O corpo de Franco Moretti foi encontrado boiando no rio Tibre ao amanhecer. A notícia correu rápido, e a cidade de Roma sentiu o peso do crime. Jornais estampavam manchetes com teorias sobre sua morte. Políticos lamentavam a perda, enquanto os verdadeiros jogadores do submundo viam isso como um sinal claro: Fabrizio Leone estava encurralado. E um animal encurralado sempre era o mais perigoso. Eu e Lorenzo estávamos na mansão, acompanhando as notícias pelo monitor. Domenico entrou no escritório sem cerimônias. — Leone está desesperado — anunciou, fechando a porta atrás de si. — Ele convocou uma reunião com os poucos aliados que lhe restam. Lorenzo sorriu de canto. — Ótimo. Isso significa que ele está pronto para cometer erros. Domenico franziu a testa. — Também significa que ele está mais perigoso do que nunca. Não era um exagero. Um homem como Leone não aceitaria perder sem lutar. E nós éramos os próximos na mira. Plano de Guerra A sala de reuniões da mansão estava cheia
A aliança com os Ricci foi selada, mas não sem custo. Eles exigiram territórios, influência e uma fatia generosa dos negócios que antes pertenciam a Leone. Lorenzo aceitou, mas eu via a tensão em seus ombros cada vez que assinava um novo acordo. Ele não gostava de ceder, mas sabia que era necessário—pelo menos por enquanto.Enquanto isso, a cidade de Roma respirava sob uma aparente calma. A polícia reduziu a pressão, os políticos voltaram a se preocupar com seus próprios jogos, e os capos menores da máfia pareciam aceitar Lorenzo como o novo líder. Mas eu sabia que essa paz era frágil. A morte de Leone havia deixado um vácuo, e vácuos no submundo eram como feridas abertas—alguém sempre tentaria suturá-los, mesmo que fosse com sangue.Eu estava no terraço da mansão, observando o pôr do sol, quando Lorenzo se aproximou. Ele carregava dois copos de vinho tinto, e seu rosto estava sério, mas não tenso.— Pensando demais de novo? — ele perguntou, entregando-me um dos copos.— Sempre — resp
A notícia chegou em um dia comum, mas nada sobre ela era comum. Eu estava no banheiro da mansão, segurando o pequeno teste de gravidez em minhas mãos, quando as duas linhas azuis apareceram. Meu coração parou por um instante, e então começou a bater acelerado, como se tentasse fugir do meu peito.Grávida.A palavra ecoou em minha mente, repetindo-se como um mantra. Eu estava grávida. Grávida de Lorenzo. O homem que jurou nunca me amar, mas que agora compartilhava minha cama e meu poder. O homem que eu havia conquistado, não com lágrimas ou súplicas, mas com força e astúcia.Eu me apoiei na pia, olhando para meu reflexo no espelho. Meu rosto estava pálido, mas meus olhos brilhavam com uma mistura de medo e algo mais—algo que eu não conseguia nomear. Seria felicidade? Esperança? Ou apenas a realização de que minha vida estava prestes a mudar para sempre?— Priscilla? — a voz de Lorenzo ecoou do lado de fora do banheiro. — Você está bem?Eu engoli seco, tentando me recompor.— Estou bem
A gravidez avançava, e com ela, uma sensação de vulnerabilidade que eu não estava acostumada a sentir. Três meses se passaram desde que descobri que carregava o filho de Lorenzo, e cada dia era uma batalha entre a felicidade de ser mãe e o medo constante de que algo pudesse dar errado. O mundo da máfia não era um lugar seguro para se criar uma criança, e eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teríamos que enfrentar essa realidade. Lorenzo estava mais protetor do que nunca, mas também mais distante. Ele passava horas no escritório, cercado por mapas e documentos, planejando cada movimento com uma precisão que me impressionava. Eu sabia que ele estava tentando garantir nossa segurança, mas também sentia que ele estava se afastando de mim, como se a gravidez fosse uma responsabilidade que ele não sabia como carregar. — Você está pensando demais de novo — ele disse uma noite, enquanto estávamos no terraço, observando a cidade. — O que está acontecendo? Eu olhei para ele, tentando encon
