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Wolf - Capítulo quatro.

POV LUNA SWAN

Melissa segurou a risada.

—Vá tomar um banho, conversaremos depois.

Antes de sair do quarto, abracei minha cunhada rapidamente, o que a fez me xingar dos piores nomes existentes. Minha gargalhada a perseguiu até que eu finalmente chegasse ao meu quarto, indo direto ao banheiro, definitivamente necessitava de um banho com espuma e óleos perfumados, as águas dos rios não eram o bastante às vezes.

Depois de um longo banho relaxante, com os cabelos limpos e a pele cheirosa do meu hidratante favorito de frutas vermelhas, parei diante do espelho somente por um instante. Eu tinha emagrecido nos últimos meses, minha cintura afinou e as curvas do meu corpo diminuíram. Quando mais tempo passava transformada, menos humana me tornava. O brilho selvagem em meus olhos verdes comprovavam que parte da minha loba permanecia desperta. 

Lucca sempre me disse que eu era parecida com nossa mãe, mas eu mal tinha lembranças dela, nada além dos cabelos negros como o céu noturno. Meu irmão havíamos herdado os mesmos olhos verdes caramelizados de papai, assim como os cabelos castanhos espessos. Pisquei, afastando aquela sensibilidade que ameaçou tomar meu rosto. Vesti um conjunto de moletom antes de sair do quarto.

A Longhair parecia melhor, a febre tinha diminuído e a cor voltava ao seu rosto.

—Ela vai sobreviver?

—Eu não a conheço, mas ela é uma guerreira, está lutando bravamente contra o veneno em seu sangue para sobreviver—comentou Sarah, observando—a.

Peguei um pano úmido para tentar limpar o sangue seco no rosto da Longhair.

—Gosto de dizer que nós, fêmeas, temos uma força extraordinária, independente da espécie, que nos mantém vivas.

Lucca entrou no quarto em silêncio, depositando um beijo nos cabelos da parceira. 

A Longhair tinha uma parência tão frágil e delicada, como se o sol tivesse banhado os cabelos loiros dela. Entretanto, havia uma força incomum no seu sangue que me surpreendeu. Ela estava lutando contra a morte que chamava seu nome, seu enfraquecido coração batia com força.

—Ela é uma sobrevivente—sussurrei para mim mesma.

Melissa coçou a garganta.

—Eu preparei o café da manhã para vocês na mesa, Arthur está os esperando.

Eu reconsiderei me afastar da raposa, mas quando meu estômago se contorceu de fome, não resisti ao cheiro da comida deliciosa feita pelas mãos dividias de Melissa. Enquanto minha loba adorava a carne animal, eu amava waffles doces e recheados. Não era atoa que sentíamos uma fome absurda em todo o momento.

A visão do macho praticamente debruçado sobre a mesa, os cabelos castanhos bagunçados e a cara amassada de sono que me fez sorrir. Ele bocejou demoradamente com uma xícara de café preto na mão.

—Finalmente a princesinha Ballard resolveu voltar para casa.

Ergui minha cabeça com um leve sorriso provocante se abrindo no canto de meus lábios. Soprei uma mecha castanha de meu cabelo que caiu sobre meus olhos e encarei Arthur, o desgraçado sorria com deboche para mim.

—Ora, não me diga que sentiu minha falta?—Perguntei com sarcasmo.

Arthur fitou meu irmão com a mão no queixo.

—Como a encontrou? Atolada na lama como um animal selvagem?

Lucca engasgou com seu café.

—Quase isso.

Cerrei meus olhos em sua direção, mas meu irmão já devorava sua panqueca com mel novamente.

—Acho que eu iria adorar te atolar na lama, idiota—ralhei para o filho de Tom e Melissa, que apenas sorriu para mim com a boca cheia de pão.

Despejei uma calda doce de chocolate exagerada no waffles em meu prato, quase dando pulinhos de felicidade, aquela era minha comida favorita dos humanos. Suspirei ao levar a massa deliciosa até minha boca.

—Eu amo isso—disse embolada.

—Pela Lua! Mastiga isso antes. Não está mais na floresta para agir como um animal selvagem, meu bem—Arthur reclamou comigo.

Continuei mastigando o waffles ao responder Arthur com um gesto vulgar, Lucca se engasgou do outro lado da mesa. Ele ainda não tinha se livrado da camisa suja de sangue e foi o cheiro da Longhair que atraiu a atenção de Arthur.

—Você está cheirando a raposa, Lucca. Não me diga que andou pulando a cerca? Se Sarah descobrir, ela te castra e com toda razão.

Meu irmão apenas o fuzilou com os olhos, mas continuou mastigando sua panqueca despreocupada.

—A aldeia das Longhairs ao sul do território foi completamente destruída, transformada em cinzas.

Arthur me fitou com o semblante confuso.

—Descobriram o que aconteceu?

—Ainda não.

Espetei outro pedaço de waffle, adicionando algumas frutas picadas. Arthur abaixou o olhar para seu prato.

—Mataram todas?

Lucca e eu trocamos olhares silenciosos. Meu irmão largou os talheres.

—Encontramos uma sobrevivente, a Longhair estava muito ferida, Sarah está ajudando—a no quarto de hóspedes com Melissa.

O humor do macho mudou drasticamente. O temperamento lupino dele fervilhou em seus olhos escurecidos.

—Vocês trouxeram uma criatura traiçoeira para nossa casa?

Passei a língua pelos meus dentes, compreendendo a fúria inflamável dentro de Arthur.

—As Longhairs não são nossas inimigas, Arthur, e ela precisava de um curandeiro.

—Sarah sequer é uma curandeira, não fez o juramente de salvar qualquer vida, independente da espécie.

—Cuidado com o que diz—advertiu Lucca.

Arthur bufou uma respiração.

—Você não pode confiar nela.

—E eu não confio, mas preciso saber quem atacou o clã. Não vou permitir que seu maldito ódio pelas Longhairs coloque nossa família em risco.

Arthur bateu os punhos na mesa, e lutou contra seu gênio tempestuoso.

—Sei que você não gosta dessa raça, mas confie em mim, por favor. Você não precisa conviver com ela, é temporário.

As narinas do lobo inflaram por causa de sua respiração forte. Ele enfiou os dedos nos cabelos bagunçados.

—Mantenha aquela coisa longe de mim ou posso matá—la acidentalmente.

Arthur desapareceu da cozinha, batendo a porta ao sair do cômodo. Esfreguei minhas têmporas que latejavam de forma insuportável. Lucca continuou comendo suas panquecas com mel e café sem açúcar, santa hipocrisia.

—Arthur nunca vai confiar em uma Longhair depois do que fizeram com ele.

Terminei meu chá de ervas, e belisquei algumas frutas doces.

—Você devia ter me deixado matar aquela Longhair, ela merecia depois de ter nos traído daquela forma.

—Teríamos iniciado uma guerra com as raposas e acabado com o tratado de paz que conseguimos com muito esforço.

Mastiguei o último pedaço de waffles antes de responder:

—E agora o clã todo está morto, o que adiantou?

Finalizamos o café da manhã em silêncio, meu humor não era um dos melhores naquela manhã agitada. Lucca me seguiu até a porta da casa.

—Por que está me seguindo?

—Onde vai?

—Caminhar, não está vendo?

—Vou com você.

—Não pedi por companhia.

—E eu não pedi sua opinião, eu comuniquei que vou com você.

Soquei seu ombro diante da sua grosseria, mas Lucca continuou atrás de mim.

—Lucca! Me deixe em paz.

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