—O pedido número trinta e dois está pronto! —anunciou o Chef, e um dos ajudantes de cozinha correu para buscar os diferentes pratos que um dos exigentes clientes havia solicitado.Os aromas se misturavam na cozinha, enquanto os cozinheiros, exaustos mas diligentes, se apressavam para terminar todas as preparações daquele dia.Nora, com o cansaço no rosto, dirigiu-se à saída depois de terminar seu turno. Ela observou seus colegas, que pareciam exaustos e estressados pela agitada jornada. O hotel estava lotado de hóspedes estrangeiros que exigiam atenção constante, o que obrigava os funcionários a trabalhar dobrado.Justo quando estava prestes a abrir a porta para sair, Elliot se interpôs em seu caminho, detendo-a. Seus olhos se encontraram e um brilho pareceu acender no olhar do Chef.—Então nos vemos mais tarde...? —levantou uma sobrancelha em sua direção, transmitindo um lampejo de esperança, mas Nora franzia a testa, confusa com sua pergunta —. Queria te agradecer pelo que fez hoje.
"Agradeço imensamente suas palavras, senhor. São muito significativas para mim. No entanto, quero deixar claro que nunca fiz isso esperando receber algo em troca", disse Nora sinceramente, tentando devolver o envelope.Jeremiah colocou sua mão sobre a dela, impedindo-a de devolvê-lo."Eu sei, Nora. Mas quero que aceite isso como um reconhecimento sincero e uma mostra de gratidão. Não aceitarei devoluções", afirmou com convicção.Nora baixou os olhos para suas mãos, sentindo uma sensação calorosa, porém estranha, em seu interior que nunca havia experimentado antes. Seus olhos pousaram naqueles profundos orbes azuis, idênticos aos de sua pequena Zoe.O diretor do hotel, Jeremiah, havia sido um completo desconhecido para ela até aquele momento, mas seu gesto amável e generoso havia conquistado seu coração em questão de minutos."Oh, eu... agradeço muito, senhor. Mas não é necessário..." tentou argumentar Nora, sentindo-se sobrecarregada pela magnitude do presente."Insisto, fique com o d
Nora o viu partir e suspirou ao ficar sozinha. Ela ficou mais alguns minutos na cafeteria, perdida em seus pensamentos, tentando processar todas as informações que havia recebido em tão pouco tempo. Aquele convite para jantar talvez fosse o começo de uma nova fase em sua vida, tanto profissional quanto pessoal.Depois de um tempo, Nora voltou para casa com sua filha pequena, que irradiava uma energia mais vibrante do que nos dias anteriores. A criança contou animada tudo o que havia feito na creche, enquanto sua mãe a ouvia atentamente, organizando os produtos na despensa. Elas tinham ido juntas ao supermercado fazer compras para casa, uma tarefa que Zoe adorava.De repente, a menina perguntou com olhos suplicantes.—Mamãe, todos os meus colegas vão para o acampamento, posso ir também?A mãe a olhou com ternura antes de responder.—Querida, ainda não posso te garantir nada. Espere até o dia chegar e verei se te dou permissão, tudo bem? —A filha assentiu e saiu da cozinha com uma expre
Durante as semanas seguintes após sua demissão, Geoffrey se esforçou para reunir provas contra seu sobrinho. Ele falou com um dos médicos, um amigo íntimo que contou algo que seria útil mais tarde. Descobriu que quatro anos atrás, Jeremiah havia visitado a clínica onde o procedimento de criopreservação de esperma foi realizado.Ele não tinha ideia do motivo pelo qual seu sobrinho fez isso, mas suspeitava que fosse em benefício da herança do falecido Malcolm. Estava certo de que Jeremiah tinha um objetivo por trás disso e cedo ou tarde descobriria a verdadeira razão. Ele pressentiu que Susan, a mãe de Jeremiah, estava ciente de tudo o que seu filho estava fazendo.Finalmente, chegou o dia do julgamento e Jeremiah estava preparado. Ele apresentou todas as suas evidências e testemunhas, incluindo vários funcionários do hotel. Embora Geoffrey tentasse se defender, seus argumentos eram fracos e pouco convincentes. No final, o juiz decidiu a favor de Jeremiah e seu tio Geoffrey foi condenad
