RAFAELLA NARRANDO. ITÁLIA.Finalmente chegou o dia que tanto esperei: o dia da alta do hospital. Depois de semanas que pareceram uma eternidade, finalmente estava pronta para deixar para trás os corredores brancos e os cheiros de hospital. Leonardo, sempre ao meu lado durante todo o período de recuperação, segurava a minha mão com ternura enquanto caminhávamos em direção à saída. Seu apoio foi crucial para minha força e recuperação.O sol brilhava forte lá fora, um contraste reconfortante com as luzes artificiais do hospital. Cada passo que dávamos em direção ao carro era um passo para a liberdade, para voltar ao meu lar, à normalidade que tanto desejava.— Está se sentindo bem, Rafaella? — Leonardo perguntou com um sorriso gentil enquanto abria a porta do carro para mim.— Sim, estou me sentindo ótima. Só quero chegar em casa. — Respondi, devolvendo o sorriso.O trajeto até em casa foi tranquilo, mas o silêncio entre nós refletia a seriedade da situação. Ambos sabíamos que as coisas
LORENZO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Não tem um só dia em que eu não me culpe por tudo o que aconteceu, mas, confesso que ver o Adam dentro da nossa casa era um pouco demais para mim. O homem que eu sempre considerei o responsável por tantas desgraças agora estava sentado na nossa sala de estar, discutindo estratégias para capturar Rocco. A ironia era dolorosa.— Precisamos ser meticulosos. — Adam disse, com a sua voz calma contrastando com a tensão que pairava no ar.—Rocco não é um amador. Qualquer movimento em falso, e ele desaparece.Leonardo assentiu, mas eu podia ver o ódio em seus olhos. Desde que Rafaella saiu do coma, ele não era mais o mesmo. O brilho nos olhos havia sumido, substituído por uma determinação fria e implacável. Ver ela em casa, ainda frágil e vulnerável, me fazia sentir uma mistura de alívio e culpa.— Eu conheço Rocco melhor do que ninguém. — Leonardo disse com os punhos cerrados.— Ele vai tentar usar Rafaella como ponto fraco nosso, se já não estiver planejando
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. ITÁLIA. Eu subi as escadas lentamente, sentindo o peso do cansaço em cada passo. Deixei os três na sala conversando sobre como iriam atrás do Rocco. Ao entrar no meu quarto, fechei a porta e suspirei fundo.Tirei a roupa, deixando as peças caírem no chão uma a uma. O vapor quente do chuveiro me envolveu assim que abri a torneira, e deixei a água escorrer pelo meu corpo, levando embora a tensão acumulada. Mesmo assim, a sensação de alívio era passageira.Pensar no meu pai, ainda era um verdadeiro desafio. Como confiar em alguém que me fez tanto mal, fez tanto mal ao Leonardo. As cicatrizes emocionais que ele me deixou eram profundas, e embora ele tentasse se redimir, a mágoa ainda estava lá, pulsando.Me enxuguei devagar, tentando clarear a mente. Vesti um pijama confortável e me deitei na cama, olhando para o teto enquanto os pensamentos conflitantes rodopiavam na minha cabeça. Fechei os olhos, buscando um pouco de paz, mas, o sono não chegava, eu não cons
LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Me deitei na cama ao lado de Rafaella, sentindo o corpo relaxar após uma noite intensa. Ela dormia profundamente, os cabelos espalhados pelo travesseiro, a respiração suave e ritmada. Observei cada detalhe do seu rosto, desde a linha delicada das suas sobrancelhas até os lábios ligeiramente entreabertos. Havia algo tranquilizador em vê-la assim, tão serena.A noite com ela tinha sido incrível. Há tempos não me sentia tão conectado a alguém. Me lembrei de como tudo começou, de como um acordo tolo nos uniu. Nunca imaginei que esse contrato, feito em um momento de desespero e necessidade, acabaria por me trazer o amor da minha vida. O amor sempre me pareceu algo distante, quase inalcançável, até que Rafaella apareceu.Passei os dedos suavemente pelo seu braço, apreciando o calor da sua pele. Estava com tanta saudade dela. Cada momento naquele hospital, vendo ela entre a vida e a morte. E agora, ela estava aqui, ao meu lado, compartilhando não só a cama, m
LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Saí de casa correndo, o meu coração disparado e a mente em um turbilhão de preocupações. Entrei no carro com um movimento rápido, o motor rugindo à medida que girava a chave na ignição. O silêncio da noite foi rapidamente substituído pelo ronco do motor e pelo som dos pneus cantando no asfalto enquanto acelerava em direção ao galpão da máfia.O caminho parecia mais longo do que o normal. As luzes da cidade passavam como borrões ao meu redor, mas eu mal as notava. O meu foco estava totalmente voltado para o que me esperava no galpão. A urgência na voz de Marco ainda ecoava na minha mente, alimentando a minha ansiedade. Precisava chegar lá o mais rápido possível.Finalmente, avistei o galpão à distância, e o meu coração afundou no peito. As chamas estavam contra o céu noturno, lançando uma luz sinistra sobre a área. O cheiro de fumaça era forte, quase sufocante. Estacionei o carro bruscamente e saí correndo, o meu corpo em alerta máximo.— Marco! — Grite
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto, sentindo o calor suave da manhã se espalhar pelo ambiente. Abri os olhos devagar, me acostumando à luz, e me virei para o lado, esperando ver Leonardo dormindo serenamente ao meu lado. Mas, para minha surpresa, ele estava ali, ainda de roupa, o rosto tenso até mesmo no sono.A minha mente começou a trabalhar, tentando entender o que poderia ter acontecido. Leonardo nunca dormia de roupa. Toquei suavemente o seu ombro, tentando acordá-lo sem causar um sobressalto.— Leo? — Chamei suavemente.Ele se mexeu, os olhos piscando enquanto lutava para acordar. Quando finalmente me focou, vi uma expressão de preocupação passar por seus olhos.— Rafa? — A sua voz estava rouca de sono.— O que aconteceu? — Perguntei, sentindo a ansiedade crescer no peito.— Por que você está de roupa? Você saiu durante a noite?Ele suspirou, se sentando na cama e esfregando o rosto com as mãos.— Sim, eu saí — Ele admitiu
CELINA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Rocco estava surtando, completamente fora de si. Ele estava agindo com a emoção, e não estava tomando cuidado com isso. Eu podia sentir a tensão no ar, cada movimento dele carregava um peso sombrio. Ele andava de um lado para o outro na sala, os passos pesados ecoando pelo chão de mármore, e eu sabia que precisava falar antes que fosse tarde demais.— Rocco, você precisa parar com isso — Comecei, tentando manter a voz firme.— O que você está fazendo contra o Leonardo vai nos destruir a todos.Ele se virou para mim, os olhos ardendo de fúria.— Cala a boca, Celina! — Ele gritou, se aproximando rapidamente.— Eu sei exatamente o que estou fazendo.Antes que eu pudesse reagir, senti o tapa ardente em meu rosto. A dor foi instantânea, e cambaleei para trás, segurando a bochecha com a mão. A força do golpe me deixou tonta, mas eu não podia deixar que ele visse a minha fraqueza.— Você está colocando a minha vida em risco também! — Gritei, com a minha voz t
CELINA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.~ ligação...— Leonardo, sou eu, Celina — Eu disse com a voz..— Precisamos conversar. É urgente.— Está ficando louca de me ligar. — Ele disse parecendo não acreditar quem era do outro lado da linha.— Eu vou entregar o Rocco para você.— O que?— Aonde posso te encontrar? — Perguntei e ele respondeu com um endereço.~ fim de ligação..Era loucura, eu sei. Mas era a única opção. Parei em frente ao espelho, prendi o cabelo e fiquei olhando para a minha imagem. O que eu me tornei? Que rumo a minha vida levou? O preço da minha ambição me custou muita coisa, talvez me custasse a minha própria vida.Peguei uma faca da cozinha e a escondi na cintura. O metal frio contra a minha pele me deu uma estranha sensação de segurança. Tinha que garantir que Rocco não estava em casa. Esperei até ter certeza de que ele havia saído. O silêncio era absoluto, quase ensurdecedor, enquanto eu caminhava lentamente até a porta. A adrenalina corria pelo meu corpo, mas mantive