— Eu não vou ir embora. — repetiu, o mais calmo e baixo que pode. Não estava a fim de sentir outra dor intensa na garganta, aquilo ardia feito o inferno!
Frederick então perdeu a paciência e começou a falar e falar. Dizia o quão irresponsável e cabeça dura Ian estava sendo, e que não havia maneira no inferno de que ele estava indo a concordar com a permanência dele em Tóquio. Ele falava rápido, por vezes puxando o cabelo e parecia realmente irritado. Do contrário do que muita gente estaria, Ian não estava nem um pouco assustado. Chocado era a palavra mais correta. Nunca, jamais mesmo, em seus dezoito anos ele viu o senhor Norton perder a calma daquela maneira. Ele até poderia se divertir com aquilo, se a visão do homem mais velho indo e voltando de um lado para o outro não estivesse começando a enjoá-lo. Suspirando, ele d
— Ela vai viver com meu tio. — disse e viu os olhos de Ian enxerem-se de perguntas. — Ele é irmão gêmeo do meu pai; tem procurado por mim desde que foi informado da morte dele. — suspirou. Ian assentiu, compreendendo.— Você vai também? — ele perguntou e Alana sorriu. Era medo aquilo que ela detectou na voz dele?— Não. — disse e Ian sorriu de lado. Ainda não, pensou com seriedade, desviando o olhar.Ela queria ficar mais, porque, honestamente, sentia que havia muita coisa que precisavam conversar. E mesmo que não tivesse nada o que falar, ela gostaria de poder ficar mais. De poder ficar ao lado dele, apenas para ter certeza de que sim, ele estava ali. De que não o havia perdido. Mas não podia, o médico praticamente a enxotou para fora.Ian deu um breve aceno em despedida, antes
O tapa que recebeu foi tão forte e inesperado que fez seu rosto virar para o lado com o impacto. David sentiu que todo um lado de seu rosto estava queimando, como se brasa quente tivesse sido encostada nele, e sabia que a marca da mão de Lisandra provavelmente estava estampando toda sua bochecha esquerda.— Mas que merda...— Isto... — esbravejou Lisandra, histérica em raiva. — foi por você agir feito um idiota as férias inteiras, não deixando que ninguém te visitasse e para saber que ninguém, nem mesmo você dispensa Lisandra Sheroman. E isto... — antes que David pudesse sequer pensar em reagir, ela o puxou pelo colarinho da camisa e colou os lábios ao seu. — ... é pra você entender, de uma vez por todas, que eu estou aqui e que eu não vou a lugar nenhum.David estava surpreso demais com a coisa tod
Alana largou-se ao lado de Lisandra na arquibancada com um bufo irritado; Cassandra que estava do outro lado de Lisandra meramente lhe lançou um olhar curioso antes de voltar sua atenção para quadra, onde Vincent estava jogando basquete.— Dia ruim? — Lisandra perguntou com um sorriso, nunca desviando os olhos dos papéis em seu colo.Alana bufou mais uma vez, apertando o casaco grosso entorno do corpo e cruzando os braços no peito.— Eu só acabei de ter um teste surpresa de Física. Vocês podem acreditar nisso? Física! A formatura de vocês não é amanhã? Eu pensei que todas as notas já haviam sido fechadas!Lisandra soltou um risinho antes de suspirar.— E foram. Bem, quase todas.— disse a loira, ignorando a torcida realmente alta que Cassandra
A Sheroman deu de ombros, não se importando. Ian foi o único que pediu para que cuidassem de sua mochila enquanto ia perturbar Vincent na quadra; além disso ela realmente queria se distrair do clima tenso que a recente conversa deixou – embora não fosse esquecer as verdades que foram ditas – e nada melhor do que xeretar o celular de outra pessoa para isso. Não que ela fosse uma fofoqueira, nem nada... Lisandra gostava de pensar que era simplesmente alguém que curtia colecionar informações.— É uma mensagem de texto. — disse. — Provavelmente tio Frederick querendo saber onde ele está; Deus sabe o quão paranoico com a segurança de Ian ele se tornou agora!Alana soltou uma risadinha com aquilo, toda a raiva, tensão e tristeza deixada para trás. Era verdade que o senhor Norton estava preocupado com o bem estar do filho,
— Não. — ele disse erguendo seus olhos para ela, mostrando uma defesa que Alana queria entender o motivo de estar lá em primeiro lugar. — Não comece. Eu estou bem. Está tudo bem.— Não, você não está. — replicou, puxando a mão dele na sua. Alana estremeceu. — Você está suando frio!... Ian, o que você está tramando?Como se o toque o tivesse queimado, Ian puxou a mão para longe dela e deu um passo para trás. Alana tentou não ficar ofendida com o gesto, e ignorou a pontada em seu peito.— Nada! Que droga...— Você já foi melhor mentiroso. — Alana sorriu tristemente, as palavras deixando um gosto agridoce em seus lábios. Ian rolou os olhos.— E você já foi mais suport&aa
Ele já podia ver o crepúsculo começando lá no horizonte, fazendo o céu parecer uma mistura de rosa e laranja que ele sabia que sua irmã teria adorado. Ele não. Ele só esperava que o crepúsculo acabasse logo, deixando o véu da noite cobrir por completo o céu.Baixando os olhos para a lápide a sua frente, a mesma sensação de angustia lhe brotou no peito sempre que lia os dizeres na lápide, o nome na lápide.— Eu sinto sua falta. — disse, e então desviou o olhar para longe, como se não fosse digno de olhá-la. Suspirou. — Te conhecendo, você provavelmente não está nada feliz com oque vai acontecer hoje... Você sempre foi uma pessoa boa. Felizmente, eu não.Um vento forte de repente castigou o local, fazendo algumas folhas secas no chão s
Alana fechou os olhos com força, enquanto Elizabeth caminhou até o piano novamente e sentou-se em cima dele, balançando as pernas para frente e para trás como uma criança num balanço.— O que ele vai fazer? — perguntou em voz fraca, frágil e Elizabeth estalou a língua no céu da boca, um sorriso maldoso se esticando desde o canto de seus lábios.— O que você acha que ele vai fazer? — respondeu-lhe e então riu quando Alana estremeceu. Fosse qual fosse a ideia, estava correta, ou provavelmente muito próxima de estar sobre o que Ian havia planejado para Cameron. — Ian não quer apenas se vingar sabe, ele quer a destruição completa de Cameron, se entende o que quero dizer.Alana mordeu os lábios, ordenando a si mesma a manter-se forte. Firme. Ela podia estar blefando
[...]Cassandra pôde sentir os olhos de Vincent queimando na parte detrás de sua nuca no instante em que o Bennie entrou no salão e nem mesmo um minuto depois pode sentir braços fortes lhe envolverem a cintura e puxá-la para perto. O DJ do baile olhou para ambos com estranheza, mas depois de receber um olhar de congelar a corrente sanguínea se Vincent pediu licença e se afastou.Cassandra riu.— Você é muito ciumento. Eu só estava falando com ele sobre as músicas do baile! — disse, girando nos braços do namorado par