Quanto às provocações, Clara não se deixou abalar. Ergueu o olhar para encará-lo, mas não conseguiu evitar soltar uma risada.- Sr. Duarte, fui bem clara. Já sou casada, não precisa agir assim só porque recusei suas investidas, não é?Sua implicância era implícita. Como um homem adulto pensava assim?Sua voz clara e firme ecoou com tranquilidade, acompanhada por risadas irônicas ao redor.O rosto de Duarte instantaneamente ficou vermelho e os punhos se cerraram.- Você está dizendo que estou te perseguindo?Clara levantou uma sobrancelha, com uma expressão de desamparo.Nesse momento, o silêncio foi mais eloquente do que qualquer resposta, deixando os espectadores adivinharem por si mesmos.De fato, foi Duarte quem a trouxe aqui e sua atitude mudou repentinamente após Clara mencionar seu casamento.Será que ele não conseguia aceitar a rejeição?Apesar de Duarte ter sido um tanto duro com o dinheiro, é válido questionar a falta de equilíbrio dele em perseguir implacavelmente uma mulher
Rafaela quase perdeu o fôlego com a resposta de Clara. Seus lábios tremeram repetidas vezes, mas ela não conseguiu articular uma frase completa. Desesperadamente, buscou a ajuda de Simão.O homem estava tranquilo, brincando displicentemente com as cartas. Era sua vez de falar e ele simplesmente empurrou algumas fichas na direção do centro da mesa.Ele fez uma aposta de vinte milhões.Isso instantaneamente roubou a atenção dos espectadores e, indiretamente, salvou Rafaela.Ela suspirou aliviada, mas ainda estava um pouco abalada. Percebendo que ninguém estava prestando atenção nela, lançou um olhar feroz na direção de Clara.Clara apenas curvou levemente os lábios, fingindo não notar, e colocou os dedos sobre as duas cartas à sua frente, como se estivesse completamente imersa no jogo.Com a aposta de Simão de vinte milhões, de acordo com as regras, as apostas subsequentes teriam que ser iguais ou maiores que essa quantia.O pote já estava chegando perto de dois bilhões.O crupiê par
Duarte não escutou mais nada, ele só ouviu o som real de espadas se desdobrando diante dele. Essa combinação de cartas era uma chance de uma em dez mil, algo que um novato só conseguiria em um evento raríssimo. No entanto, se não fosse por isso, por que essa mulher tão cautelosa arriscaria oito bilhões? A menos que, aos olhos dela, essas cartas fossem imbatíveis.Na última rodada, quando ele já havia investido um bilhão, Duarte estava hesitante. Agora, ouvindo os murmúrios dos espectadores, ele franziu a testa instintivamente e olhou na direção de Clara. No entanto, a mulher maldita permaneceu impassível, sem qualquer expressão no rosto, e até mesmo notou o olhar dele, virando a cabeça para dar uma olhada.- Sr. Duarte, esta é a última rodada. Você não vai jogar? O significado implícito era que, se ele desistisse agora, todo o dinheiro no pote seria dela. Ela estava apenas declarando um fato, mas Duarte já estava perturbado, sentindo que era um blefe de Clara. Não é que ele não
- Senhor? - Clara chamou com um olhar de perplexidade.Carlos ergueu os olhos e sorriu para ela. - Vou ficar com o valor original.- Senhor, por favor, aceite. Nós levamos as promessas a sério nesse ramo.Uma novata no cassino, ganhando vinte bilhões em uma única noite, e ainda por cima sendo uma mulher, provavelmente não sairia dali sem encrenca.A melhor maneira de lidar com isso era transferir o problema para outra pessoa.A promessa original a Carlos tinha se tornado a melhor desculpa.A expressão de Carlos se tornou ainda mais complexa. Por que ele rejeitaria dez bilhões? O que ele estava planejando?Mesmo que ela tivesse aceitado o trabalho que Simão lhe deu, a taxa de design que ela receberia provavelmente ficaria na faixa dos dez milhões. Clara não ganharia essa quantia mesmo que trabalhasse a vida inteira.Será que estava tentando conquistar a simpatia dos amigos de Simão?Carlos não hesitou mais, aceitou o dinheiro e deu um tapinha no ombro de Simão ao lado dele.- Pessoa
