A alvorada trouxe uma sensação de renovação ao castelo de Blackwood, mas não sem os desafios habituais que vinham após uma batalha. A vitória sobre Sir Edmund tinha sido um marco importante, mas a ameaça ainda pairava no ar. Havia muito a fazer, tanto no campo estratégico quanto nos corações dos que agora ansiavam por um futuro mais claro.Eleanor acordou cedo, como vinha fazendo desde que os primeiros sinais de conflito começaram a surgir. Desta vez, no entanto, sentia-se diferente. As palavras de Alexander na noite anterior haviam se infiltrado em sua mente, plantando uma semente de questionamento que ela não conseguia ignorar.Após vestir-se com sua habitual praticidade, Eleanor caminhou em direção aos jardins, onde sabia que o silêncio e a beleza das flores lhe ofereceriam um refúgio para ordenar seus pensamentos. No entanto, ao chegar, encontrou Alexander já lá, sentado em um banco de pedra, olhando para um pergaminho.Ele levantou o olhar ao ouvir seus passos e abriu um sorriso
A tensão era palpável enquanto o exército de Blackwood se preparava para enfrentar Edmund e seus homens no campo de batalha. O amanhecer trouxe consigo um céu carregado de nuvens, como se até mesmo a natureza pressentisse a gravidade do confronto iminente.Eleanor estava à frente de suas tropas, montada em um cavalo imponente, usando uma armadura que refletia sua posição como líder de Blackwood. Alexander estava ao seu lado, também equipado, com a determinação visível em seu rosto.— Hoje será o fim disso — declarou Eleanor, sua voz firme e clara. — Lutamos por nossa terra, por nossas famílias, por nossa liberdade. Não permitiremos que Edmund destrua o que construímos com tanto sacrifício.As tropas responderam com um brado uníssono, seus gritos ecoando pelo vale.***O exército de Edmund era numeroso, mas desorganizado. Ele confiava em intimidação e força bruta, enquanto Blackwood havia sido treinado para trabalhar como uma unidade coesa.Quando os dois exércitos colidiram, o som de
O sol despontava no horizonte, iluminando os campos de Blackwood com sua luz dourada. A batalha contra Edmund havia terminado, mas as marcas do confronto ainda estavam por toda parte. Os campos, outrora verdejantes, estavam cobertos de lama, sangue e fragmentos de armaduras. As cicatrizes do combate não se limitavam apenas à terra; elas também estavam presentes nas pessoas.Eleanor caminhava pelo campo de batalha, observando os soldados recolhendo os corpos de seus companheiros e dos inimigos. Alguns carregavam os feridos para tendas improvisadas, enquanto outros cavavam covas para os que não sobreviveram. O ar estava pesado com o cheiro de terra molhada e ferro.— Lady Eleanor — chamou Sir Cedric, aproximando-se. — As tropas estão se reorganizando, e os feridos mais graves já estão sendo tratados.Ela assentiu, mas sua expressão era sombria.— Obrigada, Sir Cedric. Certifique-se de que todos recebam os cuidados necessários.Sir Cedric hesitou por um momento antes de perguntar:— E qu
Os dias em Blackwood se seguiam com a lentidão própria de tempos de reconstrução. Cada amanhecer trazia consigo uma nova tarefa para Eleanor: atender às demandas do conselho, visitar as vilas devastadas pela guerra, organizar recursos. Contudo, em meio à rotina exaustiva, a presença de Alexander começava a destacar-se como uma constante reconfortante.Ele estava ao seu lado em reuniões, acompanhava-a em visitas ao campo e, em momentos mais calmos, oferecia companhia silenciosa que parecia curar suas feridas invisíveis.Naquela manhã, Eleanor revisava os registros de suprimentos na biblioteca quando ouviu passos firmes se aproximando.— Pensei que fosse encontrá-la aqui — disse Alexander, entrando com um leve sorriso.— Onde mais estaria? — respondeu ela, sem desviar os olhos dos papéis.— Talvez aproveitando o sol lá fora. Ou, quem sabe, descansando.Ela ergueu o olhar, arqueando uma sobrancelha.— Descansar é um luxo que ainda não posso me permitir.Alexander aproximou-se, apoiando-s
