Gálata havia saído cedo com sua mãe e já tinha encontrado o instituto onde cursaria seus estudos de design. Voltou para casa emocionada, mas, ao entrar, a assistente que cuidava de seu filho estava quase chorando junto com ele, que estava em um estado de histeria, e a expressão da moça não era muito diferente.— Quero o meu papai! — soluçava o pequeno, com tanto sentimento que comovia todos que o ouviam.Ele viu sua mãe e estendeu os braços em sua direção, sem parar de chorar, com uma expressão de tristeza em seu rostinho.— Calma, meu doce menino, não chore, senão vai ficar todo enrugadinho como uma uva passa — falou Gálata com carinho para acalmá-lo.— Se eu ficar adugadinho, posso ver meu papai? — perguntou o menino, cheio de esperança.— Logo você verá o seu papai, ele vai vir para ver seu menino lindo — respondeu ela, sem ter certeza se o que dizia era verdade. Subiu com ele para o quarto e o abraçou forte contra o peito.Menos de vinte minutos depois, sua mãe bateu à porta e ent
Matteo observou Camillo de cima a baixo e, pela expressão corporal dele, sabia quais eram suas intenções, mas não estava disposto a deixá-lo fazer o que queria.— Camillo, suas intenções estão claras em seu rosto, mas agora não vou te dar esse gosto. Não tenho intenção de brigar com você, especialmente enquanto estou carregando meu filho, e além disso, não tenho tempo para perder com isso — declarou calmamente, afastando-se e caminhando para longe de Camillo.— Você me deve uma! — exclamou, indignado. — Você é meu amigo, mas o que fez com minha irmã eu não vou deixar passar. Você poderia ter sido honesto com ela, não teria custado nada, mas preferiu enganá-la e a transformou em motivo de piada para todos.» Quando você se casou com minha irmã, eu te disse que não era uma boa ideia, porque você não a amava. Sempre esteve obcecado por Helena, ela foi sua fixação desde sempre, e agora, assim que ela apareceu, você correu para ela, sem se importar com sua família, com o sofrimento que cau
Adriano levou Gálata até a mesa, uma localizada no lado esquerdo, em uma área que oferecia mais privacidade. Ele puxou a cadeira, e a jovem se sentou com um sorriso.— Muito obrigada, você esperou muito tempo por mim? — perguntou, olhando para aqueles olhos verdes, tão diferentes dos outros que conhecia."Chega, Gálata! Não vale a pena continuar lembrando do cubo de gelo, quando você tem na sua frente um homem tão caloroso quanto o sol ardente de verão", pensou consigo mesma.— Cheguei faz uns quinze minutos. Estou acostumado a chegar cedo para os meus compromissos. Como estão as suas coisas? E o seu pequeno, como ele está? Com quem você o deixou? — Adriano fez uma série de perguntas, provocando outro sorriso em Gálata.— Se você me fizer uma pergunta de cada vez, posso respondê-las uma a uma, porque assim você está me sobrecarregando — comentou, sem esconder seu pensamento.— Desculpe, preciso confessar algo... Também estou um pouco nervoso. Faz tempo que não convido uma mulher para
Por alguns segundos, Matteo permaneceu ali, inerte, apenas observando e gravando aquela imagem em seu coração. No entanto, não teve coragem de armar um escândalo, chegando à conclusão de que não faria sentido. Seria apenas um ato de desespero absoluto. "O que eu ganharia com isso? Me humilhar? Envergonhá-la? Fazer com que me odeie ainda mais?", pensou, angustiado e com o coração despedaçado.Olhou uma última vez para o casal e saiu dali como se estivesse sendo perseguido por centenas de demônios. Sentia um vazio em seu peito, as lágrimas nublavam sua visão, e ele estava prestes a desmoronar. Não estava acostumado a perder o controle. Quando estava saindo, esbarrou no corpo de uma mulher, que teria caído de cara no chão se não fossem mãos familiares para ela que a seguraram.—Matteo! —disse a voz da mulher, surpresa ao ver o estado do homem.Matteo, ao ouvir seu nome da boca da mulher, saiu do tipo de transe em que estava.—Helena! —exclamou, olhando para ela, incapaz de esconder sua d
