Depois de vários dias no hospital, transferiram Guadalupe para um quarto independente, o perigo havia passado. Agora só faltava que fechassem as feridas físicas, mas também deviam trabalhar nas feridas do coração. Todos esses dias, a avó Caterina passou recordando como há 5 anos Guadalupe chegou em sua vida, trouxe-lhe juventude e preencheu esse vazio que sentia por não ter uma filha, agora que a via nessa situação, não podia evitar culpar seu irresponsável e insensível neto.Quando Guadalupe acordou, a primeira pessoa que viu foi a avó, um pouco sonolenta se alegrou que tudo o que viu naquelas curtas cenas tivesse sido um pesadelo.— Avó, quero me divorciar! — Disse Guadalupe tranquilamente.— Guadalupe, você acabou de acordar, tente se relaxar, o que aconteceu não foi qualquer coisa. — Respondeu a avó com serenidade.Guadalupe virou o rosto para olhar pela janela, era um dia ensolarado, não havia nuvens e perfeitamente poderia se dizer que o destino lhe havia dado outra oportunid
Massimo ao ver que ela tinha adormecido tomou assento no sofá que estava ao lado da cama. Via o rosto da moça que tinha à sua frente, fazia muito tempo que não parava para vê-la, sua esposa fisicamente já não era a mesma "menina" que ele conheceu, agora possuía um rosto mais maduro, cansado e triste, enquanto a observava, uma pontada percorria seu corpo e seu coração. Uma estranha sensação incômoda apertava seu peito ao ver seus braços com bandagens, um de seus pulsos estava particularmente enfaixado, este era o lado onde ela havia feito o corte mais profundo, entendia claramente que a culpa de tudo tinha sido dele."Por que as coisas tinham chegado a este extremo?" Pensou enquanto a analisava.Quando a ouviu conversar com a avó, sua voz demonstrava angústia, mas além disso, notava-se a determinação com que estava soltando o tema do divórcio."Por que me sinto irritado só de ouvir a palavra divórcio? Isto é o que tenho ansiado desde que me casei." Pensou e um pouco de irritação se d
O sol se infiltrava pelas cortinas de toda a mansão, anunciando que era manhã, Guadalupe acordou e para sua surpresa, uma carta com seu nome havia aparecido em sua cama, o remetente era seu querido avô Alberto, ao abri-la viu e leu seu conteúdo."Minha querida menina,Hoje é seu aniversário de 18 anos, ainda lembro o dia em que você nasceu, tudo em minha mente é tão claro. Sua mãe estava muito emocionada, sua pequena menina nasceria hoje, já tinha pronto seu berço, suas roupas e seus brinquedos.Quero que se lembre que para sua mãe você era a luz dos seus olhos, agora que completa 18 anos, posso confirmar que você é o retrato vivo dela. Agora bem, como dizia já tem idade para tomar suas próprias decisões, pode trabalhar e viajar pelo mundo, poderá comprar seu 'Fusca' para viajar pelo país em companhia de seu violão e seu velho. Minha menina, quero que nunca esqueça seus sonhos, quero que viaje, escale uma das montanhas mais altas do país, vá a Holbox e veja o pôr do sol tomando fina
Guadalupe se adiantou e entrou naquele local com bolos de vários sabores, a atendente muito atenciosa se aproximou dela.— Olá Senhorita, gostaria de algum bolo ou irá ao café?— Mmm... — Guadalupe virou para ver o homem que levava ao seu lado.— Vamos passar ao café. — Respondeu o homem ao seu lado.— Adiante! Gostariam de sentar dentro? Ou na parte de trás, temos uma pequena varanda, lá também há mesas.— Na varanda! — Respondeu Guadalupe.— Está bem! Sigam-me por aqui! — Disse a moça enquanto fazia um sinal com a mão para indicar o caminho.Enquanto caminhavam em direção à varanda, passavam dentro da pequena confeitaria por um corredor branco decorado com alguns quadros que representavam diversos bolos pintados a óleo, havia algumas pequenas mesinhas com vasos e rosas inglesas, o lugar tinha fascinado Guadalupe, que admirava o lugar como se o destino lhe tivesse presenteado com a oportunidade de encontrar esse pedacinho do céu. Massimo por seu lado, se sentia um pouco incomod
