Ayala Green Eram mais de três horas da tarde, e Caleb ainda não tinha saído do quarto. Meu pai dizia que era normal, que provavelmente ele tinha dormido tarde, mas eu sabia que não era isso. Alguma coisa estava errada, e a inquietação no meu peito só crescia. Caminhei até a porta do quarto dele e bati com força, a preocupação transbordando. — Caleb Evans, abre essa porta agora! Sai desse quarto! — minha voz estava firme, mas minha preocupação transparecia. Houve um som abafado, algo caindo no chão, e então a porta se abriu. Ele apareceu com o rosto marcado de cansaço, o cabelo bagunçado e apenas de bermuda. Seus olhos pesavam, como se carregassem o peso do mundo. — Finalmente! Achei que você tivesse morrido aí dentro, pelo amor de Deus! — passei por ele, empurrando-o levemente, entrando no quarto e abrindo a janela. O cheiro de quarto fechado me incomodava. — Eu te fiz um lanche. Ele apenas me lançou um olhar vazio. — Não tô com fome. Suspirei, me virando para encará-lo. — O
Caleb Evans A semana passou como um caos. Eu não conseguia me concentrar em nada, minha cabeça era um emaranhado de pensamentos confusos, e a indiferença de Ayla me afetava mais do que eu estava pronto para admitir. Era como se algo dentro de mim estivesse prestes a explodir. Quando não estava dopado e trancado no meu quarto, estava vigiando Ayla feito um maldito homem das cavernas sempre que via algum cara se aproximando dela. Eu não podia continuar assim. Precisava tomar uma decisão para a minha vida. Precisava respirar, organizar minha mente, parar de me afogar em sentimentos que eu nem sabia nomear. Arrumei minha mochila de camping, decidido a passar o fim de semana no mato, longe de tudo. Água de cachoeira para limpar essas energias, céu aberto para me lembrar do que é liberdade. Eu tinha que me reconectar comigo mesmo antes de enlouquecer. Foi quando ouvi os passos dela atrás de mim. — Caleb… — Ela parou na porta do meu quarto, observando enquanto eu terminava de organiza
Caleb Evans O riso dela ainda ecoava pela cachoeira quando, sem pensar, eu puxei Ayla pela cintura novamente. Mas dessa vez, eu não soltei.Ela arfou ao sentir meu corpo colado ao dela, os olhos brilhando com algo indefinível, e os lábios levemente entreabertos, convidativos. A água escorria por sua pele, pelos fios escuros do cabelo grudados na testa, descendo pelo pescoço e sumindo entre os contornos do seu corpo.— Caleb… — ela sussurrou, como se soubesse exatamente o que viria a seguir. Como se estivesse esperando.E eu já não queria lutar contra isso.Meus dedos apertaram sua cintura, deslizando devagar até suas costas nuas, sentindo sua pele quente contrastando com a água fria. Ela estremeceu sob o toque e eu não hesitei mais. Inclinei-me e tomei seus lábios nos meus.O beijo foi faminto desde o início. Não havia mais espaço para incertezas. Nossos corpos se encaixaram de imediato, como se soubéssemos exatamente onde cada parte deveria estar. Ela soltou um pequeno suspiro contr
Caleb Evans O sol da manhã aquecia a barraca, invadindo o espaço com uma luz dourada e suave. Meu braço estava jogado sobre Ayla, seu corpo encaixado no meu de um jeito tão perfeito que parecia que ela sempre deveria ter estado ali.Eu senti seu corpo se mexer, ela suspirou baixinho e se aninhou mais contra mim, os dedos traçando círculos preguiçosos em meu peito.— Bom dia — sua voz saiu rouca pelo sono.— Bom dia, Boneca — murmurei, beijando o topo da sua cabeça.Ficamos ali, apenas sentindo a presença um do outro, sem pressa para sair do lugar. O mundo lá fora podia esperar.Ela ergueu o rosto para me encarar, os olhos ainda sonolentos, mas brilhando com algo que me fazia sentir um calor diferente no peito.— Tá me olhando assim por quê? — perguntei, brincando com uma mecha do cabelo dela.— Porque eu ainda não acredito que finalmente estamos aqui — ela sorriu. — Que você finalmente parou de fugir.Soltei um suspiro, deslizando os dedos pela curva do seu rosto.— Eu não quero mais
