MARIANA NARRANDO. Me aconcheguei novamente na cama, o céu ainda estava escuro quando o despertador tocou e eu não precisava levantar tão cedo. O semblante do Heitor me passava um sentimento de paz, fechei os olhos novamente e peguei no sono.Quando acordei, a cama estava vazia, o sol já batia na janela, levanto da cama e me enrolo no lenço.— Heitor. — O chamo.Olho no banheiro, no closet e nem sinal dele. Onde será que ele está? Acho que se ele tivesse saído, teria me avisado. Pego o meu celular, nenhuma mensagem. Será que ele não gostou da nossa noite. Já com esses pensamentos na cabeça, pego o meu vestido coloco, pego as minhas sandálias na mão e quando vou abrir a porta vejo um papel e uma caneta em cima da mesa que ficava do outro lado do quarto. Me aproximo e pego o pedaço de papel na mão.Você estava dormindo profundamente, não quis te acordar. Não pense que eu sou aquele tipo de homem que some no dia seguinte, tenho um compromisso importante na França e volto em dois dias, qu
HEITOR NARRANDO. Ela estava deitada, completamente nua e mais linda do que o normal. Queria poder ficar aqui, só que eu preciso ir para a França, essa reunião está marcada há muito tempo e eu não podia faltar. É uma união que a La Rosa precisa nesse momento.Levanto devagar, evitando fazer qualquer barulho. Vou para o banheiro, tomo um banho, me troco e pego a minha mala que já estava pronta. Não posso sair sem deixar um recado, o que ela irá pensar sobre mim, então escrevo o bilhete deixo em cima da mesa e desço.— Bom dia Senhor Heitor. — Dolores fala quando chego na sala.— Bom dia Dolores, não irei tomar café hoje, apenas para a Mariana, ela ainda está dormindo.— Ah tudo bem, o senhor irá viajar não é?— Sim, não posso perder essa viagem, volto em dois dias.— Deus te acompanhe senhor Heitor.— Amém Dolores, até mais.O Francisco já me esperava do lado de fora do carro, quando me viu abriu a porta.— Bom dia.— Bom dia Francisco, tudo pronto?— Tudo pronto senhor Heitor, já pode
HEITOR NARRANDO.TRÊS MESES DEPOIS... Eu ainda estou me recuperando, eu passei por três cirurgias delicadas, uma bala se alojou próximo ao meu coração, fiquei em coma e fiquei mais de um mês internado. Permaneço na França, aqui até o momento é o lugar mais seguro, tenho contato apenas com o meu pai e por ele fico sabendo das notícias. A La Rosa está fraca, depois que me atacaram as coisas não ficaram muito legais. Eu ainda não estou 100% recuperado, me lembro dos dias terríveis que tive no hospital, das dores e de como eu desejava a minha casa. O Francisco já estava bem, ele também ficou um tempo internado mas já está recuperado. Eu pedi para que puxasse nome por nome daqueles homens que estavam dentro do carro, eu quero saber quem são porque eu vou derrubar um por um.Assim que o fisioterapeuta saiu do quarto, o Francisco apareceu e eu afirmei com a cabeça para que ele entrasse.— Senhor, as notícias que eu tenho não são boas. — A afeição dele não era boa.— O que houve Francisco? —
MARIANA NARRANDO. Os dias nessa casa foram se passando, eu estou vivendo no escuro. A única coisa que eu sei é que o Heitor precisou operar e estava em coma. Não teve um só dia em que não de acabei em lágrimas pedindo para Deus salvar ele e o trazer de volta para casa.Eu mal consigo dormir, a comida só desce forçada, os olhos inchados de tanto chorar e a Dolores acompanhando o meu sofrimento de perto.— Eu não aguento mais, eu juro que eu não aguento mais. — Eu grito e jogo o copo no chão.— O que houve Mariana? — Dolores correu até a sala de jantar.— Eu não aguento mais Dolores, eu preciso saber dele, preciso de qualquer notícia que não seja ele esta se recuperando.— Minha filha, você não tocou na comida outra vez, desse jeito você vai cair doente.— Eu não consigo comer Dolores, ele não sai da minha cabeça, eu poderia estar lá cuidando dele e não aqui, ai o meu estômago está doendo. — Falo entre lágrimas e me sento— Mariana, não é de hoje que você vem sentindo essas dores no es
