LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Me deitei na cama ao lado de Rafaella, sentindo o corpo relaxar após uma noite intensa. Ela dormia profundamente, os cabelos espalhados pelo travesseiro, a respiração suave e ritmada. Observei cada detalhe do seu rosto, desde a linha delicada das suas sobrancelhas até os lábios ligeiramente entreabertos. Havia algo tranquilizador em vê-la assim, tão serena.A noite com ela tinha sido incrível. Há tempos não me sentia tão conectado a alguém. Me lembrei de como tudo começou, de como um acordo tolo nos uniu. Nunca imaginei que esse contrato, feito em um momento de desespero e necessidade, acabaria por me trazer o amor da minha vida. O amor sempre me pareceu algo distante, quase inalcançável, até que Rafaella apareceu.Passei os dedos suavemente pelo seu braço, apreciando o calor da sua pele. Estava com tanta saudade dela. Cada momento naquele hospital, vendo ela entre a vida e a morte. E agora, ela estava aqui, ao meu lado, compartilhando não só a cama, m
LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Saí de casa correndo, o meu coração disparado e a mente em um turbilhão de preocupações. Entrei no carro com um movimento rápido, o motor rugindo à medida que girava a chave na ignição. O silêncio da noite foi rapidamente substituído pelo ronco do motor e pelo som dos pneus cantando no asfalto enquanto acelerava em direção ao galpão da máfia.O caminho parecia mais longo do que o normal. As luzes da cidade passavam como borrões ao meu redor, mas eu mal as notava. O meu foco estava totalmente voltado para o que me esperava no galpão. A urgência na voz de Marco ainda ecoava na minha mente, alimentando a minha ansiedade. Precisava chegar lá o mais rápido possível.Finalmente, avistei o galpão à distância, e o meu coração afundou no peito. As chamas estavam contra o céu noturno, lançando uma luz sinistra sobre a área. O cheiro de fumaça era forte, quase sufocante. Estacionei o carro bruscamente e saí correndo, o meu corpo em alerta máximo.— Marco! — Grite
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto, sentindo o calor suave da manhã se espalhar pelo ambiente. Abri os olhos devagar, me acostumando à luz, e me virei para o lado, esperando ver Leonardo dormindo serenamente ao meu lado. Mas, para minha surpresa, ele estava ali, ainda de roupa, o rosto tenso até mesmo no sono.A minha mente começou a trabalhar, tentando entender o que poderia ter acontecido. Leonardo nunca dormia de roupa. Toquei suavemente o seu ombro, tentando acordá-lo sem causar um sobressalto.— Leo? — Chamei suavemente.Ele se mexeu, os olhos piscando enquanto lutava para acordar. Quando finalmente me focou, vi uma expressão de preocupação passar por seus olhos.— Rafa? — A sua voz estava rouca de sono.— O que aconteceu? — Perguntei, sentindo a ansiedade crescer no peito.— Por que você está de roupa? Você saiu durante a noite?Ele suspirou, se sentando na cama e esfregando o rosto com as mãos.— Sim, eu saí — Ele admitiu
CELINA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Rocco estava surtando, completamente fora de si. Ele estava agindo com a emoção, e não estava tomando cuidado com isso. Eu podia sentir a tensão no ar, cada movimento dele carregava um peso sombrio. Ele andava de um lado para o outro na sala, os passos pesados ecoando pelo chão de mármore, e eu sabia que precisava falar antes que fosse tarde demais.— Rocco, você precisa parar com isso — Comecei, tentando manter a voz firme.— O que você está fazendo contra o Leonardo vai nos destruir a todos.Ele se virou para mim, os olhos ardendo de fúria.— Cala a boca, Celina! — Ele gritou, se aproximando rapidamente.— Eu sei exatamente o que estou fazendo.Antes que eu pudesse reagir, senti o tapa ardente em meu rosto. A dor foi instantânea, e cambaleei para trás, segurando a bochecha com a mão. A força do golpe me deixou tonta, mas eu não podia deixar que ele visse a minha fraqueza.— Você está colocando a minha vida em risco também! — Gritei, com a minha voz t
