Massimo, ao ver o casal, sentiu-se desconfortável e preferiu se retirar. Não estava no lugar nem no momento adequado para falar com Guadalupe, por isso foi procurar Alessia em seu quarto.— Alessia? Posso entrar... — Disse Massimo enquanto batia à porta.Ao não ouvir resposta, entrou imediatamente, deparando-se com o rosto da moça coberto de lágrimas.— Massimo, o que você está fazendo aqui? Vá! Vá com sua ex-mulher! — Disse Alessia furiosa.— A que você se refere? — Disse Massimo consternado.— Acabei de ver como você carregou sua ex-mulher! Vai procurá-la. Por acaso não sou eu a futura mãe do seu filho?— Você é! Mas o que isso tem a ver?— Hoje, você nem sequer veio me ver, e saio para procurá-lo só para me deparar com uma cena terna entre você e sua ex-mulher. Não sei por que você me trouxe aqui...— Alessia, eu... Só a ajudei a se aproximar do banco que está no jardim. Entenda!— O que tenho que entender? Que você continua procurando sua ex-mulher? Ela já está com Pietro!
Já passava do meio-dia quando o sacerdote chegou para oficiar uma missa. A quantidade de pessoas reunidas era minúscula; isso era praticamente para poder dar um último adeus a Alberto Priego de maneira digna. Depois da missa, o corpo sairia acompanhado por Caterina e Leonardo ao lugar onde seria cremado. Guadalupe havia sido convencida a não insistir em ir; ela devia guardar repouso.A missa transcorreu sem problemas. Guadalupe estava sentada e Pietro segurava sua mão. Ela tremia e seu rosto estava cheio de lágrimas. Seus olhos doíam, sentia que já não tinha mais nada para chorar, mas o nó em seu peito a impedia de parar.Massimo segurava a mão da avó, embora não se atrevesse a dizer nada. Intuía perfeitamente que ela não devia estar passando bem. Sua dor era silenciosa; de vez em quando escapava-lhe uma lágrima, mas tentava manter o mesmo semblante forte de sempre.Ao término da missa, Guadalupe se levantou e muito devagar caminhou até o caixão que continha o corpo de seu avô. Ela
Horas mais tarde, Caterina, seu filho e neto retornavam para casa com a urna e as cinzas do avô Alberto. Caterina a segurava como se disso dependesse sua vida. Não via a hora de chegar em casa e poder chorar tranquilamente em seu quarto. Sentia que a vida havia sido muito injusta, estava pregando-lhe uma peça. Seu casamento não havia terminado da melhor maneira; anos mais tarde pôde conhecer quem poderia ter sido seu marido, apaixonou-se por ele e agora lhe tocara vê-lo perecer.— Meus queridos! Preciso ir descansar, foram dias longos e cansativos. Se quiserem jantar, avisem ao Leopoldo. — Disse a avó enquanto caminhava em direção ao seu quarto.— Mãe, você está bem? — Disse Leonardo ao ver como ela se retirava.— Pai... — Disse Massimo segurando seu ombro e fazendo sinais negativos com a cabeça.Leonardo entendeu isso e não perguntou mais nada. Ambos foram para a sala. Leopoldo não demorou a chegar, trazendo-lhes café.— Senhores Pellegrini, desculpem. Vão querer jantar? — Pergun
Marco Barzinni acabava de se instalar em uma das praias de Azulmar. Federico havia procurado uma casa localizada no Boulevard Marino em Azulmar. O lugar tinha uma agradável vista para o mar e também um forte dispositivo de segurança.Era uma enorme casa para um homem tão solitário. Sua chegada à área não passou despercebida; alguns residentes da zona residencial, que ficaram impressionados com a rapidez e o hermetismo com que a mudança foi realizada. Supunham que poderia ser algum famoso que havia comprado a casa, mas tudo terminava em meras suposições.— Federico, como estamos com a mudança? Não gosto de ter tanto pessoal na casa, por favor, veja se podem apressar tudo e partir rapidamente. — Disse Marco enquanto olhava pela janela.Marco Barzinni, depois do atentado, havia ficado psicologicamente ferido. Não gostava de estar diante de muitas pessoas, evitava em grande medida os grupos grandes, embora tentasse se misturar, só se fosse realmente necessário.— Senhor, já estão quase
