Quando te conheci
Quando te conheci
Por: MeiLee
0.1 Prólogo

Isaac passou todos os dias após a formatura do ensino médio contando os dias para a recepção na universidade, ele ia riscando os números no seu calendário enquanto estava deitado em sua cama, observando os dias não rabiscados diminuindo para um dígito. Oitenta e sete dias até sua universidade. Quarenta e nove dias antes de pegar um avião para Irlanda. Vinte e seis dias, e então sua vida como um pequeno adulto totalmente crescido começa. Seu pai, por outro lado? Não estava tão emocionado.

"Dublin..." Nicolas Vidal, murmurou com os braços cruzados sobre o peito enquanto olha ao redor do campus. "É um lugar grande."

Isaac dá de ombros, sua mochila pendurada no ombro, "Bom, claro...", ele olha para seu pai por cima do ombro, levantando os óculos de sol "mas São Paulo também é."

"Vivíamos lá juntos." o homem continua murmurando, incapaz de esquivar da crescente sensação de que seu filho não está levando isso tão a sério quanto poderia.

"E a recepção é apenas uma noite" lembra Isaac ao pai, estendendo a mão para apertar a mão do outro. "Na verdade, só vou começar as aulas daqui um mês, temos um mês pra ficarmos juntos ainda." ele o conforta.

"... E você será responsável?" Isaac acena com a cabeça, sem verbalizar.

Obviamente, Nicolas não confia nisso. Mas que escolha ele tem?

Já no campus, há uma pequena discussão um tanto banal. "Eu não preciso de uma babá" lamenta Owen, olhando para seu irmão mais velho, ou melhor, meio irmão.

Liam dá de ombros "Tenho que ganhar meu sustento de alguma forma."

Owen bufa, tirando um pedaço de fiapo da ponta de seu cardigã, não fazendo questão de esconder o tédio e a irritação. "O dormitório fica a apenas quarenta e cinco minutos de casa."

Liam bufa, colocando um braço em volta dos ombros de seu irmão mais novo, "Eu sei disso, eu montei com você." Ele o cutuca ao longo do caminho em direção ao sindicato estudantil, onde estão distribuindo folhetos informativos. "Olha, eu sei que você está chateado porque nosso pai..." Liam para, tentando encontrar uma maneira delicada de dizer isso. "...fica tentando empurrar medicina no seu caminho..."

Empurrar seria um apelido carinhoso pra chantagem.

"Mas você pode gostar daqui." Liam oferece. "E se você não gostar, não sei ..." Ele bagunça o cabelo de Owen, bufando quando seu irmão estende a mão para afasta-lo e ajustar o cabelo castanho e naturalmente armado, enquanto seus olhos cintilam ao observar um grupo de garotas rindo enquanto andam pelo campus. "Você sempre pode se juntar a mim no clube da 'decepção familiar'?"

Owen adora o clube da decepção familiar. Não há nenhuma expectativa. Você consegue um apartamento minúsculo na cidade, consegue um emprego péssimo – e é banido da maioria das reuniões familiares. O que, na mente de Owen, é uma espécie de sonho atualmente. "Posso desistir agora?"

Liam bufa, revirando os olhos. "Sim, claro. Vá em frente." Owen está de mau humor, perfeitamente ciente de que Liam não está oferecendo uma resposta genuína. "De qualquer maneira é um caminho positivo" Liam fala, olhando ao redor "Você não mora mais com o papai." Isso é verdade. "E", acrescenta Liam, cutucando Owen "você pode ficar com os cartões de crédito."

E se você perguntar para Owen, é exatamente por isso que Liam é um ótimo irmão mais velho.  está sempre o ajudando a ver o lado bom.

Para Isaac, a recepção é como uma sexta-feira.

Ele sempre se deu bem em eventos sociais. Não demorou muito para fazer amizade com dois calouros, Antony e Sophia, e eles passaram a maior parte das palestras rindo na última fila, trocando informações nas redes sociais e enviando mensagens com comentários sarcásticos durante a palestra de segurança no Campus. E no final do dia, Antony estava se lamentando.

"Eu gostaria de ter conhecido você antes de me inscrever para um encaixe aleatório de colega de quarto!" Ele grunhi. "Teria sido perfeito."

"Eu sei." Isaac revira os olhos, esfregando as têmporas. "E se eu ficar preso a algum tipo de canalha?"

