Eram três da manhã.Clara recebeu um telefonema do hospital, informando que Lucas havia caído pelas escadas e estava sendo tratado de urgência.Toda a fadiga desapareceu instantaneamente, Clara pegou seu casaco apressadamente, com o rosto tenso.Ela já havia estado no hospital antes e cumprimentado o médico responsável, por isso ele a ligou sem autorização.Quando Clara chegou ao hospital, viu Ximena sentada sozinha no corredor, mas ela parecia completamente despreocupada.“Seria uma ilusão?”Ximena, ao ver Clara, encolheu as pupilas de forma nítida.“Clara estava aqui? Como?”Clara se aproximou com uma voz fria: - Antes de eu ir para a Cidade A, eu não o levei ao hospital? Você deveria saber que ele tinha câncer de fígado. Você deveria tê-lo deixado descansar no hospital por mais alguns dias. Por que o deixou voltar?Ximena estava muito nervosa, mas lembrando das palavras de Francisco, endireitou o peito.- Você está me interrogando? Você não percebe o quanto seu pai sacrificou por e
“Simão voltará à Cidade C hoje?”Embora tenha visto o carro dele na Cidade A no dia anterior, ela teve que se separar dele devido ao fato de seu próprio carro precisar de reparos.Clara, neste momento, não se preocupava com mais nada e fez uma reserva em um hotel.Ela sempre carregava antipiréticos consigo, pois nos próximos dias teria que ir ao hospital com frequência.Ao chegar nosaguão do hotel, foi informada de que o quarto que ela reservou já tinha sido concedido a outra pessoa devido a um erro no sistema.- Pedimos desculpas pelo inconveniente, senhorita. Para compensar, oferecemos um upgrade para a suíte presidencial.Clara abaixou a cabeça e verificou o número do quarto no cartão, seus lábios se curvaram levemente.Ela estava no mesmo andar que Simão, e o andar só possuía duas suítes presidenciais.Ela pegou o cartão e não disse nada. Tudo o que ela queria era descansar.Ao entrar no elevador, ela se recostou no canto e fechou os olhos.As portas do elevador se abriram novament
Isso fez Simão se sentir um pouco precipitado por suas palavras anteriores.Por um breve momento, seu rosto ficou rígido, e por algum motivo, ele se sentiu um pouco envergonhado.Ele passou o cartão para entrar no quarto e desabotoou alguns botões de sua camisa, sentindo-se sem fôlego.Rodrigo o seguiu em silêncio, fingindo não ter visto nada.- Presidente, a localização do restaurante já foi enviada para o seu celular, além disso, aqui estão os documentos que você vai precisar amanhã.Simão sentou-se no sofá, assentindo levemente, seus olhos exibiam um toque de frieza.- A família Silva não entrou em contato com o avô, certo?- Não.Simão não queria gastar muitas palavras sobre a família Silva, então apenas assentiu.Rodrigo deixou os documentos e saiu.Simão terminou de tomar banho e saiu, secando os cabelos com uma toalha, quando ouviu alguém batendo na porta do seu quarto.Seu coração deu um pulo e seus lábios se curvaram levemente.No entanto, quando ele abriu a porta, viu que era
Clara chegou ao hospital e, ao entrar na unidade de terapia intensiva, Ximena já estava lá esperando.No entanto, Ximena ainda não a havia visto e ela continuava perguntando ao médico: - Quando meu marido vai acordar? Posso vê-lo? Por favor, façam o seu melhor.Dois enfermeiros estavam ao seu redor, suspirando diante de sua angústia.- Sra. Ximena, já respondemos às suas perguntas várias vezes. Haverá um período de observação de três dias e quanto à situação, precisamos esperar e ver. Por favor, acalme-se e sente-se por enquanto.- Eu quero vê-lo.- Lamentamos, mas você não pode entrar no momento. Mais tarde, organizaremos sua visita.Ximena suspirou aliviada. Ela estava determinada a remover o tubo de Lucas quando tivesse a chance, garantindo que ele não tivesse nenhuma chance de sobreviver.A situação chegou a um ponto sem retorno.No canto do olho, Clara notou que Ximena se aproximava.Clara sentou-se em uma cadeira no corredor, esperando silenciosamente pelo relatório do médico.X
