Ethan fecha os olhos, respirando fundo, mas é evidente que ele já perdeu essa batalha interna. Quando os abre novamente, seus olhos estão mais escuros, quase apagando o verde. — Foda-se — ele murmura, antes de entrelaçar os dedos em meus cabelos e unir nossos lábios. O beijo é intenso, carregado de desejo e tudo o que tentamos evitar por tempo demais. Suas mãos apertam minha cintura e minhas pernas se prendem em sua cintura, diminuindo de vez a distância entre nós. Quando ficamos totalmente sem ar, seus lábios deixam os meus, descendo para meu pescoço. Entrelaçando os dedos em meus cabelos novamente, Ethan puxa minha cabeça para trás, descendo seus beijos. Sua outra mão solta minha cintura, subindo lentamente pela lateral do meu corpo até, finalmente, descer a alça da minha camisa fina, expondo meus seios. Um gemido baixo escapa dos meus lábios quando sua boca toca meus mamilos. Então, em vez de continuar, Ethan levanta o rosto, voltando a me beijar. — Quietinha — ele
“Ethan Hayes”Mia sabe exatamente o que está fazendo, e, mesmo sabendo que o maior responsável por esse comportamento sou eu, não consigo controlar minha reação. Minha mandíbula trava de tal maneira que meus dentes rangem.Por que estou reagindo assim?Fui eu quem decidiu, após deixar o desejo falar mais alto que meu juízo, que o melhor seria manter distância, agir como se nada tivesse acontecido. Mia não merece a confusão que nosso envolvimento traria para a vida dela, e eu não deveria me importar tanto com suas provocações descaradas.Mas a verdade é que a maneira como ela sorri para Theo me incomoda mais do que deveria.— Mia, por que não mostra os quartos para eles? — James sugere, arrancando-me dos pensamentos.— Claro — ela responde prontamente, me encarando uma última vez antes de gesticular para Emma e Theo.Mia começa a subir as escadas, conversando com a mulher de Alec e com o idiota sorridente de cabelos escuros e olhos castanhos. Meus olhos seguem a interação até eles desa
“Mia Bennett”Theo é legal, muito mais do que imaginei. Quando decidi dar atenção a ele, foi totalmente por impulso, uma tentativa infantil de mostrar a Ethan que também sei brincar de indiferença.Mas agora, depois de quase duas horas de conversa, me pego verdadeiramente interessada em suas histórias sobre a faculdade de Direito e seus ambiciosos planos para o futuro.Confesso que é bom estar perto de alguém que não me deixa confusa, alguém que não transforma cada momento em um campo minado, cheio de resistências e impedimentos.Mas, mesmo enquanto rio de mais uma de suas histórias universitárias, sinto o peso do olhar de Ethan queimar minhas costas.Um lembrete de que, mesmo que a companhia de Theo seja uma distração, infelizmente, é aquele homem frio e complicado quem ocupa espaço demais na minha cabeça.Ficamos em silêncio por um momento, apenas observando as brincadeiras de Vitória e Gabriel na água. A risada alta dela ecoa pela praia, enquanto ele joga água em seu rosto.— Você
Assim que a porta se fecha atrás de mim, Ethan se vira, encostando as costas contra a madeira. Ele cruza os braços e me dá um olhar indecifrável. Que bicho mordeu esse homem?— Ethan, o que você está fazendo? — murmuro, num tom baixo.— Eu deveria te perguntar o mesmo, Mia. — Ele não levanta a voz, mas seu tom é suficiente para me fazer estremecer. — O que você acha que está fazendo com Theo?— E desde quando isso é da sua conta? — arqueio as sobrancelhas, desafiando-o. Ele dá um passo à frente, descruzando os braços, sem desviar o olhar por um segundo sequer.— Desde que você começou a usá-lo para me provocar.— Acho que você está delirando — respondo, irônica. — Eu estava apenas… me distraindo.— Distraindo? — Ele força uma risada amarga. — É assim que você chama aquela cena patética na praia?— E o que você esperava que eu fizesse, Ethan? Que eu me isolasse do mundo, esperando pela próxima vez em que você resolvesse quebrar suas regras para me agarrar na cozinha?— Esperava que vo