"Bem" Sophia suspira, mexendo no cabelo enquanto caminham em direção a um dos bares perto do campus, "eu já conheço minha colega de quarto e ela é péssima ."

"Ela não era sua irmã?"

"Sim. E ela é um cu de se conviver por muito tempo, já morei junto com aquela vaca por dezoito anos." Sophia balança a cabeça. "Eu aceitaria um encaixe aleatório qualquer dia desses."

"Certo..." Isaac para de falar, não querendo entender aquela dinâmica familiar. "E por que estamos aqui mesmo?"

"Bem," Antony suspira "Provavelmente é minha única chance de fazer merda neste verão. Estarei ajudando meu avô na loja dele no próximo mês. "

Única chance para o verão. Que é o que adolescentes normais fazem. Eles se perdem quando têm a chance.

Isaac reprime o desejo de bater as mãos no rosto.

Não seja um bebê, é totalmente normal.

"Ok" seu sorriso é todo calculado "A primeira rodada é por minha conta."

Owen diria que sua experiência na recepção foi muito bem sucedida. Ele não fez amigos exatamente, mas no instante em que os calouros abastadas notaram o relógio em seu pulso, ele foi arrastado para um pequeno grupo de calouros vestidos em Ralph Lauren e Saint Laurent.

E dentro desse grupo de calouros, abençoada seja, estava Sasaki Nobuko. Cabelo preto comprido, olhos puxados e misteriosos, pele perfeita...

Quase o tipo de garota Owen pode querer chamar no final da noite, já que, até agora não apareceu outra mulher mais interessante e o bar é meio chato. Sasaki segura sua cerveja perto do peito, seu cardigã pendurado frouxamente em seu corpo esguio enquanto ela olha ao redor para os rostos que estavam naquele bar lotado.

"Eu nunca estive em um lugar como este antes" ela admite, examinando Owen com o canto do olho. "E você?".

Owen parece entediado, encostado no bar em uma pose muito mais relaxada, segurando vagamente sua própria garrafa pelo gargalo, girando-a entre as pontas dos dedos. "Algumas vezes" ele admite. "Aqui em Dublin tem muitos pubs."

"Eu esqueci, você me disse que você cresceu nas proximidades..." ela murmura, empurrando seu cabelo atrás da orelha. Há algo de malicioso nela, Owen decide. Ela é uma daquelas garotas que age mansa e tímida, mas ela está realmente formando um plano em sua cabeça. Talvez ela ache que agir assim vai fazer com que ele goste mais dela. Uma manipuladora.

Owen não se preocupa necessariamente com isso. Não é nada diferente de como as pessoas em sua vida costumam ser. O dinheiro torna a pessoa estratégica. Você tem muito e, portanto, não quer perder nada. Você prefere ficar neste ponto entediante e eterno de estase. Isso o torna observador. Recatado.

Owen está bem em deixa-la pensar que o ato suave e virginal o está fazendo se abrir. Se conseguir passar uma noite com ela, talvez duas ou três, ele ficará feliz em agir como o garoto carrancudo e emocionalmente distante que seu pai desaprovaria. Se ele soubesse que era o que ela queria, ele poderia ter até mesmo colocado uma jaqueta de couro e tentado desempenhar o papel. No final seriam dois enganadores. Ele toma outro gole de sua cerveja. "Você quer dançar?"

Ela faz um trabalho maravilhoso em parecer surpresa. "Oh, bem, eu-"

"Sasaki!" Uma de suas amigas, uma garota loira com tranças, corre para agarrar seu braço "Nós vamos ao banheiro."

Ela pisca com fervor, olhando para frente e para trás entre sua amiga e Owen, "Mas eu-?"

"Agora." sua amiga insiste, puxando-a para longe.

Owen as observa ir, praguejando baixinho.

Lá se vai sua distração noturna. Ele poderia encontrar outra pessoa? Provavelmente. Mas vai demorar mais alguns drinques antes que ele chegue lá.

Isaac está olhando para uma dose de tequila. Ele nunca bebeu antes.

Tipo, ele tomou um gole do vinho de seu pai, com certeza. Ei, quando sua irmã o levou para a Disney World por conta sua formatura do ensino médio, eles compartilharam um limoncello no Epcot. Mas tequila? Nunca, você apenas precisa virar de uma vez certo? Como nos filmes?

"Você está bem, cara?" Antony  já está na sua terceira virada, um pouco mais experiente do que ele existia Sophia, que já tinha perdido a conta, de alguma forma.

