Guadalupe já estava há uma semana na clínica. Embora tivesse tido um bom progresso, quando chegava ao seu quarto ou passeava pelos jardins sozinha, as lágrimas brotavam. Chorava em silêncio.Sentia-se tão vazia. Essa sensação não ia embora, por mais que se esforçasse. Caminhava e suas pernas doíam. Desmoronava à noite quando ia dormir. A semana que passou ao lado de Massimo a havia marcado. Sentia falta do calor de seu abraço e, ao se cobrir com o cobertor para não tremer, seu coração tremia de tristeza.— Massimo, você e eu fizemos um voto ao nos casar. Me decepcionou. Quero que isso vá embora, que termine. Você ficou com minha alma, com meu coração. Acaso há algo que não deva ter? Você tem tudo!Me dei conta de que o que sou e fui não será suficiente. Seu coração não é acessível para mim. Talvez pense que não sei o que fez, mas sei! E isso me deixa assim. Me dói pensar que não poderei voltar a ver você — disse em voz alta, tentando soltar o que oprimia seu coração.Os dias passar
Guadalupe ia saindo pela entrada principal, caminhava rapidamente tentando não olhar para trás, quando de repente se deparou com o olhar penetrante de Massimo. Sua caminhada parou em seco e logo sentiu um vazio no estômago. As mãos começaram a suar.Pietro e Aurora vinham atrás dela, mas haviam parado quando a avó Caterina lhes pediu que cuidassem bem de Guadalupe. Ela fez uma longa lista de pedidos. Não estava segura de que levá-la seria o ideal, mas a garota não queria permanecer mais onde havia estado com seu futuro ex-marido. Então, a avó já nada tinha a fazer.— Podemos conversar? — disse Massimo com um pouco de nostalgia na voz e no olhar.— Você e eu não temos nada para conversar! O que houver para dizer, por favor, diga ao meu advogado. Eu farei o mesmo, se necessário — disse Guadalupe e seguiu seu caminho.— Trago os papéis de divórcio. Não é necessário ir ao tribunal — disse Massimo em um tom sério.Guadalupe parou de andar e ficou parada de costas para ele. O que acabav
Franco Amato havia contratado um bom investigador privado. A tarefa encomendada era encontrar Alberto Priego.— Preciso que o procure. Preciso saber tudo relacionado a Alberto, Alejandro e Camila. Sei que não devem estar longe. Não poderiam deixar sua filha e/ou neta sozinha por tanto tempo.— Sim, senhor! Pode ficar tranquilo. Se esse homem está em Valoria, vamos encontrá-lo. Colocarei vários homens para procurá-lo. Isso não deve nos demorar tanto, mesmo que Caterina o esteja protegendo.— Perfeito! E conseguiu averiguar algo sobre Marco Barzinni?— Efetivamente! Se há um Barzinni vivo, este vive em Altocéu. Mas está mais protegido que o próprio presidente. Mantém um perfil baixo, mas, ainda assim, o encontramos.— Mantenham-no vigiado. Preciso saber cada um de seus movimentos.— Assim será, senhor!O juiz Amato subiu em seu luxuoso carro e disse ao motorista:— Me leve ao próximo endereço.— Sim, senhor! Ouça, mas este acaso não é...— Efetivamente! Preciso falar com todos.
