Horas mais tarde, Caterina, seu filho e neto retornavam para casa com a urna e as cinzas do avô Alberto. Caterina a segurava como se disso dependesse sua vida. Não via a hora de chegar em casa e poder chorar tranquilamente em seu quarto. Sentia que a vida havia sido muito injusta, estava pregando-lhe uma peça. Seu casamento não havia terminado da melhor maneira; anos mais tarde pôde conhecer quem poderia ter sido seu marido, apaixonou-se por ele e agora lhe tocara vê-lo perecer.— Meus queridos! Preciso ir descansar, foram dias longos e cansativos. Se quiserem jantar, avisem ao Leopoldo. — Disse a avó enquanto caminhava em direção ao seu quarto.— Mãe, você está bem? — Disse Leonardo ao ver como ela se retirava.— Pai... — Disse Massimo segurando seu ombro e fazendo sinais negativos com a cabeça.Leonardo entendeu isso e não perguntou mais nada. Ambos foram para a sala. Leopoldo não demorou a chegar, trazendo-lhes café.— Senhores Pellegrini, desculpem. Vão querer jantar? — Pergun
Marco Barzinni acabava de se instalar em uma das praias de Azulmar. Federico havia procurado uma casa localizada no Boulevard Marino em Azulmar. O lugar tinha uma agradável vista para o mar e também um forte dispositivo de segurança.Era uma enorme casa para um homem tão solitário. Sua chegada à área não passou despercebida; alguns residentes da zona residencial, que ficaram impressionados com a rapidez e o hermetismo com que a mudança foi realizada. Supunham que poderia ser algum famoso que havia comprado a casa, mas tudo terminava em meras suposições.— Federico, como estamos com a mudança? Não gosto de ter tanto pessoal na casa, por favor, veja se podem apressar tudo e partir rapidamente. — Disse Marco enquanto olhava pela janela.Marco Barzinni, depois do atentado, havia ficado psicologicamente ferido. Não gostava de estar diante de muitas pessoas, evitava em grande medida os grupos grandes, embora tentasse se misturar, só se fosse realmente necessário.— Senhor, já estão quase
Enquanto Marco ficava sabendo que Alberto Priego havia falecido, Caterina caminhava para seu quarto com a urna que continha as cinzas daquele que foi seu último amor. Pietro estava deitado na cama, acariciando o cabelo de Guadalupe. Havia percebido que isso permitiu que ela relaxasse e finalmente dormisse, por isso não quis se mover nem um centímetro.Finalmente, ambos sucumbiram ao sono e puderam descansar. A avó Caterina entrou em seu quarto e colocou a urna na mesinha de cabeceira, deitou-se e deixou que um silencioso choro fluísse.Na manhã seguinte, Guadalupe acordou ao sentir a vibração do telefone. Pietro estava profundamente adormecido e seu celular estava na cama, por isso, sem pensar, atendeu.— Pietro?— Olá... Não, sou Guadalupe, Pietro está dormindo, mas vou acordá-lo.— Não, não, eu ligo mais tarde. Obrigado!Pietro, ao sentir movimento, começou a acordar. Ainda usava o terno, apenas havia tirado a gravata e desabotoado um pouco a camisa.— Guadalupe... Amor! O que
Massimo chegou a Luceria e imediatamente foi ver Alessia. Sabia que não seria fácil lidar com sua ira, mas não esperava encontrar uma mulher em roupas largas, com olhos e nariz vermelhos. Quando viu o ventre inchado da moça, sentiu-se o ser mais miserável. Ela era a futura mãe de seu filho, havia passado pelo momento mais crítico em sua gravidez sozinha e agora, novamente, encontrava-se assim, sozinha.— Alessia... — Disse o homem abrindo a porta e apertando-a em seus braços.— Vá embora! Deixe-me! Meu bebê e eu não precisamos de você! — Disse a moça enquanto era abraçada por Massimo.— Lamento muito não ter voltado com você! De verdade, lamento! Prometo não deixá-la novamente! Por favor, não chore mais! — Disse Massimo com culpa.— Massimo, sei que você não nos quer. Se está aqui é por compromisso. Este bebê não merece uma família assim. Eu posso criá-lo sozinha, não precisamos de você! — Disse Alessia, deixando sair o que por muito tempo havia guardado.— Alessia, não é o que vo
