A senhora Caterina e o avô Alberto, depois de jantar, foram ao escritório conversar sobre o assunto que os afligia.— Alberto, já revisei a informação que seu advogado nos fez chegar. Infelizmente, não tenho boas notícias, seu suposto sócio fugiu com milhões e ofendeu uma das famílias mais proeminentes do seu país, por isso vejo complicado poder fazer algo imediatamente.— O que sugere? Não tenho muito, poderia me entregar e evitar todos esses incômodos.— Não, Alberto, não recomendo que se entregue. O que é certo é que não podemos fazer muito até encontrar o verdadeiro responsável.— Então, o que me recomenda fazer?— Estive analisando as possibilidades e só temos uma, mas você não vai gostar.— Qual é?— Nossa família conta com algumas propriedades não declaradas; pensei que talvez você possa ficar lá, pelo menos enquanto conseguimos localizar seu sócio. Sei que assim que perceberem que você saiu do país, te procurarão por todos os lados e não sei até onde podem saber sua cone
Guadalupe se levantou da cama e saiu às pressas, pensando que talvez ainda pudesse encontrar seu avô, infelizmente este já tinha várias horas que havia saído da mansão.— Guadalupe, minha menina, aonde vai?— Procuro meu avô!— Menina, seu avô partiu desde ontem à noite, só jantou e teve que ir.A senhora Caterina sentiu seu coração apertar ao ver a mudança de semblante da moça, ainda usava o uniforme com que havia chegado, era como se visse uma pequena que acabavam de levar ao jardim de infância e que não queria se separar de seu pai.— Minha menina, vamos, temos que tomar café da manhã e depois iremos ao centro comprar coisas para você.— Não tenho muito apetite!— Vamos minha menina, não vou deixar você morrer de fome! Que explicações vamos dar ao seu avô quando ele vier?— Ele virá? — Disse a moça com os olhos bem abertos.— Sim, ele não foi para sempre, é só que não podemos nos arriscar a que o descubram, por isso ele está em outro lugar, mas não foi para longe.— Então
Depois de vários dias na mansão, Caterina teve que sair de viagem por alguns negócios da família. Desta vez não podia levar Guadalupe, por isso antes de partir, lhe disse:— Guadalupe, vou sair uns dias, mas não vai ficar sozinha, Emma te acompanhará. Qualquer coisa que precisar, pode pedir a ela.— Sim , avó, não se preocupe!— Bem, vou indo! Volto em alguns dias, procure não sair da mansão.— Não se preocupe, terei precaução.Nesse dia, ela não fez mais nada além de jantar e ir dormir, sempre lia a carta que seu avô havia deixado. Gostava de pensar que seu avô tinha acabado de deixar a carta já que não tinha a data em que foi escrita, tudo isso a deixou especialmente nostálgica.Por outro lado, era meia-noite quando um Maybach estacionou na garagem, dele desceu um belo homem jovem. Seu semblante estava cansado, tinha pouco ânimo para entrar, mas não poderia descansar se ficasse dormindo no banco do carro, por isso sem muita vontade desceu e tirou sua bagagem do banco traseiro.
