia. Saí do quarto sentindo uma dor que não conseguia descrever.

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