Por outro lado, no meio de um dilema angustiante, Nora estava diante da imponente porta do escritório do diretor, debatendo internamente sobre a importância de sua decisão. Naquele momento preciso, só conseguia pensar em como seria vantajoso aceitar o trabalho que Jeremiah estava oferecendo para cobrir suas despesas.Ela inspirou profundamente, enchendo-se de coragem, decidida a aproveitar a oportunidade de realizar um de seus sonhos mais acalentados.Cozinhar.Ergueu a mão para bater os nós dos dedos na porta, mas não houve resposta. Aparentemente, o diretor não estava em seu escritório naquele momento. Com um suspiro resignado, Nora se virou para voltar às suas tarefas. No entanto, ela não fazia ideia de que Jeremiah estava a poucos metros de distância junto com Jong.—Senhor, podemos conversar por um minuto? —pediu Nora e ele assentiu, dirigindo-se ao seu escritório—. Ah, oi Jong.—Oi, que bom te ver novamente —sorriu o asiático e ela imitou seu gesto.—O mesmo digo.Ambos entraram
- Certo, era apenas uma sugestão - disse Jong levantando as mãos em sinal de rendição - Você não é obrigado a fazer o que eu digo. Como seu melhor amigo, é meu dever aconselhá-lo para que você alcance o sucesso, mas sei que você nunca vai me ouvir. Não entendo por que estou perdendo meu tempo...- Exatamente, você está desperdiçando seus conselhos. Talvez sejam úteis para os outros, mas não para mim - comentou Jeremiah, provocando uma expressão de aborrecimento em Jong.- Enfim, mudando de assunto. Você pode me explicar por que disse aquilo para a Nora?- Do que você está falando? - perguntou Jeremiah confuso, sem entender do que seu amigo estava falando.- Tenho uma das funcionárias mais talentosas do hotel lavando pratos sujos. É um desperdício - repetiu Jong imitando a voz grave de Jeremiah.- Ah, você está se referindo a isso. Bem, em primeiro lugar, o nome dela é Nora - corrigiu Jeremiah - E segundo, não tenho que te dar explicações sobre o que falo com meus funcionários.Jong bu
—Tudo bem. Eu só vou pegar emprestado por alguns dias e vou devolver assim que conseguir um novo —aceitou Nora, enquanto Jeremiah assentia satisfeito —. Mas o que você vai fazer sem celular?—Não se preocupe, tenho outro celular para uso profissional e este é o meu celular pessoal —respondeu Jeremiah tranquilamente, percebendo o olhar de Nora para o celular que ele segurava na mão —. Não se preocupe, eu te dei o meu celular pessoal. Não há motivo para temer, ninguém conhece esse número, apenas pessoas próximas.Ela assentiu com a cabeça, mas não pôde deixar de pensar na confiança que o diretor estava mostrando ao lhe dar algo tão pessoal.—Você não acha estranho que uma desconhecida tenha o seu celular? —questionou Nora intrigada.—Não, por que seria estranho? A menos que você tenha intenções de divulgar meus dados pessoais —brincou ele, e ela o olhou assustada —. Embora, sendo honesto, não há informações relevantes lá.—Agradeço sinceramente a sua confiança, senhor —expressou Nora —.
Quando finalmente recuperou a consciência, Jeremiah estava em uma maca, cercado pela agitação da enfermaria. O rosto preocupado de Nora refletia-se no olhar do médico que o examinava em busca de sinais de melhora. Sua voz parecia distante, como se se encontrasse submerso em uma dimensão alheia à sua.Pouco a pouco, as lembranças daquele desvanecimento voltaram à sua mente, inundando-o de confusão e temor. O que lhe tinha acontecido durante esse lapso de inconsciência? Sería seria apenas um incidente isolado ou era o prelúdio de algo mais sério? Jeremiah, geralmente tão infalível e autoconfiante, era forçado a confrontar sua própria fragilidade.- Senhor, como se sente? - falou Nora ao vê-lo abrir os olhos.Ele inclinou a cabeça olhando para ela, que parecia angustiada. No entanto, Jeremiah sentou-se na maca e dedicou um rápido olhar ao médico, enquanto este continuava seu exame e as perguntas se acumulavam em sua mente, perguntando-se se o golpe havia sido grave.—Um pouco tonto, mas