Álvaro tinha alguns botões soltos em sua gola e parecia um pouco desleixado. Ele jogou a cinza do cigarro com os dedos elegantes e sorriu, recolhendo o dinheiro da mesa em sua frente.- Apenas sorte. – Disse ele.Não se sabia se ele estava respondendo ao jogo ou à pergunta do homem.Seus lábios finos tinham um leve tom de pó, exalando uma aura quase demoníaca de beleza.Provavelmente, ele havia deixado de lado sua inocência e pureza diante de Ana, e agora parecia ter uma presença marcante.- Isso não é apenas uma questão de sorte, é porque você é bonito. Se você tivesse deixado o orgulho de lado para seduzir uma mulher rica, não precisaria vir aqui e apostar dinheiro para pagar as despesas médicas. – Disse o homem.As outras pessoas ao redor da mesa riram, jogando as pontas dos cigarros em um cinzeiro com água, deixando manchas amareladas.Álvaro não se importou com a humilhação. Após o final do jogo, ele retirou algumas notas e as colocou na mesa:- Aqui está o dinheiro para o café de
Ao ouvir isso, Estevão parou de discutir sobre o assunto e, em vez disso, ficou interessado no trabalho mencionado.Trinta mil? Só precisava aparecer de vez em quando?Ele engoliu em seco, secretamente desejando encontrar uma mulher rica, mas lamentando que sua aparência não fosse tão boa quanto a de Álvaro. Como uma mulher rica iria se interessar por ele?- Álvaro, isso é mesmo verdade? – Perguntou Estevão.Álvaro sentou-se nos degraus, esticando as pernas e relaxando o corpo. Sua aparência era verdadeiramente impressionante, e mesmo Estevão, sendo um homem, sentiu uma inveja ardente, não era de se admirar que ele tivesse conquistado a princesinha da empresa de diamantes.Além disso, a família Costa só tinha a Ana como filha. Se Álvaro realmente se casasse com ela, a família Costa não seria dele no futuro?- É verdade, você sabe o quão fácil é enganar a Ana. - Disse Álvaro, com os olhos estreitos.- Mas parece que a amiga dela não é fácil de enganar. É melhor você simplesmente pegar
O trabalho de Clara estava indo bem, ela havia finalizado as negociações com os fornecedores e estava se preparando para sua viagem a Cidade A no dia seguinte. No entanto, de repente, recebeu várias ligações de empresas parceiras, com um tom hesitante:- Srta. Clara, lamentamos muito, mas recebemos uma notificação inesperada e não poderemos cumprir o seu pedido. Procure outra empresa, por favor.- Mas... - Clara queria perguntar mais detalhes, mas a ligação foi encerrada abruptamente. Ela recebeu mais quatro ligações, todas cancelando os pedidos. Clara permaneceu sentada no lugar, franzindo a testa.Anteriormente, Nico havia interferido e arruinado a colaboração com Leonel, e agora, Leonel ainda estava tentando encontrá-la. No entanto, ela não queria sair para se encontrar com ele, apenas esperava que a polícia assumisse o caso.Nico havia se retirado e apresentando a Empresa Requint a ela, tudo deveria estar indo bem. Afinal, ela havia tido conversas agradáveis com os fornecedores n
Ninguém mais morava do outro lado da suíte presidencial. Agora, apenas os dois estavam no andar.A iluminação acima destacava a pele de Clara, especialmente branca, refletindo o brilho em seus olhos. Ela não sabia quanto tempo havia esperado ali.- Eu realmente preciso conversar com o Presidente Simão. Posso entrar e sentar um pouco? - Disse Clara.A sobrancelha de Simão se ergueu. Ele estava surpreso por ela estar esperando por ele na porta de seu quarto de hotel, especialmente depois de ter pintado um quadro dele anteriormente.Ele estreitou os olhos, prestes a recusar. Afinal, ele queria manter uma distância entre eles.Clara estava preocupada com a possível rejeição dele, afinal, a situação era complicada e difícil de explicar em poucas palavras. A Sra. Patrícia havia interpretado tudo errado e Clara precisava contar tudo em detalhes.Simão pegou o cartão do quarto e abriu a porta.Clara o seguiu, sentindo o aroma de seu perfume misturado com um leve cheiro de álcool.O espaço par
