No escritório, havia um silêncio tranquilo.Haroldo, com suas mãos esguias adornadas por um relógio de ouro, segurava um cartão de visitas de platina, com seu número particular.Stella o recebeu delicadamente.Ela o observou por um longo tempo antes de sussurrar: - Por que está me ajudando, Sr. Haroldo? Eu pensei que você estaria mais ao lado do Matheus.Haroldo não respondeu, ele se recostou na cadeira e silenciosamente deu uma tragada em seu charuto.Na verdade, ele próprio não sabia o motivo.Mas se tivesse que encontrar uma razão, talvez fosse aquele dia no hospital, quando viu as cicatrizes assustadoras em pulso dela, como as de sua mãe no passado!A diferença era que sua mãe desejava morrer, então ela partiu.Mas Stella, ela queria viver.Haroldo pensou que talvez fosse por isso que despertou um pouco de compaixão nele!...Enquanto Stella se afastava, ela segurava firmemente o cartão, com a palma da mão quase suada.Ao retornar ao lado de Matheus, ela parecia radiante por fora,
Matheus nunca amou alguém, mas isso não significava que ele não saiba cultivar sentimentos.O carro estava silencioso.Matheus pensava despreocupadamente, se investir um certo sentimento pudesse reconquistar o amor de Stella, ele não se importaria que pudessem ser um casal verdadeiramente apaixonado....No final de semana, ao entardecer.O carro preto retornou à mansão e o motorista desceu para pegar a mala de Matheus, respeitosamente dizendo: - Presidente Matheus, precisa de ajuda com a bagagem?Matheus estava vestido de preto.Ele estava parado na penumbra, extremamente elegante e bonito, até mesmo os empregados mais velhos da casa não conseguiam evitar olhar para ele. Matheus perguntou levemente: - E Stella, onde está?Antes que o empregado pudesse responder, o som de um violino veio do terceiro andar.A música era suave e se tornava ainda mais bela à luz do entardecer.O empregado não pôde deixar de elogiar Stella: - A Sra. Stella toca violino muito bem! O senhor gostaria de o
Stella sussurrou em voz baixa: - Não é isso.Logo depois, ela desviou o olhar, com a voz mais suave: - Ainda estou menstruada.Matheus ficou momentaneamente surpreso.Quando ele se recuperou, ele não pôde deixar de acariciar suavemente o rosto dela. Em casa, Stella raramente usava maquiagem, sua pele era clara e macia. Enquanto ele a tocava, se sentia apegado a ela.Ele a observou e riu suavemente: - Stella, eu sou tão terrível aos seus olhos? Você está menstruada, como eu poderia te forçar a fazer amor comigo!Os olhos de Stella se encheram de lágrimas, mas ela não respondeu.Ele sabia o que ela estava pensando sobre ele, provavelmente achava que ele só pensava em seu próprio prazer e não se importava com o bem-estar de sua esposa. Era verdade que ele não a tratava bem no passado, e ele gostava de ser um pouco rude durante o sexo, mas ele não a teria forçado enquanto ela estivesse menstruada, certo?Matheus segurou seu pulso delicado e a levantou suavemente, colocando-a em seu colo
Lá fora, o som da batida da empregada ecoou, seguido por sua pergunta: - Senhor e Senhora, o jantar está pronto, devemos começar agora?Matheus abriu a boca: - Vamos começar!A empregada desceu as escadas, seus passos se afastando gradualmente, mas Matheus ainda não soltou Stella. Ela não resistiu e se contorceu um pouco: - Não disseram que o jantar está pronto? Me solte.Matheus olhou fixamente para ela.Stella não conseguia decifrar seus pensamentos. Ela pressionou seu peito, tentando se levantar, mas ele a segurou pelo pulso e colocou sua mão em seu peito, seu coração batendo forte, pulsando a cada batida.Stella rapidamente retirou a mão, como se tivesse sido queimada.Matheus acariciou levemente o queixo dela com seus dedos, como se estivesse brincando com um cachorrinho, com um riso suave: - Você tem medo disso também? O que está pensando, querida?Stella não suportava essas provocações.Neste momento, ela sentia falta dos momentos em que ele era rude, mesmo que doesse um pou