“Ethan Hayes”Sinto o sangue pulsar na minha cabeça enquanto me encosto na porta e encaro James. Duas malditas ereções desnecessárias em menos de 24 horas. Duas. Isso nunca acontece. Normalmente, isso termina como deveria: sexo, a solução básica dessa merda incômoda. Resolve, alivia, me deixa leve. Mas até agora só serviu para me deixar ainda mais irritado. Mas claro, nada é simples quando está brincando com o perigo. Passo a mão pelo rosto, tentando fingir uma calma que não existe e agir normalmente. Agir como se James não estivesse me encarando como se eu fosse um experimento humano, enquanto a filha dele está trancada no banheiro. — Só estava tentando assistir uns vídeos, relaxar antes da festa. Você mesmo vive dizendo que ando estressado demais, não é? — respondo, tentando soar despreocupado. James estreita os olhos e, por um momento, penso que ele vai aceitar a explicação. Mas é claro que não. Ele não seria James se não fosse inconveniente. Obviamente, o filho da mãe
“Mia Bennett”A palavra “real” não sai da minha cabeça. É como se ele a tivesse gritado, mesmo que tenha sido falada em um tom baixo. Por um segundo, fico paralisada, tentando entender se Ethan estava sendo sincero ou apenas me manipulando para justificar o que ele fez.Minha cabeça está uma bagunça. Após ouvir o James, percebi que aquele dinheiro não foi só uma ajuda inocente, como ele queria que eu pensasse. Foi uma transação disfarçada. Mais um item riscado na lista de problemas resolvidos de Ethan Hayes.Respiro fundo e volto a encará-lo, tentando organizar meus pensamentos, mas é impossível. Estou magoada, furiosa e confusa. Talvez uma mistura dos três.— Real para quem? — pergunto, forçando uma risada amarga, baixa o suficiente para que apenas ele ouça. — Porque, para algo que foi real, no dia seguinte você seguiu o seu padrão: uma noite, um pagamento. E saiu sem olhar para trás.— Já disse, fiz porque você estava claramente precisando, Mia. — Ele pausa, como se estivesse tentan
Vitória e eu trocamos um olhar assim que James se afasta da porta.— “Terminem logo”, como se fosse fácil decidir com tantas opções. — Ela gesticula para a pilha de vestidos espalhados pela cama. — E você, o que vai vestir?— Ainda não sei. Nem sabia que precisaria me preparar para um evento com tanta gente. — Suspiro, frustrada. — E com Ethan, depois de tudo…— Eu não queria estar no seu lugar, Mia. Mas, se quer um conselho, se decidirem continuar com isso sem que James saiba, sejam o mais discretos possível. As pessoas falam, sabe? Alguém pode perceber.— Nem vou dar essa chance. — Mexo no armário, buscando algo para vestir. — Você mesma disse que ninguém merece esse jogo de vai e volta. Então… acabou. Mas… você acha que isso realmente acaba?— Desejos só passam quando são saciados — ela responde, pegando um vestido vermelho brilhante na cama. — Talvez seja isso que falta para encerrar essa tensão sexual entre vocês.— Deve ser. — Resmungo, encarando uma peça qualquer. Vitória se ap
Meu coração dispara ao ver o sangue escorrendo pela mão dele, mas sei que não é apenas por isso. Mesmo que dessa vez não fosse a minha intenção, eu deveria ter notado os sinais, percebido que estava testando seus limites sem nem perceber.Antes que me dê conta, estou me aproximando, incapaz de ficar parada enquanto Alec tenta examinar o corte na mão dele.— Pare de se comportar como uma criança e me deixa ver isso, Ethan — Alec reclama, tentando segurar o braço dele.— Já disse que não precisa, porra — ele retruca, pegando um guardanapo de uma das mesas próximas. Pressiona contra a mão e me encara. — Foi apenas um corte, nada sério.— O que aconteceu, Ethan? — James pergunta, se aproximando, com o olhar fixo no sangue que ainda goteja no chão. — Você está bem?— A taça devia estar trincada, e eu não percebi — Ethan responde, desviando o olhar para James.James e Alec continuam preocupados, dando recomendações, enquanto Ethan solta um suspiro pesado, revirando os olhos como se tudo não