A noite caía sobre a mansão como um manto de veludo negro, engolindo o mundo exterior e deixando apenas a imponente estrutura como uma ilha isolada. Kiara, sentada na beira da enorme cama, deixava seus pensamentos vagarem, seus dedos traçando os padrões do lençol de seda como se tentasse decifrar os labirintos da mente de Sergey. Ele tinha um jeito de fazer isso com ela — torná-la inquieta mesmo nos momentos mais tranquilos.A porta do quarto se abriu, e Sergey entrou, sua presença preenchendo o espaço de imediato. Vestia um terno impecável, mas os primeiros botões da camisa estavam abertos, revelando um vislumbre da pele marcada pelo tempo e pelas batalhas que ele raramente mencionava. Seus olhos escuros pousaram sobre Kiara, intensos como sempre, mas havia algo mais ali naquela noite: um peso que ele não conseguia esconder.— Alguma novidade? — Kiara perguntou, tentando romper o silêncio que parecia se esticar entre eles como uma ponte frágil.— Apenas o mesmo caos de sempre. — Ele
Os dias na mansão estavam mais calmos desde o retorno de Kiara, mas o ar ao redor de Sergey continuava carregado de tensão. Era como se ele estivesse em uma constante batalha silenciosa, tentando manter seus demônios internos sob controle enquanto navegava pela nova dinâmica que eles compartilhavam.Naquela manhã, o sol invadia o imenso salão da mansão, dançando sobre o mármore polido e refletindo nos lustres imponentes. Kiara estava sentada na biblioteca, folheando um livro que não conseguia realmente ler. Sua mente estava ocupada demais com as lembranças recentes e com a sensação de que algo estava por vir.Sergey apareceu na porta, o som de seus passos no chão ecoando suavemente antes de ele entrar. Vestia um terno cinza claro, cada linha perfeitamente ajustada ao seu corpo. Seus olhos pousaram em Kiara, e ela sentiu aquele arrepio familiar que sua presença sempre trazia.— Está muito concentrada. — Ele comentou, um leve sorriso brincando em seus lábios.— Tentando, pelo menos. — E
A mansão estava envolta em um silêncio confortável quando Sergey e Kiara retornaram do teatro. As luzes suaves do hall de entrada refletiam nos pisos de mármore, criando uma atmosfera íntima, quase mágica. Sergey tirou o casaco e o pendurou no cabide próximo à porta, enquanto Kiara caminhava alguns passos à frente, absorvendo o aconchego do lugar.— Não está tarde demais para um pouco mais de vinho? — Ele perguntou, sua voz calma, mas carregada de expectativa.Kiara sorriu, inclinando ligeiramente a cabeça enquanto o observava.— Acho que uma noite como essa merece um encerramento especial.Ele assentiu, desaparecendo por um momento em direção à adega. Quando voltou, trazia uma garrafa de vinho tinto, duas taças e um pequeno sorriso satisfeito nos lábios.— Venha. Vamos para a sala. — Ele indicou com um gesto, e ela o seguiu pelo corredor.A sala principal da mansão era imponente, mas ao mesmo tempo aconchegante. As lareiras acesas lançavam sombras dançantes nas paredes, e os móveis l
A manhã seguinte chegou lenta, como se o mundo lá fora respeitasse o ritmo da relação que se construía entre Kiara e Sergey. Os primeiros raios de sol atravessavam as janelas amplas da mansão, tocando suavemente os móveis luxuosos e trazendo uma sensação de calma.Kiara acordou ao som discreto de pássaros, com o cheiro leve de café invadindo o ambiente. Ela espreguiçou-se, sentindo os músculos ainda levemente tensos da noite anterior, e vestiu o robe de seda que Sergey havia deixado para ela em algum momento. Desceu as escadas em silêncio, encontrando Sergey na sala de estar. Ele estava vestido casualmente, mas a postura era a mesma de sempre: segura, quase imperiosa.— Dormiu bem? — Ele perguntou, sem tirar os olhos do jornal que segurava.— Melhor do que esperava. — Ela respondeu, aproximando-se.Ele indicou com um gesto para que ela se sentasse ao seu lado, e logo um dos empregados da mansão apareceu com uma bandeja contendo café, suco fresco e croissants. Sergey dispensou-o com um
