Ella

Sua manipuladora! Eu brigo com a minha loba. Ela bloqueou o meu olfato.

Só usei minhas armas! Minha loba recruta irritada, e eu também estou irritada com ela. 

Eu viro o encaro, e ele está me olhando com um olhar curioso, e seu sorriso quase me faz suspirar como uma bobona.

– Desculpa – eu digo pegando meu absorvente, sem me preocupar com o que ele pode está pensando. As mulheres usam. 

– Tudo bem, estava tão distraído quanto você – ele diz de maneira educada, e eu sorri. Não tem como segurar, mas não posso ficar mais tempo perto dele, ou vou me lançar contra ele, e me perder em seu cheiro.

Foco. Não pensa nele. 

– Sim. Foi bom ver você – eu comentei saindo de perto dele o mais rápido possível, e corro para o outro corredor.

Casa. Você. Está. Segura. Em. Casa.

Eu falo caminhando em direção ao caixa, mas eu me parei, quando me lembro que vou chorar quando chegar em casa, estou fazendo muito isso ultimamente.

Então vou comprar meu kit para tristeza ou nesse caso um coração partido. Ando entre os corredores, e encontro as barras de chocolate, e balas de goma, jujuba, e salgadinhos.

Uma última coisa. Sorvete.

É, estou enganando a mim mesmo, só estou aqui ainda, porque quero sentir o cheiro do meu companheiro nem que seja de longe, mas parece que dói mais dessa maneira.

Eu respiro fundo, e entro no outro corredor, e o vejo olhando produtos de bebê, parecendo muito confuso. E, isso me matar, ele tem um filho. Uma parte dele, o que é bom, mas o que é ruim, não é parte minha.

É, posso está muito próximo de chorar agora.

– Você precisa de ajuda? – Eu perguntei olhando para ele, ele vira para com duas pomadas de marcas diferentes em suas mãos.

– Pareço tão confuso assim? – ele pergunta rindo, e eu me movo para está mais perto. – Ok. Aceito sua ajuda.

– Qual é sua dúvida? – eu perguntei. Olhando o que está em sua mão. Uma é que minha mãe comprou para usar nas minhas irmãs quando eram pequenas. E a outra me deu irritação, como nas minhas irmãs também. Nos lobas odiavam. Deve ter algo na sua fórmula.

– Minha filha está com assaduras, me dói vê-la assim. Sei que é normal, bom, não sei muito. Sou pai de primeira viagem. – ele revelou e eu vejo orgulho e amor em seu olhar, e eu sei que ele seria maravilhoso como pai dos modos filhos.

– Tudo bem. Essa aqui, – eu aponto para a que está na sua mão direita – minha mãe usava essa em mim e nas minhas irmãs e nunca deu problema, e essa outra me deu uma forte alergia e tive que ir ao pediatra.

– Ohh, então vou ficar com essa – ele diz, colocando a que está segurando na mão esquerda na prateleira. – Se você usou, e continuou no mercado, ela deve ser boa.

–Sim. Imagino que sim.  – Eu comentei, feliz por está com ele. Mesmo assim, tão longe. –  Como é o nome dela?

– Tiana. Seu nome é Tiana. – Ele respondeu sorrindo e parecendo um pai bastante babão.

– Como a princesa. – eu falei o que estou pensando.

– Sim, ela é minha princesinha. Você disse que tem irmãs? – ele fala curioso olhando para mim.

– Sim. Tenho quatro irmãs e um irmão. Sou a mais velha –  eu respondo.

– Dever ser bom ter uma família grande – ele fala.

– Sim, mais felicidade do que tristeza – eu comentei. Eu nunca vou ter uma família minha, nunca vou gerar um filho. Não posso destruir seu casamento, e não sei como vou me parar quando o tempo acabar. 

Um lobo ou uma loba tem três semanas para reivindicar sua alma gêmea, ou os dois vão enlouquecer. Ou seja, não sei o que vou fazer, mesmo sabendo que sou sua alma gêmea, não posso destruir a  sua visão de felicidade. 

– Me desculpa, mas você está bem? – ele pergunta com um olhar curioso.

– Sim. Ótima – eu respondo rapidamente.

– Você está chorando – ele contastou preocupado e se aproximando de mim. E seu rosto é uma máscara de preocupação.

E eu dei um passo para trás. Eu não sabia que estava chorando, na verdade eu não sentia. Mas agora que ele falou, eu sinto que vou desmoronar em uma poça de lágrimas.

– Me desculpa – eu falo, entre os soluços que não posso controlar.

Oh, Deus sou uma boba. Melhor louca.

–Ei – a garota do caixa grita quando eu passo por ela, e é quando me dou conta que estou ainda com as compras sem pagar.

Além de louca sou ladra.

–Desculpa – eu entreguei o dinheiro do absorvente e só levo ele, e corro em direção à minha casa.

Eu acabo esbarrando em outra pessoa, mas eu reconheço os braços do meu pai, e eu não aguento mais, eu desmorono.

Não lembro de nada.

Só quando acordo, e eu estou no sofá fofo da mamãe, e minha família está ao meu redor todos com caras de preocupados.

–Ella – mamãe fala.

– Eu encontrei meu companheiro, mas ele é casado, e ele uma bebê – eu conto, não quero mais sofrer sozinha.

– Droga – Jasmine fala e logo, eu sinto seus braços ao meu redor.

– Não devia ser assim – Aurora fala e eu concordo.