Após Clara retornar ao seu lugar, Duarte ao seu lado começoua falar com sarcasmo:- Você acha que com dez bilhões vai conseguir agradar o Presidente Simão? Realmente pensa que ele vai te dar atenção?Clara achou graça e decidiu simplesmente ignorá-lo. Afinal, Duarte estava tão chateado por ter sido blefado que quanto mais ela o provocasse, mais ele se irritaria.Vendo que Clara não respondia, Duarte sentiu seu estômago apertar, experimentando a derrota pela primeira vez nas mãos de uma mulher!Enquanto isso, Rafaela, que estava de pé não muito longe de Simão, ficava cada vez mais perturbada.Ela esperava que Clara fizesse papel de boba no cassino, mas, para sua surpresa, Clara estava chamando a atenção de todos. As pessoas comentavam sobre ela, e até alguns mencionavam que a contratariam para projetos futuros.“Como essa mulher pode ter tanta sorte?”Ela apertou os punhos, seus dentes quase trincando enquanto lançava um olhar feroz para Clara.Mas Clara parecia ignorar completamente
Ela realmente o apreciava.Simão, por um instante, ficou perplexo sem saber como reagir.Antes, quando alguém demonstrava interesse nele, ele costumava recusar de imediato. Contudo, a mulher à sua frente era diferente.Eles já haviam compartilhado momentos íntimos.Ela não era a primeira, e, quando dois indivíduos partilham uma intimidade tão profunda, é difícil tratá-los como simples conhecidos.Uma mulher com quem ele já se relacionou estava agora se apaixonando por ele.Recusá-la como costumava fazer com outras mulheres parecia cruel.Assim, hesitou por alguns segundos e falou com ternura. - Você sabe que sou casado, certo?Clara franziu a testa. É óbvio que ela sabia. Mas naquele momento estavam discutindo planos para um projeto, não era?Simão percebeu que ela não captava seu ponto e fez um gesto sutil.- Na verdade, minha esposa e eu... somos muito felizes juntos.A palavra "esposa" mal escapou de seus lábios. Era difícil dizer.E "felizes juntos" era algo estranho para ele t
- De qualquer forma, peça desculpas à Sra. Ximena primeiro. Ela procurou a Sofia por um longo tempo esta noite. – Disse Lucas.Essa frase foi como uma lâmina afiada que perfurou instantaneamente o coração de Clara.Lucas acariciava Ximena enquanto estendia a mão para tocar o ombro da filha.- Clarinha, não é que o papai não esteja te defendendo, mas você sabe sobre a condição da Sofia, o médico disse que se não cuidarmos adequadamente, ela só terá mais dez anos de vida.Clara se esquivou.Foi apenas um pequeno movimento, mas um vento constante assobiava entre os dois.Lucas ficou atordoado, uma expressão de desespero cruzou seu rosto. - Ximena agiu impulsivamente, vejo que seu rosto está inchado, vou buscar remédio. – Disse Lucas.Depois de dar um tapa e fingir consolo, Clara já estava cansada desse tipo de tratamento.- Pai, não precisa.Sua voz estava fria enquanto ela retirava a mão que estava tocando sua bochecha.- Estou indo embora, quando a Sofia acordar, cuidem bem dela.Ela v
Clara estava cercada por um médico quando ouviu as palavras de Patrícia e quase se engasgou. Ela estava prestes a falar, mas o médico acidentalmente tocou em sua bochecha machucada, fazendo-a gemer de dor.O gemido fez Patrícia se sentir ainda mais irritada:- Simão, dentro de dez minutos, faça alguém trazer Antônio de volta para casa. Hoje, eu mesma vou lidar com ele! Simão estava em pé em frente à janela do hotel.“Antônio brigou com Penny? Isso não podia ser verdade.”- Tia, será que há algum mal entendido nisso? - Perguntou Simão.- O rosto da moça está inchado, com cinco marcas de dedos bem visíveis. Que mal entendido poderia haver? Antônio realmente me decepcionou. - Respondeu Patrícia.Antônio, lá no bar, soltou um espirro em meio ao som ensurdecedor da música, sentindo um arrepio frio na nuca.Simão olhou calmamente e pensou consigo mesmo: "Ela foi novamente agredida?"Clara finalmente tinha a chance de falar e se apressou em se manifestar:- Sra. Patrícia, não foi Antônio que