Aaron— Não! Eu não acredito nisso. — digo entre choro e soluços. Eu sinto como se tivesse perdido uma parte de mim. A Luna não pode estar morta. Não pode.— Aaron, é triste. Mas é verdade. — meu pai sentou ao meu lado e pela primeira vez agiu como um verdadeiro pai. Ele me abraçou e eu chorei mais ainda. — Eu entendo o que está passando. Sua mãe foi a mulher da minha vida e quando ela se foi eu senti como se parte de mim tivesse partido. Deixando aquele vazio.— É isso que sinto pai. — soluço chorando.Esse é o dia mais triste da minha vida. Eu não quero comer, não quero dormir. Só quero chorar a perda do amor da minha vida.— Ninguém nunca vai substituir a Luna. Ela despertou em mim algo que nunca tinha sentido, pai. Eu a amo tanto. — choro mais ainda. — Ela disse que só iria entregar uns documentos e logo chegava no consultório. Mas o tempo passou e ela não voltou.— Eu sei como é isso filho. Mas no fim aprendemos a conviver com esse vazio. E se der sorte encontramos alguém para nó
AaronEstaciono o carro em frente à escola e desço para entrar no lugar. Tenho que pegar o Joseph pra levar pra casa.Passo por várias crianças e me lembro de quando eu vim aqui a mais de ano, buscá-lo e encontrei a Luna ensinando. Me lembro que o Joseph falava dela, como a professora mais linda. E também me lembro que quando a vi na boate cantando e a vi aqui, fiquei paralisado. Ela poderia enganar todo mundo com aquela máscara, mas não a mim. Eu nunca esqueceria aqueles olhos.Sento no banquinho de sempre, pra esperar o Joseph aparecer. É o primeiro dia de aula dele de volta das férias e a essa escola.Guardo as mãos nos bolsos da jaqueta de couro e estico minhas pernas.— Sim. Gostei. — ouço a voz dele e olho para o lado. Ele está acompanhado por Camila. Ambos estão sorrindo.— Olha, o irmão veio te buscar! — diz admirada.— Você trabalha aqui, Camila? — reparo na roupa.— Sim. Eu tenho dois empregos agora. Como o pai do Chris. — explica rindo.— Ah. Muito bem. — assinto. — Vamos g
AARONAndo pela praia de pés descalços e sentindo o vento calmo em mim. Fiz essa viagem para ver se conseguia tomar um rumo pra minha vida.Mas nunca vou tomar um rumo agora que a Luna partiu. Nada mais faz sentido e se eu pudesse, não levantava da cama. Ficaria o dia inteiro imaginando que a Luna está pela casa, fazendo alguma coisa enquanto eu durmo.— Continua assim! Pensativo. — alguém grita para mim. Olho para o lado. Um pouco distante, tem um cara com uma câmera virada para mim. Não acredito nisso.— Você tá tirando foto de mim?— Sim. — ele abaixa a câmera e vem em minha direção. — Na verdade eu estava tirando fotos da praia, mas aí eu vi um rapaz com uma cara triste, todo pensativo, andando pela praia... Minha câmera focou em você. — explica.Que loucura. Eu até rio.— Aaron. — estendo minha mão para cumprimentá-lo.— Peter. — ele aperta.— Então Peter. Você é fotógrafo de paisagem? — andamos pela praia. Estou necessitando urgentemente de falar com alguém que seja da minha ida
LunaNão acredito que é o Peter quem tá desmaiado na minha frente.— Porque ele tá assim? — uma das senhoras pergunta.— Ele não esperava me ver. — sento perto dele. Quando ele desmaiou, algumas pessoas o levaram pra uma casa e deitaram ele numa cama. Coitado. Imagino que ele deve ter se assustado porpensar que sou uma assombração.— Ele tá acordando. — elas reparam.Quando ele abre os olhos e me vê de novo grita como um louco desesperado. Todas as pessoas se assustam com sua reação.— Tudo bem. Vocês podem me deixar a sós com ele? — peço enquanto ele ainda tá parecendo um doido e todos saem. — Eu tô viva Peter. Relaxa.— Viva? É você mesmo, Luna? Aquela Luna nutricionista? — esconde a boca com as mãos. Assinto. — Você não tinha morrido carbonizada?— Vejo que você conhece a história. — dou um leve sorriso lamentável. — Não, eu não morri.Ele se acalma mais um pouco e senta na cama ainda atônito.— O que você faz aqui? O que aconteceu, Luna? Me conta tudo. Por favor, senão eu vou enl
