Enquanto tudo isso acontecia em Luceria, na Valderosa, Aurora acompanhava Guadalupe até o carro. Leopoldo colocava uma pequena mala no porta-malas, e saíam com destino à clínica "Di Santa Rosa".Quando chegaram, era um edifício branco rodeado de jardins. O lugar tinha uma aura de tranquilidade, era um local muito exclusivo. A Dra. Serra já as esperava na porta para dar as boas-vindas a Guadalupe.— Olá, Guadalupe! Fico feliz que tenha aceitado vir. Sei que poderemos ajudá-la muito aqui. Vamos fazer seu registro — disse a Dra. Serra, indicando-lhes o caminho.Guadalupe hesitou por um momento, mas Aurora segurou sua mão e disse:— Tudo vai ficar bem! Você consegue! É forte! Vamos, vou te acompanhar e não vou te deixar sozinha!Com isso dito, Guadalupe começou a avançar. Viu que havia muitas pessoas no lugar, ninguém parecia estar doente. Não conseguia explicar por que estavam ali.Após entregar a carta assinada por Pietro e ajudar Guadalupe a se registrar, Aurora teve que se retira
Depois de ouvir tudo o que a avó Caterina acabava de dizer, Leonardo estava furioso, Massimo não podia acreditar no que havia escutado, e Pietro simplesmente sorria.— De que diabos você está rindo, Pietro? — disse Massimo furioso.— Rio porque agora resulta que sua futura ex-esposa será ainda mais poderosa que você ou eu.— Seu imbecil! — disse Massimo, levantando-se da cadeira e apontando o dedo.Se a mesa da sala de reuniões não os separasse, teria desferido um forte golpe no rosto de Pietro.— Mãe, está ciente de que os Pellegrini trabalhamos para forjar este império?— Estou! Mas este não é nosso patrimônio. Isto também é parte de Marco e Guadalupe! Fui muito boba ao pensar que aceitariam. Podem impugnar minha vontade, mas legalmente isto já está feito.— Bem, aceito de bom grado meus 11% de participação. Obrigada, avó! Se já não temos mais nada para discutir, deveríamos ir. Tenho que pegar um voo para Alvénia.— Pietro, sabia que você entenderia! — disse a avó com calma.
Ao sair da sala de reuniões, Pietro e Caterina dirigiram-se ao aeroporto. Lá já os esperava a equipe de Marco Barzinni. A avó não se sentia completamente bem, mas fazia-se de forte, subindo ao avião privado. Encontrou Marco, que os esperava sentado, enquanto revisava alguns e-mails.— Marco, querido! Obrigada por nos esperar! — disse a avó em um tom desanimado.— Não tem nada para agradecer! Faço com prazer! Além disso, eu também vou para Alvénia — disse Marco, virando-se para a janela.— Me desculpem, meus filhos! Estou um pouco cansada. Acho que vou descansar até chegarmos — disse a avó, cobrindo-se com um cobertor.Não passou muito tempo até que a avó adormecesse profundamente. Ao ver isso, o par começou a discutir o tema da reunião.— Marco, você sabia disso?Marco o olhou fixamente nos olhos e disse:— Não! Mas agora explica por que a avó se preocupou tanto com minha recuperação — disse, guardando seu computador.— Tem certeza de não querer voltar? — perguntou Pietro.— C
Após chegar à mansão Pellegrini, Leonardo subiu ao seu quarto e se trancou. Não tinha ânimo para continuar falando sobre o assunto. Sabia perfeitamente que Caterina havia sofrido com as ações de seu pai, mas jamais imaginou a mudança em curso que as coisas tomariam na atualidade.Massimo estava irritado. Não conseguia se acalmar, por isso preferiu ir à casa de Alessia. Precisava conversar com alguém, desabafar o que estava entalado e não podia soltar facilmente. Sentia-se traído. Em sua mente, passava a ideia de que tudo isso era um plano orquestrado por sua avó e Pietro. Algo lhe dizia que Guadalupe também poderia estar implicada, consciente ou inconscientemente, no assunto. Se não, como poderia explicar que ela agora seria uma acionista? E não qualquer uma, seria a segunda majoritária.— Amor, por que essa cara? — disse Alessia, abrindo os braços para abraçá-lo.— Não tive um bom dia! Houve uma reunião com todos os acionistas da empresa. A avó nos deu uma grande surpresa.— Qual?
