Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.
Friedrich Nietzsche
Eu já andava meio chateada. Tinha mandado tantos currículos e nada. Nunca pensei que fosse tão difícil conseguir um emprego, emocionalmente eu me desesperava e isso era só o começo da luta que eu ia enfrentar ao lado de Gregory. Não queria passar essa imagem de dondoca inútil. Depender dele, sabendo de sua condição financeira.
Era horrível! Gostaria de estar trabalhando quando eu fosse morar com ele. Crescer profissionalmente ao lado dele era o meu objetivo.
Afastei meus pensamentos quando Roger estacionou em frente à casa de Raquel.
Raquel sempre que me recebia, tinha aquele olhar crítico.
Não sei por que ela se incomodava tanto com tudo isso?
O problema era meu! Eu o amava e
NatashaEu abri os olhos, aérea. Olhei tudo confusa. O meu quarto estava iluminado com o abajur. Eu me sentei e me lembrei da discussão na sala, tonta, me sentindo dopada, estranha, caí nos travesseiros novamente. Tudo rodava.Uma senhora surgiu, estava de branco.Uma enfermeira?— Olá Natasha. Eu sou a enfermeira Ronda Smith, eu estou aqui para cuidar de você. Você precisa de alguma coisa.— Por que eu estou me sentindo tão estranha?— Depois que você desmaiou, seu pai chamou um médico. Ele tranquilizou seu pai, disse que você teve um mal-estar passageiro. Mas como você anda muito nervosa, você está sob efeito de calmante.Eu sentia minha bexiga cheia.— Preciso ir ao banheiro.A enfermeira me ajudou, me pegando pelo braço. Quando caminhava percebi que estava de cami
NatashaFazia uma semana que eu tinha ligado para Gregory, desde esse dia não tinha conseguido mais falar com ele. Mas hoje a sorte estava do meu lado. Percebi isso, quando entrei no quarto de mamãe e vi o celular dela no criado-mudo. Na ponta dos pés caminhei até o banheiro, pela fresta da porta a vi esparramada na banheira com pepinos nos olhos.Sorri.Com o celular na mão saí do quarto dela e fui até o meu. Fechei a porta e ansiosa, liguei para Raquel.O que meu pai pensava?Que o fato de me proibir sair, ou fazer ligação, ou qualquer coisa que eles fizessem, arrancaria Gregory do meu coração?Não, estavam redondamente enganados. Gregory era a minha vida, e eu não ia abrir mão dela.O celular dela tocou três vezes.—Alô.— Raquel?&md
NatashaEntramos no Shopping. Roger ficaria nos aguardando no estacionamento.Quando pegamos o elevador eu fitei mamãe que me encarava.—O que foi Natasha? Você me parece nervosa.Eu a encarei séria. Ela ergueu as sobrancelhas, esperando pela minha resposta.—Pensativa. — Eu finalmente murmurei.—A peça que assistimos juntas te fez pensar nele?Eu balancei minha cabeça desolada.—Não preciso de uma peça de teatro para pensar nele, isso é uma constância.Ela bufou.—Esqueça esse homem. Eu não o conheço, mas pelo que seu pai...—Mamãe! Pare, por favor! Meu pai pareceu um nazista. Preconceituoso. Ele não deveria se chamar Arnold, mas Adolf.Ele ficou imóvel.—Deixa seu pai ouvir isso. Ser comparado com Adolf Hitler? A
Um dia depois, eu estava eu ali, chorando até meus olhos incharem a ponto de mal conseguir fechá-los. Mamãe tinha me dito que depois da briga, meu pai chamou Jonas para dar uma olhada em Gregory, mas as palavras dela não me deram nenhum refrigério.Gritos histéricos de minha mãe e urros do meu pai começaram no quarto deles.Eles deviam estar brigando por minha causa. Me levantei da cama e abri minha porta.—Você tem que fazer ela comer! —Eu ouvi meu pai dizer.—Você acha que não tenho conversado com ela? Ela está depressiva. A menina só chora.—Vou conversar com ela. —Ele disse seco.Eu fechei a porta e pulei na cama e me cobri. Ouvi passos pesados no corredor, me agarrei ainda mais às cobertas, pensando nas palavras duras que ele me diria.A porta se abriu, meu pai me olhou com o rosto pesado,