Simão tinha acabado de entrar no carro quando Gabriela ligou.- Simãozinho, já esperei vinte minutos. Onde você está?Simão olhou para o relógio de pulso. - Acabei de terminar uma reunião. Estarei aí em vinte minutos.- Você ainda está tão obcecado com o trabalho. Como pode me deixar esperando aqui em pé?- Encontre um lugar para se sentar.Gabriela não disse mais nada, seus olhos ficaram vermelhos imediatamente.- Simãozinho, você mudou muito. Você não costumava ser assim.Simão passou a mão na testa, com um tom de voz indiferente. - Estou indo para aí. O restaurante já está reservado.A cor do rosto de Gabriela melhorou um pouco. - Bem, eu vou esperar por você, então.Ela desligou o telefone e Simão ficou sentado no banco, perdido em pensamentos.No assento da frente, Rodrigo olhou para ele através do retrovisor, apertando o volante silenciosamente.Vinte minutos depois, o carro parou no aeroporto.Gabriela já estava do lado de fora e, num piscar de olhos, avistou o carro de Simão
Gabriela parecia ter escutado alguma fofoca chocante, uma ligeira surpresa refletida em suas expressões, seguida por um sentimento de desagrado.Aparentemente, aquela era uma mulher astuta que flertava com outros enquanto ainda não havia se divorciado de Simãozinho. Ela já havia encontrado um substituto.No entanto, Gabriela não acreditava que ela tivesse feito uma escolha sensata, uma vez que a posição social de Nico não se comparava à de Simão e à família Santos.Gabriela supôs que ela havia sido iludida pelas palavras sedutoras de Nico.Ela sorriu com falsa surpresa.- O Sr. Nico já conheceu essa senhora? Você está interessado nela?Nico continuou a sorrir, com uma sugestão em seu olhar.- Claro, estou muito interessado.O ambiente ao redor de Simão ficou mais frio, seus olhos escuros como a noite, sua voz desprovida de emoção.- Se a deseja, entregarei ela a você. - Com um tom indiferente, ele deixou claro que não considerava a esposa de fachada de forma alguma, suas palavras pare
Quando Ximena subiu as escadas, sentiu suas pernas fraquejarem.Ela se apoiou na parede ao lado com dificuldade, para não cair de joelhos.Ela não suportava mais esse tormento e imediatamente ligou para Mário, contando-lhe a situação.Do outro lado da linha, a voz de Mário estava furiosa.- O que você está fazendo? Francisco é uma coisa, mas você realmente acreditou nele!Neste momento, Ximena começou a se arrepender um pouco.- Mário, o que mais eu poderia fazer? Lucas nos pegou em flagrante. Se ele acordar, nós três seremos expulsos.Mário também estava ansioso, mas teve que admitir que Francisco agiu corretamente.Já que chegaram a esse ponto, eles não poderiam permitir que Lucas acordasse.No entanto, ele ainda estava irritado com Ximena por repetidamente trazer pessoas para a Mansão da Silva e criar confusões. Da última vez, quase foram pegos por Clara quando voltaram para a mansão, e ele achava que Ximena aprenderia a se conter, mas ela não o fez.- Realmente não sei que tipo de
Clara estava completamente alheia ao que estava acontecendo no andar de cima. Ela esperou pacientemente no corredor até às onze da noite e só então se levantou, sentindo suas pernas um pouco entorpecidas.Cumprimentou uma enfermeira e partiu, dirigindo de volta para o hotel com seu corpo exausto.Assim que saiu do elevador do último andar, o elevador ao lado se abriu, revelando Simão.Simão estava vestido com um terno e, de maneira displicente, ajustava os punhos de sua camisa.Rodrigo não estava com ele, ele tinha voltado sozinho.Clara piscou os olhos, sentindo um amargor nos olhos, e o chamou:As portas do elevador atrás deles se fecharam ao mesmo tempo, começando a descer lentamente.Não sabia se o andar muito silencioso ou se o som da descida do elevador era especialmente audível.Simão deu o primeiro passo e se dirigiu ao seu quarto.Como o quarto de Clara estava mais próximo, ele não pôde evitar passar por ela.Clara sentiu o perfume dele, muito leve.Era um perfume feminino.“