O peito de Simão pressionava suas costas, um de seus braços envolvia sua cintura.O elevador já havia parado em um dos andares e só precisavam aguardar a equipe de resgate.Ele sabia que deveria soltá-la, mas nenhum dos dois se mexeu.Clara, sem perceber a tensão entre eles, e sabendo que estavam sozinhos ali, sentiu-se mais segura, especialmente porque ela estava do lado do corrimão.Ela até considerou se aproximar um pouco mais, diminuir a distância entre eles e aumentar a sensação de segurança.Foi somente quando a respiração de Simão atingiu seu ouvido que ela percebeu o quão próximos estavam.Através das paredes iluminadas do elevador, ele a envolveu completamente em seus braços.Clara estava prestes a se afastar instintivamente, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento, a mão de Simão foi mais rápida do que seus próprios pensamentos.- Não se mova, estamos esperando pela equipe de resgate.Clara baixou o olhar e, finalmente, conseguiu controlar a respiração, deixando de foc
Enquanto estava absorto em pensamentos, o telefone de Simão tocou,; era Rodrigo ligando.Simão tinha saído originalmente para participar de uma reunião de emergência no exterior e agora estava preso no elevador. Nada podia ser feito, exceto pedir a Rodrigo que se preparasse para substituí-lo na reunião.Rodrigo era seu braço direito, e não era a primeira vez que o representava em reuniões, então ele se preparou rapidamente.O rosto de Simão permanecia impassível, e, dentro do pequeno espaço, parecia estar em seu próprio quintal, sem sinal de pânico.- Presidente, já falei com Lucas. Só pedi para a Sra. Clara não se envolver em nada extra. - Disse Rodrigo.Simão assentiu, pensando na promessa daquela mulher a Sr.Spencer de que queria ter um filho, o que o deixava irritado.- O projeto do Grupo Silva, a equipe de negócios bloqueou?Clara, que estava ao lado, ficou tensa, pensando que tinha ouvido errado.Através do espelho do elevador, ela viu o claro desgosto nos olhos de Simão e seus
De repente, Nico sentiu-se desconfortável e adotou um tom gentil de propósito.- Clara, você está assustada? Depois que sairmos, eu te levo ao hospital, que tal? - Você não está com boa aparência, quer que eu compre remédio para você?A preocupação de Nico estava em cada detalhe e Clara não pôde recusar sua gentileza.Afinal, as palavras já haviam sido ditas, Nico não a perseguiria no futuro e ainda manteria seu segredo.- Presidente Nico, estou bem. - Disse Clara.A presença de Simão estava cada vez mais fria, mas ele não disse nada.Assim que a porta do elevador se abriu, Clara saiu primeiro.Simão a seguiu de perto e, ao passar por Nico, não parou.Nico o ultrapassou e chegou ao lado de Clara. - Olha só você, está com a pele tão pálida e diz que está bem.Clara esboçou um leve sorriso, sem entender o que o estava fazendo de repente.Simão ficou de pé ao lado, franzindo levemente a testa, achando que provavelmente era o chamado efeito da ponte suspensa.Carlos rapidamente bateu no o
Sofia ficou ainda mais nervosa.Já fazia muito tempo desde que ela tinha visto Simão pela primeira vez. Naquela ocasião, ele estava no meio da multidão, com sobrancelhas finas levemente franzidas, nariz reto e elegante, conversando com alguém ao lado. Ele vestia um terno bem cortado, que não admitia erros, exalando uma aura quase sobrenatural e inatingível.Agora, pela primeira vez, ela estava parada diante dele, tremendo de nervosismo.Era uma paixão secreta que durava anos, mais do que apenas três.Ela descobriu o nome dele em um jornal de finanças.Mais tarde, por um capricho do destino, ele se tornou seu cunhado, mas isso não fazia diferença, ele e Clara se separariam, cedo ou tarde.Simão olhou para ela e desviou o olhar rapidamente.- Por que você está me procurando?As bochechas de Sofia coraram tão intensamente que pareciam prestes a sangrar, suas mãos inquietas se apertaram na frente dela.- Apenas ouvi dizer que o Sr. Simão estava aqui, eu...O semblante de Simão se tornou
