NICHOLAS— Parabéns, filho. — meu pai joga um exemplar de jornal em cima da minha mesa — Você é a capa do The Daily News de novo. Só que dessa vez não é no caderno de negócios e eles não te chamaram de salvador.Seu olhar é sério apesar da sua voz ser amistosa. Olho de relance para a matéria no jornal e faço um gesto desdenhoso com a mão para o meu pai, dizendo que estou ocupado demais para ver o que os jornais dizem sobre mim.— Não tem problema. Se você não tem tempo de ler, eu leio pra você.Ele limpa a garganta e começa.— "Presidente da HHE é flagrado aos beijos com morena misteriosa". — ele olha pra mim por cima do jornal com um olhar acusador.Eu apenas sorrio então ele continua.—"Na noite de ontem, o playboy CEO Nicholas Hoffman foi visto aos beijos dentro de uma boate aqui mesmo em Nova Iorque. Testemunhas disseram que após a sessão de beijos na pista de dança, os dois entraram em um dos banheiros e ficaram por lá por cerca de dez minutos. Não sabemos nada sobre a morena mis
Transar com ela dentro daquele banheiro só serviu para foder ainda mais com a minha cabeça. Deus, eu estava prestes a esquecer tudo e dizer que a queria de volta, implorar se fosse necessário, mas o nome daquele filho da puta em seu celular enviou ao meu cérebro uma carga de amor próprio e ao meu coração, uma onda glacial de indiferença. Sair e encontrar a Ada pronta para armar um escândalo também não ajudou em nada o meu estado de ânimo.E o resultado? Bebi até esquecer. Ou achar que esqueci. Não é de se admirar que a minha cabeça esteja a ponto de explodir essa manhã. Não fosse a Srta. Hitchcock eu ainda estaria bebendo. A visita dela à minha sala me ajudou a acordar um pouco e por ora, esquecer do meu encontro com o amor da minha vida ontem.Sou tirado dos meus pensamentos pelo som do meu e-mail. Checo rapidamente e quase deixo pra lá, já que é um e-mail da Molly, mas por fim acabo lendo. É uma série de informações sobre os negócios paralelos do Mike e umas conversas telefônicas. T
— Chame a Rachel seu idiota e você vai ver como eu posso entrar. — digo apontando o dedo no peito do cara.— A senhora Rachel não está, senhor.Rosno de raiva. Pego o frasco de comprimidos que levo sempre no bolso do meu casaco e engulo duas pílulas. Desde que vi e transei com a Ellen na boate, eu não durmo. Não consegui pregar o olho porque toda vez que fazia isso, eu a via com a cabeça jogada para trás em prazer e ouvia seus gemidos no meu ouvido.— Ela sempre está. — digo entre os dentes — Por que não está hoje?— Não conheço os detalhes da agenda da senhora Rachel, senhor. Mas se quiser, pode esperar.— Ótimo. — digo dando um passo à frente.— Aqui fora, senhor. — ele enfatiza e eu dou meia volta, irado.Espero sentado na minha moto por mais de meia hora, mas ela não aparece, então desisto e vou embora bufando de raiva. Saio a toda velocidade como se o diabo estivesse atrás de mim e por um instante acho que está mesmo. Minha mente tão nublada que mal percebo quando passo por um po
ELLENEssa cólica dos infernos não passa. Já tomei mil doses de Buscopan e nada. Está aí uma coisa que eu não sentia falta quando estava naquela maldita situação de cadeirante. Não sei por que a mãe natureza não pode simplesmente enviar uma mensagem do tipo: "Olá, você não ficou grávida. Nos vemos no mês que vem." Mas parece que desde que eu me recuperei cem por cento, meu corpo quer compensar pelos meses em que a minha menstruação não veio. E está compensando com dores horríveis e uma quantidade de sangue que pode facilmente ser confundida com uma hemorragia.— Você está um porre hoje, Ellen. — a Melissa diz, olhando por cima dos seus planos de estudo.— Estou morrendo de dor. Tenho mil e uma coisas passando na minha cabeça e você ainda quer que eu esteja distribuindo simpatia?Ela apenas sorri, sacudindo a cabeça sem nenhuma vergonha. Eu rolo os olhos e volto a encarar o teto. Agora definitivamente não pensando mais no meu ciclo menstrual restaurado e sim nas outras coisas que ronda
