— Isso não pode ser verdade — Elis sussurra, totalmente abalada.— Elis, você não devia ter feito isso — Steve diz, chamando a atenção da esposa. — Isso era uma questão do Richard apenas.— Devo ter deixado algo passar — sussurra, ainda sem acreditar. Estava confiante de que Madeline continuava virgem.— Pare com isso — adverte Steve.— Você tem certeza, doutora? Olhou direitinho? — Insiste Elis.— Sim, eu tenho certeza do que atestei — Abby responde.— Já basta, Elis! — grita Madeline. — Já não basta essa humilhação que me fez passar, ainda duvida de mim? Eu já disse que foi o seu querido irmão que abusou de mim, mas você acha que ele é um santo que não faz mal a ninguém!— Eu nunca abusei de você — interfere Richard. — Como disse milhares de vezes, não me lembro do que aconteceu, mas sei que jamais abusei ou te peguei à força. Eu tinha desconfiança de que nada havia acontecido, mas se realmente aconteceu, não foi como a Madeline relatou aqui.— Que decepção — Nina diz, chorando abra
Mesmo cansado, ele resolve ouvir o rapaz.— O que quer?— Quero te pedir desculpas por aquele dia — revela. — Eu jamais tocaria em você, mesmo com a ordem da Madeline. Eu o respeito muito — confessa.— Eu sei, eu o conheço há um tempo e sei que me respeita.— Não quero ser indiscreto, mas percebi que vocês estavam brigando. Por acaso aconteceu alguma coisa aquele dia? — insiste.— A Madeline é teimosa e, quando quer, faz de uma simples conversa um campo de guerra. Foi o que aconteceu naquele dia, eu disse algo que ela não se agradou e por conta disso, começou com aquela histeria toda.— É, eu já percebi que ela tem um gênio forte.— O problema é que esse gênio dela está acabando com tudo. Eu só queria arrumar uma forma pacífica de resolver as nossas diferenças, mas ela insiste em ir para o lado desafiador.— Vocês estão bem?— Não, não estamos bem, mas parece que ela não compreende isso e insiste em continuar com esse relacionamento absurdo.— Como assim? — questiona curioso.Richard
Enquanto dirige sem rumo, Richard reflete sobre o rumo de sua vida. Havia iniciado a noite com um propósito, mas agora sua mente estava tumultuada. As acusações de Madeline devastaram todas as suas expectativas de encerrar aquele relacionamento rapidamente.Sua mente estava repleta de dilemas, agravados pelas palavras que ouvira dos ex-sogros. Nunca sua conduta ética havia sido questionada, e parecia que tudo pelo qual lutou ao longo dos anos havia sido desconsiderado.Naquele momento, sentia-se envergonhado de ligar para Alice e relatar o que aconteceu, pois não sabia nem por onde começar.Sem uma direção clara, continuou dirigindo pelas ruas de São Francisco, em busca de algo que pudesse clarear sua mente.Seu telefone tocou e ele viu o nome de seu pai na tela. Já sabia o motivo da ligação e optou por não atender. Dirigiu um pouco mais até perceber que não podia fugir daquele problema. Ao chegar à casa dos pais, encontrou-os na sala, aguardando-o.— Finalmente você chegou. Estávamos
Enquanto aguarda notícias de Richard, Alice anda de um lado para o outro, ansiosa. Já se passaram da meia-noite e ninguém ainda havia dado sinal de vida. Sabia que o jantar demoraria, pois havia muitas coisas para serem colocadas em questão, mas algo em seu peito dizia que algo não estava nada bem.De minutos em minutos, olhava para o celular à procura de uma mensagem ou ligação perdida, mas nada chegava.— Por que estão demorando tanto? — se pergunta.Já havia colocado a filha para dormir e arrumado todas as coisas do dia seguinte para saírem em um passeio. Mesmo assim, procurava alguma coisa para fazer. Quando estava na cozinha preparando um chá para se acalmar, ouviu o seu celular tocar. Seu coração acelera, mas quando olha para a tela, não vê o nome da pessoa que espera. Mesmo assim, atendeu com expectativa, pois sabia que Elis também teria novidades para contar.— Elis, boa noite, o jantar já terminou? — pergunta, cheia de esperanças.— Sim, mas foi um desastre total — explica El
