A manhã seguinte chegou lenta, como se o mundo lá fora respeitasse o ritmo da relação que se construía entre Kiara e Sergey. Os primeiros raios de sol atravessavam as janelas amplas da mansão, tocando suavemente os móveis luxuosos e trazendo uma sensação de calma.Kiara acordou ao som discreto de pássaros, com o cheiro leve de café invadindo o ambiente. Ela espreguiçou-se, sentindo os músculos ainda levemente tensos da noite anterior, e vestiu o robe de seda que Sergey havia deixado para ela em algum momento. Desceu as escadas em silêncio, encontrando Sergey na sala de estar. Ele estava vestido casualmente, mas a postura era a mesma de sempre: segura, quase imperiosa.— Dormiu bem? — Ele perguntou, sem tirar os olhos do jornal que segurava.— Melhor do que esperava. — Ela respondeu, aproximando-se.Ele indicou com um gesto para que ela se sentasse ao seu lado, e logo um dos empregados da mansão apareceu com uma bandeja contendo café, suco fresco e croissants. Sergey dispensou-o com um
A relação entre Kiara e Sergey parecia um caminho sinuoso, onde cada passo era uma nova descoberta. Ela sabia que o mundo dele era complicado, perigoso até, mas havia algo em Sergey que a fazia querer arriscar, mesmo que significasse mergulhar de cabeça em algo que não compreendia completamente.Naquela manhã, enquanto a luz do sol iluminava os jardins da mansão, Kiara sentiu uma calma inesperada ao acordar. Os dias na presença de Sergey haviam sido intensos, cheios de altos e baixos emocionais, mas também marcados por momentos de verdadeira conexão. Ela olhou pela janela, observando os seguranças posicionados estrategicamente. A lembrança do sequestro ainda era recente, mas ela sentia que, ao lado de Sergey, poderia enfrentar qualquer coisa.Ele a encontrou na sala de estar, segurando um livro que ela havia retirado da vasta biblioteca.— Bom dia. — Ele disse, sua voz baixa e rouca de manhã.— Bom dia. — Kiara respondeu, com um leve sorriso.— Dormiu bem?— Sim. E você? — Ela pergunt
Os dias que antecederam a apresentação de balé russo foram marcados por uma tensão palpável entre Kiara e Sergey. Não se tratava de algo negativo, mas sim de uma energia que parecia vibrar entre eles, como uma corda esticada ao máximo, prestes a tocar uma melodia desconhecida. Cada gesto, cada olhar trocado parecia carregar um significado, uma intenção não verbalizada, mas que ambos podiam sentir profundamente. Era como se algo grande estivesse prestes a acontecer, mas o que exatamente era um mistério. A distância física entre eles parecia se encurtar a cada momento, mas ao mesmo tempo, uma barreira invisível os separava, como se ambos estivessem se preparando para uma mudança no relacionamento que ainda não sabiam como definir.Kiara passava boa parte do tempo explorando a mansão e tentando se adaptar à presença constante dos seguranças. A imensidão da casa era quase opressiva, com seus corredores largos e luxuosos, móveis refinados e obras de arte que pareciam pertencer a um mundo d
O sol se punha lentamente sobre a vasta extensão da propriedade, lançando um brilho dourado sobre os jardins bem cuidados da mansão. Kiara estava sentada em um banco de pedra próximo à fonte central, apreciando a tranquilidade do momento. O ar estava frio, mas a sensação era reconfortante, como um abraço silencioso. O som suave da água caindo na fonte parecia afastar todas as tensões que ela acumulava ao longo dos dias. Ela observava as sombras das árvores se alongando à medida que o dia dava lugar à noite, sentindo-se em paz, como se, por aquele breve instante, o mundo lá fora não tivesse importância. Era como se o universo se reduzisse a ela mesma e àquelas paredes imponentes, à mansão que já começava a se tornar sua casa.De repente, a tranquilidade foi interrompida pela aproximação de passos firmes. Sergey apareceu na entrada do jardim, trajando roupas casuais que, apesar de mais simples que os trajes formais que costumava usar, ainda assim realçavam sua figura imponente. No entan