Enquanto Marco ficava sabendo que Alberto Priego havia falecido, Caterina caminhava para seu quarto com a urna que continha as cinzas daquele que foi seu último amor. Pietro estava deitado na cama, acariciando o cabelo de Guadalupe. Havia percebido que isso permitiu que ela relaxasse e finalmente dormisse, por isso não quis se mover nem um centímetro.Finalmente, ambos sucumbiram ao sono e puderam descansar. A avó Caterina entrou em seu quarto e colocou a urna na mesinha de cabeceira, deitou-se e deixou que um silencioso choro fluísse.Na manhã seguinte, Guadalupe acordou ao sentir a vibração do telefone. Pietro estava profundamente adormecido e seu celular estava na cama, por isso, sem pensar, atendeu.— Pietro?— Olá... Não, sou Guadalupe, Pietro está dormindo, mas vou acordá-lo.— Não, não, eu ligo mais tarde. Obrigado!Pietro, ao sentir movimento, começou a acordar. Ainda usava o terno, apenas havia tirado a gravata e desabotoado um pouco a camisa.— Guadalupe... Amor! O que
Massimo chegou a Luceria e imediatamente foi ver Alessia. Sabia que não seria fácil lidar com sua ira, mas não esperava encontrar uma mulher em roupas largas, com olhos e nariz vermelhos. Quando viu o ventre inchado da moça, sentiu-se o ser mais miserável. Ela era a futura mãe de seu filho, havia passado pelo momento mais crítico em sua gravidez sozinha e agora, novamente, encontrava-se assim, sozinha.— Alessia... — Disse o homem abrindo a porta e apertando-a em seus braços.— Vá embora! Deixe-me! Meu bebê e eu não precisamos de você! — Disse a moça enquanto era abraçada por Massimo.— Lamento muito não ter voltado com você! De verdade, lamento! Prometo não deixá-la novamente! Por favor, não chore mais! — Disse Massimo com culpa.— Massimo, sei que você não nos quer. Se está aqui é por compromisso. Este bebê não merece uma família assim. Eu posso criá-lo sozinha, não precisamos de você! — Disse Alessia, deixando sair o que por muito tempo havia guardado.— Alessia, não é o que vo
--- Porto Vento ---Pietro e Guadalupe voltaram para casa. Ela ainda estava delicada, por isso ele havia dado instruções para que a apoiassem em tudo o que fosse humanamente possível, assim que chegassem em casa. Angostina havia preparado uma comida requintada; a futura mamãe devia manter-se bem alimentada, e hoje mais do que nunca ela se sentia na obrigação de cuidar da senhora Pellegrini e seu bebê.— Senhor, senhora... Lamento muito o ocorrido. Terminem de chegar em casa, em um momento levarei o jantar ao quarto. Senhora, procure não fazer esforços e tudo o que precisar, é só pedir. Faremos o possível para apoiá-la.— Obrigada, Angostina! De verdade, muito obrigada pelo apoio...! — Disse Guadalupe enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas; suas mãos carregavam a urna com as cinzas de seu avô.— Não, senhora! Chega de lágrimas, o bebê vai ressentir e está muito pequeno para suportar tanta dor. Tome um banho, relaxe, já está em casa e aqui nada de ruim pode acontecer. Dê-me a urn
--- La Valderosa ---Logo haviam se passado dois meses desde a morte de Alberto. Embora tivesse sido difícil para o Agente Conti, ele conseguiu encontrar informações relacionadas à prisão de Alberto Priego.— Senhora Caterina, podemos nos encontrar? Tenho algo que acredito que vai interessá-la. Uma parte enviei para seu e-mail, mas é imperativo que eu a veja.— Agente Conti, diga-me onde posso vê-lo e estarei lá.— Nos vemos no...— Agente Conti? Ainda está aí?Depois dessa ligação abrupta, não voltou a receber outra informação do agente. Ele havia desaparecido do mapa e os arquivos que enviou por e-mail não deixavam claro para Caterina o que ele havia descoberto.--- Luceria ---Em uma semana seria o casamento do ano. Massimo Pellegrini e Alessia Amato se uniriam em santo matrimônio na Catedral de Milão. O casamento seria celebrado entre o mais alto escalão; a nata da sociedade compareceria ao evento.As revistas sociais não paravam de publicar artigos sobre a união deste cas