A família Catalano estava reunida novamente na cabana, após tanto tempo. Estavam exaustos e, finalmente, podiam sentir o peso do luto.Giovanni, sendo um homem influente, conseguiu trazer os corpos de seus irmãos para a Itália, onde receberam todo o cuidado necessário.A família se reuniu no crematório. Giovanni e os outros mandaram fazer urnas para as cinzas, para que cada familiar pudesse levá-las para casa. O costume da família sempre foi enterrar os entes queridos ao lado dos demais, mas Rebecca pediu ao pai que permitisse que os familiares levassem as urnas consigo. Ela explicou que, devido aos negócios que haviam afastado tanto a família ao longo dos anos, agora seria importante que pudessem, finalmente, levar seus entes queridos consigo, como uma forma de se reconectar com o que havia sido perdido.Giovanni começou a reconstruir a mansão mais uma vez. Durante esse período, ele cuidava dos negócios junto com seus filhos.Eles celebraram o casamento de Rebecca e Matteo, uma cerim
Victor Milani nunca imaginou que a sua vida acabaria dessa forma. Filho de um mafioso, foi moldado para seguir os passos de seu pai, cumprindo um destino que ele nunca escolheu, mas que foi imposto a ele desde o momento em que nasceu. Sua mãe, Lia, foi a força por trás de tudo, manipulando-o com maestria, incutindo-lhe um ódio cego pela família Catalano. A vingança que ela desejava por anos foi algo que ela o usou para executar, sem que Victor soubesse que seria apenas uma peça no jogo de poder dela.Quando matou a mãe de Rebecca, ele se sentiu realizado, acreditando que estava cumprindo um dever que sua mãe esperava. Mas logo o destino lhe mostrou sua verdadeira face. Rebecca e seu pai, Giovanni, não ficaram passivos. Eles não apenas se vingaram, mas tiraram tudo o que Victor tinha. Sua família foi destruída, suas propriedades tomadas, e o que restou dele foi uma prisão interna muito mais profunda do que qualquer cela.Dentro da cadeia, Victor vive o peso de suas
Se antes ele fora um homem poderoso, temido e respeitado, agora estava reduzido a nada mais que uma sombra do que um dia fora. Os outros prisioneiros sabiam quem ele era, e sua fama de mafioso e assassino só aumentava os ataques que sofria. Mas agora ele não tinha mais a força para reagir. Seus rivais na prisão o viam como um alvo fácil, e todos os dias ele era alvo de agressões físicas e palavras cruéis, como se quisessem provar que, sem o poder de antes, ele não passava de um homem comum.Victor já não tinha mais a resistência para se proteger. Cada espancamento o deixava mais frágil, não só fisicamente, mas emocionalmente também. Ele se sentia cada vez mais impotente, incapaz de lutar contra as lembranças dolorosas do que havia feito, e da perda de sua família, que agora o assombrava constantemente. As dores do corpo eram uma coisa, mas as da mente eram ainda mais insuportáveis. Em muitos momentos, ele sentia como se o peso da culpa fosse insuportável, e a única forma de
Com o tempo, a dor das perdas e o peso da culpa se misturavam aos sentimentos que Victor, na prisão, começava a descobrir sobre a verdadeira natureza de sua mãe, Lia. Antes, ela era a mulher que o orientara, que lhe passara a vida que ele deveria seguir. Ela o havia moldado, o fizera acreditar que a lealdade a ela era o único caminho. Mas, conforme os dias passavam e ele refletia sobre tudo o que vivera, algo se desvelava em sua mente, e um novo sentimento começava a surgir dentro dele: desprezo. Aquelas memórias distorcidas, dos momentos em que ele acreditava que Lia era sua maior aliada, agora eram eclipsadas pela verdade que se tornava cada vez mais clara. Victor começava a ver a mulher que sua mãe realmente fora, e o que ele sentia não era mais admiração, mas repulsa. Lia, que um dia ele viu como uma mulher forte e determinada, na verdade, era movida pela vaidade, pela inveja e pelo desejo insaciável de uma vida de luxo e poder — coisas pelas quais ela estaria disposta a fazer qu
Mesmo sabendo que as cartas que recebia iam mexer ainda mais com seus sentimentos, Victor não conseguia evitar abri-las; sua curiosidade falava mais alto. As cartas eram a única coisa diferente que acontecia, e, a cada conteúdo, surgia algo novo. Victor não entendia, mas se acostumara com o ciclo que Rebecca o colocara. Após meses preso, começou a se sentir um pouco melhor quando ela começou a lhe escrever, por mais estranho que fosse. “Querido Victor, Já faz um ano que está preso. Mesmo sabendo de tudo o que lhe aconteceu aí dentro (devo confessar que tenho minha parcela de culpa em muitas coisas, mas, na real, ninguém vai muito com a sua cara mesmo), você resistiu, seguiu firme. Está mais durão do que eu imaginava; sinceramente, apostei com o Antony que não duraria três meses, mas olha só, você sobreviveu, ficou de pé por um ano, mesmo recebendo várias porradas da vida (literalmente). Da minha parte, te garanto que as surras vão acabar.
Rebecca entrou no carro. Matteo esperava por ela, curioso sobre a visita que fizera a Victor. — Então, como foi? — perguntou ele. — Não sei dizer, ele está péssimo, não sei como ainda está vivo. — Vai deixar ele em paz mesmo? — Vou sim. — passou os dedos na testa, claramente pensativa. — Eu achei que sentiria algo de bom quando o visse minguado, mas não, fiquei com pena dele. Matteo ficou olhando sua feição. Ela estava confusa com os sentimentos que brotavam dentro dela. A testa franzida, a cara de brava, Matteo achou graça e começou a dirigir. — Amor, tudo bem você se sentir confusa com os sentimentos, você precisa seguir em frente. — falou ele com doçura. — Eu não sei como seguir em frente, parece que tenho que fazer algo com ele. — Rebecca, isso foi o que você colocou em sua cabeça. Essa obsessão precisa ser deixada para trás. Seguiram o caminho p
Victor segurou a mão de Rebecca e a olhou por um instante, a dor evidente em seus olhos. — Me perdoe, me perdoe por ter tirado sua mãe... — ele falou com esforço, a voz falha, a emoção tomando conta dele. — Se não fosse a minha mãe, a sua estaria aqui. Fui burro, caí na conversa de Lia. Se não fosse por ela, meu pai estaria vivo, meu irmão também... — pausou, tentando recuperar o fôlego. — Aquela mulher destruiu tudo. Destruiu você, a mim... não posso escapar da minha culpa, não posso fazer isso. Rebecca o olhou em silêncio, sentindo um misto de raiva e compaixão. Mas, ao mesmo tempo, havia algo no pedido dele que tocava uma parte de si que ela não queria confrontar. — Victor... — ela começou, mas ele a interrompeu, com um esforço visível para continuar. — Por favor, me deixa terminar. — ele falou, sua voz rouca. — Eu te tirei a pessoa que você mais amava. Baguncei sua vida, e mesmo ferida, você conseguiu acabar comigo. Voc
A inauguração Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres.Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali.Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários.Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto del