Ao amanhecer, Kelly permanecia deitada em silêncio...Stella afundou o rosto nas mãos e murmurou: - Kelly, acorde! Ninguém mais vai te machucar no futuro. Você poderá viver de cabeça erguida sob o sol, sem se preocupar com o passado sendo revelado ou com o desprezo das pessoas! Você ainda poderá ter filhos. Por favor, acorde! Deixe-me saber que tudo isso valeu a pena!A espera sem esperança era desesperadora.Na manhã clara, o médico anunciou com pesar que a situação era grave, se Kelly não acordasse nas próximas quatro horas, talvez nunca mais acordasse, ou seja, se tornaria uma pessoa em estado vegetativo.Nunca mais acordar...Stella sentiu uma dor sufocante, correu repentinamente para o banheiro, se apoiou na pia e vomitou violentamente até que a bile se esvaziasse, até que ela desabasse exausta e impotente no chão.Ela se encolheu lentamente, cobrindo o rosto com as mãos: - Kelly! Kelly!Nesse momento, a tristeza transbordou como um rio...No quarto do hospital, o monitor ligado
Stella sabia o que ela estava pensando.Ela olhou para Kelly, chorando e sorrindo ao mesmo tempo, e disse: - Como poderia não valer a pena? Tudo vale a pena por você! Recupere-se logo!Uma grande lágrima escorreu dos cantos dos olhos de Kelly...Stella a abraçou apertado, murmurando: - Você não sabe como foram esses dias para mim, eu estava enlouquecendo!Kelly estava extremamente fraca, mas ela fez todo o esforço possível para levantar a mão e abraçar Stella suavemente......Depois de comer algo, o médico examinou Kelly.Stella evitou isso.Ela saiu do quarto, caminhando até o fim do longo corredor externo, olhando silenciosamente para a luz do sol lá fora, finalmente sentindo um alívio completo.Ainda bem que Kelly acordou.Ainda bem que Kelly não estava se lamentando, ela ainda tinha coragem de viver.Mas Stella pensou naquela criança e não conseguiu evitar a tristeza e o desconforto. Talvez, no futuro, com a ajuda da tecnologia, Kelly pudesse ter um filho, mas certamente não ser
Mylo sentiu uma dor lancinante no coração.Ele a abraçou com força, não permitindo que ela falasse, não permitindo que ela partisse... Ele queria tê-la por mais um momento......Kelly se recusou a aceitar o hotel dele e rasgou os documentos, ordenando que ele fosse embora!Ela disse que não o amava e que ele não valia o seu ódio!Quando Mylo saiu do quarto do hospital, ele parecia perdido, sua camisa manchada de sangue, uma visão chocante.Do lado de fora, estava Renata.Quando Renata viu Mylo saindo, ela riu friamente: - Você está pensando nessa vagabunda de novo, não é? Mylo, ela está quase morta por sua causa, não por mais ninguém. Se você não estivesse sempre pensando nessa vagabunda...Uma bofetada a atingiu no rosto.Em seguida, sua garganta foi apertada, pressionada contra a parede oposta.Renata lutava para respirar, seu rosto ficou roxo, ela segurava o braço de Mylo e batia incessantemente: - O que ela tem de melhor do que eu? Eu sou a filha da família Costa, ela é apenas
A empresa estava ocupada, mas Matheus ainda conseguiu levar Stella para uma semana de diversão.Poderia chamar isso de lua de mel!Após retornarem à Cidade B, Matheus estava ocupado com aquele projeto, horas extras eram comuns, e às vezes ele passava a noite toda em reuniões, sem voltar para casa para dormir.No fim de semana, Matheus raramente chegava pontualmente.Um Rolls-Royce preto entrou lentamente na mansão, seu corpo reluzindo sob o brilho alaranjado do sol poente, uma visão deslumbrante.O empregado veio abrir a porta, cumprimentando-o com cortesia e mencionando o cardápio para a noite.Com suas pernas longas, Matheus saiu do carro, exibindo um semblante cansado, e perguntou preguiçosamente: - Stella voltou?O empregado sorriu: - A Sra. Stella não saiu! Ela esteve ocupada no andar de cima a tarde toda!Matheus soltou uma risada suave.Quando ele sorria relaxado, era realmente bonito. Os empregados mais velhos não conseguiam deixar de olhar para ele algumas vezes, e ela achav