Franco Amato era um homem que estudou direito. Inicialmente trabalhou como advogado corporativo, e isso o ajudou a se infiltrar nas fileiras de várias empresas.Entre elas, o Grupo Priego e Associados, na época liderado por Lorenzo Pellegrini, que havia adotado o sobrenome de sua esposa.Esse homem pouco a pouco se tornou a mão direita do presidente em exercício. Todas as decisões importantes, Lorenzo as consultava com Franco. Chegou o momento em que o presidente considerou mais factível passar um poder para que ele administrasse a empresa.Depois disso, Franco Amato teve total liberdade para fazer e desfazer o que quisesse. Quando teve oportunidade, as famílias Priego e Barzinni ficaram de fora do grupo. Pietro Barzinni cedeu suas ações a Caterina sob uma cláusula exclusiva, ao ver que seu filho fazia maus manejos no negócio familiar.Os Priego, por sua vez, retornaram a Solaria e deixaram nas mãos de Caterina a administração de suas ações. Franco aproveitou isso e lhes deu uma co
Na manhã seguinte, Alessia saiu com o pretexto de ir tomar café da manhã com uma amiga. Não podia cancelar a reunião.Massimo ficou na cama até mais tarde. Era a primeira vez em anos que podia se dar a esse luxo.Leonardo levantou-se e procurou Massimo, mas não conseguiu localizá-lo na mansão.— Emma, você viu Massimo?— Ontem saiu e ainda não voltou.— Emma, me diga uma coisa. Como foi a relação de meu filho com Guadalupe?— Senhor, penso que nunca foi boa! A senhora se casou muito jovem, e o senhor se aproveitou disso.Emma soltou o que viu sem rodeios. Ela trabalhava há anos para os Pellegrini e havia confiança. Ao ver Leonardo, decidiu contar a história.Leonardo ficou atônito ao ouvir por todas as penas que seu filho fez a garota passar. Chegou à conclusão de que seu filho era um monstro. Definitivamente, a família Amato continuava causando estragos. Amaldiçoou a família, mas já nada poderia ser feito. Um novo membro estava sendo gestado no ventre daquela mulher.Se algué
Guadalupe já estava há uma semana na clínica. Embora tivesse tido um bom progresso, quando chegava ao seu quarto ou passeava pelos jardins sozinha, as lágrimas brotavam. Chorava em silêncio.Sentia-se tão vazia. Essa sensação não ia embora, por mais que se esforçasse. Caminhava e suas pernas doíam. Desmoronava à noite quando ia dormir. A semana que passou ao lado de Massimo a havia marcado. Sentia falta do calor de seu abraço e, ao se cobrir com o cobertor para não tremer, seu coração tremia de tristeza.— Massimo, você e eu fizemos um voto ao nos casar. Me decepcionou. Quero que isso vá embora, que termine. Você ficou com minha alma, com meu coração. Acaso há algo que não deva ter? Você tem tudo!Me dei conta de que o que sou e fui não será suficiente. Seu coração não é acessível para mim. Talvez pense que não sei o que fez, mas sei! E isso me deixa assim. Me dói pensar que não poderei voltar a ver você — disse em voz alta, tentando soltar o que oprimia seu coração.Os dias passar
Guadalupe ia saindo pela entrada principal, caminhava rapidamente tentando não olhar para trás, quando de repente se deparou com o olhar penetrante de Massimo. Sua caminhada parou em seco e logo sentiu um vazio no estômago. As mãos começaram a suar.Pietro e Aurora vinham atrás dela, mas haviam parado quando a avó Caterina lhes pediu que cuidassem bem de Guadalupe. Ela fez uma longa lista de pedidos. Não estava segura de que levá-la seria o ideal, mas a garota não queria permanecer mais onde havia estado com seu futuro ex-marido. Então, a avó já nada tinha a fazer.— Podemos conversar? — disse Massimo com um pouco de nostalgia na voz e no olhar.— Você e eu não temos nada para conversar! O que houver para dizer, por favor, diga ao meu advogado. Eu farei o mesmo, se necessário — disse Guadalupe e seguiu seu caminho.— Trago os papéis de divórcio. Não é necessário ir ao tribunal — disse Massimo em um tom sério.Guadalupe parou de andar e ficou parada de costas para ele. O que acabav