Três longos dias e nenhuma noticia era trazida deles, não estava com medo que não voltassem mas eram a minha pequena e imperfeita família. Todos os dias eu ia e voltava do alojamento o tempo todo com alguma esperança que eles já tivessem aparecido, ou no minimo uma carta que dissesse que estavam bem. Estava sentada em nossa dimensão de treinamento olhando para o lago quando ouvi um barulho estranho, algo entre as arvores do lado de fora, eu sabia que nenhum dos garotos do acampamento se atreveriam a chegar até aqui e mesmo que vissem eles não conseguiriam passar pelo portal, mas esse não era um garoto qualquer. Ao olhar para trás encontrei com dois cristais cinzas em uma pele branca e cabelos negros sobre os olhos, aquele garoto tinha conseguido passar pelo portal o que quer dizer que ele não é um humano comum, ele é um semideus assim como eu. Minha boca se abria lentamente enquanto eu olhava para ele chocada, era muito difícil ver algum semideus que não fossem meus irmão
- Acorde Aly, você vai se atrasar!- a voz rouca de Ermet ecoava em meus ouvidos mas eu me recusava a levantar, a cama estava gostosa hoje e apesar de não estar chovendo o tempo era frio e agradável. As meias que cobriam meus pés enquanto eu dormia estavam jogadas ao lado da cama depois de uma noite agitada. Ele eme balançava gentilmente como fazia todas as manhãs mas hoje era diferente. - Vai se atrasar para a cerimonia!Meus olhos abriram instantaneamente e meus pés trabalharam sozinhos em direção aos chuveiros do alojamento. Hoje eu seria elevada a coronel da minha primeira equipe especial e havia esquecido completamente. não foi difícil vestir a farda ornamentada do exercito mas como sempre era uma dor ter que tirar minha franja da frente do rosto, mesmo após muita relutância finalmente resolvi coloca-la para tras e por o quepe.- Esta linda. - Ermet evitava falar essas coisas para mim e sempre que fazia desviava o olhar. - Como se sente?- Me sinto
- Mamãe? Você esta aqui? - eu tossia com força por causa da fumaça que me sufocava, toda a casa estava branca e quente. - Mamãe!- Corra Tory! Corra!! - era a voz dela, eles estavam ali tentando matar ela. Corri de encontro a sua voz e a hidra estraçalhou seu corpo como uma pequena boneca, eu tremi e corri para longe das bocas quando tudo se tornou escuridão e eu já não sentia mais a fumaça.Eu podia ve-los sempre que meus olhos estivessem fechados, eu tentei avisar a todos mas não adiantou, nunca adiantava para todos eu estava louca ate que eles chegaram e pegaram todos ...- Ela morreu! Eles vão voltar para me buscar! São monstros! - uma agulha, duas e eu já perdi a conta das vezes que me furaram e me chamaram de louca.- Tory? - meus olhos se abriram devagar enquanto eu me acostumava com a claridade, finalmente o avião havia pousado e já estavamos em terras japonesa
O carro estava com os vidros baixos e o vento entrava bagunçando meu cabelo e trazendo novamente meu sonho persistente a tona, estávamos próximos a uma fazenda afastada da cidade. As horas de avião foram as melhores já que eu finalmente consegui dormir um pouco. Eles não eram barulhentos mas ele era, Issei tornou a viagem de carro um inferno e tudo que eu queria era mandar ele ir apertar a mão de Hades pessoalmente. Suas piadas eram as piores e seu comportamento infantil perto das garotas eram terríveis, perdi as contas de quantas vezes vi Ermet molhar o rosto com a água do cantil e fitar os olhos na estrada.- Finalmente chegamos... - Lucca saiu correndo do carro e tirou o boné para analisar melhor o lugar, as duas garotas desceram e levaram sua própria bagagem para dentro da casa, Ermet pegou sua sacola e a minha atirando ambas no chão enquanto examinava o perímetr