"Oh, uh, sim," Isaac pisca. "Eu nunca bebi isso antes."

"O quê", Antony pisca, "tequila?"

"...Sim?"

"Oh," o garoto loiro bufa, bem-humorado, "aqui." Ele se estica, pegando um dos saleiros do topo do balcão, sacudindo um pouco nas costas da mão. "Lamba primeiro."

Isaac olha dos olhos de Antony e depois para sua mão, seu rosto esquentando um pouco. "Você quer que eu lamba sua mão?"

"Que" Antony pisca, corando um pouco também. "Provavelmente deveria lamber a sua – acabei de lavar,  então não é nojento nem nada" Ele se enrolou no meio da frase "Você provavelmente só bebeu cerveja antes, certo?"

"...Sim." Isaac concorda, sentindo-se tão imbecil que não quer admitir. Ele se inclina, sentindo-se tão estranho enquanto sua língua desliza para lamber o sal da mão do outro, franzindo o nariz com o gosto. Mas seu coração está batendo bem rápido.

"Você tem que se apressar!"

"Oh. Certo" Isaac se endireita rapidamente, olhando para o copo em sua mão, contando rapidamente até três em sua cabeça antes de virar o copinho.  A princípio, realmente não é ruim.

E então, todo o seu rosto está em chamas."Jesus-!"

Owen meio que gosta dessa música. É aquele tipo de vibração despreocupada e acústica que você espera ver em uma comédia romântica. Ele tem certeza de que já apareceu em alguns filmes antes. Elton John, certo? Ele está balançando ao ritmo dele, mesmo enquanto a própria sala balança, mal prestando atenção em Lucas, um garoto de olhos mortos que está apenas contando os dias até se tornar um contador. As garotas o amam, obviamente. E ficar ao lado de alguém tão banal, foi completamente estratégico. Owen percebeu que isso simplesmente arrastaria a atenção feminina direto para ele. Acontece que era mais um repelente do que qualquer outra coisa. Então, agora ele está bêbado, Sasaki não está em lugar nenhum e esta noite não parece que poderia haver qualquer...

Os olhos de Owen se arregalam um pouco.

"E então eu disse a ela que ela estava sendo completamente ridícula, que eu já havia preenchido um formulário TI96B com o tesoureiro – Owen, você está ouvindo?"

"Uh..."

Como se a noite dele pudesse ter qualquer ...

Os olhos de Owen se estreitam ligeiramente. Do outro lado da sala, tinha esta pessoa.

Vestindo uma jaqueta velha e grande demais, aberta para revelar uma camiseta preta e apertada por baixo, e jeans rasgados. Cabelo ruivo, preso em um rabo de cavalo bagunçado, mechas caindo e emoldurando seu rosto. Existe um borrifo de sardas em seu nariz, destacadas quando ele sorri, jogando a cabeça para trás e rindo como se alguém tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.

Algo sobre isso faz Owen ficar de mau humor. Como. O que é tão engraçado? Ele leva sua bebida aos lábios novamente, seus olhos se estreitando ligeiramente quando ele vê o cara parado ao lado dele, encostado em uma mesa de sinuca. Ele provavelmente é mais engraçado. Todo mundo diz isso. "Owen?" Os dedos estalam na frente de seu rosto, mas ele não desvia o olhar. De repente, o estranho se vira para olhar para ele.

Ele tem olhos azuis.

Ele coloca sua bebida na mesa um pouco rapidamente, tirando a mão de Lucas em seu rosto enquanto ele atravessa a sala.

Isaac está bem, ele está de boas, sóbrio, nada nem nunca embriagado. Ele bebia um copo d'água em algum momento entre as doses. Ele pensa. Ele definitivamente não está preocupado ou até mesmo um pouco intimidado pelo fato de que um cara lindo e extremamente alto está vindo direto em sua direção.

Isaac saiu do armário a três meses atrás... Mas ele não deixa de pensar no seu pai super protetor nesse momento histórico da sua juventude, enquanto o cara alto se aproximava ele pensava que sair de casa foi definitivamente a melhor coisa que ele decidiu fazer na sua vida, e antes mesmo de ele completar o pensamento o cara já estava ali, parado na sua frente.

"Oi."

A boca de Isaac fica seca de repente, como se alguém a enchesse de bolas de algodão. Normalmente, ele realmente não é assim, é só... Mesmo em um moletom um pouco grande demais e jeans desbotados, o garoto na frente dele, o jeito que ele está sorrindo...

