Los Angeles, Califórnia
Os anos difíceis há muito ficaram para trás, agora, a vida finalmente lhe sorria, recompensando-o pelo trabalho árduo e por todas as dificuldades que encontrara em sua jornada.A carreira estável como escritor era tudo que o brasileiro Adriano Léo Araújo almejava, e depois de algumas decepções ao fechar um contrato editorial no êxtase pela oportunidade de realizar seu sonho, agora, ao lançar seu sexto livro, podia comemorar a sua vitória, já que os últimos três deles fora lançado por uma das maiores editoras americanas.
Tão logo surgiu a proposta de lançamento, A.L. Araújo como se tornou conhecido, vulgo Drico, se mudou para Los Angeles com o seu companheiro, ávidos por uma vida nova em um novo país.
Fosse pelo sucesso no Brasil, ou por ser lançado pela poderos
Condado de Tulare, CalifórniaCharles se aventurou sozinho pelo milharal, ninguém mais quis acompanhá-lo, já que o seu patrão, senhor Craig, fora claro ao dizer que não permitia qualquer busca em suas terras, garantiu que sua jovem empregada dali saíra e certamente não retornara, de forma que não via motivos para que alguém se embrenhasse em meio às suas plantações, podendo até causar estragos à futura colheita.Antonella sumira há muitos dias, sua mãe e irmãos estavam desesperados à sua procura, pois além de ser uma moça muito boa e querida, era quem sustentava a casa, de forma que agora não demoraria para que a família começasse a passar necessidades.O patrão da moça, rico e bom de coração, até deu àquela pobre senhora uns t
Tóquio, JapãoCara Valentine, escrevo-lhe essa carta com certo receio, eu confesso, mas espero que a mesma chegue até ti... o que imagino que não aconteceu com a anterior que enviei.Bem, minha amiga, saiba que respondi sua carta anterior assim que a li, há mais de dois meses, e como sua resposta tardou a chegar, considerei que talvez fossem reais os boatos sobre a greve nos serviços de entrega de correspondências no seu país.Não sei dizer se a confirmação de tal greve me trouxe mais alívio ou pesar, pois a mesma extinguiu minha preocupação sobre o que poderia ter lhe acontecido, minha amiga... mas lamento que isso nos atrapalhe!Não sei se irá receber a carta anterior, também não sei se esta que agora escrevo lhe será entregue, pois o que sei, segundo o que li na internet, a greve está pa
Condado de Tulare, Califórnia— Um crime bárbaro, senhor Craig! Nunca houve por aqui um acontecimento macabro nessas proporções — falou o velho xerife, confortavelmente acomodado no estofado da sala do fazendeiro.— Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu nas minhas terras, xerife! Não fosse eu um aleijado desgraçado, isso nunca teria acontecido por aqui! — declarou o fazendeiro revoltado, se mexendo desconfortável em sua cadeira de rodas, ao mesmo tempo que uma senhora adentrou a sala segurando uma bandeja com duas xicaras de chá. — Essa é Aracy, contratei ela essa semana, você sabe, não podia ficar esperando pelo retorno da pobre Antonella... Triste fim, nunca poderia imaginar!— Ninguém poderia, senhor Craig, ninguém! — disse apanhando a outra xícara, ao que a empregada se retirou da sa
Los Angeles, Califórnia— Dora? — sussurrou enquanto acariciava o rosto delicadamente pálido à sua frente. — Princesa? — chamou ao ver a jovem abrir os olhosdevagar e sorrir para ele.— Que horas são, amor? — perguntou ela após lhe dar um selinho.— Já são quase 20 horas e eu preciso deixar você na sua casa em uma hora.— Ah, não! Não quero ir embora, Jean! — declarou virando de costas para ele.— Princesa, eu avisei que ia viajar essa noite, tenho um voo para as 22h, lembra? — falou acariciando os seus cabelos longos e loiros, afastando-os em seguida e depositando um beijo demorado em sua nuca.— Posso te esperar aqui, amor — falou levando uma das mãos para trás, tocando a virilha e em seguida o sexo do namorado, que já dava sinais d
Condado de Tulare, CalifórniaLentamente Charles recobrava sua consciência. Seu corpo doía como se tivesse levado uma surra e tudo que sentia era dor.Seus olhos logo se habituaram à pouca luz do ambiente, permitindo-o reconhecer aos poucos onde estava. As dores musculares e o fato dele estar desconfortavelmente caído aos pés daquela escadaria o fez deduzir que havia rolado lá de cima.Charles sentou com dificuldade, moveu suas pernas e braços para verificar se havia algum ferimento que merecesse sua atenção. Suspirou aliviado ao perceber que não sofrera nada grave, em dois ou três dias aquela dor iria passar.Enquanto se levantava com certa dificuldade, Charles tentava se lembrar como chegara até ali, sabia que aquele era o porão da casa de seu patrão, pois conhecia-o bem, já que era ele mesmo o encarregado de empilhar os p
Los Angeles, CalifórniaA semana mal começou para Vincent Hughes, e apesar da tranquilidade no hospital, sua cabeça latejava como se suas incumbências o sobrecarregassem.Assim, apesar da calmaria aparente ao desempenhar junto dos seus colegas, o turbilhão de pensamentos roubava a sua paz mental, o que ele sabia se tratar de um aviso com ares de exigência de que precisava sair dali e então colocar suas ideias no lugar. Caso não fizesse isso logo, iria surtar.Após dar as ordens necessárias, Vincent se despediu dos colegas, saindo mais cedo do hospital e seguindo para sua casa. Por sorte teria algum tempo para ficar no porão antes de sua esposa chegar e requerer a sua atenção.Mentalmente, Vincent reprisava os acontecimentos do final de semana em sua casa, onde o almoço para comemorar a promoção da melhor amiga Adelle resulto
Condado de Tulare, Califórnia— Nãoooooooooooooooooooooooooo... — O grito desesperado de Vivien foi abafado pelas trovoadas, enquanto suas lágrimas se misturavam às gotas pesadas da chuva que o corpo magro da pobre mulher parecia nem sentir.Ajoelhada no chão lamacento, Vivien encarava incrédula o corpo do homem com quem conviveu por quase trinta anos, hasteado, tal qual um mísero espantalho, cujas vestes encharcadas denunciavam os maus tratos aos quais ele fora submetido.— Você não merecia isso... — disse a mulher antes de deixar sua face se chocar com o chão, enquanto suas mãos seguravam com força a terra barrenta formada de baixo dela. — Maldito seja quem fez essa maldade com você! — praguejou entre soluços enquanto um raio riscou o céu em meio às trovoadas da chuva que estava longe de cessar
Los Angeles, CalifórniaLindsay levantara cedo e precisou disfarçar bastante as marcas deixadas da noite anterior, que denunciava as suas animadas horas de farra. Noite das meninas, como ela e as três amigas gostavam de chamar, era o momento reservado para muita diversão, regado à muita bebida, balada e homens sarados.A correria do dia a dia não permitia que Lindsay se envolvesse num relacionamento sério, já que dispunha de pouco tempo e não queria se comprometer com ninguém, de forma que essas saidinhas consistiam na única forma de não ficar naseca.Embora preferisse sair na sexta, comumente saíam no domingo, quando coincidia a folga de todas elas. Então ela podia beijar à vontade e transar com aquele que mais a agradasse.Lindsay sempre batalhou bastante para chegar ao cargo de executiva que ocupava numa das maio