Naquela noite, Stella decidiu passar a noite ali.Ela tomou um banho e vestiu o pijama de Kelly. As duas se sentaram lado a lado e conversaram bastante.A voz de Kelly era suave e carinhosa: - Na verdade, não me importo mais com o Mylo! Ele tem a sua própria vida, e eu tenho o meu próprio filho! Stella, já decidi. Daqui a meio mês, vou deixar Cidade B e me mudar para uma cidade pequena. Vou comprar uma casa e abrir uma floricultura, e vamos viver juntos, eu e o meu filho. Mas estaremos distantes, vou sentir saudades de você! Você vai vir me visitar?Stella ouviu aquilo com tristeza.Ela respondeu com um hum: - Sim! Vou te visitar pelo menos algumas vezes por ano! Também vou te dar 10% das ações da loja, para ajudar a cuidar do nosso bebê. Seja ele menino ou menina, quando a criança crescer, com certeza será linda!Enquanto dizia isso, Stella se virou e abraçou Kelly: - Não consigo me imaginar sem você!Kelly também estava triste por dentro.As duas não disseram mais nada e apenas se
Ela só queria ter um filho, nada mais.Finalmente, Kelly conseguiu falar, sua voz estava quebrada: - Stella, por que é tão difícil? Por que Deus me trata assim? Por que nunca consigo realizar nem mesmo um pequeno desejo? Eu realmente amo esse bebê, até já pensei... No nome dele! Quero que ele seja feliz desde o momento em que nascer, que tenha sorte por toda a vida.Sua voz ficou rouca no final, apenas um suspiro escapou.Mais sangue começou a escorrer de seu corpo, manchando tudo ao redor...Stella a abraçou, sua voz tremendo:- Não fale assim! Não fale assim! Vou te levar para o hospital, Kelly. Você vai ficar bem! Você vai ficar bem, entendeu? Ambulância... Ambulância......O som do estacionamento subterrâneo era preenchido pelos gritos dilacerantes de Stella.Os outdoors ao redor mudaram de repente, exibindo uma série de fotos de casamento de Mylo e Renata.Afinal, hoje era o dia dois de fevereiro!Afinal, hoje era o dia em que as famílias Pires e Costa se uniriam.Os olhos de Ke
Stella fitou ele silenciosamente, observando sua expressão ansiosa.Ela achou tudo aquilo ridículo. Achou Kelly ridícula por gostar de Mylo. Achou a si mesma ridícula por pensar que a família Pires deixaria Kelly em paz mesmo grávida.Stella deu dois passos à frente, cambaleando nesses dois passos.Ela disse confusa: - Mylo, ela está esperando seu filho! Ela não tinha intenção de te contar, só queria encontrar uma cidade pequena para ter o bebê, só queria ter um parente por perto...Stella ergueu os olhos, com lágrimas no rosto: - Ela nunca quis arruinar seu casamento. Mesmo quando você pagou 50 milhões para compensar sua perda auditiva, ela não reclamou! Mylo, ela não aceita essas injustiças do destino porque é insensível, mas sim porque sempre teve tão pouco! Ela não tem parentes, não tem amantes, só tem esse filho! Você sabe o quanto ela ficou feliz quando engravidou? Ela falava comigo sobre o bebê todos os dias. Ela, uma pessoa tão econômica, disse que quando o filho tivesse cin
Paula continuou a enxugar suas lágrimas: - Tudo bem então! Vá lavar o rosto e comer algo no restaurante! Você precisa cuidar de si mesma antes de poder cuidar da Kelly!Stella assentiu, abaixando a cabeça para acariciar suavemente a mão de Kelly, cheia de afeto.Paula se virou, triste além das palavras......Stella fez uma higiene rápida e foi para o restaurante do segundo andar comer algo. Ao entrar no hall do elevador, ouviu alguém chamando seu nome. Virou a cabeça e viu Galvão.Ele usava um jaleco branco e estava encostado na janela no final do corredor. A janela estava aberta, o vento bagunçava seus cabelos e uma leve melancolia envolvia seu corpo.Ele parecia não ter dormido a noite toda.Galvão era o diretor médico do hospital, uma pessoa de posição elevada. Ele cuidara de Kelly em muitas ocasiões, e Stella sabia disso. Ela se aproximou dele e agradeceu em voz baixa.Galvão olhou profundamente para ela.Stella tinha emagrecido bastante, seus ombros frágeis tremiam ligeiramente