— Não faz isso não. Sério! Você é doida. — Peter tá se contorcendo agoniado na poltrona enquanto corto meus próprios cabelos.— Relaxa. Eu já fiz isso várias vezes. — corto uma franja.— Você é doida... Eu vou sair daqui. — levantou quando a campainha tocou.Nos olhamos.Pela primeira vez desde que estou aqui aconteceu isso. Ninguém veio aqui essa semana toda.Ele não abriu. Olhou pelo olho mágico.— Não surta. Mas é o Aaron. — cochichou pra mim e meu coração imediatamente ganhou um novo ritmo. Mais acelerado. Como o som de uma have. O Aaron tá aqui. O que eu faço? — Se esconde! — me apressou quando ele tocou novamente a campainha.— E os cabelos no chão? — olhei pra meus pés.— Junta rápido e coloca numa bolsa. Sei lá. Não joga no lixeiro.Junto tudo rapidamente e coloco na minha blusa. Que péssima ideia.Saio do banheiro e subo pro sótão. Fico encostada na porta, quero ouvi-lo. Deixo a porta entreaberta. Eu também quero vê-lo.Peter abriu a porta e o Aaron entrou sorrindo.Meu Aaron
Aviso de extrema hiper mega super importância:Nesse capítulo você tem que ouvir Dangerous Woman.No próximo capítulo vocês tem que dar o play na música Here. . Se você não ouvir, não vai sentir o que eu senti e não vai pirar como pirei.Aproveitem suas safadas!!!![...]Luna— Alô?— Alô. Quem fala?— Alice. Lembra? Aquela que se perdeu no meio da neve.— Humm. Sim. Já fiz o que você pediu viu.— Tirou tudo?— Sim.— Reforçou tudo?— Sim. Tudo reforçado.— Ótimo. Você pega a encomenda naquele lugar combinado. Obrigada.— De nada, querida.— Tchau. — sorrio e desligo.Entro na confeitaria com meus óculos no rosto e um boné. Se lembram do meu rosto dos jornais não vão me reconhecer.— Bom dia. Vocês tem papel de arroz?— Sim. Temos. Quantas folhas?— Quero 3.— Nossa! O que vai fazer com três folhas de arroz? — pergunta sorrindo.Enxerida.— Tô aprendendo a confeitar. E é o aniversário do meu irmão. Então não quero fazer feio.— Só precisa manter numa temperatura boa. E lembre-se que d
AaronSentamos numas cadeiras um pouco distante. Mas tem o corredor livre pra caminhar. Tô animado. O Peter veio. Ele é tão certinho. Quero ver sua cara.— Pronto pro show? — pergunto a ele.— Tão pronto quanto você, Aaron. — ele disse confiante e eu ri.— Oi, Aaron. — Camila toca meu ombro. — Vou ficar aqui atrás, pra quando você encher o saco dessas danças amadoras vir comigo ver uma profissional. — cochichou em meu ouvido.Uma puta como sempre.— ATENÇÃO, AGORA O SHOW VAI COMEÇAR COM A NOSSA NOVA STRIPPER: ALICE.Nova?! Olha, a equipe tá crescendo.— Alice é nome de mulher quietinha que tem um vulcão no entre pernas. — cochicho pro Peter.— Você não vale nada, Aaron. — ri.As luzes se apagaram, e a luz da parede branca ligou. Tem alguém atrás dela. Mas não dá pra admirar suas curvas, ela deve estar com algum roupão por cima.Uma batida começa. Ela se mexe e derruba o roupão.Puta merda! Que silhueta gostosa!— Me desculpe se eu pareço desinteressadaOu eu não estou escutando 'ou eu
Camila acordou com uma terrível dor de cabeça e muito frio. Estava escuro, muito escuro. Mas tinha uma vela e dois palitos de fósforo perto dela. Quando ela sentiu eles, logo sentou-se pra ascender a vela. Conseguiu de primeira. Sua sorte. Se enrolou no cobertor e olhou ao seu redor.Ela agora viu que estava numa casa velha, deitada no chão. Seu corpo ainda estava nu. Pois os comparsas de "Alice" a pegaram na boate, enquanto ela assistia a apresentação.Era a mesma casa velha que ela tinha mandando deixar a Luna."Filha da puta!" — ela pensou com raiva. Então era verdade, Luna tinha sobrevivido. Isso não estava nos planos da Camila.Ela então viu um embrulho amadeirado no chão. E o pegou. Ao abrir tirou algumas folhas escritas. Ela encostou a vela próximo aos papéis e começou a ler. Sorte que as letras eram grandes pra aquela escuridão.Querida Camila,Sim, sou eu, Luna. Aquela mesma que você deixou pra morrer num casebre no meio da neve. Aliás, você está nesse mesmo lugar agora.Que