Stella ficou com as orelhas ainda mais vermelhas.Com as mãos delicadas, ela cobriu a gaveta para que ele não visse: - Nada demais! Apenas comprei um novo perfume e acabei de abrir a embalagem.- Oh! - Mas Matheus, ao contrário do habitual, agiu com calma. Ele disse tranquilamente. - Dê uma borrifada para eu sentir o cheiro! Não dizem que perfume é o melhor pijama para uma mulher?Sua entonação era irresistível e trazia consigo uma autoridade que não podia ser recusada. Stella não conseguiu resistir.Enquanto conversavam, Matheus abriu a pequena gaveta. Lá dentro, havia realmente um frasco de perfume. Matheus pegou-o e borrifou suavemente atrás da orelha de Stella. Como se fosse ligeiramente estimulada, a orelha dela tremeluziu levemente.Os olhos de Matheus se tornaram mais profundos.Ele segurou seus ombros delicados, seu rosto bonito pressionado contra o pescoço dela, o nariz reto firmemente encostado em sua orelha. Sua voz rouca era particularmente sedutora: - Cheira muito bem!S
A secretária Lucinda terminou de falar e Matheus respondeu com indiferença: - Eu estou indo agora.No entanto, ele não saiu imediatamente. Em vez disso, ele tocou levemente o rosto de Stella, que não estava mais quente como antes, mas um pouco frio. A voz de Matheus soou rouca: - Vou ao hospital, durma cedo!Stella não disse nada.Matheus pegou seu casaco na ponta da cama, se virou e acariciou suavemente o rosto dela antes de partir...Uma noite de outono, com orvalho pesado.Quando Matheus saiu, Stella subitamente relaxou, respirando levemente.Ela pensou consigo mesma, ainda bem!Felizmente, o telefonema de secretária Lucinda chegou, e felizmente Hana teve um problema e Matheus saiu. Caso contrário, ela poderia ter realmente se entregado à ternura de Matheus, lutando novamente em uma dolorosa prisão.Stella deslizou do toucador. Ela olhou para o cartão caído e o diário negligenciado, cuidadosamente guardando-os um por um.Aquele diário era toda a sua juventude.Mesmo quando ela odi
Matheus estava prestes a falar quando a porta da sala de cirurgia se abriu. O médico saiu e soltou um longo suspiro de alívio: - Após a lavagem gástrica, a paciente está fora de perigo agora! Sr. Matheus, nosso hospital cooperará plenamente com a investigação policial sobre esse incidente médico, fique tranquilo!Matheus manteve uma expressão calma. Ele se virou para a secretária Lucinda e disse: - Faça os arranjos para transferir Hana para o Hospital Grupo Wellfresh assim que amanhecer.A secretária Lucinda, com olheiras visíveis, assentiu.Nesse momento, Armanda falou atordoada: - Sr. Matheus, você não vai acompanhar Hana? Ela acabou de escapar da morte, ela precisa da sua companhia!A secretária Lucinda retrucou: - O Presidente Matheus não é médico!Armanda não ousou dizer mais nada!Nesse momento, Matheus olhou para Galvão com um leve sorriso: - Eu vim com pressa e não consegui acalmar Stella! Neste momento, ela provavelmente está irritada, enrolada em sua coberta. Galvão, fi
Na manhã seguinte, Matheus acordou e Stella não estava ao seu lado no travesseiro. Ele pensou que ela estivesse no closet, então se virou com leveza e caminhou até lá. Os ternos e camisas que ele usaria hoje estavam pendurados nos cabides, com os acessórios combinando, mas Stella não estava lá. Matheus pensou que talvez ela estivesse na cozinha preparando o café da manhã. Depois de se arrumar, ele trocou de roupa rapidamente e desceu as escadas.No salão de jantar do térreo, a empregada estava arrumando as bandejas de café da manhã, com duas croissants recém-assados e o habitual café preto que o senhor costumava beber. O jornal da manhã deveria estar à esquerda, como sempre orientado pela Sra. Stella. Ao ver Matheus descendo, a empregada o cumprimentou respeitosamente:- Bom dia, senhor.Matheus se sentou e folheou o jornal casualmente, então olhou para cima e perguntou: - Onde está a Stella? A empregada ficou momentaneamente surpresa, mas logo recuperou a compostura e respondeu