Stella virou o rosto levemente: - Você não disse que ia tomar banho?Matheus a beijou novamente por um longo tempo antes de sair da cama para se banhar. Ao abrir a porta do banheiro, seu sorriso desbotou um pouco. Na verdade, no casamento, o corpo da mulher era o mais honesto indicativo do amor ou da falta dele.Stella estava confortável, mas ela não se permitia aproveitar.Ela reprimia seus desejos sexuais...Mesmo nos momentos mais insuportáveis, ela agarrava os lençóis, se recusando a gemer descontroladamente, e já não chamava Matheus suavemente pelo pescoço como antes.Após alguns minutos, Matheus saiu do banho.Stella já estava de pé.Vestia um camisão de seda pura, com longos cabelos dourados soltos atrás de si, uma aparência pura e sensual. Ela ficou em frente à janela, perdida em pensamentos. O vidro da janela estava embaçado devido à diferença de temperatura, e Stella passava os dedos longos de forma inconsciente sobre ele.Embora os traços não fossem claros, era possível dis
Na calada da noite, Matheus retornou ao quarto.O quarto estava escuro, e Stella respirava levemente, provavelmente adormecida.Ele se despiu e se deitou atrás dela, aproximando o rosto de seu pescoço quente, sem dizer uma palavra, apenas acariciando seu corpo suavemente, com a intenção de acordá-la.Após um tempo, a respiração de Stella se intensificou.Matheus sabia que ela estava acordada, e seus lábios finos encostaram levemente em seu ouvido enquanto ele dizia: - Diga-me, você ainda me ama!Stella abriu os olhos...Mas ela não conseguiu responder às palavras de Matheus. Ela poderia ser sua esposa, acompanhá-lo em eventos sociais e na cama, cuidar de sua vida diária, mas não conseguia dizer que o amava contra sua vontade...Eles tinham um casamento de conveniência, afinal. O que isso tinha a ver com amor?Houve um longo silêncio, e o coração de Matheus afundou. Ele simplesmente a virou e a pressionou contra si, observando-a silenciosamente sob a luz da lua. Seus olhos castanhos er
Kelly sorriu e disse: - Vá logo!...Matheus estava no saguão do prédio, em pé diante dos vidros azuis do chão ao teto, fumando em silêncio.Hoje, ele havia se vestido com esmero.Uma camisa branca de linho, por fora um terno de veludo azul sob medida, todo o conjunto o fazia parecer extremamente requintado, mas enquanto fumava, ele exalava uma melancolia!Ele já estava ali havia meia hora.Ao chegar à porta, ele viu duas fileiras de cestas de flores comemorativas, e uma delas se destacava, um cesto de camélias. Era realmente difícil encontrar essa flor nesta época do ano. Ele olhou para o cartão com o nome escrito: Galvão!Stella certamente iria gostar, então ela colocou o arranjo no centro.Enquanto isso, ele, o marido, havia dedicado tempo escolhendo oito cestas de flores, mas elas foram deixadas de lado sem receber a devida atenção de sua esposa...Matheus decidiu não entrar.Enquanto ele fumava, inconscientemente, pensava que na noite anterior ela nem sequer queria lidar com ele.
A cerimônia de inauguração havia terminado.Stella acompanhou todos os convidados até a saída e arrumou a loja antes de se despedir de Kelly. Claro que Kelly percebeu algo estranho entre Stella e Matheus, e estava preocupada.Stella sorriu levemente: - Não é nada! Que casal não briga de vez em quando?Ela acompanhou Kelly até o táxi e ficou observando o carro se afastar antes de seguir lentamente em direção ao estacionamento, cruzando os braços sobre o peito.O vento noturno acariciava seu rosto enquanto ela pensava em como enfrentar Matheus mais tarde!Matheus dirigia seu Bentley preto, sentado no carro fumando, a fumaça cinza clara escapando de seus lábios antes de ser diluída pelo vento noturno, acrescentando uma sensação de frieza ao seu redor.Stella entrou no carro e abaixou a cabeça para prender o cinto de segurança quando Matheus apagou o cigarro e se inclinou em sua direção: - Deixa que eu faço isso!- Não precisa! - Ela mal teve tempo de responder antes de ter a mão segurad