Ao redirecionar a atenção de volta pra mim, Cami e Loren me olham com curiosidade estampada. Sobre o quê mesmo estávamos conversando? Ah, sobre o quando o Nick é bom de cama. Ou de chão. Ou de parede. Ou de qualquer lugar onde ele trepe com alguém. Quanto a isso, não há mais nada que eu possa falar. Eu transei com ele. Foi uma delícia, embora não tenha sido uma decisão lá muito inteligente. Francamente eu estava com tanto tesão que não poderia ter pensado racionalmente mesmo que eu quisesse. Mas eu não me arrependo do que fiz.— Ainda não consigo acreditar que você não me contou antes que namorava um cara como aquele, Ellen. — Melissa resmunga, penteando os cabelos loiros curtinhos.— Eu não queria que ninguém soubesse sobre o meu envolvimento com o patrocinador da nossa equipe. Não queria que pensassem que conseguimos porque eu transava com ele.Tecnicamente não é mentira.— Não vem com essa. A equipe só pegou o contrato de patrocínio agora e vocês já terminaram há meses. E mesmo ass
Ele olha a minha boca por poucos segundos, mas suficientes para fazê-la secar. Depois se inclina um pouco e eu penso em me lançar contra ele, mas recuo no último minuto. Nick fecha os olhos com força e quando os abre, enfia a mão dentro do bolso da sua jaqueta de couro e tira um pequeno frasco. Põe uma pílula na mão e a engole rápido. Solto um longo e audível suspiro ao ver isso. Ele realmente voltou a se drogar. Mas além de mim, eu sei a razão de tudo isso.— Sinto muito pelo Oliver, Nick.Ele abaixa a cabeça e de repente seus ombros começam a tremer. Percebo que é porque ele está chorando. Não emite nenhum barulho, mas a quantidade de lágrimas que descem pelo seu rosto é absurda. Sento-me ao lado dele e trago sua cabeça ao meu encontro. Ele se aninha na curva do meu pescoço e me abraça. Nossa! Sua dor também me machuca. Eu começo a dizer palavras de consolo no seu ouvido, como "fique calmo", "vai melhorar", "você vai ficar bem", mas ele não parece estar me ouvindo porque em contradi
Assim como da primeira vez que eu e o Nick dormimos juntos, acordo e vejo seu belo rosto assim que abro os olhos. Está mais abatido do que naquela ocasião, mas por baixo da casca de um homem ferido, sei que mesmo que seja lá no fundo, ainda existe o homem que eu amo.Sei que não deveria, – afinal, ele vai se casar – mas fico um bom tempo deitada ao seu lado, ouvindo os batimentos ritmados do seu coração e sentindo o seu cheiro. Normalmente eu durmo com o Nicky, meu cachorrinho de pelúcia de meio metro que o Nick ganhou pra mim quando fomos ao parque. Eu costumava esfregar as camisas do Nick no bichinho para me sentir bem na hora de dormir, toda vez que ele ia à Nova Iorque e, incrivelmente, depois de tanto tempo, o cheiro ainda está impregnado. Bem fraquinho, mas eu ainda o sinto e é com esse cheiro que eu durmo todos os dias.Agora, porém, o cheiro real do homem real, é a coisa mais reconfortante que eu tenho em meses de noites e mais noites de sono ruins. Imprensada em alguns centím
Abro a boca para dizer que não é nada do que ele está imaginando, mas é inútil. Assim como da outra vez, ele está tirando conclusões precipitadas.— Deixe-me adivinhar... é dele, não é?— É, mas...— Porra. É inacreditável. Eu aqui abrindo a porra do coração pra você, dizendo que te quero de volta, disposto a esquecer toda aquela merda que você fez e você ainda está com ele?Como ele pode dizer ainda, se eu nunca estive?— Você está errado, Nick. — digo calmamente, ou pelo menos parecendo calma já que meu coração está a mil — E se for pra repetir a briga de meses atrás, é melhor pularmos para a parte onde eu e você nos separamos novamente. Não aguentarei você falando tudo aquilo outra vez.— E você ainda age como se eu fosse um crápula? Foi você quem me traiu.— Eu nunca traí você Nick, pelo amor de Deus. — digo num tom de voz mais alto do que eu queria.— Então como você chama estar nua em uma cama ao lado de um cara que claramente não é seu namorado após a noite do dia dos namorados