Clara aguardou ali a noite toda e não esperava ser questionada quando seu pai recuperasse a consciência.Seus lábios se comprimiram, seu peito doía com uma desconfortável acidez. Pronta para contradizer, ela ouviu Lucas tossir repetidamente.Ele tossiu com força, Clara pegou um lenço ao lado e lhe entregou, notando manchas de sangue no lenço.Lucas também as viu, surpreso, franzindo a testa.Entretanto, ele não demonstrou preocupação, considerando aquilo como resultado de sua impaciência.- Clarinha, sei que não gosta do Simão. Quando você estava na Universidade da Cidade C, você tinha um namorado? - Lucas perguntou.Clara não respondeu, com a mente ocupada pelas manchas de sangue no lenço.Ela escondeu a condição médica de Lucas, então ele pensava que voltaria logo para a empresa.Lucas não esperou por sua resposta e começou a se arrepender.- Fui ganancioso demais. A empresa foi construída com meu suor. Por isso é difícil deixá-la. Naquela época, fiz você se casar com o Simão. Além
Preocupada em não ofender Simão, ela inclinou-se para o lado e sacudiu os ombros quando espirrou.Molhada pela chuva, seu rosto parecia ainda mais pálido, e os fios de cabelo obedientes grudavam nas bochechas, enfeitados por gotas d'água.Além disso, vestia-se de maneira leve, a roupa colava-se ao corpo e delineava suas curvas graciosas.Clara esfregou os olhos, aquecidos pelo cansaço, notando que o carro de Simão ainda estava ali, então ela fez uma pergunta cortês.- Presidente Simão, você está trabalhando até tarde?Sim, Simão realmente estava. Haveria uma recepção na Mansão dos Santos na noite seguinte e ele precisava comparecer. Por isso, antecipou a reunião, que havia terminado recentemente.Ele imaginou que Clara tomaria a iniciativa de pedir carona, afinal, naquele cruzamento, era difícil conseguir um táxi e ela não estava com bolsa ou celular.No entanto, o carro ficou parado por dois minutos. Os carros atrás começaram a buzinar incessantemente, mas ele não disse nada. Clar
O cheiro a deixou um pouco nauseada.Clara desceu as escadas e notou que Ximena ainda estava sentada no sofá, com uma expressão desanimada.Ximena sempre cuidou bem de si mesma e, no passado, ostentava uma beleza notável, o que explicava como conquistou o coração de Lucas, que já estava bem estabelecido em sua carreira, e deu à luz a um filho como Mário.Seus olhos irradiavam um charme maduro por todo o seu ser.Clara franzia a testa, sem compreender o motivo.Ponderou se deveria questionar Ximena sobre sua ausência no hospital naquele dia, mas sabendo quão atencioso Lucas era com a esposa, mesmo se ela desejasse descansar em casa, ele não a repreenderia.Assim, Clara optou por não indagar e abriu a porta com destreza.Do lado de fora, um homem estava parado. Suas pupilas se contraíram, e logo ela sentiu um gosto amargo no estômago.Era Mário.Vestindo um terno, provavelmente tinha acabado de chegar do trabalho, seu olhar percorreu o corpo de Clara, revelando uma profundidade que a per
Clara não tinha expectativas sobre como Simão reagiria. Após enviar a mensagem, ela foi tomar um banho.Quando ela voltou vestida, percebeu que os dez mil reais haviam sido devolvidos e que Simão não havia dito nada.Clara franziu a testa, "Será que ele não quer que eu pague por isso?".Embora soubesse que Simão não precisava de dinheiro, ele sempre pareceu distante com ela.Na verdade, ambos pareciam distantes um do outro, não havia uma relação de cem mil reais entre eles.Ela não conseguia entender as intenções de Simão desde o jantar que compartilharam, que ainda estava bem vívido em sua memória.Ela decidiu tirar uma foto do guarda-chuva quebrado e enviou para ele.Então, ela lembrou ao corretor que agilizasse a transferência bancária do dinheiro, para que ela pudesse se mudar o mais rápido possível da Mansão de Edemar. Não fazia sentido continuar se escondendo assim.Assim que Simão descobrisse sua verdadeira identidade na próxima noite, provavelmente insistiria para que ela foss