Ao entardecer, Kelly ainda não havia acordado.Paula olhava para os olhos vermelhos de Stella e disse suavemente: - Estou aqui cuidando dela. Vá para casa, tome um banho, troque de roupa e tire uma soneca antes de voltar. Não é saudável ficar acordada assim. Além disso, seu pai está preocupado com você em casa.Stella murmurou em concordância. Antes de sair, ela segurou a mão de Kelly e a acariciou: - Kelly, acorde logo.Paula não conseguiu conter as lágrimas novamente. Ela se aproximou de Stella e perguntou baixinho: - De manhã, quando eu acompanhei o médico até a porta, eu vi você e Galvão... Stella, você está pensando em aceitá-lo?Stella ficou em silêncio por um momento antes de responder: - Sra. Paula, no momento não estou com disposição para lidar com questões amorosas.Paula hesitou e disse: - Embora não seja o momento ideal, não o rejeite de imediato. Eu posso ver que ele realmente gosta de você e ele tem muito respeito por mim e seu pai.Stella assentiu: - Eu sei....El
- Galvão não tem essa capacidade! Ele não pode enfrentar as famílias Pires e Costa. Depois que vocês estiverem juntos, você vai descobrir que ele não pode te oferecer nada além de sentimentos, e ele também não pode proteger Kelly! Nessa hora, ele vai se afundar em profunda angústia, se arrepender incessantemente de ter escolhido a medicina em vez de buscar poder e influência! Stella, só é possível enfrentar o poder com um poder ainda maior. - Disse Matheus.Stella tremia por inteiro!Ela não queria acreditar nas palavras de Matheus, mas em seu coração ela sabia que ele não tinha motivo para enganá-la.Ela estava com medo, com medo de que algo acontecesse novamente com Kelly.Se algo acontecesse novamente com Kelly, ela jamais se perdoaria.Como se Matheus adivinhasse sua luta interna, ele sorriu de forma sutil e até mesmo abriu a porta do carro para ela com cortesia, perguntando educadamente: - Você vai chamar um táxi por conta própria, ou devo te levar de volta?- Eu chamo um táxi po
Stella sabia muito bem o motivo da ligação de Matheus neste momento. Ela não queria que Paula soubesse sobre isso. Por isso, ela evitou Paula e saiu para atender o telefone do lado de fora.No final do corredor, o vidro fechado não conseguia bloquear o frio da noite. O vento soprava através das frestas da janela, causando uma dor aguda em seu rosto...No entanto, tudo isso não era tão gelado quanto o assunto que Matheus queria discutir com ela. Do outro lado da linha, a voz de Matheus era mais serena do que a noite: - Você deveria ter uma ideia do próximo passo da família Pires! Stella, agora só eu posso te ajudar! Kelly só estará segura se se tornar uma pessoa da família Soares, assim o avô de Mylo não ousaria tocá-la!A voz de Stella soou entorpecida: - Então, posso pedir um favor a você?Matheus ficou em silêncio por um momento e sua voz ficou ainda mais grave do que antes: - Eu já disse, não estou aqui para fazer caridade! Stella, você sabe muito bem que eu não me envolveria
De repente, ela se lembrou das palavras de Matheus.Matheus disse que se ela ficasse com Galvão, ele viveria em sofrimento, lamentando não ter escolhido o poder em vez da medicina...Stella não queria isso!Ela não queria que Galvão mudasse sua vida por causa dela.Viver por um relacionamento, viver por outra pessoa, era cansativo, muito cansativo. Ela havia experimentado a amargura e não queria que Galvão provasse o mesmo. Amar alguém deveria ser um ato mútuo de doação, não apenas uma pessoa recebendo.Ela não tinha nada a oferecer a Galvão.Ela só seria um fardo para ele, assim como Matheus havia dito. Ela faria Galvão sofrer pelas escolhas que ele fez.Após cerca de cinco minutos, a porta do quarto foi aberta suavemente.Stella não se virou. Ela ainda olhava para fora. Ela não deixou espaço para Galvão se explicar, nem para ela se arrepender. Ela falou baixinho, declarando sua decisão:- A família Pires não vai deixar Kelly em paz! Agora só Matheus pode salvá-la! Galvão, acho que te