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Seus olhos azuis eram como dois pontos luminosos na escuridão do amplo escritório em sua casa. A luz bruxuleante da lareira acessa não era o suficiente para iluminar nem mesmo um terço da sala, a madeira precisava ser trocada pois já havia sido queimada quase toda, mas levantar de onde estava não era uma opção que consideraria. Oh, não. Só queria continuar ali, sentado na cadeira confortável e giratória atrás da grande mesa de mogno; um copo quase vazio em uma mão e a garrafa de whisky na outra.
O inchaço em seus olhos seria notável de i
[...]Alana nunca esteve na mansão Norton antes; esteve, sim, diversas vezes na cobertura de Ian, mas na mansão Norton, onde Ian morou com a irmã e com o pai por um longo tempo, não. E, claro, estava impressionada com ela. A começar pelo imenso portão de ferro na frente da mansão, Alana achava seriamente que nada poderia colocar abaixo aquele portão a considerar a grossura que era o ferro, retorcido e com pequenas lanças pontiagudas e que pareciam bastante afiadas no topo. As lanças, claro, asseguravam que nenhum engraçadinho tentasse escalar o grande portão; não q
— O que aconteceu? — a pergunta sussurrada partiu de Alana. Ela já sabia a história, mas de uma maneira resumida, apenas das partes onde Loren era presente, e não todo o contexto.Frederick fechou os olhos brevemente, deslizando uma mão pelo cabelo antes de continuar. Ian sequer se movia ou expressava qualquer emoção, o que tornava ainda mais difícil falar sem saber o que se passava na mente do filho.— Elain teve depressão pós-parto. — disse, os olhos de Alana se arregalaram um pouco em surpresa, Vincent estreitou os próprios lançando um breve olhar para a referida, e Ian... este não esboçou nada. Era uma folha em branco. — Foi uma fase realmente complicada aquela; eu estava começando a ter mais controle das empresas, havíamos acabado de ter nossa primeira filha e então isso... Lembro qu
Ian não discordava daquilo. A mansão Norton na Inglaterra era cinco vezes maior que aquela, parecendo um castelo. E isso sem falar de todo o resto da propriedade, do campo extenso que ela tinha, do estábulo com os cavalos, da garagem e todo o resto. Havia até mesmo uma lancha lá.— ... Era um bom lugar, como eu disse. — continuou Frederick. — O acesso era restrito, e Loren teria todo o cuidado necessário ali. Claro, ela teve que trancar a faculdade pelo tempo da gestação, mas aquilo não era um problema contanto que pudesse retomar os estudos depois. Elain também foi, afinal, precisávamos manter as aparências. O que todos sabiam, no Japão e no mundo, era que Elain estava passando uma gestação tranqüila numa das propriedades da família na Inglaterra.— Yara estava lá? — perguntou Ian.&
"É incrível quanto estrago pode ser feito quando só se tem boas intenções." - Pretty Little Liars.Otic-tac do relógio na parede era o único barulho na sala que conseguia ouvir com clareza. Sabia que não estava sozinha, que no sofá Eva desenhava qualquer coisa em um pedaço de papel, e que Cassandra estava na cozinha, preparando algo para o jantar. Ainda sim, tudo o que conseguia ouvir era o tic-tac, a marcação do relógio denunciando o correr do tempo.Tempo. Era tão estranho, ela pensava. Parecia que havia sido ontem em que tudo aconteceu, no entanto ela sabia que não era. As férias haviam chegado, e agora já estavam acabando. O tempo corria rápido, seguia. Alana que sentia que havia ficado parada no lugar.— Acha que ele vai gostar desse aqui? — perguntou Eva, lhe tirando
— Diferente? Diferente por que? — desafiou Cassandra, erguendo-se novamente e a encarando de frente. — Sabe que não pode continuar com raiva dele Alana, você não...— É DIFERENTE! — Alana gritou abruptamente, fazendo Cassandra se calar. A rosada a encarou assustada por um momento, até perceber que a amiga estava ofegante e apertando a blusa por cima do peito, como se sentisse dor.— Alana... — sussurrou, mas a morena apenas balançou a cabeça, respirando fundo.— É diferente. — tornou a dizer, os olhos baixos ergueram-se para encarar a amiga. — Ele me deixou Cassandra. Quando eu mais precisei que ele estivesse aqui, ele não estava...— Não havia como ele saber sobre seu pai, Alana. — disse suavemente, aproximando-se mais da amiga e lhe esfregando os ombros
— Sinto muito pelo o que descobriu. — disse e os olhos de Ian se estreitaram perigosamente e suas mãos se fecharam em punhos. — E antes que você pense em fazer algo estúpido como me socar, eu digo que não, eu não sabia. Descobri quando seu pai apareceu em casa, dizendo a meu pai que você descobriu tudo.Ian relaxou.— Surpreendente não? — disse ele e tentou alcançar uma nova taça de champagne de um garçom que passava, mas Valério o impediu. Ian bufou. — Eu também fiquei bastante... chocado, com tudo o que descobri. — continuou displicente. — Agora, digamos que estou mais preocupado em causar danos do que com os que foram causados em mim.Se Valério tinha algo mais a falar, não demonstrou. Apenas encarou Ian, os olhos negros fixos nos do loiro, em busca de algo que Ian não
— Não odeio você, Ian, já disse isso. O que houve com Yara foi... Não foi sua culpa. — suspirou. — Não podemos controlar tudo.Ian riu secamente.— Foi minha culpa, não importa quantas vezes digam o contrário.— Yara tomou suas próprias decisões Ian, não pode se culpar por isso...— É, mas foi por minha culpa que ela se...— CHEGA! — Frederick gritou, e então fechou os olhos com força. Respirou fundo antes de encarar o filho novamente, Ian o fitava com olhos estreitos. — O que você quer com essa conversa, Ian? Aonde pretende chegar?... Quer que eu odeie você, é isso? — Ian desviou o olhar. — Estou certo, não estou? Você quer que eu o odeie, por que você lida melhor com emoçõe
Seu belíssimo vestido arrastava-se atrás de si, e Alana notou o quão incomodo era se mexer com um vestido daquele, muito mais pesado para caminhar. Bufou, virando em um corredor à direita e estancando ali. A iluminação era bem mais fraca naquele corredor, quase escassa. Era o corredor dos armários do terceiro ano, e Alana não estava realmente surpresa pela iluminação ali ser pouca. Não havia motivos pra ninguém ir ali, todos supostamente deveriam estar no baile, logo nem todas as luzes foram acessas.Estava pronta para dar meia volta e retornar ao salão, duvidava que o senhor Norton escolhesse um corredor de armários para conversar com o filho, quando reparou em algo estranho, próximo a onde os armário acabavam e havia outra curva para um novo corredor.Inclinou a cabeça um pouco para o lado, tendo de estreitar os olhos para