As semanas seguintes foram como um sonho intercalado por realidades desafiadoras. Sergey e Kiara pareciam encontrar um ritmo único em sua relação, mas as sombras do passado de ambos os lados ainda pairavam, ameaçando o equilíbrio recém-encontrado.A vida com Sergey era um misto de intensidade emocional e um constante alerta para os perigos. Para Kiara, o luxo ao seu redor era quase esmagador. A mansão era grandiosa, com salões decorados com peças de arte raras e mobiliário de alta classe. Mas havia algo sufocante na presença constante de seguranças armados, nas janelas reforçadas e na sensação de que a qualquer momento o inesperado poderia acontecer.Embora Sergey tentasse manter a leveza nos momentos que passavam juntos, a tensão sempre estava lá. Ele fazia de tudo para agradá-la, presenteando-a com joias, vestidos e viagens luxuosas. Apesar das demonstrações de afeto, Kiara não conseguia se livrar da sensação de que estava vivendo em uma gaiola dourada. Sergey parecia perceber isso,
Kiara estava sentada à mesa de jantar da mansão, observando as luzes da cidade ao longe através da janela. A noite estava tranquila, e o som suave de uma música clássica preenchia o ambiente. Sergey, como sempre, estava ao seu lado, e a sensação de estar em um lugar seguro o envolvia com a mesma intensidade com a qual ele a protegia. A última semana havia sido especialmente agradável, sem grandes preocupações, e Kiara finalmente começava a sentir que, talvez, a paz que ela tanto desejava estivesse ao seu alcance.No entanto, a sensação de conforto foi interrompida por uma leve tensão em seu peito. Algo não estava certo. Ela sentia isso em sua pele, nas vibrações do ar. Sergey, que estava se concentrando em seu prato, também parecia desconfortável, embora tentasse disfarçar.O telefone de Sergey, que estava sobre a mesa, tocou abruptamente, quebrando o silêncio. Ele olhou para a tela e a expressão dele mudou instantaneamente. Era um número desconhecido.— Desculpe, Kiara. Preciso atend
A chuva ainda caía incessante, um lembrete constante de que o mundo lá fora era implacável. Naquela manhã, Kiara acordou cedo, mas não havia paz em seus pensamentos. Ela ficou parada diante da janela do quarto, observando as gotas que escorriam como lágrimas, e sentiu uma familiaridade opressiva. Estava vivendo novamente no limite, onde cada som era suspeito e cada sombra parecia trazer um perigo iminente.A mansão, outrora um refúgio, agora parecia uma prisão luxuosa. Apesar de toda a segurança implementada por Sergey, Kiara não conseguia se livrar do medo crescente. As memórias de seu cativeiro tornavam-se mais vívidas a cada dia. Ela sentia o ar rarefeito daquela cela onde havia passado dias intermináveis, ouvia os ecos das risadas frias do homem que agora parecia mais próximo do que nunca.Sergey, por sua vez, parecia estar em constante movimento. Desde a ligação que mudara a atmosfera da mansão, ele praticamente não parava. Não era apenas uma questão de segurança; para Sergey, er
Os dias que se seguiram foram uma prova de resistência. A mansão, antes um refúgio de tranquilidade e proteção, transformou-se em um labirinto sufocante. Kiara sentia-se aprisionada não apenas pelas paredes de pedra e vidro, mas pelo constante estado de alerta que a consumia. Cada som ecoava como um prenúncio de perigo, cada sombra projetada pelas luzes parecia carregar intenções ocultas.A presença de Sergey, mesmo carregada de determinação, não era suficiente para dissipar a sensação de vulnerabilidade que crescia dentro dela. Ele estava mais distante, como se a preocupação que o consumia o tivesse transformado em uma fortaleza impenetrável. Mas, ao mesmo tempo, seus gestos revelavam um cuidado constante – ele a observava atentamente, sempre avaliando, sempre planejando.Uma tensão silenciosa permeava o ambiente. Os dois evitavam falar sobre o inevitável, mas Kiara sabia que era apenas uma questão de tempo até que o sequestrador agisse novamente. E, a cada segundo, a presença invisí