MARIANA NARRANDO. — Quer acabar com essa noite no meu quarto? — Ele perguntou baixinho no meu ouvido e eu só confirmei com a cabeça.Eu precisava do som da voz dele nos meus ouvidos, ela era capaz de me fazer entrar em combustão espontânea, me fazia pirar e desejar muito mais...Os nossos beijos já foram se intensificando ali mesmo, as mãos dele deslivazam pelo meu corpo que ainda estava vestido. Subimos a escada quase tropeçando um no outro.Eu já entrei no quarto desabotando a camisa dele e ele foi abrindo o ziper do meu vestido.Eu amava o cheiro do corpo dele, e a forma como o Heitor chupava o meu pescoço com toda aquela violência, me deixava derreter em sua mãos e em seus abraços e em suas puxadas de cabelo.Eu não sei qual era o limite que eu estava tentando encontrar. Eu me entregava inteiramente para ele e me deixava levar pelo toque de suas mãos quentes passando em mim.As mãos dele... ah as mãos dele... elas me levavam a loucura e eu ficava esperançosa por mais, mais dele e
THOMAS NARRANDO.Nenhum sinal da Mariana, tenho procurado ela em todos os lugares, fui em hospitais, delegacias e até o IML. Mas, nada, nem sinal. A minha vida tem sido essa, a noite eu não consigo pregar o olho, fico sentado no sofá da sala com o cigarro na boca e para me manter acordado eu acabo cheirando cocaína, essa desgraçada que não volta logo para casa. Aonde será que ela se enfiou, não é possível que ela está conseguindo se virar na rua, sem dinheiro e so com a roupa do corpo.O Dimitri também não desiste de ir atrás do Heitor, ele é fissurado nesse homem e enquanto Heitor não estiver morto, Dimitri não irá descansar.Tomo um banho e vou direto para o galpão. Quando chego, vejo que está todo mundo meio calado, cochichando um com o outro.— Que mimimi do caralho é esse? Parecem mulher fazendo fofoca. — Falo nervoso e eles apenas tentam disfarçar.Quando subo para a sala do Dimitri, vejo ele e o Gabriela com a cara fechada.— O que está acontecendo? Tá um cochicho lá em baixo.
MARIANA NARRANDO. Me aconcheguei novamente na cama, o céu ainda estava escuro quando o despertador tocou e eu não precisava levantar tão cedo. O semblante do Heitor me passava um sentimento de paz, fechei os olhos novamente e peguei no sono.Quando acordei, a cama estava vazia, o sol já batia na janela, levanto da cama e me enrolo no lenço.— Heitor. — O chamo.Olho no banheiro, no closet e nem sinal dele. Onde será que ele está? Acho que se ele tivesse saído, teria me avisado. Pego o meu celular, nenhuma mensagem. Será que ele não gostou da nossa noite. Já com esses pensamentos na cabeça, pego o meu vestido coloco, pego as minhas sandálias na mão e quando vou abrir a porta vejo um papel e uma caneta em cima da mesa que ficava do outro lado do quarto. Me aproximo e pego o pedaço de papel na mão.Você estava dormindo profundamente, não quis te acordar. Não pense que eu sou aquele tipo de homem que some no dia seguinte, tenho um compromisso importante na França e volto em dois dias, qu
HEITOR NARRANDO. Ela estava deitada, completamente nua e mais linda do que o normal. Queria poder ficar aqui, só que eu preciso ir para a França, essa reunião está marcada há muito tempo e eu não podia faltar. É uma união que a La Rosa precisa nesse momento.Levanto devagar, evitando fazer qualquer barulho. Vou para o banheiro, tomo um banho, me troco e pego a minha mala que já estava pronta. Não posso sair sem deixar um recado, o que ela irá pensar sobre mim, então escrevo o bilhete deixo em cima da mesa e desço.— Bom dia Senhor Heitor. — Dolores fala quando chego na sala.— Bom dia Dolores, não irei tomar café hoje, apenas para a Mariana, ela ainda está dormindo.— Ah tudo bem, o senhor irá viajar não é?— Sim, não posso perder essa viagem, volto em dois dias.— Deus te acompanhe senhor Heitor.— Amém Dolores, até mais.O Francisco já me esperava do lado de fora do carro, quando me viu abriu a porta.— Bom dia.— Bom dia Francisco, tudo pronto?— Tudo pronto senhor Heitor, já pode
