Matteo estava no escritório revisando o último lote de várias contratações, mas, apesar de estar com pressa para terminar, não conseguia se concentrar depois da ligação que recebera. No entanto, precisava concluir rapidamente, pois, como todos os dias, tinha que passar pelo Jardim de Infância onde Xavier estudava.Depois de se recuperar da perfuração pulmonar e de uma infecção, começou a visitá-lo com a cumplicidade da professora, passando algumas horas jogando e conversando com ele. Matteo recordou-se de quando o visitou pela primeira vez, pouco mais de três meses atrás.«—Papai? Você não me abandonou? —perguntou com os olhos arregalados.Matteo se ajoelhou no chão e, com lágrimas nos olhos, falou enquanto o abraçava.—Jamais, meu filho! Eu nunca te abandonaria. Papai sempre estará aqui por você e por seu irmãozinho quando ele nascer. Eu te amo mais do que a minha própria vida. Não pude vir antes porque estive doente, com dificuldades para respirar, e passei mais de três meses sem po
Gálata recebia cada investida de Adriano, gemendo sem parar. Cada movimento a aproximava ainda mais daquele ápice de prazer que tanto ansiava, e que fazia tanto tempo que não experimentava. Sentia-se tão excitada; aquele homem era pura paixão, fogo. No entanto, sua consciência, que parecia ser sua pior inimiga naquele momento, trouxe-lhe as lembranças do último encontro com Matteo."Isso é apenas sexo, no final você vai se arrepender e não vai sentir ternura, muito menos amor, como da última vez", tentou afastar esses pensamentos, pois não queria permitir que eles a invadissem naquele momento.Depois de experimentar a explosão do orgasmo, sentiu uma sensação estranha. Levantou-se do sofá onde estavam, sem dizer uma palavra, pegou suas roupas, seu celular e foi para o banheiro. Ela havia dito que não sentiria arrependimento, mas não pôde evitar. Via o olhar acusador de Matteo em sua mente.— Maldito cubo de gelo! Não venha me julgar, você não tem direito. Você desapareceu da minha vida
Por um momento ninguém falou, tudo era um silêncio denso e incômodo até que seu pai decidiu quebrá-lo.— Trata-se de Nick, ele se associou com uma marca alemã de carros e vão abrir uma filial na Itália. Além disso, ele sabotou vários negócios que tínhamos em sociedade com outras famílias. Cancelou todos os nossos negócios com ele, invocou uma cláusula dos contratos que estabelece falta de probidade dos sócios, para nos pagar o valor das ações e nos tirar de todas as sociedades onde estávamos juntos, e na que nós administramos, estão pedindo o valor investido. Tudo está um desastre, as ações das empresas Ferrari começaram a cair — falou com uma ponta de preocupação, mexendo o gelo no copo de whisky em suas mãos.— O Consórcio Ferrari é um gigante, ele não conseguirá fazer nada. E por que ele está agindo contra nós? Ele não se importa com seus netos? Eles também são Ferrari — exclamou indignada. — Com certeza tem a ver com Matteo, ele me ligou pedindo para voltarmos, e como eu neguei, i
Naquele dia, após o ocorrido com Helena e Franco, Matteo saiu do escritório para encontrar-se com seu filho, como fazia diariamente. Chegou alguns momentos atrasado porque se distraiu conversando com Franco. O rosto do pequeno estava pensativo, sem focar sua atenção em nada, até o momento em que virou a cabeça e o viu chegando. Imediatamente seu semblante se iluminou, e ele correu para recebê-lo.— Papai, você veio! Pensei que não viria me visitar —. Matteo se abaixou e o levantou, jogando-o duas vezes para o alto, enquanto o menino ria alto.Vê-lo assim lhe causava uma alegria imensa, apesar de tudo, seu filho parecia muito feliz.— Você não sabe que esse é meu momento favorito do dia? Faço tudo rápido para poder voltar para você. Nunca se esqueça, seu papai te ama — disse, beijando sua testa.— Papai, quando vamos voltar para casa? Sinto falta de dormir os três juntos, e agora seremos quatro com o Evans — disse, abrindo sua mochila e tirando uma câmera digital, entregando-a ao pai.
