O castelo de Blackwood estava mais uma vez em silêncio naquela manhã, exceto pelo som constante dos ferreiros trabalhando e os murmúrios das sentinelas em seus postos. A tensão do ataque à cabana e as descobertas de Alexander na vila abandonada ainda pairavam no ar, mas Eleanor estava determinada a trazer um pouco de estabilidade à rotina do castelo.Enquanto caminhava pelos corredores, observando os criados realizarem suas tarefas, sua mente voltava constantemente a Alexander. As palavras dele, o toque breve em sua mão, e o calor de seu olhar ainda estavam frescos em sua memória. Ela não podia negar que sentia algo por ele, mas o que aquilo significava, exatamente?***Mais tarde, Alexander foi até os aposentos de Eleanor. Ele parecia mais descansado, mas ainda carregava a preocupação em seus olhos.— Eleanor — chamou ele, parando na porta aberta.— Alexander — respondeu ela, indicando que ele podia entrar.Ele fechou a porta atrás de si e se aproximou, segurando um pergaminho nas mã
O dia amanheceu com uma neblina densa, cobrindo as terras ao redor de Blackwood como se o próprio mundo estivesse se preparando para a tempestade que se aproximava. No salão de reuniões, o clima era de urgência, e cada detalhe dos mapas e relatórios espalhados pela mesa parecia vital.Eleanor entrou no salão com passos decididos, já acostumada ao ritmo frenético das reuniões estratégicas. Alexander já estava lá, de pé ao lado do comandante responsável pelas tropas. Ele a olhou assim que ela entrou, e por um breve momento, um sorriso encorajador surgiu em seu rosto, apesar das circunstâncias.— Estamos preparados para discutir as defesas? — perguntou Eleanor, aproximando-se da mesa.— Sim — respondeu Alexander. — Mas há algo mais urgente para tratarmos antes.Ele apontou para o mapa à sua frente, marcando os pontos onde Sir Edmund havia movido suas tropas.— Recebemos informações de que ele começou a fortificar essas áreas — continuou Alexander. — Parece que está planejando dividir nos
O salão de reuniões estava mergulhado em um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som de passos apressados e sussurros tensos. O relatório trazido pelos guardas deixava claro que Sir Edmund estava mais próximo do que esperavam, e cada segundo perdido poderia ser decisivo.Eleanor e Alexander estavam de pé ao redor da grande mesa de madeira onde os mapas da região estavam espalhados, suas bordas já gastas de tanto serem manipuladas. Os comandantes de Blackwood estavam reunidos, trocando ideias e estratégias, mas a tensão no ar era palpável.— Precisamos tomar uma decisão agora — disse Eleanor, sua voz firme, mas carregada de urgência. — Não temos tempo a perder.— Concordo — respondeu Alexander, apontando para o mapa. — Sir Edmund está se movendo rápido. Se não agirmos, ele estará dentro de nossas terras em poucos dias.O comandante Richard, um homem mais velho com cicatrizes que testemunhavam anos de batalhas, inclinou-se sobre a mesa.— Se ele está se aproximando, podemos preparar um
A vitória sobre Sir Edmund trouxe alívio e esperança para Blackwood, mas também expôs feridas que precisavam ser tratadas com urgência. No dia seguinte à batalha, a fortaleza estava em pleno movimento. Feridos eram levados para a ala médica improvisada, enquanto os soldados que retornavam ao castelo eram saudados como heróis.Eleanor acordou cedo naquela manhã, incapaz de dormir após a intensa emoção do dia anterior. Com um xale envolto nos ombros, caminhou até os jardins do castelo, onde o orvalho da manhã ainda brilhava nas folhas. Era um raro momento de tranquilidade, mas sua mente permanecia inquieta.Enquanto caminhava, encontrou Alexander ao longe, observando o horizonte. Ele usava roupas simples, mas o peso da batalha ainda parecia estar visível em seus ombros. Eleanor hesitou por um instante antes de se aproximar.— Não imaginei que estaria aqui tão cedo — disse ela suavemente.Alexander virou-se, oferecendo-lhe um sorriso cansado.— O mesmo vale para você. Achei que estaria d