A relação entre Kiara e Sergey parecia um caminho sinuoso, onde cada passo era uma nova descoberta. Ela sabia que o mundo dele era complicado, perigoso até, mas havia algo em Sergey que a fazia querer arriscar, mesmo que significasse mergulhar de cabeça em algo que não compreendia completamente.Naquela manhã, enquanto a luz do sol iluminava os jardins da mansão, Kiara sentiu uma calma inesperada ao acordar. Os dias na presença de Sergey haviam sido intensos, cheios de altos e baixos emocionais, mas também marcados por momentos de verdadeira conexão. Ela olhou pela janela, observando os seguranças posicionados estrategicamente. A lembrança do sequestro ainda era recente, mas ela sentia que, ao lado de Sergey, poderia enfrentar qualquer coisa.Ele a encontrou na sala de estar, segurando um livro que ela havia retirado da vasta biblioteca.— Bom dia. — Ele disse, sua voz baixa e rouca de manhã.— Bom dia. — Kiara respondeu, com um leve sorriso.— Dormiu bem?— Sim. E você? — Ela pergunt
Os dias que antecederam a apresentação de balé russo foram marcados por uma tensão palpável entre Kiara e Sergey. Não se tratava de algo negativo, mas sim de uma energia que parecia vibrar entre eles, como uma corda esticada ao máximo, prestes a tocar uma melodia desconhecida. Cada gesto, cada olhar trocado parecia carregar um significado, uma intenção não verbalizada, mas que ambos podiam sentir profundamente. Era como se algo grande estivesse prestes a acontecer, mas o que exatamente era um mistério. A distância física entre eles parecia se encurtar a cada momento, mas ao mesmo tempo, uma barreira invisível os separava, como se ambos estivessem se preparando para uma mudança no relacionamento que ainda não sabiam como definir.Kiara passava boa parte do tempo explorando a mansão e tentando se adaptar à presença constante dos seguranças. A imensidão da casa era quase opressiva, com seus corredores largos e luxuosos, móveis refinados e obras de arte que pareciam pertencer a um mundo d
O sol se punha lentamente sobre a vasta extensão da propriedade, lançando um brilho dourado sobre os jardins bem cuidados da mansão. Kiara estava sentada em um banco de pedra próximo à fonte central, apreciando a tranquilidade do momento. O ar estava frio, mas a sensação era reconfortante, como um abraço silencioso. O som suave da água caindo na fonte parecia afastar todas as tensões que ela acumulava ao longo dos dias. Ela observava as sombras das árvores se alongando à medida que o dia dava lugar à noite, sentindo-se em paz, como se, por aquele breve instante, o mundo lá fora não tivesse importância. Era como se o universo se reduzisse a ela mesma e àquelas paredes imponentes, à mansão que já começava a se tornar sua casa.De repente, a tranquilidade foi interrompida pela aproximação de passos firmes. Sergey apareceu na entrada do jardim, trajando roupas casuais que, apesar de mais simples que os trajes formais que costumava usar, ainda assim realçavam sua figura imponente. No entan
As semanas seguintes foram como um sonho intercalado por realidades desafiadoras. Sergey e Kiara pareciam encontrar um ritmo único em sua relação, mas as sombras do passado de ambos os lados ainda pairavam, ameaçando o equilíbrio recém-encontrado.A vida com Sergey era um misto de intensidade emocional e um constante alerta para os perigos. Para Kiara, o luxo ao seu redor era quase esmagador. A mansão era grandiosa, com salões decorados com peças de arte raras e mobiliário de alta classe. Mas havia algo sufocante na presença constante de seguranças armados, nas janelas reforçadas e na sensação de que a qualquer momento o inesperado poderia acontecer.Embora Sergey tentasse manter a leveza nos momentos que passavam juntos, a tensão sempre estava lá. Ele fazia de tudo para agradá-la, presenteando-a com joias, vestidos e viagens luxuosas. Apesar das demonstrações de afeto, Kiara não conseguia se livrar da sensação de que estava vivendo em uma gaiola dourada. Sergey parecia perceber isso,