Matteo não conseguiu se conter, pela primeira vez deixou seus desejos tomarem controle de suas ações. Ele a puxou para perto e uniu seus lábios aos dela. No início, Gálata resistiu, mas diante da insistência de Matteo, acabou cedendo aos seus beijos. Suas bocas se encontraram de forma úmida, quente e ansiosa, em uma dança erótica. Ela sentia como se tivesse lava correndo em suas veias em vez de sangue.Ambos se entregaram àquelas sensações deliciosas. Gálata estava imersa, sentindo cada carícia à flor da pele. Seu corpo ardia, e o toque das mãos de Matteo era o único capaz de acalmá-la. Mas, de repente, as lembranças do passado voltaram à sua mente, enchendo-a de raiva.Sem se importar com as consequências, ela interrompeu o beijo e mordeu o lábio inferior de Matteo com tanta força que sentiu o gosto metálico do sangue. Ele se afastou, levando as mãos aos lábios para conter o sangramento.Matteo ficou olhando para ela, surpreso. Não esperava tal reação. Enquanto isso, Gálata o encarav
Galata estava nervosa, não queria aceitar, não queria ir a lado nenhum com Leandro, a sua amiga Paula tinha razão, havia algo de sinistro nele.—Eu... —, começou a dizer, quando, para sua alegria, chegou um carro e apareceram os clientes com quem se ia encontrar para uma reunião de negócios, o que a fez sentir-se aliviada.Assim que saíram, dirigiram-se para ela.—Senhora Ferrari, bom dia, viemos preparados para a reunião —, disse um deles.Claro, Sr. Costa, venha, siga-me. Desculpa Leandro, não te vou poder atender por agora, falamos mais tarde, espero que tenhas um bom dia. Dito isto, entrou no edifício, sentindo-se aliviada por se poder afastar de Leandro, ele não era quem parecia ser e naquele dia não teve dúvidas disso.Subiram para a sala de reuniões e, depois de os ter instalado, ele saiu para preparar os desenhos para a apresentação, imprimiu-os para melhor manuseamento.Quando Nella viu Galata, levantou-se com preocupação ao ver o seu olhar angustiado.—Qual é o problema, Sra.
Matteo estava magoado com seu pai. Na verdade, ele não pretendia perdoá-lo e até tinha planos de mudar seu sobrenome. Mas, quando o viu cair, sentiu um medo profundo.Ele o segurou com uma mão, pois na outra carregava seu filho, e começou a chamar a secretária.— Senhora Betty! Por favor, venha! — exclamou. Entregou o bebê à mulher e dirigiu toda sua atenção ao pai. — Por favor, ligue para a emergência!Tentou despertá-lo, mas ele não reagia. Matteo o levantou como se não pesasse nada, apesar de ser bem robusto; isso se devia à adrenalina que sentia naquele momento. Começou a caminhar pelo corredor em direção ao elevador.— Não me faça isso, não ouse me deixar agora — disse com uma voz suplicante, enquanto a culpa o corroía por dentro. — Desculpe-me, se quiser, mantenho seu sobrenome, mas não se atreva a morrer! Está me ouvindo, Nick Sebastini?! Se você morrer, juro que tirarei seu sobrenome e nem sequer irei ao seu velório.Enquanto falava, lágrimas rolavam por seu rosto. Ele se sent
O tempo foi passando, e ainda aguardavam por notícias. Decidiram não chamar sua irmã Alondra para não preocupá-la, pois ainda esperavam os resultados dos exames.Para alívio de todos, algumas horas depois, os resultados estavam prontos. Como não era algo tão grave, Nick se recusou a ficar no hospital e, após insistir, recebeu alta. Estava ansioso para falar com Matteo.Ao chegarem em casa, ele não quis ir para o quarto.— Nem pensem que vou me trancar no quarto. Não estou doente, foi apenas a angústia e a tristeza do momento. Estou bem, não se preocupem — declarou, tentando tranquilizá-los.— E um lembrete do seu coração. Por isso, você deveria estar descansando como um senhor de idade — provocou Matteo, com uma mistura de seriedade e brincadeira.— Idoso? Eu ainda sou jovem! Até a enfermeira me perguntou se eu tinha cinquenta e seis — disse sorrindo.— Está ouvindo, Dona Sophia? Seu marido desmaia só para flertar com as enfermeiras? — brincou Matteo, e sua mãe se irritou.— Nick Seba