— Massimo, por favor, não tire minha filha de mim! Por favor!Massimo acordou de repente de seu breve descanso e foi direto tomar a mão de sua esposa para acordá-la, aparentemente tinha um pesadelo.— Guadalupe, acorde! Calma, acorde, está tudo bem! — Disse enquanto tentava movê-la suavemente.Ela abriu os olhos e o olhou com receio, não se deu conta que estava falando dormindo, uma lágrima saía do canto de seu olho.— O que você faz aqui? Não fui clara? Não quero que cuide de mim! VÁ EMBORA! — Gritou Guadalupe.— Você estava tendo um pesadelo e te acordei. Mas se tanto te incomoda minha presença, me retiro.— FAÇA ISSO! NÃO QUERO TE VER! VÁ EMBORA! VÁ PARA O INFERNO! ISSO E MAIS VOCÊ MERECE! — Gritava Guadalupe com desespero.Massimo ao ver o estado de alteração de sua esposa, preferiu sair do quarto, os gritos alertaram a enfermeira que estava de passagem então entrou no quarto para ver o que acontecia. Ela entrou no mesmo momento que Massimo saía.— Senhor, por acaso não con
De repente sentiu grande pesar, começou a faltar-lhe o ar ao momento que recordou como há algumas semanas, ela o esperava na sala com um grande sorriso e lhe dizia:— Massimo, o jantar está pronto! Vamos, fique à vontade e vamos jantar!Ela com seu amplo sorriso o fez sentir-se confortável só de vê-la, essa noite o jantar tinha um especial toque caseiro.— Lembra que dia é hoje?— Não! — Respondeu Massimo com um tom seco e cortante.— É nosso aniversário bobinho! Sabia que esqueceria, mas eu não, então fiz um jantar com todos seus pratos favoritos! Estive praticando com Emma e acho que estou melhorando!Sua esposa era como um papagaio, uma vez que falava não havia quem a parasse, falava e falava, lhe contava seu dia, como havia comprado os ingredientes e como havia selecionado as frutas e vegetais mais adequados para o jantar. Ele sem se importar com o que dizia, se perdeu na lembrança do que aconteceu à tarde em seu escritório.Esta tarde, Alessia havia estado trabalhando com M
Massimo carregava Guadalupe nos braços, que ao vê-lo tinha desmaiado. Ele se sentia muito culpado pela reação de sua mulher, antes ao vê-lo lhe dedicava um grande sorriso de orelha a orelha, depois, esse sorriso se apagou e se tornou um olhar de submissão, para depois passar à ira ou à indiferença, hoje o rosto refletia medo e desespero, isso não lhe agradava, mais bem lhe causava grande dor, embora não reconhecesse.— Senhor, o que aconteceu? Fez mal a ela?— Eu não, eu não fiz nada! Desmaiou quando me viu. — Disse com pesar na voz.— Entendo, venha, venha coloque-a aqui. — Disse Emma com tom preocupado.Massimo a depositou cuidadosamente no sofá da sala, Emma por outro lado correu para trazer o kit de primeiros socorros. Massimo pôde observar o resultado do tapa da noite anterior, sua bochecha estava inflamada e tinha hematomas, tentando não pensar nisso lhe segurava a mão, recordando como tinham sido aqueles dias onde a moça tentava ocultar seu interesse por ele, "Como tinham ch
Aquele 17 de julho tinha chegado ao fim, Massimo voltou com uma moça eternamente agradecido por lhe presentear com um dos melhores dias de sua vida.— Guadalupe, hoje me diverti muito, mas devo revisar meus e-mails, por isso não vou jantar, pode fazer companhia a Emma, vou ao escritório.— Claro! Não se preocupe, quer que te leve um sanduíche?— Não é necessário!— Acho que sim, te levo caso sinta fome.— Ok!Massimo entrou em seu escritório e começou a ler seus e-mails, de repente houve um que lhe chamou a atenção. Não se tratava de um tema de trabalho, mas sim era de seu interesse, quando viu o endereço de e-mail, toda sua atenção se fixou sobre este."Olá Massimo,Como está? Espero que esteja bem, depois de um longo tempo fora do país, finalmente voltei. Desconheço se ainda conserva o mesmo número de telefone, por isso te escrevo aqui, sei que seus e-mails sempre verá.Tomara que possamos conversar logo, te deixo meu número de telefone. Me ligue e nos acertamos, claro se vo