Caleb Evans O motor do Fiat 500 de Ayla ronronava suavemente enquanto descíamos a estrada de terra de volta para casa. A luz do fim de tarde pintava tudo com tons quentes de laranja e dourado, e o vento entrava pela janela aberta, bagunçando os cabelos dela. Ela dirigia com uma expressão tranquila, uma das mãos no volante e a outra repousando despreocupadamente no câmbio. De vez em quando, ela cantarolava baixinho a música que tocava no rádio, e eu me pegava sorrindo sem perceber. Eu ainda sentia o peso daquele fim de semana. Como se algo tivesse se encaixado dentro de mim, algo que eu nem sabia que estava fora do lugar até encontrar Ayla ali, dormindo nos meus braços, sem pressa para ir embora. Mas agora a cidade nos esperava. A casa, os olhares curiosos dos amigos, as perguntas que viriam. Suspirei e apoiei o cotovelo na janela, observando a estrada passar. Ayla percebeu, claro. — O que foi? — Ela me olhou rapidamente antes de voltar a atenção para a estrada. Demorei um segu
Ayala Green Acordei nos braços de Caleb, sentindo seu corpo quente e confortável ao meu redor. A respiração dele estava lenta e ritmada, uma de suas mãos ainda pousada na minha cintura, como se mesmo dormindo ele quisesse me manter ali. Sorri contra seu peito antes de me mover com cuidado, tentando sair da cama sem acordá-lo. Pé por pé, fui deslizando para fora dos lençóis, sentindo a brisa fria da manhã arrepiar minha pele. Antes de sair, olhei para trás. Caleb ainda dormia, os cabelos bagunçados e a expressão tranquila. A imagem era quase perigosa, porque me fazia querer voltar para a cama e esquecer que o mundo lá fora existia. Mas eu precisava ir. Abri a porta devagar, tentando não fazer barulho… e dei de cara com Lucy. Ela me encarou com um sorriso malicioso, os braços cruzados e uma sobrancelha arqueada como se dissesse até que enfim, né?. — Nem precisa falar nada. — Levantei a mão antes que ela pudesse abrir a boca. Ela riu baixinho. — Ah, mas eu vou falar, sim. Eu sabi
Ayala Green Dizem que a primeira paixão a gente nunca esquece, e hoje eu tenho certeza disso. Eu era apenas uma garota de doze anos quando tudo começou, cheia de sonhos e expectativas, vivendo um dos momentos que até então só conhecia nos livros que devorava em segredo. Naquele dia, eu estava no meu quarto, absorta na melodia de "One Less Lonely Girl" de Justin Bieber, quando ouvi a voz do meu pai chamando meu nome.— Ayala, venha para a sala! Quero te apresentar algumas pessoas.Suspirei, interrompendo minha música favorita e me perguntando quem seriam essas "pessoas" que ele queria que eu conhecesse. Saí do meu refúgio, ainda com a cabeça nas nuvens, imaginando que algo mágico estava prestes a acontecer, como nos romances que tanto adorava ler.Ao chegar à sala de estar, o mundo ao meu redor pareceu parar. Lá estava ele: Caleb Evans. O cabelo escuro caía desordenado sobre sua testa, e seus olhos da mesma cor transmitiam uma seriedade que eu não entendia, mas que me fascinava. Havia
Ayala Green Acordei de sobressalto com o toque insistente do meu celular. Peguei o aparelho ainda sonolenta, só para perceber que se tratava de uma chamada de vídeo de Tina — minha melhor amiga e parceira inseparável desde o ensino médio. Ela odeia ser chamada por seu nome completo, Martina, e faz questão de me lembrar disso sempre que me esqueço. Assim que atendi, a imagem dela surgiu na tela, eufórica como sempre. — Ayla, pelo amor de Deus, você ainda está dormindo?! — exclamou, quase me deixando surda. — Eu já estou pronta há horas e você nem saiu da cama! Esfreguei os olhos, tentando me situar. — Tina, nossas aulas começam às 7:30. Ainda nem são 6:00. Você pode, por favor, respirar? — murmurei, a voz rouca de sono. Ela revirou os olhos, impaciente. — Como você consegue estar tão calma? É o nosso primeiro dia na faculdade! Trabalhamos tanto pra isso! — disse, agitada. — Não me diga que não está nem um pouco animada! — Estou sim, só que acabei dormindo tarde ontem. T