HEITOR NARRANDO.TRÊS MESES DEPOIS... Eu ainda estou me recuperando, eu passei por três cirurgias delicadas, uma bala se alojou próximo ao meu coração, fiquei em coma e fiquei mais de um mês internado. Permaneço na França, aqui até o momento é o lugar mais seguro, tenho contato apenas com o meu pai e por ele fico sabendo das notícias. A La Rosa está fraca, depois que me atacaram as coisas não ficaram muito legais. Eu ainda não estou 100% recuperado, me lembro dos dias terríveis que tive no hospital, das dores e de como eu desejava a minha casa. O Francisco já estava bem, ele também ficou um tempo internado mas já está recuperado. Eu pedi para que puxasse nome por nome daqueles homens que estavam dentro do carro, eu quero saber quem são porque eu vou derrubar um por um.Assim que o fisioterapeuta saiu do quarto, o Francisco apareceu e eu afirmei com a cabeça para que ele entrasse.— Senhor, as notícias que eu tenho não são boas. — A afeição dele não era boa.— O que houve Francisco? —
MARIANA NARRANDO. Os dias nessa casa foram se passando, eu estou vivendo no escuro. A única coisa que eu sei é que o Heitor precisou operar e estava em coma. Não teve um só dia em que não de acabei em lágrimas pedindo para Deus salvar ele e o trazer de volta para casa.Eu mal consigo dormir, a comida só desce forçada, os olhos inchados de tanto chorar e a Dolores acompanhando o meu sofrimento de perto.— Eu não aguento mais, eu juro que eu não aguento mais. — Eu grito e jogo o copo no chão.— O que houve Mariana? — Dolores correu até a sala de jantar.— Eu não aguento mais Dolores, eu preciso saber dele, preciso de qualquer notícia que não seja ele esta se recuperando.— Minha filha, você não tocou na comida outra vez, desse jeito você vai cair doente.— Eu não consigo comer Dolores, ele não sai da minha cabeça, eu poderia estar lá cuidando dele e não aqui, ai o meu estômago está doendo. — Falo entre lágrimas e me sento— Mariana, não é de hoje que você vem sentindo essas dores no es
HEITOR NARRANDO. O maior problema é que as vezes o nosso coração se cala e então ficamos sempre entre a razão e o coração. Ao mesmo tempo que é simples, é doloroso.Fico parado em frente a porta principal, sem saber o que fazer, eu não quero acreditar que ela tenha me traído.— Seja firme Heitor, entre lá e faça o que você precisa fazer. — Digo para mim mesmo e arrumo a arma que estava presa na minha cintura.Assim que abro a porta, vejo que não tem ninguém na primeira sala, caminho mas um pouco até a sala de jantar e vejo a Dolores tirando a mesa de jantar.— Dolores. — Falo e ela se assusta.— Meu Deus, o senhor voltou. — Ela fala e deixa a colher cair no chão.— Voltei, demorei, mas voltei. — Falo e me aproximo vendo que ninguém mexeu na comida sobre a mesa.— Graças a Deus, o senhor ouviu as minhas orações, como o senhor está?— Estou me recuperando, a comida estragou?— Não senhor, a Mariana que não desceu para jantar.— E porque? — Pergunto intrigado.— Ela não anda bem desde q
MARIANA NARRANDO. — Eu me arrependo até o ultimo segundo de ter conhecido você Mariana. — Ele fala e ouvir aquilo é como se eu estivesse levando uma facada no coração.— Atira, ATIRA HEITOR. — Gritei.— Arruma tudo o que é seu, quero você fora da minha casa amanha bem cedo. — Ele fala e abaixa a arma.— Nós temos um contrato Heitor.— O seu problema é dinheiro? Me fala quanto quer, eu pago para você ir embora.— Eu não sou assim, você sabe muito bem disso, você me conhece.— Não, eu não tenho conheço, por favor Mariana esqueça tudo o que aconteceu entre nós dois, eu vou deixar você sair viva daqui por causa da criança que você carrega, mas não volta para a Itália, não ouse falar o meu nome, esquece que eu existo.— Heitor, por favor... — Eu choro e pego em seu braço.— Não coloca a mão em mim, eu confiei em você. — Ele puxa o braço.— Eu sei disso, me escuta, eu sei que tive todas as oportunidades do mundo para te contar e não contei, eu tive medo Heitor.— Medo? Medo de mim, eu te a