Quando sai de perto deles tentei sem sorte alguma passar pelos seguranças do porão, eles diziam que eu não podia entrar porque era apenas um soldado, em minha última tentativa fui atirado a uns dois metros de distância ralando as costas no chão.- Eu, não queria entrar nessa droga de porão mesmo... - limpei a poeira da roupa e segui em direção a casa da fazenda. - Não se pode fazer nada aqui, mas que droga! Não pder ficar com as pessoas importantes é um tedio.- Issei, onde esta indo? - a morena me chamou da escada da entrada da casa, olhei para ela de lado e estalei a lingua.- Encontrar com Hades quer vir junto? - sorri sem graça estendendo a mão para ela.- O que te deixou de mal humor? - me virei para ela escondendo logo o sorriso e pondo as mãos nos bolsos.- Curiosos irritantes... - me encostei na parede de fora da casa.- Eu vi você tentando entrar no porão.&n
Minhas mãos tremiam. Meu olhar era de puro pavor, eu olhava para as minhas mãos repetidas vezes tendo a certeza que o sangue era de Allegra mas quando eu estava preste a questionar minha existência eu vi seu corpo se mexer como se estivesse respirando fundo. Seus cabelos vermelhos estavam espalhados se misturando ao sangue. A segurei em meus braços com cuidado tirando a terra e os cabelos melados de sangue do seu rosto eu nunca o tinha visto tão nítido. Minha mão deslizou sobre sua bochecha sentindo o calor que emanava e por fim pude soltar a respiração.- Vamos Allegra, acorde. - pedi apoiando seu corpo novamente no chão e procurando algo que sirva para vestir, achei restos da minha blusa e amarrei rapidamente a cintura a pegando nos braços.Corri o mais rápido que pude de volta para a fazenda me martirizando mentalmente por ter me afastado tanto a noite. Allegra não pesava
A fazenda ficava distante da cidade mas seria perigoso demais ir de carro e revelar de onde viemos, por esse motivo decidimos tomar uma rota alternativa a pé. Rodeamos as proximidades da cidade sem deixar rastros e encobrindo nossas pegadas andando apenas por cima das raízes e tentando sair da floresta o mais distante possível da nossa localização original.- Issei, antes de chegarmos na cidade eu gostaria de te agradecer... - falei meio sem pensar e com o ego levemente machucado. Sua expressão não mudou e seu sorriso irônico não apareceu me deixando preocupada.- Não ande desarmada. - foi o que ele disse antes de acelerar o passo sem ao menos olhar para mim.- Achei que eu te dava ordens... - brinquei sorrindo sem graça mas ele parou em minha frente, seu olhar petrificado quase da cor de gelo analisaram meu rosto e ele o revelou tirando minha franja e a prendendo atras da or
Ao chegar no porão fui colocada em cima de uma mesa e Kouta seguiu para um pequeno e rápido interrogatório com Tory, digo que foi rapido porque após dez minuros contados ela voltou revirando os olhos. Ermet havia saído sem deixar rastros e Lucca analisava meu tornozelo esquerdo massageando enquanto ele voltava ao normal, Issei se jogou no chão de qualquer jeito fazendo barulhos ao tentar achar uma posição confortável.- Quero que conheça alguém Allegra. Este é Myd, filho de Tânatos. - Tory anunciou enquanto um garoto alto, branco e com olheiras profundas descia as escadas. Sua presença era forte entre nós porque parecia haver frieza emanando dele.- Isso aqui esta virando um clube bem grande não acham? - Issei reclamou estalando a língua.- Precisamos dele, é o único que sabe o que esta acontecendo. Foi ele quem me deu a suspeita do roubo. - explicou ela se jogando contra a parede.- Então, Myd. Me dê um motivo para acreditar que você
Morte. O som dessa palavra era como música para mim, me lembro de quando ele me ensinou o valor de uma alma para a minha coleção. Me lembro como se fosse hoje da primeira alma que colhi, a dele. Balançando a foice com a pedra d'alma fortemente cravada nela eu fico a imaginar qual o sentido de permanecer vivo, ele poderia ter me deixado ir e ficado com ela mas preferiu morrer.- Quando vai largar essa de cosplay de Tanatos? - Ana se sentou em meu colo rindo da minha situação. Para uma simples humana ela é muito bonita, embora burra e desprovida de sentimentos. O que um cara deve fazer para viver em paz?- Quando vai deixar de ser oferecida? Odeio esse tipo de gente. - da mesma forma que se sentou ela foi embora sem retirar um pingo da minha atenção. Gostava de ficar próximo a ponte de pedra enquanto os motoqueiros corriam de um lado para o outro, bebiam e morriam me dando energia.Fui atraido para cá por causa das mortes recentes, embor