CAPÍTULO 17

Dia 27 de Janeiro. Um novo dia, um novo amanhecer.

Uma noite coberta de sobressaltos raramente vem acompanhada de um lindo amanhecer. Acordei com um enorme receio de enfrentar o mundo, por causa de tudo o que aconteceu, e o pior de tudo é que nesta mesma semana a dona Isilda iniciava o seu tempo de ausência para cuidar da sua primeira filha, que deu à luz o seu primeiro neto. Mãe dedicada como é a dona Isilda, a minha mãe nem lhe poderia negar a dispensa, porque a dona Isilda sempre foi um exemplo de mãe protectora e abdicaria do seu emprego, caso lhe fosse negada a dispensa por algum tempo.

Sem ninguém para conversar e desabafar. Em casa estávamos apenas minha mãe e eu naquele domingo em que ela acordou cedo e decidiu acordar-me também para irmos juntas à missa adorar e agradecer a Deus pelas enormes bênçãos. Fomos à igreja e, na volta, a minha mãe tentou criar algum assunto na tentativa de gerar uma empatia entre nós, mas estava difícil, porque sempre que ela me pergu
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