O abraço de Lorenzo foi firme, mas ao mesmo tempo suave, como se ele temesse me machucar. Eu senti o calor do corpo dele contra o meu, e por um momento, permiti-me relaxar. Era estranho, como algo tão simples podia me fazer sentir tão vulnerável e segura ao mesmo tempo. Mas então, a realidade bateu, e eu me afastei, olhando para ele com uma mistura de raiva e confusão.— Isso não muda nada. — Eu disse, a voz tremendo levemente. — Você ainda é o mesmo homem que me humilhou, que me tratou como uma obrigação.Lorenzo parou, os olhos escaneando meu rosto como se tentasse decifrar um enigma.— Eu sei que errei. — Ele admitiu, a voz suave e carregada de emoção. — Mas estou tentando, Priscilla. Estou tentando ser diferente.Eu senti as lágrimas queimando nos olhos, mas me recusei a chorar. Não na frente dele. Nunca na frente dele.— E se você não conseguir? — Eu perguntei, a voz tremendo. — E se tudo isso for apenas mais um jogo para você?Ele parou, os olhos fixos nos meus. Havia algo ali,
Os dias que se seguiram foram uma mistura de tensão e esperança. Lorenzo começou a me incluir mais nas decisões da família, algo que ele nunca havia feito antes. Eu sabia que era um teste, uma maneira de ele ver se eu poderia realmente ser uma aliada, mas eu estava determinada a provar que era mais do que capaz.Uma noite, enquanto revisávamos os planos para uma reunião importante com os líderes das outras famílias, Lorenzo olhou para mim com uma expressão que eu não conseguia decifrar.— Você está pronta para isso? — Ele perguntou, a voz séria.— Pronta para o quê? — Eu respondi, levantando a cabeça para encará-lo.— Para o que está por vir. — Ele explicou, os olhos escuros e cheios de aviso. — Nem todos vão aceitar você, Priscilla. E alguns podem tentar te machucar.Eu sorri, sentindo uma determinação queimando dentro de mim.— Deixe-os tentar. — Eu disse, a voz firme. — Eu não sou mais a garota que você se casou, Lorenzo. Eu aprendi a jogar o jogo, e eu jogo para vencer.Ele olhou
A noite estava quente, o ar pesado com o cheiro de flores e o som distante de música vindo da cidade abaixo. A mansão de Lorenzo ficava no topo de uma colina, isolada do mundo exterior, e naquela noite, parecia que éramos os únicos dois seres vivos em um universo silencioso. Eu estava na varanda, olhando para as luzes da cidade, tentando processar tudo o que havia acontecido na reunião. Valentina havia deixado uma marca, mesmo sem estar presente, e eu sabia que sua sombra ainda pairaria sobre nós por um bom tempo.Lorenzo apareceu atrás de mim, silencioso como um predador. Eu não precisava virar para saber que era ele; eu podia sentir sua presença, como se ele emanasse uma energia que só eu conseguia perceber.— Você deveria estar dormindo. — Ele disse, a voz suave, quase um sussurro.— Não consigo. — Eu respondi, sem olhar para trás. — Muita coisa aconteceu hoje.Ele se aproximou, parando ao meu lado. Estávamos tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo, mas ele não me tocou.