Deus, ele é gostoso.

"Oi." Isaac finalmente responde sem muita convicção, a língua se lançando para lamber seus lábios, repentinamente seca. O menino pergunta alguma coisa, mas a música está tão alta que, por um momento, fica difícil ouvir. "O que?" Isaac franze a testa, inclinando a cabeça para frente.

"Eu disse –" o moreno se abaixa, e seus rostos estão próximos, tão próximos que Isaac percebe uma pequena cicatriz sob o canto direito de sua boca, "Qual é o seu nome?"

Oh. Sim. Nome, ele tem um desses.

"Isaac." Ele responde, sua voz um pouco menor do que ele gostaria. "E você?" O outro menino não se recosta.

"É Owen." Ele olha para o menino loiro com quem Isaac estava conversando antes, que rapidamente se viu conversando com outra pessoa. "Está meio barulhento aqui. Quer sair por um minuto? "

Isaac nem mesmo ouviu o que Owen disse ou simplesmente não entendeu, mas ele concorda. Ele está um pouco superaquecido e a sala está meio instável, as luzes pulsando por trás de suas pálpebras quando ele fecha os olhos. "Sim", sua voz estala um pouco e ele engole em seco, limpando a garganta, "Quer dizer, acho que poderia..."

"..." Owen sorri de lado, pegando-o pelo cotovelo "Bom."

O ar atinge o rosto de Isaac quando eles andam até um beco, esfriando o suor em sua nuca, e ele começa a se sentir um pouco melhor. Ainda tonto e definitivamente não sóbrio, mas... Não bêbado. Ele tropeça nas próprias botas e Owen o pega pelo braço.

Owen está, na verdade, por todos os padrões, ainda mais bêbado do que Isaac. Durante toda sua juventude ele esteve se esgueirando para dentro do armário de bebidas, então, aprender a andar enquanto está chapado é na verdade uma habilidade aprendida.

"Você é da cidade?"

"Huh? Oh não. Eu... estou me mudando para cá no próximo mês" Isaac explica, colocando mechas soltas de cabelo atrás das orelhas: "Vou estudar na UCD este semestre. E você?"

O sorriso de Owen retorna, mas o sorriso não alcança os olhos, parecia engessado em seu rosto. "É mesmo? Não é apenas um rosto bonito, hein?"

O coração de Isaac salta uma batida. Ele geralmente não é assim. Na verdade, normalmente ele é o tipo de cara que revira os olhos, bufa em escárnio e diz: "Que merda". Mas sua cabeça parece confusa e os olhos de Owen parecem ouro líquido sob os postes de luz, e as bochechas de Isaac estão quentes. "E-E você?" Ele desvia. "Você é daqui?"

Owen encolhe os ombros, aproximando-se de Isaac enquanto dois calouros tropeçam para fora do bar, suas risadas perfurando o ar enquanto eles andam em direção à rua, chamando um táxi. "Perto, claro." A palma da mão de Owen pressiona os tijolos próximos à cabeça de Isaac.

Ele é hetero. Owen meio que se lembra disso, vagamente na parte de trás de sua cabeça. Sasaki. A garota bonita de antes, que pode estar lá, se perguntando para onde ele foi. Mas o ruivo olhando para ele parece uma distração melhor, e Owen não quer dedicar tanto trabalho emocional para descobrir o porquê.

"Você tem um namorado?"

A pergunta assusta Isaac um pouco, e ele arqueia uma sobrancelha, estendendo a mão para esfregar uma de suas bochechas com irritação. "Eu teria vindo aqui com você se tivesse um?"

Owen da de ombros, "Você ficaria surpreso."

"Bem," Isaac pisca. "Eu não. Por que?" Owen faz uma carinha esquisita, algo entre o alívio e o ressentimento, embora não necessariamente dirigida a ele .

"Ajeitando a minha curiosidade."  Antes que Isaac possa perguntar mais alguma coisa, a boca de Owen está na dele. E então, Isaac não consegue pensar muito depois disso.

Isaac não é uma pessoa particularmente fácil de lidar. Ele é tenso, nunca está completamente confortável consigo mesmo. Sempre o garoto novo, nunca em um lugar por muito tempo. Não o tipo de pessoa que beijaria um garoto que conheceu há dois minutos, bêbado, no beco atrás de um bar.

Parece até mesmo uma cena de filme, com os dois segurando um ao outro, sem fôlego. A primeira coisa que ele prova na boca de Owen é uísque, que não combina exatamente com o gosto residual da própria bebida de Isaac, mas ele não se importa.