Pietro, Aurora e Guadalupe, após uma longa viagem, chegaram a Porto Vento. Angostina os esperava na entrada. Ao ver Guadalupe, abriu os braços e disse:— Senhora Ângela! Que bom revê-la aqui! Seu quarto já está pronto, exatamente como a senhora o deixou.— Obrigada, Angostina! Está pronta para continuar me dando aulas de culinária italiana?— Claro, senhora! Já sabe, a cozinha é sua.Aurora, vendo que tudo ia bem, disse:— Bem, já estamos em Porto Vento. Então devo ir ao meu apartamento. Faz quase um mês que não passo por lá. Pelo menos devo dar sinais de vida. Deixo vocês para que termine de se instalar, Guadalupe.— Aurora, pedirei ao motorista que te leve para casa! — disse Pietro.— Obrigada, Senhor Pellegrini! Não esperava menos! — disse Aurora ironicamente.— Angostina, por favor, peça a um dos rapazes para nos ajudar com as malas de Guadalupe!— Sim, senhor! Se não há mais o que fazer, retiro-me para preparar o jantar — disse Angostina, retirando-se.— Pietro, vamos ca
Pietro, depois de deixar Guadalupe em seu quarto, dirigiu-se ao seu escritório. Passou um longo tempo sentado na cadeira atrás da escrivaninha. Pensava como a vida novamente lhe pregava uma peça. Guadalupe havia retornado para casa, mas agora não estava sozinha. Já não era uma menina como quando chegou ali da primeira vez.— Até nisso sempre deve ir à minha frente, Massimo... — pensou em voz alta.Recordou como foi a confusa relação que manteve em segredo com Guadalupe enquanto ela esteve ali. Ela nunca mencionou nada sobre Massimo. Então, quando decidiu voltar para a casa dele e se casar, Pietro pensou que se tratava apenas de um chilique por ele a ter abandonado na noite do jantar da empresa.Ninguém soube que entre Pietro e Guadalupe havia mais do que se via na superfície. Ele foi se apaixonando pouco a pouco pela garota. Não lhe negava fazer o que queria. Por isso, Guadalupe havia conseguido um emprego em um Café-Bar, era vocalista de uma banda de rock que tocava ali de vez em q
Enquanto a notícia da gravidez de Guadalupe sacudia Pietro e o fazia tomar uma decisão difícil, que aceitaria com todo o amor possível, em Luceria, Massimo visitava Alessia em seu apartamento. Deu-lhe a notícia de que seu divórcio finalmente havia sido registrado e agora era um homem livre.— Amor, isso é uma excelente notícia! — disse Alessia, saltando de alegria.— Sei! É só que me preocupa um pouco o quão fácil a avó pôs as coisas. Conhecendo-a, não posso baixar a guarda — disse Massimo, tentando desviar o sentimento de tristeza que o divórcio com Guadalupe havia provocado.— Amor, tranquilo! O importante é que já está legalmente solteiro. Agora podemos passear livremente e podemos ¡Planejar nosso casamento! — disse a garota com olhos cheios de emoção, enquanto massageava os ombros de Massimo.— Ei! Sabe que te amo, não é? — disse Massimo como se, ao dizê-lo, convencesse a si mesmo de que ela era a mulher com quem deveria estar.— Sim, minha vida! Eu também te amo! Hoje está me
Leonardo Pellegrini ficou viúvo quando seus filhos tinham 15 e 13 anos, respectivamente. Isso havia sido um duro golpe para o coração do homem. Martina Pellegrini havia sido seu único amor. Conheceram-se quando ele começava a trabalhar no Grupo Pellegrini e foi sua mão direita quando teve que assumir o controle do Grupo Priego e Associados.Ela havia sido assistente de Franco Amato. Graças à garota, começaram a perceber os maus manejos que esse homem havia feito.Martina Vani era jovem, havia acabado de concluir o ensino médio. Não teve oportunidade de estudar uma carreira devido aos problemas econômicos de sua família. Com um golpe de sorte, uma amiga a recomendou como secretária para o recém-chegado advogado e mão direita do presidente.Martina era bonita e, inconscientemente, graças a isso, conseguiu o posto. Franco muitas vezes quis sair com ela; no entanto, ela cortesmente o rejeitava.Lorenzo Pellegrini era um homem rigoroso no trabalho. Esse tipo de comportamento por parte d
Pietro havia melhorado na atitude com a chegada de sua avó. Começava a trabalhar nas matérias que estava prestes a perder, por isso havia dias em que ficava até tarde na biblioteca da escola.Em um desses dias, passou pelo escritório do professor de artes. A luz estava acesa e saíam dele ruídos peculiares. O professor de artes era bem conhecido pelo submundo entre os estudantes como um assediador e/ou galante entre as garotas. Não havia adolescente que escapasse dele. Por boas ou por más, ele obtinha o que queria.Naquela ocasião, ao ver a luz de seu escritório acesa e ouvir ruídos, entrou e encontrou Alessia nua no colo do professor. Era óbvio o que estava acontecendo.O professor tentou detê-lo, mas estava seminu e não podia sair assim de seu escritório. O rapaz correu e chegou em casa. Quis contar a Massimo o que havia visto, mas naquela ocasião seu irmão mais velho havia acompanhado Leonardo a um jantar de negócios. Seu pai já estava encaminhando Massimo naquele mundo. Precisava