Depois de nos entendermos, Lorenzo e eu decidimos lutar por nosso casamento, e as coisas estavam ótimas. Nós ainda não tínhamos consumado o casamento, e eu queria muito que isso acontecesse.— Eu quero ser sua — sussurrei assim que nos separamos no beijo.Os olhos de Lorenzo se arregalaram com o meu pedido ousado, sua mente correndo para processar as palavras que saíram da minha boca. Ele ficou surpreso com o desejo cru e sem filtro em minha voz, a maneira como eu estava falando com ele com tanta intimidade descarada.— Que porra é essa, Priscilla? — ele rosnou, seu tom uma mistura de choque e raiva. — Você não pode simplesmente... quero dizer, nós mal nos conhecemos de novo!Apesar de seus protestos, seu olhar desceu, atraído para as curvas do meu corpo sob minhas roupas. Ele se lembrou da sensação de minha pele, do gosto de meus lábios, do som de minha risada. As memórias voltaram à tona, fazendo sua cabeça girar.— Mas tudo bem — ele rangeu, sua determinação desmoronando sob a forç
O sol invadia o quarto através das cortinas semiabertas, tingindo os lençóis de um dourado suave. Meu corpo ainda estava colado ao dele, a respiração de Lorenzo quente contra minha nuca. Por um instante, permiti-me simplesmente existir naquele momento, absorvendo a sensação rara de segurança e pertencimento.Mas não me enganei.A noite passada não apagava tudo o que aconteceu antes.Desvencilhei-me devagar, tentando não acordá-lo. A liberdade durou pouco—um braço forte me puxou de volta para a cama.— Tentando fugir, piccola?A voz rouca e sonolenta fez um arrepio correr pela minha espinha. Me virei para encará-lo. Lorenzo De Luca estava deitado de lado, os olhos semiabertos e um sorriso preguiçoso nos lábios. Era desarmante vê-lo assim, sem a máscara de frieza que ele sempre carregava.— Só preciso tomar um banho — menti.— Hm.Ele não me soltou. Pelo contrário, os dedos deslizaram pelo meu braço nu até minha cintura.— Dorme mais um pouco — murmurou, puxando-me contra ele.— Você nu
A noite estava escura e úmida quando Lorenzo e eu voltamos para casa. O silêncio entre nós era carregado, não de tensão, mas de algo mais perigoso. Admiração. Respeito. Um jogo de poder que nenhum de nós queria perder. Lorenzo dirigia com a expressão impassível, os dedos longos e firmes no volante. Eu observava a cidade através da janela, sentindo a adrenalina ainda pulsando nas minhas veias depois do que aconteceu no galpão. — Rizzo estar vivo muda tudo — murmurei, quebrando o silêncio. Lorenzo não desviou os olhos da estrada. — Muda, sim. Mas não o suficiente para me assustar.Sorri de lado.— Não disse que você deveria ter medo. Mas deveria estar preparado. Ele soltou um riso baixo. — Você tem uma péssima mania de me dizer o que fazer, piccola. Cruzei as pernas, o vestido subindo um pouco na minha coxa. O olhar dele desviou por um segundo antes de voltar à estrada. — Alguém precisa garantir que o Rei não tome decisões estúpidas.Ele arqueou uma sobrancelha.— E você se
O beijo de Lorenzo foi como uma tempestade—intenso, imprevisível e cheio de fogo. Quando ele se afastou, seus olhos brilhavam com uma mistura de admiração e algo mais... algo que eu não conseguia decifrar. Mas eu sabia que, naquele momento, ele finalmente me via como uma igual. E isso era tudo o que eu precisava.— Você sempre sabe como me surpreender — ele murmurou, a voz rouca e carregada de uma tensão que eu conhecia bem.Sorri, sentindo o formigamento ainda em meus lábios.— E você sempre subestima o que sou capaz de fazer.Ele riu baixo, mas o ar ao nosso redor estava pesado, carregado de promessas e perigos. Rizzo era apenas o começo. Eu sabia que, no mundo da máfia, a paz era uma ilusão. E eu não estava disposta a ser apenas uma espectadora.— Vamos para casa — Lorenzo disse, segurando minha mão com uma firmeza que me fez sentir protegida, mesmo sabendo que eu não precisava de proteção. — Precisamos planejar nosso próximo movimento.Assenti, mas minha mente já estava trabalhand
...capo recebesse o convite de forma direta, sem deixar margem para recusa. Era uma jogada ousada, mas necessária. Se queríamos consolidar nosso poder, precisávamos enfrentar os líderes restantes de frente.Na noite da reunião, a mansão estava impecável. O grande salão havia sido preparado para receber os convidados, e a tensão pairava no ar. Homens de confiança estavam posicionados estrategicamente, garantindo que qualquer movimento suspeito fosse detectado antes que se tornasse uma ameaça real.Lorenzo e eu estávamos lado a lado, como um verdadeiro casal da máfia. Eu usava um vestido preto elegante, que me fazia parecer tanto uma rainha quanto uma guerreira. Ele, de terno impecável, emanava a autoridade de um líder que sabia exatamente o que estava fazendo.Os primeiros capos começaram a chegar. Homens de rostos fechados, alguns desconfiados, outros calculistas. Um por um, tomavam seus lugares à grande mesa de carvalho, esperando para ver o que Lorenzo De Luca tinha a dizer. Mas ele