Richard não consegue dormir depois da conversa que teve com Alice. Sua mente está perturbada, e nenhuma de suas reflexões o leva a uma conclusão satisfatória. Já se passam das quatro da manhã e ele não sente nenhum sono. Ele sabe que precisa enfrentar a família Jones e decidir a respeito do que Madeline disse.Pensando nela, resolve ligar naquele momento, pois sabia que não teriam outra oportunidade de conversarem pessoalmente. O celular toca por um tempo e ele imagina que Madeline esteja dormindo por conta do horário, mas mesmo assim insiste em ligar.Deveria ter uma última conversa e expor para Madeline as consequências que os seus atos iriam causar caso ela não retrocedesse em suas falsas acusações.— Alô — Madeline atende com a voz sonolenta.— Precisamos conversar — diz ele, com seriedade.— Richard, o que deu na sua cabeça para me ligar agora? Por acaso, não olhou no relógio antes? — ela questiona.— E quando poderíamos conversar a sós, se daqui a pouco a verei na presença dos s
Na manhã seguinte, Meredite e Abraham aguardam o filho à mesa do café da manhã. A noite havia sido perturbadora, e nenhum deles conseguiu dormir, preocupados com o dilema que o filho deveria enfrentar. — Bom dia — Richard cumprimenta os pais ao entrar na sala e sentar à mesa do café. — Bom dia, filho — respondem em uníssono. — Como passou a noite? — Meredite pergunta por cortesia, embora a aparência abatida do filho denuncie que ele não dormiu nada bem. — Mal, muito mal — Richard admite, exausto. — Acho que nenhum de nós conseguiu dormir bem, especialmente após tudo o que aconteceu ontem — comenta Meredite, preocupada. — Independentemente de tudo o que ocorreu, precisamos nos encontrar novamente com Donald e a família dele para resolver essa questão de uma vez por todas — observa Abraham. — Já decidiu o que irá fazer, Richard? — O casal olha para ele, ansiosos por sua resposta. Richard ignora a pergunta dos pais e toma um gole de café que uma funcionária acabou de servir. Ele l
Quando vê a família Carter sair da mansão, Donald olha para Madeline, que ainda parece assustada. — O que houve, filha? Richard disse algo que te assustou? — pergunta ele, preocupado. — A atitude dele me assustou um pouco, mas acho que foi porque o contrariamos — responde Madeline, evitando entrar em detalhes sobre o que ouviu. — Não se preocupe com isso, não quero que fique intimidada. São eles que devem nos temer, não nós a eles. Richard foi homem para fazer o que fez com você, então terá que ser homem para te assumir — comenta, ajustando a camisa amarrotada depois de Richard tê-la puxado pelo colarinho. — Aquele moleque acha que pode me ameaçar. Acho que esqueceu da minha influência. — Papai — Madeline o encara. — Teria mesmo coragem de fazer algo contra a filha dele? — pergunta, preocupada. — Se ele saísse daqui dizendo que não se casaria com você, pode ter certeza de que eu faria algo para abalá-lo — responde, sem demonstrar nenhum traço de compaixão. — Agora que está tudo
Em Nova York, Alice está terminando de arrumar sua filha para o primeiro passeio na cidade. Vivian se ofereceu para sair com elas e explorar o Central Park.Embora fosse sua primeira vez saindo do apartamento, Alice fazia isso apenas por sua filha, pois, por ela, não sairia dali tão cedo até que Richard resolvesse todos os seus problemas.Desde a última conversa que teve com ele na madrugada, sentia que a sua próxima ligação traria más notícias.A campainha do apartamento toca e, acreditando que seja Vivian, abre a porta, mas depara-se com Cole.— Bom dia, Alice — cumprimenta, com um sorriso caloroso.— Bom dia — responde ela, um tanto desconfiada de sua presença ali.— Sei que deve achar estranho eu estar aqui, mas estava por perto e quis ver se estava tudo bem — explica.— Sim, está tudo bem — responde, sem o convidar para entrar.— Estou indo ao supermercado, quer que eu traga algo para você? — pergunta, notando que Alice está mais arrumada do que o habitual.— Não, obrigada. Armin