Gálata sentiu o cheiro de madeira e frutas cítricas, característico de Matteo, e um lampejo de lucidez tomou conta de sua mente, afastando-a de Adriano.— Isso não está certo, Adriano. Eu não aceitei vir com você com outras intenções. Acho que as coisas estão indo rápido demais. Ainda sou uma mulher casada e não posso permitir que você me beije. Não é correto — declarou, sentindo seu coração acelerado.— Você não se cansa de fazer o que é certo? — perguntou Adriano, olhando-a com intensidade.— Tenho uma família e uma reputação a zelar. Envolver-me com alguém agora não faz parte dos meus planos. Não estou interessada em nenhum relacionamento amoroso. Tenho metas claras na vida, e não vou me desviar delas por causa de um homem. Fiz isso uma vez e me perdi de mim mesma.— E, apesar de me sentir lisonjeada com seu interesse... Como não me sentiria? Vivi quase oito anos com um iceberg, um homem que nem sequer me procurava. Não tenho planos de encontrar alguém para complicar minha vida. Se
Matteo viu aqueles olhos cinzentos brilhando de raiva. Tentou falar, mas sua voz não saía forte, e Gálata não prestava atenção em suas palavras. Ela estava alterada e começou a bater no peito dele com força. Matteo não tentou detê-la, pois, além de sentir dor, achava justo deixá-la extravasar toda sua raiva. Apenas esperava que, depois, ela pudesse ouvi-lo, pois, desta vez, ele queria falar e dar suas razões.— Meu amor, por favor — conseguiu sussurrar, mas, para ela, isso foi como um pano vermelho na frente de um touro.— Meu amor, o que nada, Matteo! Prepare-se, meus advogados vão trazer os papéis do divórcio para você assinar. Não me importa se eu tiver que usar todo o poder da minha família para conseguir isso. Eu não quero saber mais de você.— Gálata, não vá! — exclamou, sentindo um medo profundo de perdê-la para sempre.A cabeça de Matteo zunia, ele sentia o estômago revirado, o corpo tremendo. Ao ouvir todos os insultos de Gálata, seu coração parecia sangrar de dor. Segundos d
— Senhor Matteo, você já não tem mais o apoio dos Sebastini. Seu pai fez uma coletiva de imprensa ontem e o deserdou. Declarou que seus negócios não têm nada a ver com você e que, a partir de ontem, ele não o reconhece mais como filho — declarou o advogado com uma expressão desafiadora.Matteo riu, fingindo que não se importava e que aquelas palavras não o atingiam, mas, na verdade, ele sentia uma forte opressão no peito e um nó na garganta. Não era pelo dinheiro — ele não precisava —, mas por não conseguir entender como seus pais podiam virar-lhe as costas justo quando mais precisava de alguém.— Você acha que eu preciso do status ou do dinheiro dos meus pais? Eu trabalho desde jovem, construí minha própria fortuna, não preciso mendigar nada do meu pai — disse com uma expressão de superioridade.— Você pode ter seus próprios meios, mas não acredito que consiga superar a riqueza dos Ferrari. Portanto, não está em condições de enfrentá-los. Ou você assina esse divórcio, que atualmente
Elizabeth olhou para ele com tristeza. Tinha se afeiçoado ao rapaz, pois ele a lembrava de seus filhos, que estavam longe. Ela acreditava firmemente que, na vida, colhemos o que plantamos, e queria plantar boas ações, para que seus filhos, onde quer que estivessem, colhessem bondade e solidariedade dos outros.Ela colocou a máscara de oxigênio novamente.— Não se preocupe, Matteo, eu estarei com você. Vou cuidar de você a partir de agora, se não se importa em aceitar uma mãe postiça — disse ela com um tom alegre, enquanto ele assentia, comovido.Ele tentou tirar a máscara de oxigênio novamente, mas ela não permitiu.— Falamos sobre isso depois. Agora, você precisa deixar a máscara no lugar se quiser se recuperar rapidamente. Vou ver se aquela moça, Helena, já reagiu e volto para te informar.*****Helena abriu os olhos lentamente, apenas uma pequena fresta. Estava desorientada; por um momento, sua mente estava nublada, sem lembrar de nada. Fechou os olhos com força novamente, mantendo