Seu primeiro pensamento é que os beijos de Owen são mais suaves do que ele esperava. Não que Isaac seja um especialista em beijar caras, mas, a atitude do outro meio que fazia parecer que ele era o tipo de cara que te empurra contra a parede, mas ele não faz. Depois de algum tempo seus lábios estão se separando, seus olhos se abrindo de novo e ele afrouxa o aperto de suas mãos da camiseta de Owen, mas logo eles voltam ao ponto inicial.

Ele inala profundamente pelo nariz quando suas línguas roçam uma na outra, fazendo um pequeno ruído de surpresa no fundo de sua garganta. A mão de Owen está ao lado de seu pescoço, o polegar acariciando sua pulsação latejante, enquanto o outro desliza sob camiseta.

Uma das mãos de Isaac chega até o cabelo de Owen, emaranhando-se ali, puxando-o para mais perto. É bom.

           Ele mora perto, certo? Isso foi o que ele disse?

Os pensamentos de Isaac ficam confusos quando um dos joelhos de Dazai desliza entre suas coxas.

          Eu poderia perguntar... se ele tem um telefone?

Isaac estremece internamente.

Agora há dentes puxando seu lábio inferior, e Isaac solta um gemido fraco.

E então tudo se foi.

Isaac abre os olhos vagarosamente, respirando com dificuldade, meio caído contra os tijolos. Owen não está olhando para ele. Na verdade, ele está de repente a meio metro de distância, como se eles estivessem apenas conversando um pouco ou algo assim, não se beijando sem fôlego depois de apenas dizerem duas palavras um ao outro.

"Owen! Estávamos procurando por você."

O estômago de Isaac afunda .

"Oh," Owen sorri facilmente, afastando-se dele, "desculpe, eu só estava pedindo um isqueiro."

Oh.

Ele sai para se juntar a seus amigos, e Isaac é pego em algum lugar entre ainda se sentindo um pouco leve e formigando, e também...

Como uma merda total.

Que porra é essa?

Sua mão cobre a boca, sua garganta aperta quando escuta a porta de um carro se fechar.

Você tem um namorado?

Por que perguntar se ele era algum tipo de idiota?

"Isaac?" Ele ergue os olhos ao ouvir uma voz familiar, piscando rapidamente e enxugando o rosto enquanto tenta se livrar de qualquer sinal de angústia.

"Uh" sua voz está um pouco trêmula antes de ele limpar a garganta"Sim?"

Antony se aproxima, esquivando-se das poças. "Você está bem? Estávamos procurando por você."

"Sim," Isaac sorri com força. "Eu estava... uh... pausa para fumar."

O outro menino pisca: "Você fuma?"

Não.

"... Vamos lá," Antony estende a mão "Vamos... quer comer alguma coisa? Você parece meio... "

"Estou bem ", Isaac franze a testa, cambaleando enquanto o amigo o puxa. "Eu—" ele soluça, ainda lutando contra uma sensação esmagadora de inutilidade . "prefiro voltar."

Antony olha para ele com um sorriso torto, estendendo a mão para bagunçar seu cabelo, "Sim, mas estou morrendo de fome. Você quer panquecas? Eu conheço uma lanchonete próxima que fica aberta até tarde. "

"... Gosto de panquecas", admite Isaac, um pouco mal-humorado.

"Por minha conta?"

"OK..."

Antony se arrependeu um pouco de sua oferta quando soube que Isaac poderia comer facilmente três pilhas inteiras de panquecas sem pestanejar, mas... Valeu a pena. O ruivo ergue os olhos entre as mordidas quando vê seu amigo lançando um olhar estranho para ele, limpando a boca. "O que?"

"..." Antony balança a cabeça, rindo baixinho enquanto dá outra mordida. "Eu vou te perguntar quando você estiver um pouco mais sóbrio, ok?"

"Você poderia me perguntar agora" Isaac toma um gole de seu café "e depois me perguntar de novo?"

"Porque eu faria isso?"

"Estou curioso." Isaac da de ombros, se sentindo melhor agora, apenas embriagado e com um pouco de ressaca. "E não sei se irei fazer isso mais tarde."

"Sábio" Antony bufa. "Mas tudo bem." Em seguida, é possivelmente a maior reviravolta na história da noite de Isaac. "Quer ver um filme juntos algum dia desses?"

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