--- Porto Vento ---Pietro e Guadalupe voltaram para casa. Ela ainda estava delicada, por isso ele havia dado instruções para que a apoiassem em tudo o que fosse humanamente possível, assim que chegassem em casa. Angostina havia preparado uma comida requintada; a futura mamãe devia manter-se bem alimentada, e hoje mais do que nunca ela se sentia na obrigação de cuidar da senhora Pellegrini e seu bebê.— Senhor, senhora... Lamento muito o ocorrido. Terminem de chegar em casa, em um momento levarei o jantar ao quarto. Senhora, procure não fazer esforços e tudo o que precisar, é só pedir. Faremos o possível para apoiá-la.— Obrigada, Angostina! De verdade, muito obrigada pelo apoio...! — Disse Guadalupe enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas; suas mãos carregavam a urna com as cinzas de seu avô.— Não, senhora! Chega de lágrimas, o bebê vai ressentir e está muito pequeno para suportar tanta dor. Tome um banho, relaxe, já está em casa e aqui nada de ruim pode acontecer. Dê-me a urn
--- La Valderosa ---Logo haviam se passado dois meses desde a morte de Alberto. Embora tivesse sido difícil para o Agente Conti, ele conseguiu encontrar informações relacionadas à prisão de Alberto Priego.— Senhora Caterina, podemos nos encontrar? Tenho algo que acredito que vai interessá-la. Uma parte enviei para seu e-mail, mas é imperativo que eu a veja.— Agente Conti, diga-me onde posso vê-lo e estarei lá.— Nos vemos no...— Agente Conti? Ainda está aí?Depois dessa ligação abrupta, não voltou a receber outra informação do agente. Ele havia desaparecido do mapa e os arquivos que enviou por e-mail não deixavam claro para Caterina o que ele havia descoberto.--- Luceria ---Em uma semana seria o casamento do ano. Massimo Pellegrini e Alessia Amato se uniriam em santo matrimônio na Catedral de Milão. O casamento seria celebrado entre o mais alto escalão; a nata da sociedade compareceria ao evento.As revistas sociais não paravam de publicar artigos sobre a união deste cas
No Aeroporto de Fiumicino em Antiqua, em um hangar privado, uma bela mulher de cabelos longos e loiros descia de um avião. À sua frente ia um homem atraente e elegante. O rosto dele era bem definido e atraente, uma leve barba cobria parte dele, seus olhos estavam cobertos por óculos escuros de aviador. Este homem de um metro e noventa e tantos possuía uma aura altiva e imponente.Ao descer do avião, virou-se e ofereceu um grande sorriso à moça que descia atrás dele. Ela usava um lindo vestido bege e sapatos combinando. Em suas mãos trazia um chapéu Borsalino e enormes óculos Chanel. Ao descer do avião, colocou o chapéu e cobriu seus olhos com aqueles enormes óculos que carregava nas mãos. Depois disso, ele pegou sua mão e começaram a caminhar juntos em direção à alfândega.Aquele casal ia discretamente escoltado por pelo menos uma dúzia de seguranças. Ele caminhava elegante e seguro. Os olhares de uma ou outra mulher pousavam naquele homem atraente. Diferente da mulher que levava pel
Depois de meia hora de viagem, uma caminhonete escoltada por outras duas chegou à entrada do Cemitério Flaminio. Dela desceu aquele casal que acabava de chegar após um longo, muito longo tempo fora de Valoria.O cavalheiro tomou a mão da moça e a ajudou a descer da caminhonete. Um de seus seguranças lhes entregou o buquê e procedeu a acompanhá-los a uma distância apropriada. Precisavam de privacidade, mas também precisavam de segurança, por isso os seguranças os seguiam por várias frentes.— Vamos, minha amada Valeria! Segundo o que Federico me disse, deve ser por este corredor. — Disse o cavalheiro apontando para um dos tantos corredores do cemitério.— Vamos... — Disse a moça apertando com uma mão o buquê de peônias e com a outra segurando a mão de seu amado esposo.Depois de alguns corredores, encontraram o columbário onde estava a placa com o nome completo, data de nascimento e data de falecimento daquele amado amigo. Adicionalmente, o esposo da moça havia solicitado que gravas