Depois de vários dias no hospital, transferiram Guadalupe para um quarto independente, o perigo havia passado. Agora só faltava que fechassem as feridas físicas, mas também deviam trabalhar nas feridas do coração. Todos esses dias, a avó Caterina passou recordando como há 5 anos Guadalupe chegou em sua vida, trouxe-lhe juventude e preencheu esse vazio que sentia por não ter uma filha, agora que a via nessa situação, não podia evitar culpar seu irresponsável e insensível neto.Quando Guadalupe acordou, a primeira pessoa que viu foi a avó, um pouco sonolenta se alegrou que tudo o que viu naquelas curtas cenas tivesse sido um pesadelo.— Avó, quero me divorciar! — Disse Guadalupe tranquilamente.— Guadalupe, você acabou de acordar, tente se relaxar, o que aconteceu não foi qualquer coisa. — Respondeu a avó com serenidade.Guadalupe virou o rosto para olhar pela janela, era um dia ensolarado, não havia nuvens e perfeitamente poderia se dizer que o destino lhe havia dado outra oportunid
Massimo ao ver que ela tinha adormecido tomou assento no sofá que estava ao lado da cama. Via o rosto da moça que tinha à sua frente, fazia muito tempo que não parava para vê-la, sua esposa fisicamente já não era a mesma "menina" que ele conheceu, agora possuía um rosto mais maduro, cansado e triste, enquanto a observava, uma pontada percorria seu corpo e seu coração. Uma estranha sensação incômoda apertava seu peito ao ver seus braços com bandagens, um de seus pulsos estava particularmente enfaixado, este era o lado onde ela havia feito o corte mais profundo, entendia claramente que a culpa de tudo tinha sido dele."Por que as coisas tinham chegado a este extremo?" Pensou enquanto a analisava.Quando a ouviu conversar com a avó, sua voz demonstrava angústia, mas além disso, notava-se a determinação com que estava soltando o tema do divórcio."Por que me sinto irritado só de ouvir a palavra divórcio? Isto é o que tenho ansiado desde que me casei." Pensou e um pouco de irritação se d
O sol se infiltrava pelas cortinas de toda a mansão, anunciando que era manhã, Guadalupe acordou e para sua surpresa, uma carta com seu nome havia aparecido em sua cama, o remetente era seu querido avô Alberto, ao abri-la viu e leu seu conteúdo."Minha querida menina,Hoje é seu aniversário de 18 anos, ainda lembro o dia em que você nasceu, tudo em minha mente é tão claro. Sua mãe estava muito emocionada, sua pequena menina nasceria hoje, já tinha pronto seu berço, suas roupas e seus brinquedos.Quero que se lembre que para sua mãe você era a luz dos seus olhos, agora que completa 18 anos, posso confirmar que você é o retrato vivo dela. Agora bem, como dizia já tem idade para tomar suas próprias decisões, pode trabalhar e viajar pelo mundo, poderá comprar seu 'Fusca' para viajar pelo país em companhia de seu violão e seu velho. Minha menina, quero que nunca esqueça seus sonhos, quero que viaje, escale uma das montanhas mais altas do país, vá a Holbox e veja o pôr do sol tomando fina
Guadalupe se adiantou e entrou naquele local com bolos de vários sabores, a atendente muito atenciosa se aproximou dela.— Olá Senhorita, gostaria de algum bolo ou irá ao café?— Mmm... — Guadalupe virou para ver o homem que levava ao seu lado.— Vamos passar ao café. — Respondeu o homem ao seu lado.— Adiante! Gostariam de sentar dentro? Ou na parte de trás, temos uma pequena varanda, lá também há mesas.— Na varanda! — Respondeu Guadalupe.— Está bem! Sigam-me por aqui! — Disse a moça enquanto fazia um sinal com a mão para indicar o caminho.Enquanto caminhavam em direção à varanda, passavam dentro da pequena confeitaria por um corredor branco decorado com alguns quadros que representavam diversos bolos pintados a óleo, havia algumas pequenas mesinhas com vasos e rosas inglesas, o lugar tinha fascinado Guadalupe, que admirava o lugar como se o destino lhe tivesse presenteado com a oportunidade de encontrar esse pedacinho do céu. Massimo por seu lado, se sentia um pouco incomod
— Massimo, por favor, não tire minha filha de mim! Por favor!Massimo acordou de repente de seu breve descanso e foi direto tomar a mão de sua esposa para acordá-la, aparentemente tinha um pesadelo.— Guadalupe, acorde! Calma, acorde, está tudo bem! — Disse enquanto tentava movê-la suavemente.Ela abriu os olhos e o olhou com receio, não se deu conta que estava falando dormindo, uma lágrima saía do canto de seu olho.— O que você faz aqui? Não fui clara? Não quero que cuide de mim! VÁ EMBORA! — Gritou Guadalupe.— Você estava tendo um pesadelo e te acordei. Mas se tanto te incomoda minha presença, me retiro.— FAÇA ISSO! NÃO QUERO TE VER! VÁ EMBORA! VÁ PARA O INFERNO! ISSO E MAIS VOCÊ MERECE! — Gritava Guadalupe com desespero.Massimo ao ver o estado de alteração de sua esposa, preferiu sair do quarto, os gritos alertaram a enfermeira que estava de passagem então entrou no quarto para ver o que acontecia. Ela entrou no mesmo momento que Massimo saía.— Senhor, por acaso não con