Vou para Maldivas

CAROLINA

- Senhora! Por favor! Fique e tome um chá.

O homem vestido de terno preto fala. Ele é um senhor de cabelos grisalhos, e parece ser muito educado, diferente do seu chefe!

Russo foi muito desrespeitoso! Ele não respeitou minha decisão, melhor ele nem ligou sobre o que falei! Eu não quero nada que me faça lembrar desse homem! Nada!!

- Obrigada, Senhor, mas a única coisa que quero é sair daqui!

- Escute, eu não posso deixar que saia desse jeito, toda alterada! - insiste desesperado. Qual é o problema desse homem? - vamos entrar e a Senhora aproveita conhecer algumas das joias!

Franzo o cenho e suspiro.

- Senhor, passar bem a noite!

Me viro para continuar andar em passos largos.

- Por favor, se a senhora ir, eu perco o meu emprego - de imediato, paro de andar e lentamente me viro - mas o Senhor Clark não pode saber que eu disse isso a você...

- Esse homem ameaçou de tirar seu emprego se eu fosse embora?! - ele apenas abaixa a cabeça. Cada hora que passa descubro mais podres de Russo! Literalmente ele é um homem sem escrúpulos!

- Senhor, me desculpe, mas se ele disse isso é só para me chantagear, mas eu não vou cair nessa!!

- Senhorita, me escute, o Senhor Russo detesta quando as coisas não correm como ele quer, e provavelmente eu serei expulso da empresa.

Respiro fundo para me acalmar e chuto com os pés a caixa onde tinha os "presentes", mas quando me dou conta que perdi a cabeça me arrependo e peço desculpas ao Chefe dos guardas.

- Mike! Quem é essa Senhora? - olho para ver quem era, e é um senhor de meia-idade, mas bem conservado. Seu cabelo era todo platinado, sua altura era média, três ou dois metro mais alto que eu. Seus olhos eram azuis e vibrantes como o de Russo... Será que é algum familiar dele?

Ergo o rosto - Sou Carolina Albuquerque...

- Vejo que está incomodando... Ou não? - ele pergunta me olhando com desprezo.

- Na verdade, seu guarda é que me está incomodando - falo séria - eu só vim trazer algo e já estou de saída.

- Imagino que esteja... - o senhor diz arrogante - também não esperaria muito vindo de uma mulher como você...

Ignoro o comentário desse senhor, e

Olho para o guarda que estava nervoso, a um fio de se ajoelhar para eu não ir embora.

- Chutou a caixa como uma selvagem... Eu vi você... - ele aponta para o topo do prédio - lá de cima.

Muitas das vezes, quando veem uma mulher simples passando por uma loja tão luxuosa, as pessoas pensam o seguinte, ou é ladra, ou está procura de um pagante... Dificilmente imaginam que está passando para comprar ou só ver, até porque olhar ainda não é crime!

- Melhor eu ir, não quero ser ofendida...

Falo me virando para ir embora, mas paro quando sinto o perfume daquele homem que até agora só me causa problemas... Ignoro sua presença, e continuo a andar, não olho para trás.

A cada passo que dou, só perdia a força dos pés... Eu queria muito sair daí, sempre gostei de estar em paz e harmonia... Nunca fui pisada desse jeito e tudo por culpa desse tal de Russo. A vontade de chorar é imensa, mas não sou o tipo de mulher que mostra suas fraquezas, que cai no chão e chora feito uma criança perdida.

De repente perco as forças nos pés e mãos fortes me seguram, me agarram forte. Viro o rosto, e fito ele por cima do ombro e nossos olhares se cruzam por segundos...

Ele me encarava sério, e me agarra forte como se não quisesse largar, já eu sentia vontade de empurrar ele para o chão e pedir que me solte!

Meu coração b**e freneticamente por seu rosto estar muito próximo de sua boca...

- Eu estou bem... - consigo dizer.

- Tanto que quase caiu... - ele debocha

- vai me soltar?!

- Não.

Ele fala com tanta autoridade e firmeza que chega a assustar.

- Eu chamo a polícia!

- E o que vai dizer? Que eu te salvei de uma queda e por isso mereço ir para cadeia?!

- Não exagere!