A alvorada trouxe uma sensação de renovação ao castelo de Blackwood, mas não sem os desafios habituais que vinham após uma batalha. A vitória sobre Sir Edmund tinha sido um marco importante, mas a ameaça ainda pairava no ar. Havia muito a fazer, tanto no campo estratégico quanto nos corações dos que agora ansiavam por um futuro mais claro.Eleanor acordou cedo, como vinha fazendo desde que os primeiros sinais de conflito começaram a surgir. Desta vez, no entanto, sentia-se diferente. As palavras de Alexander na noite anterior haviam se infiltrado em sua mente, plantando uma semente de questionamento que ela não conseguia ignorar.Após vestir-se com sua habitual praticidade, Eleanor caminhou em direção aos jardins, onde sabia que o silêncio e a beleza das flores lhe ofereceriam um refúgio para ordenar seus pensamentos. No entanto, ao chegar, encontrou Alexander já lá, sentado em um banco de pedra, olhando para um pergaminho.Ele levantou o olhar ao ouvir seus passos e abriu um sorriso
A tensão era palpável enquanto o exército de Blackwood se preparava para enfrentar Edmund e seus homens no campo de batalha. O amanhecer trouxe consigo um céu carregado de nuvens, como se até mesmo a natureza pressentisse a gravidade do confronto iminente.Eleanor estava à frente de suas tropas, montada em um cavalo imponente, usando uma armadura que refletia sua posição como líder de Blackwood. Alexander estava ao seu lado, também equipado, com a determinação visível em seu rosto.— Hoje será o fim disso — declarou Eleanor, sua voz firme e clara. — Lutamos por nossa terra, por nossas famílias, por nossa liberdade. Não permitiremos que Edmund destrua o que construímos com tanto sacrifício.As tropas responderam com um brado uníssono, seus gritos ecoando pelo vale.***O exército de Edmund era numeroso, mas desorganizado. Ele confiava em intimidação e força bruta, enquanto Blackwood havia sido treinado para trabalhar como uma unidade coesa.Quando os dois exércitos colidiram, o som de
O sol despontava no horizonte, iluminando os campos de Blackwood com sua luz dourada. A batalha contra Edmund havia terminado, mas as marcas do confronto ainda estavam por toda parte. Os campos, outrora verdejantes, estavam cobertos de lama, sangue e fragmentos de armaduras. As cicatrizes do combate não se limitavam apenas à terra; elas também estavam presentes nas pessoas.Eleanor caminhava pelo campo de batalha, observando os soldados recolhendo os corpos de seus companheiros e dos inimigos. Alguns carregavam os feridos para tendas improvisadas, enquanto outros cavavam covas para os que não sobreviveram. O ar estava pesado com o cheiro de terra molhada e ferro.— Lady Eleanor — chamou Sir Cedric, aproximando-se. — As tropas estão se reorganizando, e os feridos mais graves já estão sendo tratados.Ela assentiu, mas sua expressão era sombria.— Obrigada, Sir Cedric. Certifique-se de que todos recebam os cuidados necessários.Sir Cedric hesitou por um momento antes de perguntar:— E qu
Os dias em Blackwood se seguiam com a lentidão própria de tempos de reconstrução. Cada amanhecer trazia consigo uma nova tarefa para Eleanor: atender às demandas do conselho, visitar as vilas devastadas pela guerra, organizar recursos. Contudo, em meio à rotina exaustiva, a presença de Alexander começava a destacar-se como uma constante reconfortante.Ele estava ao seu lado em reuniões, acompanhava-a em visitas ao campo e, em momentos mais calmos, oferecia companhia silenciosa que parecia curar suas feridas invisíveis.Naquela manhã, Eleanor revisava os registros de suprimentos na biblioteca quando ouviu passos firmes se aproximando.— Pensei que fosse encontrá-la aqui — disse Alexander, entrando com um leve sorriso.— Onde mais estaria? — respondeu ela, sem desviar os olhos dos papéis.— Talvez aproveitando o sol lá fora. Ou, quem sabe, descansando.Ela ergueu o olhar, arqueando uma sobrancelha.— Descansar é um luxo que ainda não posso me permitir.Alexander aproximou-se, apoiando-s