– Posso dar-lhe uma surra – Eric fala ao lado do papai e isso me faz ter lágrimas novamente. Eu vou alagar a cidade com todo esse choro.

– Deve ter algo que você possa fazer – Ariel fala, ela está triste.

– É, não pode terminar assim. – Bela fala baixinho. Ela está já chorando. De toda a família ela é a mais sentimental.

– Quanto tempo princesinha? – papai pergunta.

–Duas semanas – eu respondi com um sussurro.

–Ella! – mamãe grita e eu vejo o horror em seu rosto. E sei o que ela está pensando.

– Eu sei. Estou mais próximo de ficar louca e vira um lobo solitário e matar as pessoas ou pior, fica na minha forma loba para sempre. Só não sei o que fazer. – eu falo com a voz trêmula como todo o meu corpo. Essas são as opções que tenho se não marca o meu companheiro. 

– Filha, nós vamos ajudá-la. – Papai fala e todos concordam. Mas eu não sei como, já pensei em todas as variáveis, nada é muito satisfatório.

– Vamos correr – mamãe fala, e eu concordo. Preciso de ar puro.

E juntos saímos para correr e ficamos na nossa forma loba na floresta brincando como filhotes por cerca de duas horas, antes que eles aparecessem.

Eu uivo e corro, como os outros, mas Aurora é pega, e eu pulo em cima do cara, e a liberto, mas no processo sou baleada, e a dor me leva a inconsciência. Foi tudo muito rápido.

Agora me vejo em uma sala presa com prata em volta dos meus pulso, e sangue de vampiro sendo jogado nas minhas veias, isso foi a duas horas.

Posso escutar as pessoas que estão à minha volta, eles estão aqui, a bastante tempo, o cheiro é de morte e tristeza.

Angústia está tomando conta de mim, mas me animo quando escuto algo lá fora, e é um uivo do Alfa, e eu sei que eles estão aqui por mim, mas vão salvar todos que estão aqui. 

Mas as coisas que aconteceram depois do meu resgate, foi revelador, ao mesmo tempo horrível. As pessoas que fizeram isso com nossa espécie e com os vampiros, ainda estão lá fora e precisam ser detidas, só não sei como isso  vai acontecer, mas sei que mais mortes ocorrerão até que eles sejam detidos. 

Afinal estamos no começo de uma nova guerra. Uma guerra que temos que ganhar a qualquer custo, é sobre a nossa sobrevivência. 

******

Já se passaram dois dias do meu sequestro, mas ainda estou com um certo medo de sair de casa, mas eu sei que não  posso ficar assim para sempre.

Os problemas não vão sumir, comigo protegida dentro de casa tenho que sair. E lutar, sim, lutar para ter meu companheiro, mas eu me sinto uma pessoa ruim só em pensar em destruir o casamento do meu companheiro.

Odeio. Não sabe o que fazer.

Eu me levanto no momento que escuto o riso das minhas irmãs do lado de fora, elas estão tão animadas que me anima um pouco. Eu abro a porta, e elas entram sorrindo.

–Vejo que vocês viriam um passarinho verde – falei voltando para o sofá.

– Sim, de certa forma sim. – Aurora diz, e olha para Bela que segura um livro debaixo do braço. Ela e seus livros. Ela é tão viciada como a mamãe, as duas são devoradoras de histórias, é assustador como elas leem rápidos. Questão de horas.

– Ok. Sentem e me falem sobre isso. Preciso de notícias felizes – eu falo, e elas se sentam. Jasmine, tem um sorriso no rosto como se estivesse escondendo alguma coisa, mas analisando a situação, todas as minhas irmãs estão com esse sorriso.

– Você sabe que amo bebês – Aurora diz com um sorriso feliz no rosto. Ela na verdade é a babá mais requisitada da matilha e da cidade, os bebês amam. Ela é como a mamãe, ela quer ser mãe, e quando seu companheiro parecer aí já era.

– Sim. Como a Jasmine ama bater nos caras em seu trabalho, como Bela ama ler e escrever em seu blog. Ariel, nadar e patinar no gelo – eu falo, eu conheço bem elas, como elas me conhecem.  –Eric, ainda é um mistério. Talvez, comer como o tio Luca.

–Sério. – Ariel fala sorrindo.

–Ok. O que você tem para me contar?

– Fui babá de uma bebê linda, e seu nome era Tiana, como a princesa. Como nos.... – Aurora fala e eu sinto meu coração para por um segundo de bater.  –... o nome do seu pai é James.

– Seu companheiro. – Jasmine completa impaciente, a Aurora sempre foi a que mais enrola para contar qualquer coisa.

– Sim. Isso não parece ser uma boa notícia – eu resmungo.

– Ella, ele não é casado. – Bela diz, e se eu estivesse em pé com certeza estaria caída no chão.

– Como? Ele tem aliança! Mary falou sobre a família... – eu babulho. Merda. Perdi todo esse tempo, com suposições. Devia saber melhor.

– A família dele, é ele e Tiana. Eu perguntei. A mãe dela morreu no parto. – Aurora falou.

– Droga. Só tenho três dias. – eu falei, olhando para minhas mãos que estão tremendo.

– A Cinderela teve uma noite. – Bela falou sorrindo. 

– Ok. O que eu faço? – eu pergunto às minhas irmãs.

– Nós temos uma ideia – Minhas irmãs falam juntas.

É, começa agora uma missão para fisgar meu companheiro. Uma missão contra o tempo, tudo culpa da minha burrice.