- Você podia ter caído mal, bater com a cabeça nesse chão duro e apanhar uma hemorragia.

Rio.

Sério que ele está irritado comigo por eu quase ter caído?!

- Vai se foder!

Ele ri

- Que a Madre superiora não te ouça! - fala

- Ha Ha Ha, que engraçadinho!!!

Esse homem me tira do sério! Nunca pensei que num só dia ia passar por vários cenários estressante.

O guarda caminha até nós e me entrega uma garrafa de água e finalmente o brutamontes se afasta de mim, e me deixa respirar.

- O meu pai te importunou?

Termino de beber toda água, mas bebo sem pressa, como se ele não me tivesse feito uma pergunta. Olho para todos os cantos da rua iluminada e bem movimentada, e em nenhum momento ergo meus olhos para encará-lo.

- Isso importa?! Eu acho que não porque você faz o mesmo né! Talvez você pediu a seu pai que me importune!

- Por que pedir se eu posso fazer e dez vezes melhor?

- Ah! E você ainda se gaba! Enche a boca para dizer?!

- Foda-se!

Arregalo os olhos e faço sinal para que um Táxi parasse.

- Para mim já deu... - murmuro irritada

- Venha!

Russo me puxa pelo braço e depois me carrega em seus ombros. Eu fiquei como uma louca pedindo para ele me por no chão, se não eu chamaria a polícia e diria que foi sequestro!

Mas ele não ligou, abriu o carro e me jogou no mesmo, ele estava furioso e notava-se que havia perdido a paciência. Ele se comporta como se tivesse algum tipo de relação comigo!! Está confundindo tudo só porque tem dinheiro!! Grande parvalhão!!

Tento abrir a porta, mas estava trancada e não dava para destrancar. Pego no meu celular e digito o número de emergência.

- Alô! Eu preciso de ajuda... - não termino de falar porque ele tira o celular de minhas mãos e j**a na rua como se não valesse nada.

- Olha o que você fez!!! - grito estupefata

Ele ignora meu protesto, enquanto eu bato na janela pedindo ajuda, dá arranque no carro e não demora começa a conduzir em altas velocidades. Eu sabia que gritar, me debater não resolveria meu problema, então preferi cruzar os braços e me encolher no banco onde sentava.

- Coloca o sinto. - ele fala num tom autoritário. Como se estivesse me dando ordens.

Lanço nele meu olhar de ira e o ignoro.

- Onde está me levando?

- A ilha Maldivas! - olho para ele assustada - o que foi? Não gostou?

- Não, não, não! Você enlouqueceu?! Pensa que sou rica, já com a vida feita?! Eu trabalho amanhã! Sem esquecer o orfanato! Quem vai fazer a contabilidade?!

- Eu trato disso...

- Não, você vai tratar de me deixar em casa porque a primeira oportunidade que eu tiver ligo a polícia! Isso é sequestro!

Ele solta uma gargalhada

- Sei, você vai ligar e dizer "Socorro!!! Eu fui sequestrada e vim parar nas ilhas Maldivas!!!" - fala imitando minha voz, pelo menos, tentando imitar.

Respiro fundo e peço a Deus paciência - Você está se divertindo? Né mesmo?

Ele não me responde e continua atento na estrada

- Como me conheceu?

Pergunto porque eu gostaria saber de onde começou toda sua obsessão por mim.

Ele sorri de canto - numa conferência de empresa, você estava aí, horrível, usando suas roupas largas.

Arregalo os olhos - Obrigada pelo elogio,- ironizo- mas não visto para agradar os olhos de ninguém!

- Oh, não conhecia esse seu lado resmungão.

- Não dá para ter uma conversa contigo!!!

Se quando ele me viu me achou feia, por que está tão colado a mim?

- Idiota... - murmuro com o rosto na janela.

- Coloca o sinto! - ele diz bravo, bufo e o ignoro - Agora! Não me faça perder a droga da paciência que não tenho!

Coloco o sinto de segurança - Viu como não custa? - ele fala e arregalo os olhos. Estou me nas tintas para o que ele diz! Se ele me quer por perto, então terá que arcar com as consequências! Não irei facilitar e tornar sua vida um inferno...

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