A gravidez avançava, e com ela, uma sensação de vulnerabilidade que eu não estava acostumada a sentir. Quatro meses se passaram desde que descobri que carregava o filho de Lorenzo, e cada dia era uma batalha entre a felicidade de ser mãe e o medo constante de que algo pudesse dar errado. O mundo da máfia não era um lugar seguro para se criar uma criança, e eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teríamos que enfrentar essa realidade. Lorenzo estava mais protetor do que nunca, mas também mais distante. Ele passava horas no escritório, cercado por mapas e documentos, planejando cada movimento com uma precisão que me impressionava. Eu sabia que ele estava tentando garantir nossa segurança, mas também sentia que ele estava se afastando de mim, como se a gravidez fosse uma responsabilidade que ele não sabia como carregar. — Você está pensando demais de novo — ele disse uma noite, enquanto estávamos no terraço, observando a cidade. — O que está acontecendo? Eu olhei para ele, tentando en
A noite estava fria, e o vento cortante parecia carregar consigo o peso das palavras de Catarina. Lorenzo e eu estávamos no terraço, mas o silêncio entre nós era pesado, carregado de perguntas não respondidas e medos não expressos. Ele segurava um copo de whisky, mas não bebia—apenas olhava para a cidade abaixo, como se buscasse respostas nas luzes distantes.— Ela não vai desistir — eu disse finalmente, quebrando o silêncio. — Catarina não é do tipo que aceita um "não" como resposta.Lorenzo suspirou, passando a mão pelo rosto.— Eu sei — ele respondeu, sua voz cansada. — Mas ela não tem mais lugar na minha vida. Eu escolhi você, Priscilla. E escolhi nosso filho.Eu sabia que ele estava falando sério, mas também sabia que as emoções não eram tão simples assim. Catarina havia sido parte de sua vida por anos, e o passado tinha uma maneira estranha de se intrometer no presente, especialmente quando menos esperávamos.— E se ela tentar nos separar? — perguntei, minha voz baixa, mas firme
O som dos tiros ainda ecoava nos meus ouvidos. O cheiro de pólvora impregnava o ar, misturado ao frio cortante da noite. Meu peito subia e descia rapidamente enquanto meus olhos varriam o armazém, tentando encontrar Lorenzo no meio do caos.Catarina havia desaparecido na confusão, mas a ameaça que ela deixara pairava sobre nós como uma sentença de morte."Eu quero o seu filho."Essas palavras ainda ecoavam na minha mente.Meu coração disparou quando vi Lorenzo emergir da fumaça, sua expressão carregada de fúria. Ele segurava a arma com força, os olhos escuros faiscando de ódio.— Ela fugiu — ele rosnou, os punhos cerrados. — Mas isso não acabou.Domenico se aproximou, mancando ligeiramente.— Perdemos dois homens — ele informou, a voz carregada de tensão. — Mas levamos três dos capangas dela. Vamos descobrir tudo o que sabem.Olhei para Lorenzo, esperando sua decisão. Ele respirou fundo e assentiu.— Vamos levá-los para a mansão. Precisamos de respostas.Meu coração ainda batia aceler
O cano frio da arma pressionado contra minha têmpora fazia cada segundo parecer uma eternidade. Catarina mantinha um sorriso cruel nos lábios, e seus olhos estavam repletos de uma satisfação sádica. Lorenzo estava imóvel, os punhos cerrados, os músculos retesados como um animal prestes a atacar.— Onde está o meu filho? — minha voz saiu baixa, controlada, mas repleta de um ódio que queimava em minhas veias.Catarina inclinou a cabeça levemente, como se saboreasse meu desespero.— Em breve, você não precisará mais se preocupar com ele.Minha mente fervia. Eu precisava pensar rápido. Catarina sempre foi manipuladora, sempre um passo à frente. Mas dessa vez, eu não podia permitir que ela ganhasse.E então, percebi algo.Ela não planejava nos matar ali.Se quisesse, já teria puxado o gatilho.Ela queria nos fazer sofrer primeiro.Respirei fundo, tentando manter o controle.— Você acha que pode fugir disso? Que pode simplesmente desaparecer com meu filho e que Lorenzo e eu vamos aceitar is