HEITOR NARRANDO. O maior problema é que as vezes o nosso coração se cala e então ficamos sempre entre a razão e o coração. Ao mesmo tempo que é simples, é doloroso.Fico parado em frente a porta principal, sem saber o que fazer, eu não quero acreditar que ela tenha me traído.— Seja firme Heitor, entre lá e faça o que você precisa fazer. — Digo para mim mesmo e arrumo a arma que estava presa na minha cintura.Assim que abro a porta, vejo que não tem ninguém na primeira sala, caminho mas um pouco até a sala de jantar e vejo a Dolores tirando a mesa de jantar.— Dolores. — Falo e ela se assusta.— Meu Deus, o senhor voltou. — Ela fala e deixa a colher cair no chão.— Voltei, demorei, mas voltei. — Falo e me aproximo vendo que ninguém mexeu na comida sobre a mesa.— Graças a Deus, o senhor ouviu as minhas orações, como o senhor está?— Estou me recuperando, a comida estragou?— Não senhor, a Mariana que não desceu para jantar.— E porque? — Pergunto intrigado.— Ela não anda bem desde q
MARIANA NARRANDO. — Eu me arrependo até o ultimo segundo de ter conhecido você Mariana. — Ele fala e ouvir aquilo é como se eu estivesse levando uma facada no coração.— Atira, ATIRA HEITOR. — Gritei.— Arruma tudo o que é seu, quero você fora da minha casa amanha bem cedo. — Ele fala e abaixa a arma.— Nós temos um contrato Heitor.— O seu problema é dinheiro? Me fala quanto quer, eu pago para você ir embora.— Eu não sou assim, você sabe muito bem disso, você me conhece.— Não, eu não tenho conheço, por favor Mariana esqueça tudo o que aconteceu entre nós dois, eu vou deixar você sair viva daqui por causa da criança que você carrega, mas não volta para a Itália, não ouse falar o meu nome, esquece que eu existo.— Heitor, por favor... — Eu choro e pego em seu braço.— Não coloca a mão em mim, eu confiei em você. — Ele puxa o braço.— Eu sei disso, me escuta, eu sei que tive todas as oportunidades do mundo para te contar e não contei, eu tive medo Heitor.— Medo? Medo de mim, eu te a
HEITOR NARRANDO. Eu nunca me permiti amar ninguém, nunca demonstrei fraqueza para ninguém. Mas, me deixei levar com a Mariana e ela quebrou o meu coração. Não fui forte o suficiente para mata-lá, mesmo sabendo que era o correto a se fazer, afinal a La Rosa era mais importante do que qualquer coisa, as regras são claras, traição tem um preço e esse preço era a morte.Sai daquele quarto juntando os cacos dentro de mim, entro no último quarto do corredor e paro em frente ao espelho. Perdi peso, a minha aparência não era a mesma.— Não deixem mais que te quebrem Heitor, não permita isso. — Falo a mim mesmo.Fora o fato da gravidez, juro que não sei o que pensar. A minha razão estava falando muito mais alto que o meu coração. A arma continuava em minhas mãos, o meu pai criou um homem frio e forte, é assim que devo ser. O meu peito doía, Francisco deixou a bolsa de remédios em cima da minha cama, eu já estava viciado nesses remédios de dores, abro e pego 3 comprimidos dentro do vidro e eng
MARIANA NARRANDO. Depois que a Dolores trouxe algo para eu comer, acabei pegando no sono e quando acordei novamente o Heitor estava sentado na poltrona vestindo um terno com uma mala ao lado dele, o seu cabelo perfeitamente arrumado, em suas mãos dessa vez não tem uma arma e sim um envelope.— Heitor, eu sei que vai me pedir para ir embora, só que...— Não vim te pedir isso Mariana, eu preciso apenas que assine esse papel. — Ele disse e se levantou.— O que é isso?— O fim do nosso acordo Mariana. — Ele respondeu rapidamente e a minha garganta queimou.Abro o envelope e começo a ler o que estava escrito.— Então você vai pagar o valor que combinamos.— Sim.— E a bebe, como fica nisso?— Eu quero DNA primeiro, depois conversamos como irá ficar. — Doeu ouvir aquilo.— Não precisa de DNA, você não é o pai. — Respondi sem pensar e ele coçou a garganta.— Olha Mariana, eu tenho consideração pelo o que aconteceu entre nós dois, então eu vou contra o que precisa ser feito, a Dolores me con