NatashaFrancisco depositou o buque nos pés da minha cama. E sentou-se na cadeira ao meu lado.— Eu estava viajando, por isso não vim antes. Mas tão logo eu soube por seu pai, peguei o primeiro voo e vim o mais rápido que pude.— Meu pai não desiste, não é?Francisco sorriu.—Não é só ele que não desiste.Eu apertei meus lábios e fiquei a olhá-lo séria, calada por um momento.Não queria magoá-lo, mas ele precisava saber.—Eu estou noiva de Gregory.Francisco apertou os lábios, contrariado. Vi sua confiança se esvanecendo. Ele me encarou sério.— Nunca assisti isso, uma mulher abrir mão de todo o seu conforto e segurança para estar ao lado de um homem humilde como ele.Consciente de seu olhar avaliativo,
Por fim, o dia do meu casamento chegou. Meu pai o realizou na grande área externa, perto do jardim de nossa casa.Longe dos olhares da mídia. Secretamente. Ninguém da alta sociedade ficou sabendo, apenas Francisco.Vergonha de Gregory?Provavelmente.E outra coisa, era claro que ele não tinha o porquê festejar. Talvez na cabeça dele, ele ainda tinha a ideia que meu casamento não fosse durar muito. Então, ele convidou poucas pessoas. Familiares mais chegados e da parte de Gregory só o Dr. Jonas e Raquel foram. Francisco não foi ao meu casamento.Entrei de braços dados com meu pai com um sorriso radiante no rosto. Caminhamos juntos pelo tapete vermelho até o altar. Gregory me esperava debaixo de um lindo pergolado de madeira em forma de capela e enfeitado de flores.Ele estava lindamente vestido com um fraque preto, camisa branca, gravata e colete cinza. Eu esco
A nossa festa de casamento foi atípica: Tiramos poucas fotos, e não teve a dança dos noivos. Ela era a cara do casamento onde os pais estavam dando uma festa contrariados, totalmente em descordo com a união.Mas tudo bem!O importante era a realização do sonho de me casar com Gregory, o homem que eu amava.Logo fomos para o carro, onde Roger nos esperava. Lembro-me que um dia antes, quando vi a pequena mala de Gregory, eu sorri, ele entendendo meu olhar, me disse sorrindo: "Eu sou um homem. Alguns pares de jeans, algumas camisetas, shorts e eu estou bem. São as mulheres que carregam cada peça de roupa que possuem, para uma viagem de fim de semana." Eu ri ao pensar nisso...Meu pai com certeza, não quis passar vergonha com o carro de Gregory. Por isso ele liberou Roger para nos levar até a nossa casa de praia em Portsmouth, onde passaríamos a nossa lua de mel. Ele voltaria d
GregoryEu acordei no Domingo de manhã com o coração pesado, sabendo que nossa vida estava para mudar radicalmente.Chegamos em Londres, à tarde. Depois de passar dias maravilhosos em uma casa grande, cercado de verde e dias ensolarados na praia, o apartamento parecia pior, horrível para mim. Preocupado, eu encarei o rosto de Natasha por alguns segundos. Queria sentir sua reação agora que estaríamos encarando nossa realidade.O sorriso que ela me deu, desfez a minha preocupação.—Vou desfazer as nossas malas. Por que não aproveita para fazer um café? —Ela me disse me abraçando e me beijando.— Ótima ideia. —Eu disse, mostrando uma empolgação que eu não sentia.NatashaIncontáveis frascos de perfumes exclusivos e