A manhã seguinte começou com uma suavidade incomum para Eleanor. Acordou com o som distante dos pássaros e o cheiro fresco das flores que cresciam nos jardins do castelo. Sua mente, no entanto, estava inquieta. A memória da noite anterior, do toque gentil de Alexander segurando sua mão, era uma chama persistente que aquecia seu coração e a enchia de perguntas.Ela desceu ao salão principal com a intenção de se ocupar com as tarefas do dia, mas foi surpreendida ao encontrar Alexander já à sua espera, como se soubesse que ela apareceria.— Bom dia, Lady Eleanor — cumprimentou ele, sua voz carregada de uma leveza que parecia ser exclusiva para ela.— Bom dia, Alexander. Está cedo — comentou, enquanto pegava uma fatia de pão do bufê disposto.Ele sorriu.— Achei que poderíamos visitar os campos ao sul hoje. Quero mostrar algo.Eleanor ergueu uma sobrancelha, intrigada.— Algo que não pode ser descrito?— Certas coisas precisam ser vistas, não explicadas — respondeu ele, com um brilho mist
Os primeiros raios do amanhecer tingiam o céu de Blackwood com tons de dourado e rosa, mas para Eleanor, aquele era apenas mais um dia de decisões pesadas. Sentada em seu escritório, ela revisava os relatórios das vilas ainda em reconstrução. Cada folha representava uma família, uma história, um futuro que dependia dela para ser reerguido.Alexander, como era de costume nos últimos dias, estava por perto. Ele entrava silenciosamente no escritório com uma bandeja de chá e bolos.— Você ainda não tomou café da manhã, não é? — perguntou ele, colocando a bandeja na mesa sem esperar uma resposta.Eleanor sorriu, cansada, mas grata pela atenção.— Não tive tempo.Ele se sentou em frente a ela, observando-a por um momento antes de falar.— E ainda assim, arranjou tempo ontem para ajudar aquelas crianças na vila ao sul.Ela ergueu os olhos para ele, surpresa pelo comentário.— Não podia ignorá-las. Elas estavam famintas.— Exatamente. E é por isso que você precisa cuidar de si mesma, Eleanor.
O sol nascia em Blackwood com uma tranquilidade que há muito não se via. A guerra havia terminado, e com ela, o peso das batalhas diárias começava a dar lugar a uma sensação de alívio. No entanto, para Eleanor, essa calmaria trazia novas responsabilidades, mas também a promessa de um futuro que ela ainda estava aprendendo a aceitar.Os corredores do castelo estavam mais movimentados do que o habitual, mas dessa vez, as vozes não eram de preocupação ou comando. Havia risadas, sorrisos e uma atmosfera de reconstrução. Eleanor caminhava pelo grande salão, acompanhada de Alexander, enquanto os dois observavam as reformas sendo concluídas.— Parece que o castelo está ganhando vida novamente — comentou Alexander, com um leve sorriso nos lábios.Eleanor assentiu, olhando para os trabalhadores que se movimentavam com energia renovada.— É mais do que isso, Alexander. Acho que todos estão redescobrindo o que significa viver sem medo.Ele a observou por um momento antes de responder.— E você?
Os dias que se seguiram à vitória em Blackwood foram preenchidos com uma energia diferente. O castelo e suas terras pulsavam com vida, enquanto todos trabalhavam na reconstrução e nas novas rotinas que marcavam o início de uma era de paz. Mas para Eleanor, as mudanças não se restringiam às suas responsabilidades como líder; seu coração começava a se abrir para um futuro que ela antes achava inalcançável.Naquela manhã, o sol iluminava o salão principal, onde Eleanor se preparava para uma reunião com representantes das vilas vizinhas. Vestida em um traje simples, mas elegante, ela verificava documentos enquanto trocava palavras rápidas com seus conselheiros.— Lady Eleanor, o grupo de Ashfield chegou e espera por você na biblioteca — informou Sir Edward, fazendo uma breve reverência antes de se retirar.Eleanor assentiu, respirando fundo antes de seguir para o encontro.***Na biblioteca, os representantes de Ashfield apresentaram suas preocupações e pedidos. A vila ainda sofria com os