Ela gritou, mas viu a cabeça do homem repousando na beira do sofá, aparentemente adormecido.Clara suspirou aliviada, agradecendo que ele não estava deliberadamente a ignorarando, o que teria sido muito constrangedor.Já que ele estava adormecido, parecia que seu objetivo para a noite não poderia ser alcançado. Ela decidiu então levantar-se e sair.No entanto, ao notar a ligeira abertura em seu decote, ela pensou por um momento e pegou uma manta próxima, inclinando-se para cobri-lo.No instante em que se inclinou, os cílios de Simão tremeram, e seus olhos se abriram. Eles estavam muito próximos e podiam sentir a respiração um do outro.Clara não era desacostumada a olhar para aquele rosto de perto, mas naquele momento, estava um pouco atordoada.Só quando um calor tocou seus lábios, suas pupilas se contraíram intensamente e seu corpo ficou rígido.O calor labial gradualmente se moveu para o centro e seus lábios que foram beijados.Ela sentiu como se dezenas de tentáculos apertassem se
- Sra. Patrícia, posso explicar esta situação. - Disse Clara.No entanto, Patrícia pegou o celular e ligou para o Sr. Spencer.- Pai, você pode me dar o número da esposa do Simãozinho? Preciso falar com ela agora.Ela nunca havia conhecido a suposta esposa do Simão, mas Spencer elogiava muito a mulher, então ela presumia que fosse uma pessoa sensata.Agora, alguém estava tão flagrantemente envolvido com Simão quea esposa dele deveria se manifestar.Além disso, Simão permitiu que Clara esperasse em seu escritório, o que mostrava uma atitude condescendente em relação a ela.Patrícia sentiu que era hora de dar um puxão de orelha em Simãozinho. Afinal, ele era um homem casado, e se isso chegasse ao conhecimento do Sr. Spencer, a família Santos poderia ficar agitada.Se Simão não tivesse admitido que havia passado uma noite com Clara, Patrícia nunca teria associado a expressão "agir às escondidas" a ele.Se ele quisesse se envolver com alguém, pelo menos que fosse com Gabriela. Patrícia co
- Por favor, retire o meu paletó!Foi a primeira vez em tantos anos que o Sr. Spencer demonstrou tamanho desagrado.Simão estava preocupado com a saúde do velho senhor e sabia que era hora dele desabafar.Quanto às acusações que proferia, Simão não podia negá-las.Afinal, ele realmente havia traído Clarinha.O paletó foi retirado por um mordomo, revelando apenas uma camisa fina por baixo.O chicote foi lançado pesadamente nas costas de Simão.O velho senhor havia servido no exército quando jovem e mantinha uma força considerável, mesmo na sua condição atual de saúde. Ele usou o chicote com determinação.Simão sentiu uma dor aguda, franzindo a testa, enquanto sentia sua pele se rasgar sob o impacto do chicote.- Não me importo com as aventuras de outros lá fora, mas como pôde desapontar Clarinha? Ela é uma jovem tão boa. Você a decepcionou profundamente!O chicote continuou a cair incessantemente!Logo, as costas de Simão estavam marcadas de uma forma terrível, não havia pele intacta.P
Após sair da Mansão dos Santos, Patrícia o alcançou e suspirou.- Simãozinho, eu não esperava que seu avô ficasse tão bravo. Desculpe.- Tia, isso não é culpa sua, é algo entre Penny e eu. - Simão disse.Quando mencionou Penny, o rosto de Patrícia ficou sério.- Não me culpe por ser intrometida. Já que você apanhou, está no passado. Corte relações com ela, caso contrário, seu avô pode se zangar novamente, e isso poderia afetá-la.- Tia, eu sei o que fazer com minha vida. - Simão respondeu.Patrícia sabia que, se dissesse mais alguma coisa, poderia parecer intromissão, então ela se calou.Simão entrou no carro, mas não ousou encostar as costas no banco. A dor latejante em suas costas estava se tornando difícil de suportar.No entanto, Clara ligou naquele momento.- Presidente Simão, estou no hotel. Você vai voltar esta noite?Simão segurou o volante com as duas mãos, com gotas de suor na testa e os lábios um pouco pálidos.- Sim.Sua voz soava monótona enquanto ele desligava o telefone