CELINA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.~ ligação...— Leonardo, sou eu, Celina — Eu disse com a voz..— Precisamos conversar. É urgente.— Está ficando louca de me ligar. — Ele disse parecendo não acreditar quem era do outro lado da linha.— Eu vou entregar o Rocco para você.— O que?— Aonde posso te encontrar? — Perguntei e ele respondeu com um endereço.~ fim de ligação..Era loucura, eu sei. Mas era a única opção. Parei em frente ao espelho, prendi o cabelo e fiquei olhando para a minha imagem. O que eu me tornei? Que rumo a minha vida levou? O preço da minha ambição me custou muita coisa, talvez me custasse a minha própria vida.Peguei uma faca da cozinha e a escondi na cintura. O metal frio contra a minha pele me deu uma estranha sensação de segurança. Tinha que garantir que Rocco não estava em casa. Esperei até ter certeza de que ele havia saído. O silêncio era absoluto, quase ensurdecedor, enquanto eu caminhava lentamente até a porta. A adrenalina corria pelo meu corpo, mas mantive
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Observei Celina se afastar. Assim que ela sumiu de vista, me virei para Leonardo.— Me deixe sozinha com meu pai. Preciso falar com ele. — A minha voz estava firme, mas sabia que Leonardo sentia a angústia escondida nela.Leonardo hesitou, os seus olhos encontrando os meus, buscando uma explicação que eu não estava disposta a dar naquele momento. Finalmente, ele assentiu.— Vou esperar no carro. — Ele disse suavemente, tocando o meu ombro brevemente antes de se afastar.Respirei fundo, sentindo a pressão aumentar em meu peito. Me virei para encarar Adam, que estava parado ali, a expressão séria e distante. Um turbilhão de emoções conflitantes me consumia.— Como você foi capaz de levar a culpa por todos esses anos de uma morte que não cometeu? — As minhas palavras saíram carregadas de raiva e incredulidade.Adam suspirou profundamente, o seu olhar cansado encontrando o meu.— Rafaella, havia muitas coisas envolvidas. Coisas que você não pode entender
ADAM MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Enquanto deixava aquela casa abandonada, senti um peso enorme no meu peito. Sabia que a minha filha estava despedaçada, mas não podia ficar ali. Tinha que lidar com os meus próprios demônios.Dirigi por ruas desertas, a minha mente cheia de pensamentos conflitantes. Rafaella jamais deveria ter descoberto a verdade dessa forma. Era para protegê-la, mas acabei causando mais dor. Não havia como voltar atrás agora.Cheguei ao lugar onde estava me escondendo, um pequeno apartamento em uma parte isolada da cidade. Estacionei o carro e entrei, o silêncio me cercando. Fechei a porta e fiquei parado no meio da sala, sentindo a fúria crescer dentro de mim.O lugar era simples, mobiliado apenas com o essencial. Caminhei até o quarto e, sem pensar, derrubei um abajur que estava em uma mesinha. O som do vidro quebrando ecoou pela sala, refletindo a minha frustração.— Droga! — Gritei com a voz cheia de raiva.— Maldita seja, Celina!A raiva fervia dentro de mim, uma
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. ITÁLIA. O caminho até em casa foi silencioso. As lágrimas caíam sem parar, embaçando a minha visão. A chuva começou cair do lado de fora, cada gota de chuva que batia no vidro do carro parecia intensificar a minha dor interna, a minha tristeza parecia que não ia ter fim. Leonardo mantinha os olhos na estrada, ele estava calmo e eu estava com um turbilhão de emoções que me consumia.Assim que chegamos em casa, saí do carro sem dizer uma palavra. Entrei rapidamente, sem olhar para trás. Cada passo parecia pesar uma tonelada. Subi as escadas e fui direto para o meu quarto, eu queria ficar sozinha. Bati a porta do quarto e me sentei na cama, voltando a soluçar de tanto chorar. As minhas mãos tremiam, o meu corpo estava todo dolorido. Não demorou muito para que Leonardo aparecesse, abrindo a porta do quarto devagar, com o rosto preocupado.— Rafaella... — Ela disse e sentou ao meu lado na cama.— O que aconteceu lá?Olhei para ele, tentando encontrar palavras.